GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [89] ~ PENULTIMO CAPITULO

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 6049 palavras
Data: 28/10/2025 07:25:37
Assuntos: conto, Gay, Historias, Romance

Após o anúncio do Luke, eu voltei rapidamente para o quarto, havia algo hipnotizante em admitir a verdade naquele momento. Sentado no chão do quarto de hóspedes, com o coração disparado e o corpo ainda tremendo dos ecos daquilo que Carlos havia despertado em mim, eu finalmente conseguia enxergar com clareza absoluta: era ele. Sempre havia sido ele.

Não era simples. Meu corpo ainda sentia os resquícios de Luke, aquele conforto que havia me envolvido durante anos como um cobertor morno em noite fria. Mas conforto não era o suficiente. Luke era a sensação de casa, mas Carlos era a sensação de estar vivo. E eu havia passado tanto tempo adormecido que havia esquecido como era bater o coração desta forma — selvagem, frenético, completamente fora de controle, eu o havia escolhido.

Essa verdade pulsava em mim como uma segunda pulsação, como se houvesse uma parte inteira de mim nascendo naquele momento. Mas com a escolha veio também o peso. O questionamento não saia da minha mente — por quê não Luke? A pergunta ecoava, insistente, culpada. Por quê desistir da segurança? Por quê trocar o previsível pelo caótico? Por quê sacrificar a estabilidade que tanto havia custado construir?

Mas havia uma resposta também, tão clara quanto a pergunta: porque você não aguenta mais fingir.

Meu telefone, ainda em minha mão, exibia a mensagem de Carlos — aquela caixa de texto que ele havia digitado com tanta confiança, como se soubesse exatamente qual seria meu destino. Meus dedos tremiam sobre a tela. Havia tanta tentação em abri-la agora, em conhecer aquelas palavras que Carlos havia escrito com tanta certeza em meu futuro.

Mas não. Ele havia me pedido para esperar, e pela primeira vez em muito tempo, eu confiava em alguém o suficiente para obedecer.

Saí daquele quarto com as pernas bambas, com a roupa meio destroçada e o rosto corado. Lá embaixo, a festa havia tomado uma dimensão completamente diferente daquela que eu havia imaginado.

O ambiente estava errado. Eu conseguia sentir isso na pele, como um formigamento constante que não queria desaparecer. As luzes ainda piscavam, a música ainda tocava, mas havia uma tensão que havia infiltrado cada canto daquele salão — uma tensão que ninguém conseguia dar nome, mas que todos conseguiam sentir.

As pessoas sussurravam. Não de forma aberta, mas daquele jeito que faz você saber que algo não estava certo. Os olhares se cruzavam, as sobrancelhas subiam, os sorrisos ficavam forçados. Minha mãe tinha aquele olhar investigador que eu odiava, aquele que dizia "algo aconteceu aqui e você vai me contar". Meu pai simplesmente bebia em silêncio, observador como sempre.

E Luke...

Meu Deus, Luke estava lá em baixo, dançando. Ou melhor, fingindo dançar. Seus movimentos eram mecânicos, sua risada era alta demais, seus gestos eram todos aquele tipo de coisa que você faz quando está tentando desesperadamente provar que está tudo bem quando absolutamente nada está bem. Ele suava, não da dança, mas da ansiedade. Eu conseguia ver em cada tensão de seus ombros, em cada piscada de seus olhos.

Alguns convidados já começavam a se despedir. Desculpas vagas: "cansado", "amanhã tem trabalho", "será que não está chovendo lá fora?". Ninguém queria ficar naquele ambiente que havia se tornado pesado, claustrofóbico, como se o próprio ar houvesse virado lama.

E então eu vi Carlos descer as escadas, ele entrou no salão como se nada tivesse acontecido — o uniforme impecável, o cabelo perfeitamente penteado, aquele sorriso enigmático nos lábios. Ele era um ator consumado, ou talvez simplesmente estivesse em paz com a tempestade que havia criado. Eu não sabia qual era a resposta, mas sabia que precisava falar com ele. Precisava estar perto dele. Precisava de confirmação que aquilo havia acontecido de verdade.

Não havia plano. Simplesmente me levantei da mesa, desculpei com a tia de alguém, e fui até ele. Carlos me viu chegar e aquele sorriso se expandiu, tornando-se mais real, mais inteiro.

Nos encontramos num canto relativamente isolado, perto do bar, onde a música era um pouco mais alta e ninguém conseguia ouvir nossas palavras além de sussurros que se perdiam no caos sonoro da festa que desintegrava.

— Posso abrir a mensagem agora? — perguntei, passando a língua nos meus lábios, aquele gesto nervoso que eu sempre fazia quando a ansiedade tomava conta. Minha vontade real era beija-lo ali mesmo, em frente a todos, gritar para o mundo inteiro que havia feito uma escolha, que finalmente havia escolhido.

Carlos me olhou com aquele brilho nos olhos que era especificamente dele — aquela mistura de arrogância e ternura que só ele conseguia combinar sem parecer ridículo.

