Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 8 de Outubro de 2008, Quarta-Feira.
Jatos e mais jatos de porra quente escorreram pelas lajotas do box do banheiro enquanto as imagens de Pedro e Nathan aos poucos se desfaziam de minha mente, dissolvidas em meio a memórias de beijos e lambidas. Meu pau deu uma última pulsação, uma espécie de agradecimento por tê-lo aliviado logo de manhã.
Sorri, satisfeito com minha própria obra-prima, e então a lavei com a água quente do chuveiro.
Agora que eu sabia que gozar era normal, e que a polução era uma reação natural do corpo, poderia explicar a Pedro que eu não era um depravado que aquilo havia sido apenas um acidente causado pelo meu nervosismo.
Ao mesmo tempo, só de pensar em interagir com Pedro, meu coração disparou. Será que eu conseguiria falar alguma coisa coerente, ou apenas ficaria parado, admirando aqueles olhos de um castanho profundo e aqueles lábios que, nos meus sonhos, haviam explorado cada centímetro do meu corpo?
Também estava ansioso para encontrar o professor Rocha na orientação de matemática e contar a ele que eu havia realizado o "tema de casa" e que havia sido muito prazeroso – apesar de que tê-lo imaginado enquanto me masturbava me deixava um pouco desconfortável. Ele era meu professor, acima de tudo, mas ao mesmo tempo não podia deixar de lembrar o formigamento que senti em minha virilha quando nossas mãos se tocaram.
Quando cheguei ao colégio, já estava em andamento aquela movimentação típica dos monitores para organizar as turmas para a formatura de quarta-feira, quando desfilávamos para o comandante. Fui até a sala, de onde não poderíamos nos dispersar até o começo da solenidade. Congelei quando os olhares de Pedro, Nathan e Patrícia caíram sobre mim como um raio.
Sentei -me na minha carteira, na fileira da frente, perto da porta. O trio voltou a conversar, mas eu sabia que ainda me encaravam de relance. Levei minhas mãos até o meio das minhas pernas em um gesto discreto, sentindo o nervosismo que começava a formigar, mas, diferente das últimas vezes, percebi que não estava prestes a gozar. Talvez ter colocado tudo pra fora naquela manhã tivesse adiantado!
O sinal tocou, e o Sargento Monteiro, nosso monitor, mandou que saíssemos da sala. Como um rebanho de gado, saímos todos nos apertando pela porta. Foi quando senti um esbarrão atrás de mim, e um corpo se pressionou contra o meu. Virei-me para xingar a afobação do meu colega, mas, quando vi que era Pedro, congelei. Ele me olhava de cima com um sorriso sacana no rosto – um sorriso que fez meu coração disparar.
Nunca havíamos estado tão perto um do outro . Meu pau começou a ficar duro de imediato. Virei para frente, sentindo meu rosto arder de constrangimento. Foi então que senti seu hálito no meu ouvido, sussurrando:
– Finge que está passando mal e me encontra no banheiro. Precisamos conversar.
Por sorte, todos estavam tão preocupados em entrar em forma que nem perceberam o volume nas minhas calças. Eu só queria poder tirar meu pau pra fora e me masturbar ali mesmo, tão grande era o tesão que aquele sussurro úmido de Pedro havia despertado em mim.
Ao mesmo tempo em que meu coração disparava ainda mais pela possibilidade de encontrá-lo a sós no banheiro – pois todas as atenções estariam voltadas para o desfile –, a ideia de fingir estar passando mal não era algo com que me sentia confortável. Mentir era errado; mentir para o monitor em uma solenidade para o comandante era muito pior ainda.
Pedro parou algumas fileiras atrás da minha, perto de Nathan e Patrícia. Logo que as turmas ficaram lado a lado em blocos separados pela distância de alguns passos, começou a maratona dos toques de corneta e as ordens que nos mandavam assumir as posições de “sentido!” e “descansar!”, “sentido!” e “descansar!”, em uma sucessão de movimentos entediantes.
– Arrume essa postura – ordenou o sargento Monteiro para Nathan, que estufou o peito e ergueu seu queixo lapidado em um olhar desafiador.
O sargento o encarou de cima a baixo com cara de poucos amigos e então se afastou. O trio começou a cochichar, rindo e debochando do sargento da forma mais discreta que conseguiam.
Logo, os recados gerais começaram a ser dados pelo comandante, falando do novo professor de educação física que havia chegado, um tal de Rodrigo Alves, da olimpíada de matemática, da olimpíada de xadrez e dos cursos de informática que começariam a ser ofertados no início da semana seguinte.
Nada daquilo me interessava, pois só o que eu queria saber era o que Pedro queria conversar comigo. Precisaria me explicar para ele antes que decidisse me xingar, caso não me tivesse perdoado pelo que acontecera no dia anterior. Mas ele estivera sorrindo. Estaria tudo bem? Não era um sorriso normal, era malicioso. Será que ele tinha entendido que eu o admirava para além da simples observação? Aquele sentimento secreto e quente por outros homens era algo que ele também compartilhava?
E se, na verdade, ele e Nathan realmente se tivessem beijado naquela sala, exatamente como minha imaginação me havia revelado?
