meu inicio - Cap 05 ( O Sussurro das ondas: A mentora)

Um conto erótico de Os Contos da Fah
Categoria: Heterossexual
Contém 1756 palavras
Data: 27/10/2025 17:43:29

Capítulo 5: O Sussurro das Ondas: A Mentora

O carro parecia uma lata de sardinhas sob o sol escaldante. A viagem de família para a praia, que na teoria soava como um refúgio, na prática era uma sentença. Meu pai ao volante, resmungando sobre o trânsito. Minha mãe, passando protetor solar no meu irmão caçula, que não parava quieto. E eu, Fah, encostada na porta, com o corpo ainda ecoando as memórias de Roberto, de Luca, da minha própria revolução íntima. O mundo lá fora havia ganhado novas cores, cores mais quentes, mais ousadas, e aquele carro familiar era um retrocesso insuportável para a preto e branco.

A chegada ao pequeno apartamento alugado à beira-mar trouxe um alívio momentâneo. O cheiro de maresia invadiu meus pulmões, limpando um pouco a poeira da estrada. Enquanto meus pais desembrulhavam as compras, eu fugi para a varanda, encostei no parapeito e fechei os olhos, deixando o vento salgado brincar com meus cabelos. Foi então que a vi.

Ela estava na varanda do apartamento ao lado, separada da minha por apenas um metro de vazio. Uma mulher. Não uma garota, como eu, mas uma mulher. Devia ter uns quarenta anos, cabelos negros e lisos cortados em um comprimento que beijava seus ombros bronzeados. Usava apenas um biquíni minúsculo de amarrar, cor de vinho, que destacava cada curva de um corpo que era ao mesmo tempo macio e definido. Ela segurava uma taça de vinho e olhava para o horizonte, com um ar de quem era dona não apenas daquela varanda, mas de todo o oceano à sua frente.

Seus olhos, da cor do mel, se viraram e encontraram os meus. Não foi um acidente. Foi uma busca. Ela sorriu, um sorriso lento e knowing, como se estivesse lendo cada pensamento proibido que cruzava minha mente.

— O mar está lindo hoje, não é? — disse ela, sua voz era um contralto aveludado que parecia uma carícia física.

— Está — respondi, minha voz saindo mais fraca do que eu gostaria.

— Sou Sônia. — Ela ergueu levemente a taça em minha direção.

— Fah.

— Fah. Nome curto. Como um suspiro. Combina com você.

Aquela simples frase me deixou sem ar. Como um suspiro. Ninguém jamais tinha me descrito assim. Senti um calor subir do peito até as orelhas. Ela riu, um som baixo e gostoso.

— Os pais vão tirar uma soneca, é a lei das viagens familiares. Quando escapar, vem tomar um vinho comigo.

Ela não era uma pergunta. Era uma afirmação. Uma profecia. E antes que eu pudesse responder, ela deu as costas e entrou em seu apartamento, deixando para trás o fantasma do seu perfume – algo amadeirado e exotic, como jasmim e sândalo.

Uma hora depois, eu estava batendo levemente na porta dela, o coração batendo como um tambor. Meus pais e meu irmão realmente dormiam, exaustos. Eu havia me vestido com um vestido sundress branco, fino, sem sutiã. Uma decisão consciente.

Sônia abriu a porta. Tinha tirado o biquíni e vestido um chemisier de seda preta, aberto o suficiente para mostrar o vale entre seus seios generosos. Ela me puxou para dentro.

O apartamento era aberto, arejado, com janelas de frente para o mar. Velas perfumadas já estavam acesas, combatendo o crepúsculo que começava a pintar o céu.

— Você tem olhos de quem já viu coisas — ela disse, me servindo uma taça de um vinho tinto que cheirava a frutas escuras. — Mas ainda não viu o suficiente.

Sentamos no sofá grande, de frente para o mar que escurecia. E eu desabei. Com uma estranha que eu mal conhecia, despejei tudo. Luca, a traição, Roberto, a vingança no banco do carro, a dor, a confusão, o prazer solitário das manhãs seguintes. Ela ouviu tudo, sem julgamento, balançando a taça lentamente.

— Homens — ela disse, quando terminei, a palavra soando como uma sentença. — Eles são como fogos de artifício: barulhentos, brilhantes e, no final, você fica só com a fumaça e o cheiro de pólvora. Eles são obcecados pela conquista, pelo ato final. Eles perfuram, possuem, explodem. E acham que isso é tudo.

Ela se inclinou para frente, seu perfume me envolvendo. — Eles não entendem que o verdadeiro território, Fah, não é aquele túnel escuro e úmido que eles tanto veneram. O verdadeiro território… — ela levou a mão à minha virilha, mas não tocou, sua palma pairou a centímetros do meu sexo, e um choque elétrico percorreu todo o meu corpo, "… é isso aqui. O botão. A porta de entrada. O clitóris. Eles o tratam como um botão de emergência, uma campainha para ser apertada com força na esperança de que a porta se abra. Eles não sabem que essa é a porta. E que ela abre para um universo inteiro.**

Eu estava completamente hipnotizada. Minha boca estava seca. O vinho tinha ido direto para a minha cabeça, ou talvez fosse só a presença dela.

— Eu… eu não sei…

— Você não sabe porque ninguém te ensinou — ela sussurrou, seus lábios agora perto do meu ouvido. — Deixa eu te mostrar.

Ela se levantou e, de pé diante de mim, começou a desamarrar lentamente o cinto do seu chemisier. A seda preta escorregou de seus ombros, caindo no chão em um pool suave. Ela estava nua por baixo. Seu corpo era uma obra de arte. Seios maduros e pesados, com mamilos escuros e eretos. Uma cintura sinuosa que se abria para quadris generosos. E no centro, um triângulo perfeito de pelos bem cuidados, negros como seus cabelos.