— Digamos que não precisa — respondeu, sua voz baixa o suficiente para apenas eu ouvir. — Eu já sabia. E acho que no fundo você também sabia que seria eu. A mensagem... — ele fez uma pausa dramática — é apenas confirmação. Mas se quiser abrir, sim, pode. A resposta era que seria eu.

Ele sorriu, não aquele sorriso feroz de antes, mas algo mais suave, mais humano.

— Porque você é meu, Lucas. Você sempre foi meu. Desde aquele dia no ensino médio quando você achava que eu era o pior ser humano do planeta. Você foi meu naquele dia também.

Meu peito acelerou. Tudo acelerou.

— Eu te amo muito — disse, as palavras saindo como uma confissão que havia mantido presa por semanas, meses, talvez anos. — Ainda não sei como tudo isso vai funcionar. Ainda tenho medo. Mas só quero saber de te beijar, de te amar, de te sentir perto de mim. Só isso. Só você.

— Eu também te amo muito — respondeu Carlos, e pela primeira vez naquela noite, não havia nada de performance em sua voz. Havia apenas verdade, pura e simples. — E vamos fazer isso funcionar porque você não deixa de fazer nada, funciona quando quer de verdade. E você me quer. Você me escolheu, e então o Luke chegou.

Não havia dramaticidade em sua aproximação. Ele simplesmente apareceu, caminhando com aquela graciosidade que sempre o caracterizou, os olhos vermelhos mas o rosto controlado. Quando chegou perto de nós, eu senti meu coração desacelerar, uma culpa absurda e avassaladora tomando conta de cada célula do meu corpo.

Luke olhou para nós por um longo momento. Não havia raiva em seu rosto. Isso era o pior — se houvesse raiva, eu poderia lidar com aquilo. Mas havia apenas uma tristeza tão profunda que parecia ter sido esculpida em seus ossos.

— E então? — perguntou simplesmente. Foi tudo que disse a princípio.

Eu não consegui responder. Foi Carlos quem falou primeiro:

— Olá, Luke.

— Parabéns — disse Luke lentamente, estendendo a mão para Carlos em uma oferenda de paz que ninguém esperava. — Você venceu.

Carlos apertou sua mão. Havia respeito em aquele gesto, algo que eu não entendia completamente até naquele momento — que havia amor também ali, só que de uma forma diferente. Era o respeito de dois homens que haviam lutado a mesma batalha, não necessariamente um contra o outro, mas contra o tempo, contra o destino, contra a própria natureza de quem eles eram.

— Devo dizer que você foi um bom concorrente desde o ensino médio — respondeu Carlos, sua voz firme mas não cruel. — Sempre foi bom. Você apenas... você não era aquilo que ele precisava. Não porque não seja suficiente. Mas porque algumas pessoas simplesmente não encaixam, não importa o quanto você tente.

Luke respirou fundo e olhou para mim. Seus olhos encontraram os meus e eu senti como se caísse através de todos os anos que tínhamos passado juntos — anos bons, anos reais, anos que nunca deixariam de importar.

— Mas será que você venceu a guerra, ou apenas a batalha? — perguntou Luke, e havia uma profundidade naquela pergunta que transcendia as palavras.

— Espero que a guerra — respondeu Carlos depois de uma pausa que pareceu uma eternidade. — Seria tolice da sua parte se Lucas voltasse para você depois de tudo isso. Seria tolice dele também, honestamente.

Luke assentiu lentamente, aquele pequeno gesto contendo uma compreensão que ia além da aceitação. Era resignação, talvez. Ou simplesmente o reconhecimento de que algumas coisas estavam além de nosso controle.

— Nesse ponto você tem razão — disse Luke, e então se virou para mim, seu olhar explorando meu rosto como se estivesse tentando memorizar cada detalhe. — Lucas, eu preciso que você entenda algo. Eu te amo. Sempre vou te amar. Mas amar você foi como tentar segurar água com as mãos abertas — quanto mais força eu fazia, mais você escorria entre meus dedos.

Minha visão começou a ficar borrada. Lágrimas, não esperadas, começaram a queimar meus olhos.

— Eu sinto muito — sussurrei.

— Eu sei — respondeu Luke. — E é por isso que tudo isso dói tanto. Porque você sente de verdade. Porque você não é uma pessoa ruim. Você é apenas alguém que escolheu diferente.

Ele fez uma pausa, respirando fundo como se estivesse reunindo coragem para as próximas palavras.

— Eu acho que você venceu — continuou, usando as palavras de Carlos, mas dando a elas um significado completamente diferente. — Acho que o Carlos venceu. Acho que não temos mais nada de verdade entre a gente, sabe? Sinto que hoje foi nosso ponto final. Não era como eu imaginei. Não era em um casamento com todos celebrando. Não era com você seguindo comigo para o altar. Mas acho que foi o melhor para os dois nós.

— Luke... — tentei falar, mas ele levantou a mão.