– "Postura, Santos!" – O sargento me chamou pelo nome de guerra, tirando-me do turbilhão de pensamentos que me consumia.
Estufei o peito e olhei para frente, com o rosto em chamas pela vergonha de ter sido pego sendo desleixado. Eu batalhava diariamente para manter a minha nota de comportamento lá no máximo. Meus sapatos eram sempre engraxados, minha fivela do cinto sempre limpa, meu uniforme sempre passado e sem manchas. Nunca havia desobedecido, discutido ou brigado com colegas ou superiores. Diferente de Pedro e Nathan, que estavam beirando a suspensão, e de Patrícia, que, desde que começou a sair com eles, entrara numa espiral progressiva de pontos perdidos.
Aquela chamada de atenção que recebera não me descontaria pontos de comportamento, mas me alertou para o risco de ir até o banheiro no meio da formatura. Todos sabiam que isso não era permitido, por mais apertado que você estivesse.
Decidi, então, tentar tirar Pedro da cabeça, me atentando aos recados gerais, mesmo que meu pau ainda pulsasse dentro das minhas calças.
– Sargento… – Ouvi a voz de Pedro chamar o monitor.
Monteiro se aproximou, com um olhar inquisitivo.
– Não estou me sentindo muito bem… Acho que comi algo estragado…
– Pedro, essa desculpa não vai colar de novo – O sargento cruzou os braços. – Olha pra frente e presta atenção.
– É sério, sargento. Não tô legal.
Monteiro continuou de braços cruzados, encarando Pedro com ceticismo.
– O senhor quer que eu me cague na frente de todo mundo? – ele sussurrou baixo, o que gerou risos abafados ao seu redor.
Olhei para aquela cena com admiração. Eu jamais teria a coragem de brincar assim com uma condição tão vergonhosa – e, mesmo assim, meus colegas pareciam rir com ele, e não de dele.
O sargento pareceu ponderar por um momento, franziu o rosto com a “gracinha” de Pedro. Aposto que, em sua cabeça, ele considerou deixar Pedro passar mal ali mesmo.
– Está bem. Vem comigo – Disse, colocando a mão no ombro de Pedro e o levando para fora da formação.
Pedro olhou para mim de soslaio enquanto se afastava. Virei para frente, ainda mais nervoso. Ele não teria todo o tempo do mundo para me esperar no banheiro. Mas será que eu conseguiria segui-lo? Só de pensar em inventar uma desculpa, sentia meu estômago embrulhar.
Pedro fazia parecer tão fácil…
E então vieram os comandos de “direita volver”, “esquerda volver” e, novamente, “sentido!” e “descansar!”. Eu sabia que estava chegando a hora do desfile e, quando ele começasse, não teria mais volta. Perderia minha oportunidade de acertar as coisas com Pedro.
Sentindo meu estômago embrulhar, chamei uma monitora que passava perto. Ela prontamente veio ao meu encontro, talvez já percebendo que havia algo errado. Mal sabia ela que aquilo era apenas a minha ansiedade habitual.
– Está tudo bem, querido? – ela perguntou, gentilmente tocando o meu braço.
– N-na verdade, não… Eu… Não tomei café da manhã… Estou me sentindo fraco…
Nossa, que desculpa horrível. Estava na cara que eu estava mentindo.
– Não consegue aguentar mais um pouco?
– Bem, eu… – Comecei a balbuciar, sem convicção. É claro que ela não estava convencida; senão, não insistiria. Era melhor eu aceitar que não levava jeito para essas coisas.
– Você está meio pálido mesmo – ela concluiu, depois de me examinar com cuidado. Não sabia se devia me ofender com aquela observação ou se eu havia ficado branco de tanta ansiedade. – Venha comigo.
Minhas pernas tremiam quando deixei a formação, sem acreditar que minha desculpa havia funcionado. Ela me deixou sentado no banco do corredor e me deu um copo d'água para tomar, voltando para chamar a atenção de outros alunos logo em seguida.
Olhei para o copo d'água em minhas mãos. Não conseguia sentir sede, apenas a urgência de encontrar Pedro. Larguei o copo no chão e segui até o banheiro no final do corredor. Na porta, o Sargento Monteiro fazia guarda, provavelmente esperando por Pedro, que embromava dentro, aguardando minha chegada. Assim que me viu, ele disse:
– O que está fazendo aqui, Santos?
– P-perdão, senhor. Passei mal na formatura, bebi água e gostaria de usar o banheiro – disse, suando frio.
Ele fez um sinal brusco para eu passar, muito a contragosto. Era impossível ele não saber que eu estava mentindo. Eu me daria muito mal por aquilo, amaldiçoava o desejo que me impulsionara até ali, ignorando todos os riscos. E para que? O que Pedro queria de mim?
Quando entrei, o banheiro estava vazio e sujo, como todo banheiro masculino: chão molhado, pedaços de papel empapados no chão e cheiro forte de urina e desinfetante. Havia dois boxes com sanitários e um largo mictório de frente para eles. Olhei por debaixo da porta e no primeiro não vi nada, mas no segundo, os sapatos opacos de Pedro.
Engoli em seco e dei uma batidinha na porta. Ele abriu e rapidamente me puxou para dentro, empurrando-me contra a parede fria.