— Toca em você — ela ordenou, sua voz suave, mas inquestionável. — Enquanto me observa. Mostra para o que esse "botão" serve.

Um misto de vergonha e excitação avassaladora tomou conta de mim. Minhas mãos trêmulas encontraram a barra do meu vestido. Eu o puxei para cima, expondo minhas pernas, minha calcinha. Então, eu a puxei para o lado. O ar frio da sala bateu em meu sexo, que já latejava de antecipação.

— Devagar — Sônia sussurrou, enquanto suas próprias mãos subiam para seus seios, apertando-os, beliscando os mamilos. — Isso não é uma corrida. É uma exploração.

Fechei os olhos por um segundo, tentando me concentrar. Minhas pernas estavam abertas. Meus dedos encontraram meus lábios inchados. Eles estavam encharcados. Um gemido escapou de mim.

— Abre os olhos — ela ordenou. — Olha para mim.

Eu obedeci. Ela estava se acariciando agora, uma mão em um seio, a outra descendo por sua barriga até seu sexo. Seus dedos desapareceram entre seus pelos, e eu pude ver os músculos de sua coxa tremendo levemente.

— Me imita — ela disse, seus olhos fixos nos meus.

Eu coloquei dois dedos em meu clitóris. A sensação foi imediata, um choque de puro prazer. Comecei a massagear o pequeno botão em movimentos circulares, exatamente como ela fazia. Meus quadris se moveram involuntariamente no sofá.

— Assim — ela gemeu, seus próprios movimentos se tornando mais rápidos. — Sente cada nervo. Cada fibra. Isso não é preparação para outra coisa. Isso é a coisa.

A sala estava cheia de nossos gemidos, da respiração ofegante, do som úmido de nossos corpos se tocando. Era a cena mais erótica que eu já tinha vivido. Eu estava me masturbando para uma mulher, sob as ordens dela, e isso era mil vezes mais excitante do que qualquer coisa que eu tinha experimentado com um homem.

— Agora, penetra — ela ordenou, inserindo dois dedos longos dentro de si mesma com um gemido profundo.

Eu fiz o mesmo. Levei dois dedos à minha entrada e os empurrei para dentro. Meu corpo aceitou, já relaxado e faminto. Comecei a mover meus dedos para dentro e para fora, num ritmo que imitava o dela, enquanto minha outra mão continuava a trabalhar meu clitóris.

— Pensa no que te excita — ela sussurrou, sua voz rouca. — Pensa na língua de um homem no seu sexo. Pensa na mão de uma mulher nos seus seios. Pensa em ser possuída por dois ao mesmo tempo. Deixa a fantasia te levar.

E eu deixei. A imagem na minha mente era de Sônia e Roberto, me comendo ao mesmo tempo. A boca dela em meus seios, a boca dele no meu sexo. Suas mãos por todo o meu corpo. Eu me movia mais rápido, meus dedos bombando dentro de mim, meu clitóris em fogo.

— Eu estou quase… — gemi, meus olhos vidrados nela.

— Espera por mim — ela rosnou, seu corpo arqueando. — Vamos juntas.

Foi a ordem mais difícil e mais excitante que eu já obedeci. Segurei meu orgasmo à beira do abismo, meus músculos tremendo, minha respiração um caos. Eu a observava, sua mão um borrão de movimento, seu rosto uma máscara de êxtase puro.

— Agora! — ela gritou, e seu corpo foi tomado por violentas convulsões, um rugido gutural saindo de sua garganta.

Foi o sinal que meu corpo esperava. Deixei ir. Um tsunami de prazer me atingiu, tão intenso que eu jurei que desmaiei por um segundo. Gritei, meu corpo se contorceu no sofá, meus dedos se enterrando em mim mesma enquanto ondas intermináveis de êxtase me lavavam por dentro. Foi o orgasmo mais longo, mais profundo e mais completo da minha vida.

Ficamos ofegantes, os corpos cobertos de suor, o ar pesado com o cheiro do sexo e do vinho. Aos poucos, a realidade voltou. Sônia se levantou, cambaleando levemente, e foi até a cozinha. Voltou com duas taças de água.

— Isso — ela disse, entregando-me uma taça, seus olhos sérios — é só o começo. Você aprendeu a primeira lição: o seu corpo é um instrumento, e você é a única musicista.

Ela se ajoelhou na minha frente, seu rosto no nível da minha virilha ainda trêmula.

— A segunda lição — ela sussurrou, e então sua língua, quente e aveludada, tocou meu clitóris supersensível.

Eu gemi, meus quadris se erguendo. A sensação era quase dolorosa de tão intensa, mas eu não queria que parasse. Ela não era gentil. Era precisa. Sua língua explorou cada dobra, cada centímetro do meu sexo, lambendo, chupando, penetrando com a ponta. Ela me fez gozar de novo, mais rápido desta vez, um orgasmo mais agudo que me fez gritar e agarrar seus cabelos.

Naquela noite, naquele apartamento à beira-mar, Sônia não foi apenas uma mentora. Ela foi uma iniciação. Ela me mostrou que o prazer não era um ato linear, mas um universo de possibilidades. E eu, Fah, estava pronta para explorar cada galáxia. O sussurro das ondas do lado de fora era um eco dos gemos que saíam da minha boca, uma sinfonia de descoberta que prometia abalar os alicerces de tudo que eu conhecia. A menina que chegou naquela praia havia sido deixada na areia. A mulher que surgiu das ondas estava faminta, e seu apetite era infinito.

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