A SAGA DE UMA FAMÍLIA 7

Um conto erótico de Carlos Contista
Categoria: Heterossexual
Contém 894 palavras
Data: 30/10/2025 00:10:45

Leia os capítulos anteriores, em sequência, para melhor leitura e diversão.

Meses depois desse reencontro, a Rose me liga e diz que achou a carta que sua mãe deixou pra mim. Ela já havia falado nessa carta, deixada pela Érica para que ela me entregasse, mas a havia perdido entre as coisas de sua mãe; hoje, a encontrou. Fui lá ver a carta.

Fiquei lívido, perplexo e chocado!

- Carlos, amor eterno, jamais te esqueci, e não posso ir embora sem te deixar saber que o Rafael era estéril, não podia gerar filhos. És o pai da Rose, essa linda mulher que te entrega essa carta. Pelo amor que tivemos em vida, cuida da tua filha para mim. Te amo e amarei neste resto de vida e nas próximas. Ame a Liane por mim. Sempre tua, Érica.

Silêncio absoluto, por minutos ... boquiaberto ... sem ação ... sentei para não cair! Meu amor por Rose devia ser amor de pai, não de macho, paternal, não sexual, normal, não incestuoso, mental, não físico ... se Rose engravidasse, eu seria pai do meu neto, ou avô do meu filho! Uma bofetada no meu rosto me trouxe de volta à realidade ...

- Rua daqui, agora, pervertido, nunca mais quero te ver pela frente. Some, desgraçado, meu pai desnaturado ... criminoso ... vai embora logo, nunca mais aparece aqui!

Ela tinha razão! Senti-me o último dos mortais, sujo, depravado, abusador desmedido, baixei a cabeça e fui saindo de mansinho, ouvindo o soluçar da filha e suas condenações ao fogo do inferno, ao buraco negro das almas condenadas ao desespero perpétuo. Acho que chegou a hora de dizer adeus a essa vida torta que assumi, ainda que na ignorância, e passei a planejar a forma de apressar minha descida para a sepultura. Uma dose de veneno me pareceu a melhor forma, alguns minutos de agonia e a dor se acabava de uma vez. Após uma semana de intensa busca, encontrei uma cápsula de cianureto de potássio e comprei na internet; assim que recebe-la, a agonia acaba.

A portaria do condomínio acaba de me avisar que chegou uma encomenda para mim ... o fim do pesadelo está chegando e meu desespero acabará em minutos. Caminho até a portaria para buscar meu libertador, aquele pequeno mas poderoso comprimido que irá eliminar para sempre as sombras que carrego no peito, as dores da alma que a carta da Érica trouxeram. Retiro o pacote e volto para casa.

Já preparei tudo para a partida. No grupo da família deixei mensagem pronta, para disparar logo após tomar o veneno e não tornar ninguém suspeito pelo meu ato. Não digo o real motivo, mas a Rose saberá, só a Rose saberá! Rezo para que ela não sinta culpa pela minha atitude, só minha, de mais ninguém, motivada exclusivamente pelos meus atos passados ... o passado condena!

Din, don, dindin, dondon, din don ... faz meu celular. Nunca mais vou atender mais esse chato ... din, don, dindin, dondon, din don, repetiu ... olhei a tela ... ROSE chamando!

- Alô, Rose!

- Carlos, vem aqui, me perdoa ter te batido, preciso que venhas aqui, preciso te pedir perdão e dar um beijo onde minha mão te acertou, tu me perdoa? Vem aqui? Me perdoa, meu amor ...

Tudo isso ela falou chorando, soluçando ... e eu também chorava, escancaradamente! Não pude resistir ao apelo e fui até a casa dela. Ela me esperava na porta, linda, maravilhosa, a imagem mais bonita que eu poderia querer, naquele momento, sorridente, de braços abertos querendo me abraçar, braços abertos, coração aberto, mente aberta ... literalmente, tudo aberto para mim.

- Querido, me perdoa, me desculpa, enlouqueci quando entendi a situação toda, surtei quando me dei conta que fiz sexo com meu pai dezenas de vezes, e adorei ... o incesto me enlouqueceu. Deixa eu te abraçar, te beijar, seja meu pai e meu amor pelo resto da vida, eu te amo, meu amor, meu pai, meu gostoso, tudo o que quero na vida tá aqui nos meus braços, agora!

E me abraçou e beijou desesperadamente, e alisou meu corpo todo e foi me pelando e levando para o sofá da piscina, onde tudo começou ... e, agora, estava recomeçando! Que seja eterno enquanto dure!

E eu não tomei o cianureto. Tá lá em casa, guardado, até o dia em que, meio bêbado, tome ele por engano!

Ah! Ninguém da família entendeu nada quando chegou na minha casa e me encontrou trabalhando na horta, feliz da vida (no dia seguinte à visita para a Rose, disparei, sem querer, a mensagem que estava na caixa de saída do whatsapp e todo mundo achou que me encontraria sem vida – tinha até gente vestida de preto). Ah, ah, ah ... tudo acabou em pizza com cerveja!

E a Rose?

A Rose vive comigo, agora, com nossa filha Aline linda, uma cópia reduzida da vó Érica, a mãe de todas, a inesquecível, primeira e única. Temos um sítio nos arredores da cidade com bastante espaço para plantar, criar animais, nos divertir: uma bela piscina, salão de jogos, cinema e até um galpão rústico para reuniões musicais e churrascadas. Vivemos bem, uma vida meio reclusa pela distância da cidade, mas serena, leve, sem atropelos e a velocidade da cidade grande. Aline estuda pela manhã, na cidade, uma escolar a carrega ida e volta; uma vez por semana vou à cidade, mercado, açougue, farmácia ... Rose vai mais: cabeleireiro, manicure, shopping, compras miúdas ... uma vida simples, mas confortável. (segue)

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