— Deixa eu terminar — pediu, e havia tanta maturidade em seu rosto que eu mal reconhecia o homem em frente a mim. — Da minha relação com você, Lucas, vou lembrar das coisas boas. Vou lembrar daqueles dias quando você era feliz. Vou lembrar do seu sorriso, daquela forma como você ria quando algo realmente engraçado acontecia. Vou lembrar de como você dançava sozinho na cozinha quando pensava que ninguém estava olhando. Essas são as coisas que eu vou guardar.

Ele se virou para Carlos, seus olhos encontrando os dele com uma intensidade que revelava camadas de sentimentos que nunca seriam totalmente articulados.

— E você, Carlos — continuou Luke, sua voz ganhando força. — Você o machucou muitas vezes. Você o moldou, o desafiou, o fez questionar tudo sobre si mesmo. Mas também o fez crescer. Você viu o homem que ele poderia ser quando ele ainda era apenas um garoto assustado. Então tudo que eu peço — e isso é a coisa mais importante que vou pedir na minha vida — é que você cuide bem dele.

Carlos abriu a boca para falar algo, mas Luke continuou:

— Tem uma música de Henrique e Juliano que se chama "Cuida Bem Dela". Se você não conhece, quero que você ouça. Porque basicamente a música fala tudo que precisa ser dito neste momento. Ela fala de dar a pessoa que você ama para alguém que você sabe que vai cuidar. E eu estou fazendo exatamente isso. Estou te dando Lucas porque eu vejo em você alguém que, apesar de todos os seus problemas, de toda sua intensidade, de todo aquele caos que você carrega — eu vejo alguém que está completamente apaixonado por este homem.

Lágrimas escorriam livremente agora. Pelo rosto de Luke também.

— Não quero me prolongar — disse Luke, e havia uma tristeza na sua voz que era tão real, tão palpável que parecia física. — Tenho que manter minha dignidade em algum lugar desta noite, certo?

Ele fez uma tentativa de sorrir, mas não funcionou.

— Seja feliz — continuou, estendendo a mão para Carlos novamente. — Ambos vocês. Porque a vida é muito curta para não estar com a pessoa certa. E ele é a pessoa certa para você. Eu já aceitei isso há muito tempo, mesmo que tenha levado até hoje para admitir em voz alta.

Então Luke fez algo que ninguém esperava. Ele abraçou Carlos. Não foi um abraço rápido ou superficial. Foi real, sincero, com o peso de todos os anos que eles haviam passado sendo rivais, sendo inimigos, sendo duas forças opostas que giravam ao redor de uma mesma gravitação.

— Cuida bem dele — sussurrou Luke nos ouvidos de Carlos, e quando se afastaram, havia lágrimas em ambos os rostos.

Luke me olhou uma última vez. Não tentou me abraçar. Talvez soubesse que se o fizesse, ele não conseguiria sair dali. Talvez soubesse que um abraço meu o quebraria completamente.

— Adeus, Lucas — disse. — Verdadeiramente adeus.

E então ele se virou e começou a caminhar. A multidão abriu um caminho para ele, como se tivessem testemunhado tudo que havia acontecido. Quando Luke chegou à porta, ele parou por um momento, olhando para trás apenas uma última vez. Depois saiu, virou as costas, e nunca mais voltou.

Eu estava prestes a recomeçar tudo com Carlos. Era uma nova história. Um novo livro. Um novo capítulo que eu escrevia com as próprias mãos, mesmo que não soubesse para onde estava indo.

Eu sabia que muitas pessoas me julgariam. Porque eu era alguém sexualmente ativo e isso ainda incomodava as pessoas — mesmo em 2022, mesmo quando o mundo inteiro estava repleto de nuances e complexidades que deveriam ter destruído os julgamentos binários há tempos. Porque eu não havia mostrado "maturidade" — como se a maturidade significasse resignação, como se significasse escolher o seguro em vez do real.

Porque havia armado "todo esse circo" em pleno dia do meu casamento com Luke, como se o timing emocional fosse mais importante que a verdade.

Mas eu havia deixado meus instintos me guiarem, havia deixado meus impulsos tomarem o controle, e havia uma parte de mim que não se arrependia. Porque às vezes a vida não se trata de fazer a escolha certa — se trata de fazer a escolha verdadeira.

E a verdade era Carlos. Sempre havia sido. O garoto que eu odiava e amava simultaneamente. O garoto que havia me moldado, havia me desafiado, havia me feito questionar cada conceito que eu tinha sobre o que era amor, sobre o que era compromisso, sobre o que era felicidade.

O que eu estava prestes a viver com Carlos era algo que eu nunca havia imaginado que daria certo. Eu havia imaginado paixão, sim. Eu havia imaginado caos, sim. Mas não imaginava felicidade — não imaginava que aquela intensidade, aquele fogo, aquele caos tudo pudesse se transformar em algo tão bonito quanto... domesticação? Não, isso não era a palavra certa. Transformação, talvez. Crescimento.

