Meu inicio - Cap 06 Na hora H: O esqu4cimento que custou caro

Um conto erótico de Os Contos da Fah
Categoria: Heterossexual
Contém 1783 palavras
Data: 27/10/2025 17:55:32

Capítulo 6: Na Hora H: O Esquecimento que Mudou Tudo

O mundo que Sônia havia aberto para mim era de cores vibrantes e sensações sem limites. Nos dias que se seguiram ao nosso encontro, meu corpo não era mais meu; era um templo de prazer, e cada nervo um fiel devoto. Eu voltara para casa, mas a Fah que retornou não era a mesma. A memória dos seus dedos, da sua língua, da sua voz comandando meu orgasmo, era um fogo constante na minha barriga. A rotina familiar – o jantar monótono, as perguntas banais sobre a escola – era um ruído de fundo insuportável. Meu verdadeiro eu existia nos toques furtivos que eu dava em mim mesma sob o lençol, revivendo cada segundo naquela varanda.

A fome que Sônia despertou era insaciável. Roberto, com seu desejo simples e direto, tornou-se a solução mais óbvia. Nos encontramos novamente, duas noites depois do meu retorno. Desta vez, não foi no carro. Foi no quarto vazio de um amigo dele que tinha viajado. Um quarto de solteiro, com paredes nuas e um colchão no chão.

Mal a porta se fechou, suas mãos estavam em mim, urgentes, arrancando minha roupa com uma fúria que me excitava. Eu era igualmente feroz. Empurrei-o contra a porta, meus lábios encontrando os seus em um beijo que era mais mordida do que carícia. Minhas mãos desabotoaram seu jeans, libertando seu pau já latejante e duro. Envolvi meus dedos around dele, sentindo a pele aveludada esticar sobre a veia saliente.

— Essa putinha tá com ainda mais fogo — ele rosnou, arrancando meu sutiã e enterrando o rosto entre meus seios, mordiscando meus mamilos até eu gemer.

— Cala a boca e me come — respondi, virando de costas para ele e me apoiando na porta, minhas mãos firmes na madeira. Era uma posição que eu tinha visto em um filme, animal, primal.

Ele não precisou ser pedido duas vezes. Suas mãos agarram meus quadris com força, seus dedos deixando marcas na minha pele. Ele cuspiu na própria mão e lubrificou seu pau antes de pressionar a cabeça na minha entrada. Desta vez, não houve dor. Só um preenchimento brutal e imediato que fez meus olhos rolaram para trás. Ele entrou em mim com um único movimento potente, um grunhido gutural escapando de sua garganta.

— Caralho, você tá tão apertada… tão molhada — ele sussurrou, ofegante.

Ele começou a se mover, e eu me entreguei completamente. Meu corpo, agora educado por Sônia, respondia a cada investida. Meus quadris empurravam contra os dele, encontrando seu ritmo. A porta batia contra a moldura com o impacto de nossos corpos. A sensação era avassaladora. A dor transformada em prazer puro e cru. Eu gemia alto, sem pudor, encorajando-o.

— Mais forte, porra! — gritei, minhas unhas cravando na porta.

Ele me obedeceu, seus quadris batendo contra minhas nádegas com uma força que deveria doer, mas que só alimentava meu êxtase. Ele puxou meus cabelos, puxando minha cabeça para trás, e seu outro braço envolveu minha cintura, puxando-me ainda mais contra ele. Eu estava sendo possuída, dominada, e era exatamente o que eu queria. A imagem de Sônia, nua e se acariciando, veio à minha mente, e isso me levou a um novo pico. Gritei seu nome quando o orgasmo me atingiu, violento e convulsivo, meu corpo tremendo incontrolavelmente around dele. Sentir o corpo dele enrijecer, seus próprios gemens se tornarem um rugido abafado no meu pescoço enquanto ele jorrava dentro de mim, foi a cereja do bolo de uma transa suja e perfeita.

