Parte 1: Iniciando minha vida sexual
Muitos me perguntam como minha vida sexual começou, e a resposta nunca é uma só linha reta, mas um turbilhão de descobertas, calor e um toque de proibido que ainda hoje acelera meu coração. Para entender, é preciso voltar no tempo, para quando o mundo era uma promessa e nossos corpos, territórios inexplorados. Vou tentar descrever aquele momento que mudou tudo, o dia em que o jogo infantil de "verdade ou consequência" se transformou no portal para um universo de sensações que eu mal conseguia nomear.
Tinha acabado de completar 16 anos, estava no primeiro ano do ensino médio e, como toda a minha turma, navegava aquele oceano de contradições que é a adolescência. Éramos uma legião de quase-adultos, convencidos de que sabíamos de tudo e podíamos tudo. A maioridade, aquela linha mágica dos 18 anos, parecia o portal para a liberdade absoluta, uma vida sem dever satisfação a ninguém. Mas até lá, nos agarramos às pequenas rebeldias que o mundo nos permitia.
Estudava em colégio público, um universo à parte onde a falta de professores era uma regra não escrita, e não uma exceção. Aquelas manhãs e tardes vagas eram nossos hiatos de liberdade, um vazio no horário que preenchíamos com tudo que a adolescência tinha de mais intenso e irresponsável.
Era uma segunda-feira sufocante, lembro bem. O ar na sala de aula já pesava com o tédio quando a notícia se espalhou: o professor das duas primeiras aulas estava doente, e o da terceira, aquele fantasma que nunca tínhamos visto, continuaria sua ausência eterna. Foi então que o Arthur, com seu sorriso malandro de quem sempre sabia de um plano, fez a proposta.
— A casa dos meus pais está vazia. Eles viajam e só chegam à noite. Vamos?
O convite ecoou no grupo seleto de nove almas que formávamos a turma mais unida. Juntamos o dinheiro do lanche, uma mixaria de cédulas amassadas e moedas, e confiamos ao Arthur a missão sagrada. Ele conhecia um botecinho onde a idade era um mero detalhe, e voltou triunfante com dois litros de Pitu e uma pilha de saquinhos de suco de limão em pó. A combinação era rudimentar – a famosa caipirinha de pobre –, mas para nós, era o néctar da liberdade. Compramos também amendoins e batatas palha, os "tira-gostos" que completariam o banquete da transgressão.
A casa do Arthur era um sonho de adolescente: arrumadinha, com um jardim bem cuidado e uma piscina azul cintilante que nos chamou como um ímã. Éramos nove: eu, a Fah, e mais oito.
Vou apresentar o elenco daquele dia que ficaria marcado a fogo:
· Arthur: O anfitrião, loiro de olhos claros, desengonçado mas com um carisma que atraía todos. Era o líder não declarado.
· Luca: O atleta. Moreno, cabelos curtos e um corpo que já denunciava horas de academia. Tinha um jeito quieto, mas seus olhos falavam mais que palavras.
· Pedro: O galanteador. Sempre com uma piada pronta e um olhar que percorria o corpo de todas as meninas.
· Rafael: O mais tímido do grupo, nerds e de óculos, mas com uma doçura no olhar que era impossível ignorar. Era meio apaixonado por mim, eu sabia.
· Ana: Minha melhor amiga. Extrovertida, de cabelos cacheados e um sorriso que iluminava qualquer lugar. Sempre a voz da razão, até que a Pitu falasse mais alto.
· Sofia: A sensual do grupo. Cabelos lisos e escuros que ela arrumava com uma precisão invejável. Sabia do seu poder sobre os meninos e não tinha medo de usá-lo.
· Julia: A mais reservada. Pequena, de feições delicadas e uma timidez que a fazia corar por qualquer coisa. Namorava o Pedro, um relacionamento que todos considerávamos um milagre.
· Beatriz: A despojada. Cabelos ruivos e um monte de sardas no rosto. Sem filtros, falava o que vinha à mente e tinha uma queda não correspondida pelo Luca.
E eu, Fah. Na época, uma mistura de curiosidade e medo, tentando equilibrar a menina certinha que fui criada para ser com a mulher que sentia despertar, cheia de desejos confusos e uma vontade imensa de experimentar.
