Coloquei na cabeça que queria aprender a tocar violino. Nunca tinha chegado nem perto de um instrumento musical, mas uma noite sonhei com isso — e, quando acordei, a vontade ficou. Pedi a uns amigos que tocavam violão se conheciam algum professor, e por sorte um deles sabia de um.
Não cabe explicar aqui, mas meu pai andava com aquela sensação de ter feito bobagem — daquelas que a vida insiste em cobrar —, e eu aproveitei isso para convencê-lo a pagar as aulas. Foi um tiro certeiro.
Eu não tinha o instrumento. Fui até uma loja perto de casa só para olhar, e o mais barato custava mil reais — bem longe do meu orçamento de duzentos. Nunca imaginei que instrumentos fossem tão caros; talvez por isso tão pouca gente tenha acesso a eles.
O professor tinha dito que levava o violino para as aulas, então eu não precisava me preocupar, mas eu queria um para poder praticar.
O dia da primeira aula chegou. Meus pais estavam trabalhando, eu estava de férias, e ter algo para ocupar a cabeça parecia perfeito. Quando ele chegou, até me assustei. Devia ter uns trinta e oito anos — é um chute, mas acho que era por aí. Usava óculos quadrados e tinha o cabelo liso e preto.
Apresentou-se: Leonardo. Depois virou só Leo.
Pegou o violino e tocou algumas coisas, talvez de propósito para impressionar — e funcionou. Eu fiquei completamente encantada. Ver ele tocando era lindo, me fazia sentir bem. Não preciso nem dizer que, automaticamente, eu estava apaixonada.
Aprender um instrumento, na minha opinião, é algo impossível. Tentei por quinze dias, duas vezes por semana, e logo cheguei à conclusão de que aquilo não era pra mim. A teoria musical então — parecia uma bagunça em uma língua alienígena.
Mas, quando me perguntavam em casa, eu sempre dizia que estava indo bem. Afinal, não queria parar as aulas — e, por consequência, parar de ver o Leo.
Na aula seguinte, percebi que ele estava um pouco desconfortável.
— Está tudo bem? — perguntei.
— Sim... você pode se virar um pouco pra lá?
— Claro — respondi.
Achei que já tínhamos intimidade o suficiente para o meu short não ser um problema. Mas, aparentemente, era. Ele explicava, tocava, explicava de novo — e, quando se distraía, os olhos iam direto para as minhas pernas. Achei aquilo engraçado; me movia um pouco pro lado, só pra ver, e logo voltava.
— Você quer uma água? — perguntei.
— Por favor.
— Tá.
Levantei e fui até a cozinha. Sabia que ele me seguia com o olhar; dava pra sentir. Quando voltei, ele bebeu o copo d’água quase de uma vez só.
— Professor... você entende alguma coisa de amor?
— Claro. Várias músicas falam disso.
— Mas... e como é que faz pra sentir o amor?
Hoje, quando penso no que disse, me dá um pouco de vergonha. Mas, na hora, funcionou.
Ele ficou me olhando — parado, sem expressão.
Talvez tenha travado.
— Sabe do que eu estou falando, não sabe? — falei, convicta.
— É melhor a gente encerrar a aula.
— Tem certeza? — perguntei, levantando-me da cadeira.
Fiquei de frente para ele. Dava pra sentir sua respiração — então cheguei um pouco mais perto. E mais perto ainda. Vi sua boca se abrir, quase involuntariamente. Fui, e o beijei.
Ele correspondeu. Perdeu um pouco o equilíbrio dos pés, se balançou, quase esbarrou na mesa atrás de nós. Enquanto nos beijávamos, colocou o violino sobre a mesa — o instrumento atrapalhava nosso momento.
Como numa música, seguimos o compasso daquele instante.
Mas devo dizer: quando você tem essa idade, tudo é muito intenso. E a gente nem percebe quando está fazendo bobagem.