Tínhamos que enfrentar olhares tortos de algumas pessoas. Tínhamos que lidar com rumores, com julgamentos, com aquela sensação constante de estar sendo observado e julgado. Mas nada daquilo importava quando eu via o sorriso de Carlos. Nada daquilo importava quando eu sabia que ele estaria ali sempre comigo, que ele era o escolhido, que ele era o cara que me fazia gemer como ninguém havia feito antes.

Mas eu sabia também que ali finalizava minha história com Luke. Finalizava aquela fase da minha vida onde eu havia tentado ser algo que não era. Uma despedida digna, em seu próprio jeito caótico.

Depois de tantas idas e vindas, depois de tantas brigas e reconciliações, depois de tantas voltas para trás e à frente — agora eu teria Carlos. Teríamos uma nova configuração de relacionamento, uma forma de ser casal que ainda estava em construção. Mas era ele. Sempre foi ele. E sempre vai ser o Carlos.

Passei algum tempo ainda na festa — tempo suficiente para abraçar minha mãe (que sussurrava perguntas que eu fingia não ouvir), tempo suficiente para acenar para Yan e Danielle (que riam como se tivessem vencido alguma aposta secreta). Mas não conseguia ficar ali. O ar havia se tornado irrespirável.

Então simplesmente peguei a mão de Carlos e começamos a sair. Saímos à francesa, como dois fugitivos, como dois amantes que finalmente tinham a oportunidade que haviam desejado há tanto tempo. As pessoas nos viam indo, e eu via os sussurros intensificarem, mas não me importava.

Entramos no carro de Carlos — aquele carro preto que eu reconhecia como seu, que cheirava como ele cheirava, que tinha a mesma intensidade contida que Carlos carregava em si.

Carlos se sentou no banco do motorista e me olhou. Seus olhos eram uma constelação de emoções — alívio, alegria, triunfo, mas também algo mais vulnerável. Medo, talvez. O medo de que tudo isso fosse desaparecer no próximo segundo.

Ele me puxou para um beijo, e quando nossas bocas se encontraram, eu senti como se estivéssemos selando um acordo com o universo. Como se estivéssemos pedindo ao mundo que nos deixasse ser felizes.

— Você me fez o homem mais feliz do mundo — sussurrou ele contra meus lábios. — Sabe que você fez?

— Ainda não — respondi. — Mas vou fazer.

Ele riu, aquele riso genuíno que era especificamente dele, e então ligou o carro. Enquanto dirigíamos pela noite, ele me procurou algo no celular. Suas mãos na roda me fazem perceber como havia algo incrivelmente sensual até em gestos mundanos quando era Carlos fazendo.

Enquanto dirigíamos pela noite da cidade em direção às montanhas, Carlos estendeu a mão para o painel de controle. Seus dedos deslizavam pelo touchscreen com aquela precisão que ele tinha em tudo que fazia, procurando algo específico no Spotify.

— Sabe — disse ele, sua voz adquirindo aquele tom que usava quando ia compartilhar algo importante — tem uma música de Taylor Swift que se chama "This Love". Eu preciso que você ouça. De verdade.

Virei para olhar para ele, ainda processando tudo que havia acontecido naquele quarto, tudo que Luke havia dito, tudo que Carlos era.

— Sobre a gente? — perguntei, meio cético.

— Sobre a gente — confirmou ele, com aquele sorriso que era especificamente dele. — Sobre tudo que passou. Sobre como a gente sempre volta um para o outro, não importa quantas vezes a gente tenha se separado. Não importa o quanto a gente tente se afastar.

A música começou a tocar nos alto-falantes do carro, e aquela primeira batida — aquele som que era praticamente um batimento cardíaco — preencheu o espaço entre nós como uma terceira presença.

Carlos começou a traduzir, não palavra por palavra, mas com o entendimento de alguém que tinha ouvido aquela música inúmeras vezes e havia permitido que ela o transformasse. Seu inglês era impecável, cada acento caindo no lugar certo, cada inflexão carregando emoção que a maioria das pessoas levaria uma vida inteira para desenvolver.

— Ela começa falando sobre como o tempo está se movimentando, como tudo está mudando, como a gente está envelhecendo — traduzia Carlos, seus olhos ainda na estrada mas sua atenção completamente em mim. — Mas tem essa coisa importante: mesmo com tudo mudando ao redor, aquele amor... aquele amor específico... permanece. É como um lugar onde você sempre consegue voltar.

Ele pausou a explicação apenas para me olhar, e havia tanta ternura em seus olhos que eu mal conseguia respirar.

— E aí vem a parte que mais se parece com a gente — continuou Carlos. — Ela fala sobre como, não importa o quão longe ela vai, não importa o quanto tempo passa, quando a porta fecha — sabe, quando as coisas ficam realmente difíceis, quando parece que acabou — você volta. Você sempre volta porque não existe nada mais importante que aquela pessoa.