A festa começou morna. Bebemos os primeiros copos de caipirinha fazendo careta, o álcool queimando a garganta, mas logo o calor do sol e o efeito doce e ácido da bebida começaram a fazer efeito. A conversa ficou mais solta, as risadas, mais altas. Foi o Pedro quem deu a ideia.
— Que tal um mergulho? A piscina tá chamando!
Não houve um "não". A vergonha inicial de ficar quase pelados foi dissipada pelo álcool. Os meninos ficaram de cueca, e nós, meninas, de sutiã e calcinha. A água gelada foi um choque delicioso, e logo estávamos todos brincando, nos molhando, rindo de coisas que provavelmente nem eram tão engraçadas assim. A roupa íntima molhada colava aos nossos corpos, delineando curvas e volumes, e o clima, que antes era de descontração, começou a ganhar uma carga elétrica diferente. Eu sentia os olhares dos meninos percorrendo meu corpo, e uma parte de mim, uma parte que eu mal conhecia, gostava daquilo.
Foi nesse cenário de pele molhada, risadas contidas e tensão sexual palpável que a Ana, com um brilho travesso nos olhos, soltou a bomba.
— E que tal um "Verdade ou Consequência"?
Um silêncio carregado pairou sobre nós. Todos sabíamos que aquele não seria um jogo qualquer. Não naquela situação, com aquela bebida, com aquela pouca roupa. Foi um consenso instantâneo. Saímos da piscina, enxugamo-nos rapidamente com toalhas que já estavam úmidas e nos acomodamos em um grande círculo na borda da piscina, a pele ainda gelando sob o sol quente.
O Arthur, como anfitrião, começou. Ele olhou para a Sofia, a mais ousada do grupo.
— Sofia. Verdade ou consequência?
Ela não hesitou. — Consequência.
Arthur sorriu, um sorriso de quem tinha guardado a carta na manga. — Tá bem. Você tem que sentar no colo do Luca, de frente para ele, e fingir que é a garota da propaganda de cerveja, daquelas bem sensuais, por um minuto inteiro.
Um "oooh" coletivo ecoou pelo grupo. Luca corou ligeiramente, mas não recusou. Sofia, com a confiança de uma rainha, levantou-se e caminhou até ele. Sentou-se em seu colo, envolveu seus braços around seu pescoço e começou um strip-tease imaginário, roçando seu corpo no dele, sussurrando frases clichês de propaganda em seu ouvido. O ar parecia ter saído do lugar. Eu podia ver a tensão nos músculos do braço do Luca, sua mão apertando o joelho. O minuto pareceu uma eternidade, e quando acabou, o clima já estava incandescente.
A vez era da Sofia. Ela olhou para o Rafael, o tímido.
— Rafael. Verdade ou consequência?
Ele empalideceu. — V-verdade.
— Quantas vezes você já se masturbou pensando na Fah?
Rafael ficou vermelho como um pimentão. A pergunta era um tiro de canhão. Todos olharam para mim, e eu senti um calor subir do peito até as orelhas. Ele gaguejou, encolheu os ombros e sussurrou: "Umas... umas três". O grupo vaiou e comemorou, e eu não sabia onde esconder o rosto. Era constrangedor, sim, mas também era profundamente excitante. Alguém me desejava daquela forma. Alguém tinha fantasias comigo.
Rafael, buscando se redimir, virou-se para o Pedro. — Pedro. Verdade ou consequência?
— Consequência, óbvio! — respondeu o galanteador, sem medo.
— Você tem que beijar a Julia… mas é beijo de língua, e eu quero ver — ordenou Rafael, com uma coragem recém-descoberta.
Julia, sua namorada, ficou corada, mas consentiu com a cabeça. Pedro puxou-a para perto e deu-lhe um beijo que não era de novela das seis. Era molhado, profundo, com as mãos percorrendo suas costas. Ouvimos um gemido baixo dela, e quando se separaram, estavam ambos ofegantes. O jogo havia cruzado uma linha, e não havia mais volta.
A tensão sexual era tão espessa que se podia cortar com uma faca. A respiração de todos estava mais acelerada. A roupa íminima molhada já não era mais suficiente; sentíamos a pele quente, o sangue pulsando em pontos que mal ousávamos nomear.
A vez era do Pedro. Ele olhou diretamente para mim, e seu sorriso foi predatório.
— Fah. Verdade ou consequência?