Joguei-o no sofá e passei a perna sobre a dele. Suas mãos apertaram minha cintura, depois desceram, firmes, enquanto me beijava. Movi o quadril para cima e depois para baixo — nossos corpos se encaixaram com naturalidade e ele agarrou minha bunda.
Ele gostava de me tocar, e não soltava de jeito nenhum. Puxei a camisa dele, que era de botões; alguns se abriram de repente, os outros fui abrindo um por um. Ríamos baixo, entre beijos, da minha dificuldade com os botões. Quando finalmente consegui, senti como se tivesse vencido alguma coisa.
Agora ele estava sem camisa. Gostaria de dizer que era maravilhoso, lindo — mas não era o homem mais bonito que eu já vi. Só que, com certeza, era um homem.
Segurou minha cintura, e num movimento rápido me girou. Num instante, era ele quem estava por cima.
Foi me beijando e arrancou meu shorts, revelando minha calcinha rosa. Depois, eu mesma puxei a calcinha, queria jogar para o lado, mas ele não deixou, agarrou com a mão. Depois voltamos a nós beijar. Fechei meus olhos e aproveitei o momento.
Ouvi o cinto se soltar e depois o botão da calça, eu já estava pronta. Abri os olhos e vi o corpo dele todo nu, com o pau apontando para mim. Pegou a cabeça e brincou comigo, na época, muito inexperiente, achei que ele não sabia como fazer. Agarrei o pau com a mão e direcionei para minha entradinha. Entrou forte, era um pau bem grosso.
Começou a meter em mim. A cada investida, um som abafado preenchia o ar — o eco do corpo socando em mim.
Ele se movia quase delicado. O braço me segurava enquanto enfiava na buceta, toda quente, que cedia à pressão dele.
O movimento se repetia, firme, até que não aguentei e comecei a gemer.
— Ai, ai, aaaaiii
— Está gostoso?
— Sim, ai...
Ele agarrou meu cabelo e continuou, forte. O pau entrava quente e eu comecei a tremer uma das perrnas. Estava muito bom. O pau entrava e saía, e o calor so aumentava.
— Espera — Pedi
— Quer que eu paro?
— Não, sim, não, continua.
Ele continuava sem pausa, insistia, forçando meu corpo.
Eu só queria gozar, mas ai veio a surpresa.
— Abre a boca — ele ordenou
Obedeci, pensei que queria gozar em mim. Estava tão bom que eu aceitava ele jogar na minha boca, não conseguia pensar em nada. Estava la sendo fodida com a boca aberta.
— Confia em mim - ele disse, e enfiou minha calcinha na minha boca.
No começo não entendi, quis tirar, mas ele segurou, mordi o pano, olhando no olho dele. Aceitei.
O homem urrava, o pau entrando mais forte, quente, quando metia em mim eu me abria o maximo que conseguia e gemia: aaaaaaaiiiii, aaaaaaaaiiiiiii.
A cada movimento, o corpo dele estremecia, como se ficar metendo fosse um instinto. Eu, tentava resistir, mas meu corpo já pulsava, até que não consegui mais. Gozei.
Foi a primeira vez que gozei com alguém metendo em mim, sem ficar ajudando tocando uma siririca. Era bom demais.
— Ai caralho! — Cuspi a calcinha para o lado e gritei. — Me come filho da puta!
Não respondeu, só continuou me fodendo forte, mais uma cinco socadas. Depois, gozou. Senti o corpo dele tremer e depois relaxar.
Ele abriu um sorriso satisfeito. Eu queria abraçá-lo, queria ficar ali por um tempo. Ele se levantou, foi ao banheiro e voltou com a calça já vestida. Entendi que era minha vez de me vestir também. Pegou o violino e começou a arrumar as coisas, como se estivesse fugindo da polícia.
— Eu mando o dinheiro do remédio para você depois. — Foi a última coisa que disse antes de ir embora. Ainda tentei segurá-lo pela mão e dei um último beijo, que ele retribuiu sem entusiasmo.
Depois, vi trinta reais caírem na minha conta, para comprar o anticoncepcional.
Usei para comprar sorvete.