Assim que minhas costas bateram no azulejo, senti meu coração disparar, uma flashback do dia anterior, quando ejaculei sobre Pedro acidentalmente. O medo pulsou em meu corpo ao perceber que o gesto agressivo indicava que eu estava ferrado.
– Me desculpa! Foi um acidente! – Foram as únicas palavras que consegui formar.
– Tu é viado, né? – Ele apertou meu pescoço com a mão. Seu toque era macio, porém firme, um paradoxo que me paralisou.
Me faltaram as palavras para respondê-lo, tamanho o choque. Mas meu corpo estava disposto a falar por mim.
Pedro olhou para baixo e sorriu, sacana, ao ver o volume nas minhas calças.
– Tu é mesmo. Patrícia tinha razão – Ele riu, um som baixo e carregado de intimidação. – Olha esse pau duro só por eu estar com a mão no teu pescoço. Tu é um depravado mesmo.
Meus olhos se encheram de lágrimas diante daquela revelação chocante que eu mesmo nem havia conseguido assumir por completo. Mas ali estavam Pedro e, indiretamente, Patrícia, afirmando com tanta clareza o que eu era, que me senti completamente vulnerável. Eles podiam espalhar aquilo sobre mim e, por mais que eu negasse, a verdade ainda seria a mesma. Eu era gay, um veado, um depravado — e, mesmo naquela situação, a única coisa que conseguia pensar era no cheiro do hálito de Pedro tão perto do meu rosto.
– P-por favor – juntei coragem para dizer – Ninguém pode saber.
– Ah, é? O viadinho não quer que seu segredinho se espalhe? – Sorriu ainda mais, e parecia sentir prazer em me ver naquela situação.
Eu olhei para baixo, para seu pau, instintivamente, apenas para constatar que ele também estava duro — e, pelo volume, era de tamanho considerável. Ao notar que o observava, Pedro apertou ainda mais o meu pescoço e ajeitou o pau dentro das calças, enfiando a mão por dentro da cintura.
Logo em seguida, tirou a mão e passou os dedos — que agora cheiravam a ele — debaixo do meu nariz. – É isso que você quer, viadinho?
Senti um cheiro salgado e forte, o cheiro do seu pau e dos seus pentelhos. Senti meu pau pulsar ainda mais dentro das minhas calças. Levei uma mão até o pulso de Pedro, que me segurava, e com a outra comecei a esfregar meu pau por cima do tecido.
Pedro riu — um som baixo e triunfante. – É um depravado mesmo! – E, então, me soltou.
Levei as mãos até o meu pescoço dolorido e o olhei com um misto de medo e raiva.
– Não se preocupe, eu não vou contar nada. Nem Patrícia vai. Mas ela quer algo em troca…
– O quê? – perguntei, a voz carregada de uma raiva que surpreendeu até a mim. Patrícia havia realmente se rebaixado àquilo? A ponto de jogar suco com uma chantagem tão baixa?
Veio à minha mente aquela conversa que tivemos depois do almoço no dia anterior. Como ela já tinha ido mal-intencionada para cima de mim. Como ela já havia sacado tudo – antes mesmo de eu mesmo me entender.
– Ela quer que você vigie a porta nas tardes em que estamos no colégio.
Eles só podiam estar loucos! Como eu poderia fazer aquilo? Se fosse pego, poderia ser suspenso – ou até pior, expulso! Sem contar que todo mundo saberia o que eu havia feito. Aquele seria um escândalo grande demais para os oficiais conseguirem abafar. Se já não fosse o suficiente, meu pai descobriria, e minha vida viraria de cabeça para baixo. Além do desapontamento dos meus professores, ele ficaria arrasado. E se essa notícia chegasse à minha mãe…
– N-Não. Isso é errado – disse, por fim, com uma voz mais fraca do que eu gostaria.
– Ela falou que você até poderia recusar… mas – Ele sorriu e então se aproximou novamente, passando o indicador sobre meu peito e me encarando com aqueles olhos profundos – …ela disse que se você for um bom garoto, ela até deixa você participar algum dia.
Um choque percorreu meu corpo, fazendo-o formigar todo, da espinha até o meu pau, que agora latejava dentro das calças. Aquela sala guardava tantos segredos… Se eu pudesse entrar… Se eu pudesse ver… O desejo de solucionar aquele mistério é o que me havia movido até ali. Poderia ir até o fim, ou parar ali mesmo?
Naquele momento, meu corpo inteiro formigava de tesão. Eu só conseguia pensar em Pedro a desabotoar a minha camisa, no cheiro de seu corpo; seu hálito já estava perto demais do meu rosto para que eu conseguisse raciocinar direito.
E então, contrariando qualquer resquício de lógica, eu balancei a cabeça, aceitando.
Pedro sorriu, orgulhoso, e então deu dois tapinhas no meu rosto – – Nos encontramos depois do almoço.
Ele abriu a cabine e arrumou o pau dentro das calças mais uma vez. Lavou as mãos e saiu do banheiro.
