A festa foi na sexta. Uma daquelas noites que começam leves e terminam completamente fora de controle. A casa estava cheia, música alta, bebida à vontade. O clima era descontraído, mas havia algo no ar. Algo diferente. Um olhar que durava segundos a mais. Um sorriso com duplo sentido. Uma tensão silenciosa.
Maurício, o melhor amigo do meu marido, estava lá — como sempre que tem festa. A diferença é que, dessa vez, ele ia dormir o fim de semana inteiro em casa, hospedado no quarto de hóspedes. Bonito era pouco. Era o tipo de homem que carrega pecado no corpo. Ombros largos, tatuagens pelos braços, olhar firme, e um sorriso sacana que sabia o que fazia com uma mulher. Todas minhas amigas já tinham comentado sobre ele.
E naquela noite, eu também não consegui mais fingir indiferença.
Meu marido foi o primeiro a desabar. Bebeu além da conta, tropeçava nas palavras e já não conseguia se manter de pé. Eu e Maurício rimos da cena, tentando levar ele pro banheiro pra um banho. Eu estava com um vestido curto, colado ao corpo, e na hora de ajudar, me molhei toda.
— “Você vai acabar pegando uma gripe assim, toda molhada”, ele disse com um sorriso, enquanto seus olhos desciam pelas minhas pernas expostas, pingando.
— “Banho nele primeiro… depois penso em mim”, respondi, rindo.
Tiramos a camisa do meu marido, jogamos ele debaixo do chuveiro e fizemos o possível. O banheiro virou um caos, eu toda encharcada, ele rindo da situação. Quando conseguimos colocar o bêbado na cama, foi quando tudo mudou.
Estávamos os dois na sala. Eu tentando secar o cabelo com uma toalha, ainda rindo da situação, e ele encostado na bancada da cozinha, sem camisa, segurando uma cerveja.
— “Você devia ir trocar essa roupa…”, ele disse, com a voz baixa.
— “E você devia pôr uma camisa, se não vou acabar fazendo merda…”
O silêncio caiu. A tensão explodiu.
Ele largou a cerveja. Deu dois passos. Parou na minha frente. Me olhou nos olhos como quem pergunta “é isso mesmo?”. Eu fiquei imóvel. Sem coragem de dizer sim, nem força pra dizer não.
Então ele me puxou pela cintura.
O beijo foi selvagem, quente, necessário. Suas mãos seguravam meu rosto como se quisessem memorizar cada traço. Em segundos, ele já puxava meu vestido por cima da cabeça, jogando no sofá. Eu tirei o sutiã com a respiração ofegante. Ele lambeu meus seios devagar, mordendo os mamilos, enquanto me encostava na parede da sala.
— “Você tem noção do quanto é gostosa?”, ele sussurrou no meu ouvido, com a voz rouca.
— “Você não devia estar fazendo isso…”, tentei dizer, mas já com as pernas abertas, sentindo seu pau duro roçando na minha coxa.
— “Então me manda parar.”
Eu não mandei.
Ele me virou de costas, me inclinou sobre a mesa da sala de jantar, e ali mesmo me penetrou pela primeira vez. Devagar, fundo. Eu mordi a toalha de mesa pra não gemer alto demais. Ele segurava minha cintura com força, as tatuagens marcadas em seus braços tremendo de tensão.
— “Assim… assim mesmo. Você é minha agora”, ele murmurava, enquanto acelerava os movimentos.
Depois me virou de frente, me sentou na beirada da mesa, abriu minhas pernas com pressa e me chupou como se estivesse faminto. Sua língua explorava tudo. Eu segurei seus cabelos, gemendo baixinho, me derretendo ali mesmo. O primeiro orgasmo veio rápido, forte, com minha cabeça tombando pra trás e a boca aberta em êxtase.
E a noite só estava começando.
Ele me pegou no colo, me levou pro quarto de hóspedes. Lá, deitamos na cama e começamos tudo de novo. Me colocou por cima, me segurando pelos quadris, me guiando com força, enquanto me olhava direto nos olhos.
— “Cavalga pra mim… isso… mais rápido… olha pra mim enquanto goza…”
Depois, me deitou de lado, me envolveu num abraço quente e penetrou de novo, me acariciando, me beijando nas costas.
E quando me colocou de quatro, ele parou por alguns segundos.
— “Puta merda… suas tatuagens nas costas… você assim… de quatro… é a visão mais fodida de desejo que já tive.”
Ele segurava minha cintura, batia com força, gemia no meu ouvido. O som da pele contra pele, os gemidos abafados, o quarto cheio do cheiro do nosso sexo.
Gozei mais uma vez, tremendo, com o corpo entregue. Ele também. Ficamos deitados, exaustos, ofegantes.
Fomos pro banho. Mais uma transa. Me encostou na parede do boxe, me levantou com os braços fortes, e me fez gozar de novo.
Dormimos juntos até quase 7h da manhã.
Levantei devagar, vesti uma camiseta, e fui direto pra cozinha fingir que estava preparando o café da manhã. Meu marido ainda dormia profundamente, e eu tremia por dentro, com as coxas doloridas, os lábios marcados e um sorriso escondido.
Mas a história não acabou.
Maurício ficou o fim de semana inteiro em casa.
Durante o sábado, agimos como se nada tivesse acontecido. Mas os olhares… os toques sutis… as provocações silenciosas… diziam tudo.
À tarde, enquanto meu marido dormia no sofá da sala, cansado da ressaca, fui buscar roupa no quarto de hóspedes. Ele estava lá.
— “Veio sentir saudade do que é bom?”, ele disse com aquele sorriso sacana.
Fechou a porta. Me encostou contra ela. Em segundos, já estava com a mão dentro da minha calcinha, me masturbando com precisão, me beijando com desejo bruto.
— “Fica quietinha… não pode fazer barulho agora.”
Gozei de pé, com ele me segurando, lambendo meus dedos depois.
Domingo de manhã, foi a despedida. Ele me abraçou mais apertado que o normal.
— “Foi errado… mas foi a melhor coisa errada da minha vida”, ele disse no meu ouvido.
— “Eu nunca vou esquecer”, respondi.
E nem esqueci.
Porque até hoje, quando fecho os olhos, ainda sinto o calor das mãos dele na minha pele.
E sei que, se ele voltar…
Eu não vou resistir de novo.
🖤 FIM.