— Eu sempre voltei para você — disse, quase uma confissão.

— Sempre — confirmou Carlos, e havia uma satisfação em sua voz, mas também algo muito mais profundo. Algo que parecia pedir perdão e gratidão ao mesmo tempo.

A música continuava tocando, aquela melodia que era praticamente hipnotizante, e Carlos continuava traduzindo, mas não de forma linear. Ele pulava entre as partes que mais importavam, como se estivesse montando um quebra-cabeça de nossas vidas.

— Tem essa parte que fala sobre como você tira os olhos de cima dela por um segundo, e quando olha de novo ela mudou, o mundo mudou, mas aquele sentimento... aquele sentimento permanece exatamente igual — traduzia Carlos, sua mão agora em minha coxa. — É tipo... é tipo: o mundo pode nos separar. As circunstâncias podem nos dividir. O tempo pode tentar nos desgastar. Mas esse amor? Esse amor específico entre duas pessoas que meio que foram feitas uma para a outra? Isso não muda.

Eu estava tremendo. Não sabia se era pela intensidade do momento ou pela forma como Carlos estava literalmente explicando nossa história através de uma música.

— E então — continuou Carlos, sua voz ficando mais baixa, mais íntima — vem a parte que é tipo um grito, sabe? É aquele momento quando você finalmente entende que não está mais correndo. Que parou de lutar contra isso. Que simplesmente aceita que essa pessoa é sua pessoa, sem questionar, sem hesitar, sem tentar fazer sentido de um jeito que faz sentido para os outros.

Ele me olhou nos olhos durante um segundo que pareceu uma eternidade, e naquela época, eu via todas as versões de Carlos ao mesmo tempo — o garoto do ensino médio que me odiava, o homem que havia me desafiado, a pessoa que estava me escolhendo agora.

— Ela diz que é isso — continuou Carlos, ainda traduzindo mas agora era como se estivesse falando direto do seu coração. — Que aquele amor específico, aquela conexão específica, é o lugar onde você pertence. É onde você voltaria mesmo se tudo acabasse. Mesmo se o mundo inteiro desaparecesse. Você voltaria porque não existe em você nenhuma parte que funciona sem aquela pessoa.

A música estava em seu apogeu agora, aquele momento quando o som fica quase avassalador, quase demais para processar, e Carlos sabia exatamente quando falar, quando calar, quando deixar a música fazer o trabalho que as palavras não conseguiam fazer sozinhas.

— Eu sou assim com você — sussurrou Carlos. — Completamente sem função sem você. Sem propósito. Seria tipo estar respirando mas não estar vivo de verdade.

Meu peito estava explodindo. Cada batida do meu coração era em sincronia com a batida da música, com a batida do carro em movimento.

— Tem uma última parte que eu preciso que você entenda — continuou Carlos, virando para mim enquanto esperávamos um sinal. — É quando ela fala sobre como aquele amor não vai desaparecer. Não vai envelhecer. Não vai cansar. Mesmo que tudo mude, mesmo que a gente não seja os mesmos por dentro, mesmo que a vida nos molde em pessoas diferentes — esse sentimento continua tão novo, tão vivo, tão real quanto foi no primeiro dia.

— Eu quero isso — disse, minha voz praticamente um sussurro. — Eu quero ser assim com você. Para sempre.

— Você já é — respondeu Carlos, e então me beijou enquanto a música tocava, aquele beijo tendo mais significado que qualquer cerimônia, mais peso que qualquer promessa.

— Você sabe por que eu escolhi especificamente essa música? — perguntou, e havia algo lúdico em sua voz agora, algo que era quase brincalhão.

— Por quê? — perguntei, ainda tonto com o beijo.

— Porque é bonita — respondeu. — Porque é triste mas não é desesperada. Porque é sobre duas pessoas que escolhem uma a outra novamente a cada dia. Porque é sobre um tipo de amor que não é fácil, não é simples, mas é real. De verdade real.

Ele fez uma pausa, seus olhos brilhando com algo que eu reconhecia como esperança.

— E porque quando a ouço, a única pessoa que consigo imaginar cantando é você — continuou Carlos, sua voz ficando mais rouca. — Você é a pessoa dessa música para mim. Você é o 'this love' que tudo significa. Você é a razão pela qual aquela música existe.

O sinal ficou verde, mas Carlos não se moveu imediatamente. Apenas continuou me olhando, como se houvesse infinitas coisas que ele queria dizer mas não tinha palavras.

Enquanto dirigíamos, a música continuava tocando — não apenas no carro, mas também em algum lugar dentro de mim, em algum lugar que eu havia guardado Carlos por tanto tempo que agora, finalmente o tendo, eu era incapaz de funcionar sem aquele som, sem aquela pessoa, sem aquele amor.

— Eu sempre soube que seria você — disse ele, sua voz rouca de emoção. — Desde aquele dia quando você entrou na sala de aula no ensino fundamental com aquele uniforme ridículo e aquele cabelo desarrumado. Eu soube.