Sozinho no box, eu estava à beira de um ataque de nervos. Foram tantas – e tão intensas – experiências novas em tão pouco tempo! O cheiro de Pedro, sua mão em meu pescoço, seu hálito tão perto da minha boca… Eu não conseguia aguentar.
Tranquei a cabine e abaixei o zíper da minha calça, tirando o pau para fora em um gesto desesperado. Levantei a tampa do vaso e comecei a me masturbar, sentindo um formigamento crescer em todo o meu corpo, enquanto dava vazão ao meu tesão.
O fantasma do toque macio, porém firme, de Pedro em meu pescoço me levou de volta para minutos atrás na cabine, quando ele me puxou para dentro e me prensou contra a parede. Mas, desta vez, o desfecho seria outro. Seria aquele que eu desejasse.
Em meio aos movimentos compassados que fazia na base do meu pau, em minha imaginação, Pedro apertou ainda mais o meu pescoço, obrigando-me a abrir a boca para respirar. Com a mão livre, ele começou a abrir os botões da minha camisa, explorando meu peito com sua língua. Ele chupou o meu mamilo e então percorreu o trajeto até meu pescoço, deixando um rastro de saliva no caminho.
Passei a mão em meu pescoço, acariciando-o, imaginando sentir o frio da saliva de Pedro deixando tudo pegajoso. Com minha própria mão, fechei o cerco em meu pescoço, subindo e apertando o meu maxilar, abrindo a minha boca com os dedos, e explorando-os com minha língua.
Em minha imaginação, eram os dedos de Pedro que invadiam minha boca.
Ele os retirou e provou o meu gosto, dando-me um sorriso provocativo. Ele então pressionou meus ombros para baixo, obrigando-me a ficar de joelhos. Ele agarrou a minha nuca, enfiando meu rosto no meio de suas calças. Imaginando, sentia o cheiro salgado de seu pau. Eu abri a boca, beijando e lambendo seu pau por cima da calça. Era enorme, não só pelo comprimento, mas pela grossura, e estava muito duro, cheio de tesão. E, instintivamente, queria devorá-lo como uma sobremesa irresistível.
Ajoelhado imaginariamente diante dele, eu me masturbava enquanto, com a mão livre, apertava a bunda de Pedro, firme e bem redondinha. Seu cheiro me inebriou, e com ele veio o gozo.
Jatos de porra jorraram de meu pau, mas nem por isso parei os movimentos. Os calafrios percorreram minha espinha, fazendo-me tremer. Filetes de sêmen branco se espalharam por toda a cabine, pingando não apenas dentro do vaso, mas nas laterais e até no chão.
Pisquei demoradamente à medida que recuperava o fôlego. O orgasmo havia sido tão forte que fui tomado por uma vertigem. Olhei para minha mão salpicada de porra e para a lambança que fiz na cabine. Peguei um pouco de papel higiênico e limpei o máximo que consegui, pouco antes de escutar o som da marcha de dezenas de estudantes. O desfile para o comandante já havia terminado. Era uma questão de tempo até todos voltarem à sala.
A primeira aula era de matemática, e se antes eu ficava ansioso de uma forma ruim, agora eu estava empolgado para contar ao professor o que eu havia feito quando cheguei em casa na tarde anterior. Queria poder me abrir mais com ele, sobre Pedro e eu, sobre a proposta de Patrícia, mas, apesar de o professor Rocha ser meu único confidente no colégio, ele talvez não entendesse tudo e até mesmo me julgasse por gostar de meninos — ou contaria para o meu pai. Precisaria ter cuidado.
Ele entrou na sala com sua pasta debaixo do braço. Arremessou-a sobre a mesa, deu bom dia a todos e começou a pegar seu caderno para realizar a chamada. Alguns alunos ficaram ao redor dele, perguntando quando seria a prova e já tentando tirar algumas dúvidas. Quando percebi uma brecha, me aproximei, mal contendo minha excitação.
– Bom dia, Santos – Ele me olhou por baixo dos óculos fundo de garrafa. – Como você está?
– Ótimo, professor! Fiz o tema de casa que você me passou ontem!
A expressão contente do professor se transfigurou em uma expressão mais cautelosa. Seus olhos brilharam, astutos.
– Fico muito feliz de ouvir isso – Sorriu, mas aqui não é hora nem lugar para falarmos sobre este assunto – Ele abriu o caderno sobre a mesa e pegou a caneta. – Falamos na orientação, está bem? Chegue cedo.
– E-Está bem, professor.
Aquele "não" que ele me deu me pegou de surpresa. Eu havia achado que o que ele me pedira era algo natural, mas a forma como reagiu o transformou em um segredo. Por que ele queria esconder aquilo? Será que só me ajudou porque tinha pena de mim, e tratar disso em público seria embaraçoso para a sua imagem?
Essa reflexão me atingiu em cheio. Voltei para a minha carteira e sentei, cabisbaixo. Pedro me observava com intensidade, enquanto Patrícia e Nathan me olhavam de relance e depois riam. Estava claro que Pedro já lhes havia contado que eu aceitara acobertá-los. No fundo, só esperava que ela cumprisse a palavra e me deixasse participar de verdade alguma hora.