Meu coração parecia querer escapar do meu peito. A segurança que eu tinha antes havia evaporado. Aquilo era real, era perigoso, era tudo que eu queria e temia ao mesmo tempo.
— C-consequência — gaguejei, sentindo que uma "verdade" poderia ser ainda mais exposta.
O sorriso do Pedro se alargou. — Tá bem. Sua consequência é beijar o Luca. Mas não é um beijo qualquer. É um beijo de cinco minutos. E vocês dois vão ficar de pé, no meio do círculo, corpo a corpo.
Um calafrio percorreu toda a minha espinha. Luca. O atleta quieto, cujo corpo definido eu havia admirado em segredo inúmeras vezes. Ele se levantou, sério, e estendeu a mão para mim. Minhas pernas tremiam quando me levantei. O grupo formou um círculo mais fechado around de nós, seus olhos eram brasas nos minha pele.
Luca colocou as mãos na minha cintura, e o contato foi como um choque elétrico. Minhas mãos, tremulas, encontraram seus ombros, musculosos e firmes. Ele olhou nos meus olhos por um segundo, um olhar intenso e promissor, antes de baixar seu rosto.
O primeiro contato foi suave, apenas um toque de lábios. Mas isso durou menos de um segundo. Então, ele abriu minha boca com a sua, e sua língua invadiu meu espaço. Era uma sensação estranha, úmida, mas incrivelmente excitante. O gosto da caipirinha, do cigarro que ele tinha fumado mais cedo, e algo que era unicamente dele. Seus braços se apertaram around de mim, puxando-me contra seu corpo, e eu pude sentir, através das roupas molhadas, o volume duro e inconfundível de sua ereção pressionando minha barriga.
Um gemo escapou da minha garganta. Eu estava perdida. O mundo ao redor desapareceu – os assobios, os sussurros do grupo, tudo se tornou um ruído de fundo distante. Minhas mãos se moveram dos seus ombros para a nuca, puxando-o com mais força para mim. Meu corpo se arquou contra o dele, respondendo a uma linguagem que eu não sabia que conhecia. Beijei-o de volta com uma fome que me assustou, minha língua encontrando a dele em uma dança úmida e lasciva. Os cinco minutos voaram e, quando nos separamos, estávamos ambos ofegantes, com os lábios inchados e os olhos vidrados. O grupo estava em silêncio, impressionado. Algo fundamental tinha mudado dentro de mim.
Agora era a minha vez. O poder estava em minhas mãos, e uma ousadia recém-nascida pulsava em minhas veias. Meu alvo era óbvio. Olhei para o Luca, que ainda respirava pesadamente.
— Luca. Verdade ou consequência? — Minha voz saiu mais rouca do que o normal.
Ele não desviou o olhar. — Consequência.
— Você e a Beatriz — apontei para a ruiva, cujos olhos se arregalaram — vão para o quarto do Arthur. Fiquem lá trancados por três minutos. E eu quero saber exatamente o que aconteceu.
Foi uma jogada baixa? Talvez. Mas eu queria ver até onde ele iria. Luca levantou uma sobrancelha, um quase-sorriso nos lábios, e pegou a mão de uma Beatriz surpresa, mas visivelmente eufórica. Eles desapareceram dentro de casa, e a contagem regressiva começou. A tensão no grupo era insuportável. O que estariam fazendo? Três minutos podiam ser uma eternidade.
Quando a porta se abriu, Beatriz saiu primeiro, com os lábios vermelhos e a respiração acelerada, ajustando o sutiã. Luca veio atrás, com o mesmo ar sereno, mas uma marca de batom em seu pescoço.
— E aí? — perguntei, desafiadoramente.
Beatriz olhou para Luca, que fez um gesto com a cabeça como se dissesse "ela que fale".
— Ele me beijou contra a porta — ela disse, com um sorriso maroto. — E… ele passou a mão por baixo do meu sutiã. Apertou meu seio.
Um "uau" coletivo ecoou. O jogo havia escalado para outro patamar. Beijos eram uma coisa, mas toques íntimos… isso era novo e perigosamente excitante.
Agora era a vez de Luca. Seu olhar, pesado e carregado de intenção, fixou-se em mim novamente. Ele estava me caçando, e eu, tola e excitada, era a presa disposta.
— Fah. Verdade ou consequência?
Não havia mais como fugir. Eu estava no olho do furacão.