— Você me odiava — lembrei, meu corpo respondendo ao toque dele mesmo enquanto estávamos em um carro em movimento pela cidade.

— Eu te amava — corrigiu Carlos. — Mas a gente não estava pronto ainda. A gente teve que viver primeiro, sofrer primeiro, entender primeiro. Agora estamos prontos.

Quando chegamos a um sinal vermelho, Carlos me virou para encarar. Seus lábios encontraram os meus em um beijo que era quase brutalidade — a mesma intensidade que havia sido criada naquele quarto, mas agora com algo além disso. Com confirmação. Com finitude. Com promessa.

Suas mãos percorriam meu corpo por cima da roupa, explorando como se fosse a primeira vez, como se houvesse infinitas descobertas a serem feitas.

— Eu quero você — sussurrou contra meu pescoço, suas palavras mandando vibrações pelo meu corpo.

— Então me leva — respondi.

E ele fez exatamente isso.

Quando finalmente chegamos, eram quase duas horas da manhã. A viagem havia levado tempo — uma hora e meia da cidade até o lugar que era nosso. Aquele lugar sagrado.

A casa de Carlos nas montanhas, era um lugar mágico pra gente, as luzes das montanhas lá embaixo piscavam como vaga-lumes aprisionados. O silêncio era absoluto, quebrado apenas pelo barulho de nossas respirações, pelos passos de nossas pegadas no piso de madeira.

Carlos me beijou contra a porta de entrada, seu corpo me pressionando contra o vidro frio. Seus dedos rasgavam minha roupa com urgência, com a mesma urgência que havia demonstrado naquele quarto, mas agora era diferente. Agora era celebração em vez de conflito. Era confirmação em vez de possessão.

Fomos para o quarto de Carlos. Aquele quarto que eu conhecia apenas em fragmentos de memória, de momentos roubados. Agora era nosso.

O que aconteceu depois não era apenas sexo. Era declaração. Era promessa. Era tudo que havíamos guardado em nossas mãos, tudo que havíamos mantido preso em nossos peitos, finalmente sendo liberado.

Carlos se moveu dentro de mim como se estivesse tentando me consertar, como se pudesse reparar cada ferida que a vida havia deixado em mim simplesmente através do seu amor físico.

— Eu te amo — ele repetia como um mantra, entre cada movimento, entre cada beijo. — Eu te amo, eu te amo, eu te amo.

E eu acreditava. Finalmente acreditava.

Quando terminamos, ficamos deitados um ao lado do outro, ofegantes e suados, nossos corpos ainda conectados. A madrugada era absoluta lá fora, as montanhas dorme sob nossos pés.

— Obrigado por tudo, Carlos — sussurrei no escuro.

— Pelo quê?

— Por ter acreditado em mim quando eu não acreditava em mim mesmo. Por ter me moldado, por ter me desafiado, por nunca ter desistido de mim. Você é a pessoa mais importante da minha vida. Você sabe disso?

Ele me beijou a testa, suavemente, com toda a ternura que eu sabia que existia dentro dele, mesmo que ele raramente a mostrasse.

— Você é meu tudo também — respondeu.

E naquela noite, nas montanhas, com o mundo todo dormindo lá embaixo, eu me permiti simplesmente ser feliz. Ser completamente, totalmente, sem culpa — feliz.

Aquele ano foi decisivo para mim e para Carlos, estávamos entrando na vida adulta de uma forma que ninguém havia realmente preparado a gente para. Carlos havia se formado em Direito no meio daquele caos tudo, e agora estava trabalhando em um escritório renomado da cidade, defendendo casos que importavam, fazendo diferença. E nosso relacionamento... bem, nosso relacionamento era uma obra em progresso, assim como a gente era.

Muitas pessoas perguntavam — ainda perguntam — como isso funcionava depois de tudo que havia acontecido. Depois das traições que ambos cometemos no passado, depois de toda aquela volatilidade que havia caracterizado nosso relacionamento. A resposta era mais simples e mais complexa do que eles esperavam.

Nós decidimos fazer exatamente o que havia funcionado com Luke: tivemos um relacionamento aberto.

Mas não era aquele tipo de coisa que você faz todo fim de semana ou com regularidade. Eram pequenos momentos ocasionais — a cada alguns meses, talvez — quando um de nós sentia a necessidade de explorar algo diferente. Mas havia regras. Havia sempre regras. Nada que envolvesse emoção, nada que se aproximasse do sentimento. Era sexo ou era beijo, era liberação, era variedade. Mas nunca envolvimento, e funcionava. De verdade funcionava.

Porque quando Carlos voltava para mim, ele voltava com uma renovação. Com uma gratidão refrescada. Com uma apreciação por aquilo que tínhamos que eu não tinha certeza que teríamos se ele não tivesse aquele espaço ocasional de liberdade.

Eu, honestamente, nunca usei meu "passe livre". Nunca senti a necessidade. Carlos me completava de uma forma que era tão completa que deixar espaço para outra pessoa em meu corpo, em meu desejo, parecia quase infidelidade — mesmo que fosse permitido.

