A liberdade que nos une capítulo 06

Um conto erótico de Corno da Fah
Categoria: Heterossexual
Contém 842 palavras
Data: 06/10/2025 20:45:18
Última revisão: 06/10/2025 20:48:00

Capítulo 6: A Linha Cruzada

O meu "sim" havia sido dado. O passe livre, outorgado. O frio na barriga e o tesão gigantesco duelavam dentro de mim enquanto esperava, sozinho em casa. Desta vez, não haveria fotos ou áudios em tempo real. O rapaz, Ricardo, era um desconhecido inocente na nossa teia. Para ele, era uma simples paquera num happy hour. Para nós, era a materialização de um fetiche anos em gestação.

A porta abriu muito depois do que eu esperava. Fah entrou, e o ar da sala mudou. Ela não estava apenas despenteada; estava transformada. Seus olhos tinham um brilho embaçado, de vinho e desejo saciado. Seu batom estava quase inexistente, mas seus lábios estavam levemente inchados. Ela tirou os sapatos altos e veio até o sofá onde eu estava petrificado.

Sentou-se ao meu lado, mas não me tocou. Ficou olhando para as próprias mãos, como se elas tivessem uma história própria para contar.

"Então?" minha voz saiu áspera, rouca.

Ela respirou fundo e começou, num sussurro carregado de verdade, um relato cru que era tanto uma confissão quanto uma provocação.

"Ele me beijou na pista de dança primeiro. Foi... intenso. Diferente de você. Mais urgente, mais sujo. E eu gostei. Gostei da língua dele, do jeito que ele puxava meu cabelo." Ela fechou os olhos, revivendo. "A gente saiu para 'pegar um ar'. Fomos para o estacionamento. Ficamos encostados no carro dele, se beijando. E foi aí que... a coisa fugiu do controle. Completamente."

Ela abriu os olhos e me encarou, e eu vi um misto de culpa e puro triunfo em seu olhar.

"Eu não consegui me controlar. Foi igual na nossa primeira vez no carro, lembra? Aquele tesão que simplesmente toma conta e apaga qualquer pensamento. Suas mãos subiram minha blusa e ele... ele pegou meus seios por cima do sutiã. Ele apertou com uma força que doeu, mas doeu de um jeito gostoso. E eu... eu deixei. Deixei e gemi. Sussurrei 'isso' no ouvido dele."

Eu sentei mais ereto, o corpo todo em alerta, ouvindo cada sílaba com uma concentração absoluta. "E daí?"

"Daí... ele abriu a porta de trás do carro. E eu entrei. Eu entrei, amor. Sabendo que você estava em casa, sabendo que era pra ser só um beijo... eu entrei no carro de outro homem. E dentro daquele espaço apertado, tudo aconteceu tão rápido... A gente se beijou como se o mundo fosse acabar. Ele puxou meu vestido pelo decote, expôs meu sutiã... e então a boca dele... a boca dele estava nos meus seios. Chupando, mordiscando. Eu estava arqueando as costas no banco, segurando a cabeça dele lá."

Ela fez uma pausa dramática, engolindo seco.

"E então... então suas mãos desceram. Ele puxou minha calcinha só de lado, amor. Só pro lado. Nem tirou. E eu... eu também não parei. Não pensei. Nem lembrei de camisinha, nem de nada. Só existia aquele calor, aquele suor, a necessidade... Ele abriu o zíper, e... e..."

Ela encostou a cabeça no encosto do sofá, olhando para o teto, ofegante.

"Ele entrou em mim. De uma vez. Sem nada. Senti... tudo. Cada centímetro. Era diferente de você. Mais quente, ou era a minha cabeça? Ele me encheu de um jeito... brutal. E eu gostei. Gemi o nome dele. Ricardo. E ele começou a se mover, e eu me entreguei. Foi rápido, foi selvagem, foi... nojento e maravilhoso. E no meio daquilo tudo, eu gozei de novo. Um orgasmo mais forte que o primeiro, que veio com um choro. E ele... ele gozou dentro de mim. Senti o jorro, quente. Muito."

O silêncio que se seguiu era pesado, carregado da verdade mais crua possível. Ela havia não só cruzado a linha; ela a tinha demolido.

"Ele quis ficar mais, tentar outra vez, mas eu empurrei. Saí do carro, com as pernas tremendo, com ele escorrendo pelas minhas coxas por dentro da calcinha. Arrumei minhas roupas o melhor que pude e vim para casa. Trouxe o cheiro dele na minha pele, a lembrança dele no meu corpo, e... e a marca dele dentro de mim."

Ela se virou para mim, seus olhos agora implorando por uma reação, qualquer uma.

"Eu te traí da pior forma possível. Sem proteção, sem controle, como uma puta. E a parte que mais me assusta... é que eu não me arrependo. E a parte que mais me excita... é ver você ouvindo isso, e saber que, no fundo, isso aqui..." ela apontou para a minha calça, onde uma ereção inegável pressionava o tecido, "...é a sua resposta para a sua namorada ter virado a puta de outro homem."

Ela tinha razão. Eu estava completamente dominado por uma tempestade de emoções – ciúme, raiva, preocupação com a saúde dela, mas acima de tudo, um tesão doentio e avassalador que transformava cada palavra suja em uma carícia perversa. Ela havia mergulhado de cabeça no abismo, e eu, que a empurrei, agora via-me obrigado a encarar as consequências de um jogo que não tinha mais regras. A única coisa clara era que nada mais seria como antes.

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