A primeira parte da manhã foi um tédio que tentei preencher rabiscando no meu caderno entre as diferentes matérias do horário. Desde que a aula de matemática terminara, meu pau não havia amolecido um segundo sequer, me obrigando a ficar na minha carteira durante todo o recreio.
Pedro esfregara sua mão no pau e a passara debaixo do meu nariz. Aquilo era obsceno e indigno! Mas, ao mesmo tempo, me deixava com um tesão incontrolável. Eu queria poder esfregar minha cara em seu corpo inteiro, sentir seus pelos e seu pau massageando meu rosto. Queria beijá-lo e lambê-lo para saber se o gosto era tão salgado quanto imaginava.
Após o intervalo, o trio passou rindo, conversando sobre trivialidades da vida alheia. Patrícia fitou-me por um breve momento. Não gostava de ser alvo daquele seu olhar penetrante, pois ela parecia sempre saber o que eu estava pensando.
Quando a aula acabou, minha ereção já estava sob controle. Almocei sozinho no refeitório dos oficiais, com a secreta esperança de encontrar meu pai por um instante – o que, como era de se esperar, não aconteceu. Encontrava-o apenas na comida que ele preparara com esmero junto dos soldados: polenta, alface, tomate, cenoura, bife de frango à milanesa com molho vermelho. Sua comida era realmente deliciosa!
Comi o que consegui, pois meu estômago queimava de ansiedade com a expectativa de encontrar o Professor Rocha e o trio. Com o almoço devorado, comprei uma latinha de refri no bar da escola e comecei a andar pelos corredores até o horário da aula de reforço.
– Boa tarde, professor – disse, inseguro, enquanto entrava na sala de aula reservada para o reforço em matemática.
Não havia ninguém ainda, pois eu chegara cedo, como combinado. Rocha estava sentado na mesa do professor, mexendo no celular. Quando me ouviu, largou o que estava fazendo e sorriu — um sorriso terno.
– Boa tarde, Santos.
– Estou atrapalhando o senhor? – perguntei, me aproximando.
– Estava apenas mandando uma mensagem para minha esposa – disse, e então fez um gesto para eu sentar.
Peguei uma cadeira no caminho e coloquei-a ao lado de sua mesa.
– Desculpe por hoje mais cedo, professor.
– Está tudo bem, querido. É só que certos assuntos, apesar de serem naturais, não são coisa que professor e aluno deveriam discutir em público. Entende?
Assenti, aliviado. Temia que as coisas estivessem muito piores entre nós. Foi um alívio perceber que ele só quisera evitar a conversa temendo que soasse estranho para os demais.
– Mas então, me conte – ele continuou – Como foi o “dever de casa”?
Eu sorri de orelha a orelha e respondi:
– Foi ótimo! Eu me sentia chateado por não saber como fazer, mas agora que sei, não consigo mais parar! Só hoje já fiz duas vezes!
– Isso é ótimo, Gui – Ele também sorriu. – Na sua idade, eu também me masturbava bastante.
– E por que não faz mais? – perguntei, intrigado. Como alguém poderia parar de fazer algo tão incrível?!
– Não é que eu tenha parado, mas, à medida que envelhecemos, nossa libido vai diminuindo. Quando eu era adolescente, me masturbava de manhã, de tarde e de noite. Sempre que dava vontade, dava um jeito. Mas agora, uma vez ao dia, e olhe lá! – riu.
– Então não quero envelhecer!
O professor Rocha soltou uma gargalhada genuína que aqueceu meu peito. Quem diria que um professor de matemática poderia ser tão legal? Ele sempre foi muito atencioso comigo, me ajudando com as equações num esforço danado para eu conseguir passar nas provas, mas agora ele me mostrava um lado diferente, um lado que talvez não mostrasse aos outros alunos. E, claro, isso me fazia sentir especial. Talvez até pudesse me abrir mais com ele.
– Envelhecer tem suas vantagens também, não se engane – disse ele, bem-humorado.
– Professor… – hesitei por um momento.
– Sim?
– Melhor deixar pra lá.
– Gui, estou aqui para ajudar – Sorriu.
Ele colocou sua mão sobre a minha novamente. Senti uma descarga de adrenalina, lembrando-me de ontem, quando imaginara aquelas mesmas mãos descendo pelo meu peito, deixando um rastro de formigamento por onde passavam, graças à aspereza de seu toque. Meu pau começou a endurecer, o que tentei disfarçar cruzando as pernas.
Agora que estava me aceitando melhor, não podia deixar de notar que o professor Rocha, apesar de mais velho, era muito bonito. Seus óculos fundo de garrafa lhe conferiam um ar de inteligência que combinava com seu estilo. Sua barba era muito bem aparada, e seu cabelo raspado lhe dava um ar maduro. E, é claro, por trás daquele jaleco, eu agora notava que ele escondia um corpo trabalhado, com músculos volumosos. Seu peito preenchia perfeitamente a camisa bordô clara listrada que usava. E sua calça social evidenciava um volume que fazia meu pau formigar, delineando coxas grandes e firmes.
– E-Eu acho que… – Engoli em seco, suando frio – O senhor promete não contar para ninguém?
– Prometo, é claro!
– Quando eu me masturbo… É normal pensar em outras pessoas? – Desviei o olhar no mesmo instante, com medo de encarar a sua reação.