Carlos me fazia surpresas constantemente. Ele me levava para viajar sem avisar com antecedência. Me contava piadas que me faziam rir até o ponto de lágrimas escorrerem. A gente criava dentro-piadas que ninguém mais entendia. Ele transformava a vida cotidiana em algo que parecia um filme.

E então nós decidimos ampliar nossa pequena família.

Carlos sempre havia amado cães. Eu sabia daquele amor desde o começo, desde aqueles momentos quando ele cuidava do Thanos — meu golden retriever original — com um brilho nos olhos que era quase paternal. Então nós decidimos que seria bom trazer para dentro de nossas vidas mais daquele tipo de amor.

Adotamos dois novos golden retrievers, os nomes vieram naturalmente — um que nos lembrava de um dos filmes favoritos de Carlos. Fomos à abrigo, e quando os vimos, sujos, despenteados, com aqueles olhos que carregavam toda a história de terem sido amados e abandonados — nós soubemos que eram nossos.

Cuidávamos deles como se fossem filhos. Porque para nós, de certa forma, eles eram.

Aquele ano transformou ambos. Nós deixamos de ser aqueles garotos perdidos e nos tornamos duas pessoas — não perfeitas, mas honesta uma com a outra. Verdadeiros. E talvez aquilo fosse ainda mais importante que perfeição.

O que eu aprendi com a vida — e quero deixar isso bem claro para qualquer pessoa que leia essas palavras — é que devemos ser honestos. Em cada aspecto de nossas vidas. Na carreira profissional, nas relações familiares, e especialmente no amor.

A forma como Carlos e eu encontramos nosso final feliz não era convencional. Não era a forma que a maioria das pessoas havia nos dito que seria. Não era o casamento tradicional, o compromisso único, a monogamia que a sociedade ainda tenta forçar goela abaixo de todas as pessoas como se fosse a única forma possível de amar.

Mas era honesto. Acima de tudo, era honesto.

Eu poderia ter ficado com outras pessoas durante nosso relacionamento aberto. A oportunidade estava ali, clara, permitida. Mas eu não fiz. Porque Carlos me completava de uma forma que ninguém mais faria. Porque cada célula do meu corpo havia sido reformulada para amar apenas a ele. E ser honesto com isso — deixar que ele soubesse isso, confiar que ele sabia disso — era parte da magia.

Eu deixei de lado a vida confortável que tinha com Luke para viver uma vida que era incerta com Carlos. E sabe uma coisa? Isso foi exatamente o que fez sentido para mim. Porque relacionamentos — de verdade, de verdade mesmo — só sabem quem está dentro.

E existem tantas formas de se relacionar. Tantas configurações diferentes, tantas maneiras de amar.

Existem casais como Yan e Isaac, que vivem em relacionamentos completamente abertos. Eles ficam com várias pessoas, às vezes quase toda semana, explorando cada atração que sentem. E estão juntos porque se amam. Porque têm um conforto um com o outro que transcende monogamia. Porque escolheram ser honestos sobre o que queriam e como queriam viver.

Existe o casal do Renan, aquele que conheci em Fernando de Noronha, que tem uma dinâmica que inclui o irmão dele e o namorado. Os três vivem juntos, compartilham o mesmo espaço, os mesmos recursos, praticamente a mesma vida. E funcionam. De verdade funcionam. Porque eles combinaram entre si que aquilo fazia sentido.

Existem relacionamentos fechados como o da Taty e sua namorada. Elas não querem ficar com outras pessoas. A conexão entre elas é tão completa que explorar algo fora do relacionamento seria traição em vez de liberdade. E elas são felizes também.

Porque — e isto é importante — cada relacionamento tem o seu próprio DNA. Cada casal escreve suas próprias regras. E quando você é honesto com seu parceiro, quando você comunica o que você precisa, quando você estabelece limites que fazem sentido para ambos — tudo flui de uma forma natural. Tudo acontece como tem que acontecer.

A desonestidade é o que destrói relacionamentos. Não é o sexo com outras pessoas, não é a independência, não é a exploração do próprio desejo. É a mentira. É esconder. É fingir ser algo que você não é para que o outro não se assuste, não se magoe, não vá embora.

E quando você para de fazer isso? Quando você realmente, de verdade, é honesto com alguém? Aquilo — aquilo sim — é quando acontece magia.

O que eu sabia, com certeza absoluta, era que Carlos era o grande amor da minha vida. Não porque fosse perfeito. Ele não era. Ele era complexo, era desafiador, era às vezes completamente insuportável. Mas ele era honesto. E honestidade, quando combinada com amor, cria algo que é praticamente indestrutível.

Uma tarde, quase um ano depois, nós estávamos na praia.

Não era uma praia famosa ou bonita de forma óbvia. Era apenas uma praia quieta, escondida, onde ninguém nos conhecia e ninguém nos procurava. Tinha areia fina, água morna, e aquele tipo de solidão que você só encontra quando sabes exatamente onde olhar.