Ele desabou sobre minhas costas, ofegante. Nós deslizamos pela porta até o chão, um emaranhado de membros suados e satisfeitos. Ficamos ali por um tempo, a respiração aos poucos normalizando.

— Você é a puta mais gostosa que eu já comi — ele disse, com um tom de admiração genuína.

Eu sorri, vitoriosa. Naquele momento, aquilo soava como o maior elogio do mundo.

Mas o universo, como eu aprenderia, sempre cobra o preço do prazer desmedido.

A conta chegou quinze dias depois. Um sábado de manhã. Eu estava no banheiro, me arrumando para encontrar Ana. Olhei para o calendário de pílulas que eu, assustada com a primeira vez, havia começado a marcar religiosamente. E então, o chão cedeu sob os meus pés.

O "X" vermelho que marcava o primeiro dia da minha menstruação deveria ter aparecido três dias atrás.

Três dias.

Meu coração parou. Um frio gelado, diferente de qualquer coisa que eu já tinha sentido, percorreu minha espinha. Não. Não era possível. Havia sido só uma vez. Uma vez depois da minha menstruação. As chances eram mínimas. Eram, não eram?

A mão tremeu quando peguei a caixinha de comprimidos. Eu tinha sido cuidadosa. Mas então, eu me lembrei. Uma noite, depois de uma briga com meus pais, eu tinha vomitado. A embalagem dizia que vômito nas primeiras horas podia diminuir a eficácia. O pânico, um animal vivo e palpitante, começou a crescer dentro do meu peito.

Saí do banheiro cambaleando. Minha mãe me olhou da cozinha.

— Você está bem, Fah? Está pálida.

— Tá tudo bem, mãe. Só uma tontura. Acho que não dormi bem.

Fugi para o meu quarto, trancando a porta. Minhas mãos suavam. Meu estômago embrulhava. Grávida. A palavra ecoou na minha mente como um sino fúnebre. Grávida de Roberto. Grávida aos dezesseis anos. Minha vida, meus planos, a faculdade, tudo desmoronou naquele segundo. A puta gostosa se transformaria na grávida do colégio. A decepção nos olhos dos meus pais. O sussurro dos vizinhos. A bolsa escolar trocada por fraldas.

Eu não conseguia respirar. Era um pesadelo. A mesma boca que tinha gemido de prazer agora saboreava o gosto amargo do pavor.

A solução veio como um raio, uma informação meio ouvida em algum lugar: a pílula do dia seguinte. Mas já haviam se passado quinze dias! A embalagem dizia 72 horas, no máximo 120. Eu estava fora do prazo. Muito fora.

O desespero é um combustível poderoso. Peguei meu celular com as mãos trêmulas e pesquisei freneticamente. "Pílula do dia seguinte após 15 dias". "O que fazer quando a menstruação atrasa". Fóruns anônimos, respostas de médicos, histórias de terror. A maioria dizia que era tarde demais. Que eu deveria fazer um teste. Mas uma pequena faísca de esperança apareceu: um anticoncepcional de emergência com ulipristal acetato, que podia funcionar por até 5 dias. Cinco dias. Eu ainda estava a dez dias de distância.

Liguei para Roberto. Minha voz era um fio.

— Minha menstruação não desceu.

Do outro lado da linha, um silêncio pesado.

— E você acha que é…?

— Não sei. Mas estou com medo.

— Merda. — Ele pareceu genuinamente assustado. — O que a gente faz?

— Tem uma pílula… mas é cara. E precisa de receita. E eu não tenho tempo.

Novo silêncio. Eu conseguia quase ouvir os pensamentos dele girando.

— Minha prima é mais velha. Ela pode ajudar. Me manda o nome da porra da pílula.

Trinta minutos depois, ele me mandou uma mensagem com um endereço e um nome: Clínica da Mulher. Pergunte pela Dra. Helena. Diga que é minha prima.