– É bastante normal, Gui. Geralmente pensamos em nosso objeto de desejo, alguém que achamos atraente ou por quem sentimos algo.
Sim, Pedro era bastante atraente, e Nathan ainda mais. Os garotos mais populares da escola, famosos pelo mau comportamento, atitude arrogante e notas baixas, também eram os mais cobicados entre as garotas. Tanto que haviam arrastado Patrícia por esse caminho.
– Em quem você tem pensado?
O professor Rocha me tirou do devaneio com uma pergunta que fez um calafrio percorrer minha espinha. Retirei minhas mãos das dele num reflexo instantâneo. Por que ele queria saber? Será que tinha percebido algo? Eu até poderia contar sobre Pedro e Nathan, mas assim correria o risco de revelar o acordo secreto. E confessar que havia fantasiado com ele? Impensável.
Ao mesmo tempo, não queria quebrar a confiança que estávamos construindo, então apostei em revelar apenas uma parte da história.
– Ah… Em meninos… Ninguém específico! Só… Bem… – Continuei evitando seu olhar, temendo testemunhar desaprovação. No entanto, contra todas as minhas expectativas, ele foi atrás das minhas mãos e as envolveu com as suas, em um toque firme e carinhoso que me forçou a encará-lo. Ele me fitava com ternura, mas também com um brilho intenso e inquisitivo no olhar.
– Está tudo bem, Gui. Não há nada de errado com isso.
– M-mesmo? – Era difícil sustentar o olhar dele, mas era ainda mais difícil acreditar naquela reação, a mais improvável de todas.
– É claro. Você está numa fase de descobertas. Deixe sua mente fluir livremente. Não a reprima, está bem?
Eu assenti, aliviado. Então estava tudo bem eu imaginar o que eu quisesse! Nossa, que alívio. Assim, não precisaria ficar me martirizando por ter pensado no professor Rocha. Ou em Pedro e Nathan beijando cada centímetro do meu corpo ao mesmo tempo.
– E o que você tem imaginado sobre esses meninos? – ele perguntou. A curiosidade em seus olhos havia aumentado de intensidade; dava para ver que o professor estava genuinamente interessado.
Eu retrai minhas mãos novamente, surpreso com a pergunta. Ela era um pouco íntima demais, mas talvez ele só quisesse me deixar confortável e mostrar que posso contar com ele. Não é nenhum segredo que não tenho amigos por aqui, e o trio está longe de ser isso, pelo menos por enquanto. Seria tão bom ter alguém com quem me abrir de verdade.
– Bem, eu…
Ele fez um gesto para interromper minha fala.
– Tudo bem se não quiser falar – disse ele.
– Tá de boa, professor. Eu só… Bem… Eu tenho imaginado eles tirando a minha camisa, beijando o meu corpo, lambendo meus mamilos, meu pescoço… Hoje mesmo imaginei que um deles… Bem, que ele me puxava para lamber o pau dele… O senhor sabe. Por cima das calças e tal.
– E você chegou a tirar para fora?
– Não imaginei até esse ponto, mas fiquei com vontade de colocar o pau dele na minha boca. I-Isso é normal?
– É sim. Isso se chama sexo oral, inclusive. Você pega o pênis e o chupa, massageando-o com a sua língua.
Senti meu pau latejar ainda mais em meio a minhas pernas cruzadas quando imaginei minha boca envolvendo o pênis de Pedro. Um calafrio percorreu o meu corpo; senti minha boca salivar. Eu precisava tentar!
– Boa tarde, professor!
Yasmin, uma das alunas da minha turma, entrou na sala. Ela chegara para o reforço. O professor Rocha olhou para mim, e eu soube, naquele instante, que o assunto estava encerrado.
– Boa tarde, Yasmin. Pode entrar. Já estava conversando com o Guilherme sobre a matéria. Venha, traga uma cadeira, sente aqui conosco – Ele fez um gesto para ela se aproximar.
Enquanto ela o fazia, notei que o Professor puxou suas calças para cima, ajustando o cinto. Meus olhos percorreram o contorno de sua coxa até vislumbrar, por um breve instante, um volume distinto em suas calças.
Ele pareceu notar meu olhar e o escondeu puxando a mesa para mais perto dele, enquanto me lançava um olhar de advertência. Me encolhi na cadeira, envergonhado. Que situação embaraçosa! Será que ele tinha ficado excitado com o que eu lhe contei?
Até às 15h, realizamos um intensivão de matemática. Eu me concentrei tanto que cheguei a esquecer o trio e a excitação do ocorrido no banheiro com Pedro mais cedo.
Dediquei-me ao máximo a decorar as fórmulas para resolver as equações, já que havia me saído feio na primeira prova. O professor Rocha era um exímio explicador e incrivelmente paciente, nos guiando – eu e a Yasmin – na resolução do mesmo exercício repetidas vezes, sem jamais esboçar frustração. Aos poucos, eu me sentia um pouco mais confiante, não apenas com os números, mas com ele. Começava a enxergar Rocha não mais apenas como um professor, mas como aquele amigo que eu nunca tivera. Um verdadeiro confidente.