Nós estávamos sentados na areia, nossos corpos cobertos de sal de água salgada, nossos cabelos despenteados, nossas mãos conectadas. O pôr do sol era insanamente bonito — aquele tipo de beleza que te faz perceber como você é pequeno no universo, como sua história é apenas um ponto em uma imensa tapeçaria de histórias.

— Lucas — disse Carlos, e havia algo na sua voz que me fez olhar para ele.

Ele se virou, seus olhos encontrando os meus, e naquele momento eu vi toda a jornada. Vi aquele garoto do ensino médio que me odiava com uma intensidade que apenas significava amor. Vi o homem que havia entrado na minha vida como um terremoto. Vi a pessoa que havia me escolhido, que continuava me escolhendo a cada dia.

— Eu preciso que você entenda que eu nunca vou deixar de amar você — começou ele, e meu coração acelerou porque eu reconhecia aquele tom. Era o tom de alguém que estava prestes a fazer algo irrevogável.

Carlos mergulhou a mão em um bolso que eu não sabia que ele tinha — porque ele estava com uma pequena bolsa que eu havia assumido ser para algo aleatório — e tirou uma caixinha.

— Eu conheci você como meu melhor amigo — continuou. — Mas você se tornou meu propósito. Se tornou minha razão. Se tornou o cara ao qual eu acordava querendo estar. E eu quero oferecer a você algo que vai além de relacionamento aberto, além de honestidade, além de todos esses conceitos que a gente construiu.

Ele abriu a caixa, o anel era simples. Não era ouro puro, não era repleto de diamantes. Era de prata, com uma pedra que brilhava de uma forma que parecia conter o pôr do sol dentro dela.

— Eu quero casar com você — disse Carlos, e não havia performance em sua voz, não havia dramaticidade. Apenas verdade absoluta. — E não será um grande evento como seria com o Luke. Não será midiatico ou elaborado. Será apenas nós confirmando ao universo que escolhemos um ao outro, que escolhemos estar juntos, que escolhemos honestidade e amor e verdade.

As lágrimas começaram a cair antes mesmo de eu conseguir responder.

— Sim — disse, minha voz quebrada. — Sim, sim, mil vezes sim.

Ele colocou o anel no meu dedo, e quando se inclinou para me beijar, o pôr do sol estava no seu apogeu — aquele momento mágico quando o céu é tudo de uma vez: rosa, laranja, vermelho, roxo, azul.

E ali, naquela praia, com Carlos ao meu lado e aquele anel brilhando no meu dedo, eu finalmente entendi.

O final feliz não era a ausência de conflito. Não era a perfeição. Não era aquele tipo de coisa que você vê em filmes onde tudo se resolve e você vive feliz para sempre sem nenhuma complicação.

O final feliz era isso: estar com a pessoa certa, mesmo que fosse complicado. Ser honesto, mesmo que dói. Escolher a verdade acima de qualquer coisa. E saber que quando você acorda amanhã, quando acorda todo dia pelo resto de suas vidas, será ao lado dessa pessoa que escolheu você também, era Carlos, sempre foi Carlos.

E finalmente, depois de tudo — as mentiras, as traições, as idas e vindas, o caos e a tempestade — finalmente era o nosso fim.

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Comentários

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Cara 🥹🥹🥹🥹🥹 Não acredito que esse é o penúltimo já, tantos meses acompanhando essa história.

E finalmente LuCar é Endgame! Tô muito feliz por eles

Só sinto bastante pena do Luke (uma grande surpresa eu sentir isso, achava que ia odiar ele até o fim da Fic)

Se você queria aplicar uma redenção pra ele, conseguiu com sucesso

Espero que ele seja muito feliz

E A PARTE DA TAYLOR???!!!! AAAAAAAAAA obrigado pela homenagem Lukas, fiquei muito feliz de ler, obrigado mesmo! ❤️❤️❤️❤️🥹

Enfim, capítulo maravilhoso, e história maravilhosa!

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O importante nisso tudo é que eles foram honestos. Fiquei morto de pena de Luke, mas foi melhor assim.

Admito que eu não teria capacidade de ficar com nenhum dos três depois de ter vivido tudo o que eles viveram. Eu precisaria de uma história nova, sem um passado tão caótico. O passado sempre me perseguiria.

Mas pra eles pode funcionar. Parece que é o destino deles afinal, a vida sempre os reaproxima.

Lukas, eu sou apaixonado por sua escrita. Tudo o que você escreve é poético e me envolve. Você é o único escritor desse site que eu adoro ler os enredos e não só as putarias.

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É por essas e outras que eu sou Apaixonado pelo Luke, creio que daria pra fazer uma história dele depois desse casamento que não aconteceu, Carlos e Lucas enfim vão poder viver verdadeiramente esse amor ❤️.. eu já estou com saudades.....

Parabéns história maravilhosa 😻..

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