Era um lugar. Uma possibilidade. Um fio no penhasco.

Convenci minha mãe que ia estudar na casa da Ana. Peguei todo o dinheiro que tinha juntado – mesadas, um pouco que roubei da carteira do meu pai – e peguei um ônibus para um bairro que não conhecia. A clínica era discreta, em um prédio comercial. A recepcionista me olhou com desdém quando eu disse o nome da médica.

A Dra. Helena era uma mulher de meia-idade, de óculos e expressão séria. Eu repeti o roteiro que preparei, mentindo sobre minha idade, sobre meu relacionamento estável, sobre o esquecimento da pílula comum. Ela me olhou por cima dos óculos, e eu tive a nítida impressão de que ela não acreditou em uma palavra sequer.

— O protocolo para o seu… "atraso"… não é a pílula do dia seguinte — ela disse, sua voz clínica e impessoal. — O que posso oferecer, com receita, é uma pílula com Levonorgestrel de dose alta. Pode ter algum efeito disruptivo, mas as chances são baixas. Muito baixas. O correto seria aguardar e fazer um teste.

— Eu não posso esperar! — a voz saiu como um grito suplicante. — Por favor.

Ela suspirou, claramente contrariada, mas escreveu a receita. — Os efeitos colaterais podem ser fortes. Náusea, tontura, sangramento irregular. Tome com comida.

Saí dali com a receita e uma vergonha que queimava minha face. Fui até a farmácia mais próxima. O farmacêutico olhou para a receita, para mim, e para a receita de novo.

— São quatro comprimidos de uma vez — ele disse, num tom de advertência. — Cem reais.

Entreguei o dinheiro, minhas mãos trêmulas. A caixinha pequena e inócua pesava como uma pedra na minha bolsa.

Não esperei. Entrei no banheiro de um shopping e, com a água da pia, engoli os quatro comprimidos de uma vez. Eles desceram pela minha garganta como uma sentença. Sentei no vaso sanitário, a porta fechada, e esperei pelo castigo.

Ele veio rápido. Primeiro, uma onda de náusea tão forte que eu me curvei sobre a privada, salivando. Tonturas. O banheiro girava around de mim. Suor frio escorria pelas minhas têmporas. Era como uma ressaca maligna e concentrada. Eu me arrastei para fora do banheiro e sentei em um banco, encostando a cabeça na parede fria. As luzes fluorescentes do shopping pareciam facas nos meus olhos.

Passei as próximas 48 horas em um estado de agonia. Cada cólica era um triunfo, um sinal de que algo estava acontecendo. Cada hora que passava sem sangrar era uma tortura. Eu não conseguia comer. Mal conseguia sair da cama. Meus pais achavam que eu tinha pegado um vírus forte.

Na terceira manhã, a cama estava manchada de vermelho.

Não foi uma menstruação normal. Foi uma inundação. Cólicas violentas me dobraram ao meio, e o sangue que saía de mim era escuro, coagulado, acompanhado de pedaços de tecido que eu não queria identificar. Era um sangue de guerra, um sangue de expulsão. Era o preço.

Deitei no chão do banheiro, encolhida, enquanto as ondas de dor e alívio me lavavam. Eu chorava, mas não sabia se era de felicidade ou de tristeza. Eu estava livre. Mas algo dentro de mim tinha mudado. A libertinagem despreocupada tinha morrido naquela sangria. A puta gostosa havia olhado para o abismo e recuado.

O corpo que eu tanto celebrava havia se voltado contra mim, mostrando seu poder primordial e assustador. O prazer tinha um preço, e eu tinha pago à vista, com juros. A cautela não era mais uma opção; era uma sobrevivente. E enquanto eu limpava os vestígios da minha própria batalha íntima, eu sabia que Fah, a exploradora, ainda existia. Mas agora, ela carregaria para sempre as cicatrizes da mulher que quase se perdeu no fogo do próprio desejo.

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