Quando encerramos e Yasmin foi embora, Rocha começou a apagar o quadro e então lembrei que havia prometido vigiar a porta para o trio. Eles já deveriam estar esperando há um bom tempo e tinha esquecido de avisá-los da aula de reforço. Peguei minha mochila e corri até a porta, com medo de Patrícia retalhar.
– Ei, Santos! Espere! – O professor Rocha exclamou.
Eu parei na hora, atendendo seu chamado.
– Fique tranquilo, Guilherme. Não irei contar nada para ninguém, está bem? Este é um segredo nosso – Ele esboçou um sorriso.
– Está bem, professor. Obrigado. Pela aula e pelos conselhos! Até mais!
Rocha sorriu, contente e então deixei-o para trás.
– Ei aluno, sem correr nos corredores! – Um oficial exclamou para mim, o que fez eu conter minha velocidade, obrigando-me a andar depressa o que era ironicamente mais cansativo.
Encontrei Patrícia e Nathan sentados no banco ao lado da sala de artes, com Pedro de pé, mãos enfiadas nos bolsos, ao lado deles. Quando me viram, a hostilidade foi imediata: Pedro revirou os olhos com desdém, e Nathan fechou a cara, cruzando os braços com força.
Patrícia ergueu-se num movimento fluido e veio até mim, parando tão perto que eu pude sentir seu perfume doce.
– Onde você estava?! – sussurrou ela, com uma voz baixa e cortante.
– E-Eu estava na aula de reforço de matemática… – gaguejei, puxando as alças da mochila num gesto nervoso.
– Se fizer isso de novo, vou contar pra toda a escola que você é um viadinho! – Cravou o indicador no meu peito, enquanto um sorriso raivoso e divertido estampava seu rosto. Ela claramente se divertia com aquilo.
– Paty, não tem necessidade disso, né? – Pedro interveio, se aproximando corpulento.
– Tá, vamos logo – Nathan resmungou, fazendo um gesto impaciente. – Já perdemos metade da tarde.
– Tá. – Ela revirou os olhos, cedendo. – Você sabe o que fazer, né? – Patrícia perguntou, fixando-me com seu olhar penetrante.
Eu assenti, engolindo seco. – Vigiar a porta e, se alguém se aproximar, avisar.
– Não precisa abrir a porta. Só dá umas batidas que a gente escuta – Nathan corrigiu, pragmático.
– E nada de espiar! – Ela finalizou, apontando o dedo para meus olhos.
Ela e Nathan seguiram na frente. Pedro ficou para trás por um segundo. Sorriu para mim – um sorriso largo e sacana – e então os seguiu. Era mais um que se divertia com a minha desgraça.
Mas, por mais que eu me odiasse por obedecê-los, meu coração batia acelerado por estar, de alguma forma, incluído. E batia mais forte ainda por estar perto de Pedro após a interação desta manhã.
Não demorou para que encontrassem a sala do sexto ano aberta.
– Não acredito que finalmente vou ter um tempo com vocês só para mim – disse Patrícia, irradiando sorrisos. Ela agarrou Pedro e Nathan pela gola das camisas e os puxou para dentro da sala com uma força que não aparentava.
A porta se fechou atrás de mim, e um silêncio pesado pairou no corredor, sendo interrompido apenas pelo ocasional arrastar de uma carteira ou um riso abafado vindo de dentro.
Sentei no banco ao lado, tentei tirar As Crônicas de Nárnia da mochila para ler, mas é claro que era inútil. Minha camisa já começava a ficar encharcada de suor, e o tecido grudava nas minhas costas pelo nervosismo. Minhas mãos tremiam tanto que mal conseguia segurar o peso do livro.
Aquilo era uma loucura sem tamanho. Eu poderia ser suspenso – ou pior, expulso – se alguém me pegasse acobertando aqueles três. E, no entanto, ali estava eu. Cuidando da porta como um cão de guarda, com o ouvido aguçado para qualquer passo no corredor e com o pau latejando de ansiedade e uma excitação perversa que me envergonhava.
Agora estava claro como a água o plano de Patrícia. Ela sempre quisera aquilo, desde o começo, mas precisava de um bode expiatório, um idiota útil para ser a sentinela. A minha mente não parava de imaginar: o que ela estaria fazendo com eles? Estariam desabotoado a roupa dela? Lambendo seu corpo inteiro, como eu mesmo imaginei eles fazendo comigo?
Seria uma loucura, é óbvio. Eles provavelmente apenas se beijavam, com Patrícia alternando entre a boca de Nathan e a de Pedro. Eles não seriam loucos a ponto de ir além dentro do colégio... certo?
Apertei meu pau, que teimava em ficar duro contra a minha vontade. Estava latejando, insuportavelmente rígido, e a vontade de tirá-lo para fora ali mesmo e aliviá-lo me consumia por dentro. Eu sentia a umidade do pré-gozo verter, enchendo minha cueca. Era ansiedade ou tesão? Já não sabia mais distinguir, mas precisava ver com os meus próprios olhos. Precisava saber se Patrícia estava mesmo transando com eles…
Levantei, sentindo o ar faltar em meu peito. Não havia uma alma no corredor para notar o volume obsceno em minhas calças. Com cuidado, quase sem respirar, segurei a maçaneta e girei, abrindo uma fresta minúscula e silenciosa.
Mas nada no mundo poderia me ter preparado para o que vi.
Patrícia estava deitada sobre a mesa, a camisa aberta, o sutiã jogado no chão, os seios – pequenos e claros – totalmente à mostra. Sua saia estava arregaçada até a cintura, e as pernas balançavam no ar a cada estocada profunda que Nathan, de calças e cueca arriadas – exibindo uma bunda firme e perfeitamente esculpida – desferia nela.
E do outro lado da mesa, de frente para Nathan e com um sorriso carnal de tesão, estava Pedro, também de calças arriadas, enfiando seu pau grosso na boca de Patrícia, que fazia força para engoli-lo por completo, num esforço óbvio para abafar os gemidos. Ele agarrava os seios dela, apertando e pinçando os mamilos, fazendo--a estremecer.
Levei a mão ao meu pau, apertando-o por cima do tecido molhado. A vontade de me masturbar era física, avassaladora, mas tive que resistir com toda minha força. De costas para o corredor, eu era a única sentinela. Se falhasse, estávamos todos perdidos.
Respirei fundo, fechei a porta com um click quase inaudível e sentei no banco. A imagem não saía da minha retina: Patrícia sendo completamente dominada, usada pela boca e pela buceta por Pedro e Nathan.
Meu coração apertou-se num nó de desejo tão forte que doía. Eu queria estar no lugar dela. Ou melhor, queria ser mais um naquela sala. Só de imaginar aquele pau grosso de Pedro esfregando na minha cara, o gosto salgado dele, ou ter minhas pernas erguidas pelas mãos fortes de Nathan e sentir seu pau invadindo meu rabo…
Apertei o pau novamente, com força, tentando me conter. Se continuasse naquele caminho, teria que correr para o banheiro e gozar como se fosse algum tipo de animal.
Depois de alguns minutos, a porta se abriu. Eles saíram, com a pele levemente corada pelo suor. O uniforme todo amarrotado; Nathan ajeitava a camisa para dentro da calça, enquanto Pedro nem se importou.
– Alguém passou por aqui? – Patrícia perguntou.
– Não. Ninguém – disse, a voz um fio. Levei as mãos aos bolsos, disfarçando o volume ainda evidente nas minhas calças.
– Ótimo – Ela suspirou, alisando o peito de Pedro e revelando, por um instante, seu torso definido e com pelos aparados. – Amanhã, veja se chega mais cedo. Mal deu tempo de aproveitar direito.
– É – Nathan concordou. – E valeu por cuidar da porta pra gente.
Ele deu dois tapinhas no meu ombro e piscou, o que fez minhas pernas tremerem. Estava lindo como sempre, mas agora especialmente gostoso, com aquelas bochechas coradas de tanto foder.
– C-capaz. Não foi nada – sorri, sentindo o rosto arder de vergonha e excitação.
Patrícia riu da minha cara e acenou para os meninos a seguirem. Nathan foi na frente, e Pedro parou na minha frente, me encarando.
– Sabia que você ia fazer a escolha certa.
– Quando é que a Patrícia vai me deixar entrar?
– Sei lá. Mas continua vindo que uma hora ela deixa. Mas tu não é viado? O que você quer com a Patrícia?
– N-Nada. Deixa pra lá – desviei o olhar. Não sabia se ele estava me testando ou se realmente não havia entendido. Mas a conversa já estava me deixando com o rosto em chamas.
– Então até amanhã – fez um gesto de tchau. – E, ah! Vê se troca essa boina esquisita que você usa. Esse modelo francês é muito melhor – apontou para a própria.
– T-tá bem. Pode deixar.
Cheguei em casa e, ainda a caminho do quarto, fui me desfazendo das roupas: desafivelei o cinto, abri o zíper e meu pau saltou para fora, duro e já molhado de tanto pré-gozo acumulado durante a tarde. Deixei a calça no chão, a camisa e a boina para trás, até chegar à cama.
Me masturbei com gestos rápidos e desesperados, um calafrio percorrendo minha espinha.
O gozo não demorou e veio farto como nunca, depois de um dia inteiro de tesão contido. Os jatos chegaram ao meu pescoço, e pingos esparsos salpicaram meu rosto. Limpei-os com a mão e levei os dedos à boca, provando o gosto salgado, imaginando que era a porra de Pedro que eu experimentava.
Meu pau reagiu à imagem, latejando uma última vez antes de começar a amolecer.
Mal podia esperar pelos próximos dias, quando finalmente seria convidado a entrar. Só de imaginar as mãos e os lábios de Pedro e Nathan explorando meu corpo, eu corava. Sabia que aquela masturbação não seria o suficiente para me aliviar. Precisava de mais — muito mais — para acalmar o desejo que me consumia.
Naquela tarde, gozei mais duas vezes.
E, no silêncio úmido do quarto, o arrepio do último espasmo deu lugar a um vazio. A respiração acalmou, o corpo afundou no colchão, mas a cabeça seguia a todo vapor, repetindo em loop as mesmas imagens, os mesmos beijos e mãos que me escapavam.