— Consequência — sussurrei, meu destino selado.
Ele sorriu, um sorriso lento e deliberado. — Você vai comigo para o banheiro. Ficamos lá trancados por cinco minutos. E a única regra é que não podemos transar. De resto… tudo vale.
O coração parou no meu peito. O ar sumiu dos meus pulmões. Era o que eu temia e, secretamente, o que eu mais desejava. O grupo ficou em silêncio, chocado com a ousadia, mas ninguém protestou. A Ana me olhou com preocupação, mas também com curiosidade.
Sem uma palavra, Luca pegou minha mão. Sua palma era quente e firme. Ele me puxou para dentro de casa, deixando para trás o círculo de olhos arregalados e a piscina cintilante. O corredor era frio sob meus pés descalços. Ele abriu a porta do banheiro social, puxou-me para dentro e trancou-a com um clique decisivo.
Estávamos sozinhos.
O banheiro era pequeno, iluminado por uma lâmpada fluorescente que realçava cada detalhe. O som da nossa respiração ofegante ecoava nos azulejos. Ele não perdeu tempo. Assim que a porta fechou, suas mãos encontraram meu rosto e seus lábios cobriram os meus em um beijo que era muito mais urgente e possessivo do que o anterior. Era um beijo que pedia, que exigia. Minha resposta foi igualmente feroz, minhas mãos agarrando seus cabelos curtos, puxando-o com uma força que eu não sabia que tinha.
Suas mãos desceram das minhas costas, percorrendo minha coluna até se firmarem em minha cintura, puxando-me com tanta força que nossos corpos se colidiram. Eu podia sentir cada músculo dele, cada linha dura contra a minha maciez. E então, eu senti novamente, agora sem a barreira da água, o volume imenso e rígido de seu pau pressionando minha barriga. Um choque de excitação pura e primitiva percorreu meu corpo, fazendo-me gemer em sua boca.
— Eu estava louco para te beijar desde que você entrou na piscina — ele sussurrou roucamente, seus lábios percorrendo minha mandíbula até meu pescoço, onde ele chupou e mordiscou a pele, deixando uma marca que eu sabia que carregaria por dias.
Suas mãos subiram, encontrando as alças do meu sutiã molhado. Com um movimento hábil, ele o desfez. O tecido molhado caiu, e meus seios, pequenos e firmes, ficaram expostos ao ar frio do banheiro e ao olhar ardente dele.
— Caralho, Fah… — ele respirou, seus olhos escurecendo de desejo. — Você é perfeita.
Antes que eu pudesse responder, suas mãos cobriram meus seios. A sensação foi eletrizante. Suas palmas eram ásperas contra meus mamilos sensíveis, que endureceram instantaneamente sob seu toque. Ele os apertou, massageou, beliscou suavemente. Ondas de prazer puro, misturado com uma pontada de dor deliciosa, irradiaram dos meus seios para todo o meu corpo, fazendo-me tremer em seus braços. Eu joguei a cabeça para trás, apoiando-a na porta, meus olhos fechados, perdida naquele novo universo de sensações.
— Luca… — gemi, meu corpo arqueando contra o dele, buscando mais contato, mais fricção.
Ele entendeu o pedido não dito. Uma de suas mãos deixou meu seio e desceu, deslizando sobre a seda molhada da minha calcinha. Um estremecimento percorreu todo o meu corpo. Ele parou por um momento, seus dedos pressionando o tecido fino, sentindo o calor e a umidade que emanavam de mim.
— Você tá tão molhadinha, Fah — ele sussurrou no meu ouvido, sua voz um rosnado baixo que me fez derreter. — Você quer, não é?
Eu não conseguia falar. Só consegui balançar a cabeça, meus olhos implorando. Era verdade. Eu queria. Eu estava com medo, mas o desejo era muito mais forte.
Com um movimento deliberado, ele deslizou a lateral da minha calcinha para o lado. Seus dedos, agora em contato direto com minha pele, encontraram meus lábios inferiores inchados e sensíveis. A sensação de sua pele contra a minha, naquele lugar íntimo, foi de uma intimidade avassaladora. Ele não penetrou. Primeiro, ele explorou. Seu dedo médio percorreu toda a fenda, da base até o topo, encontrando meu clitóris com uma precisão devastadora.
Um gemo alto e gutural escapou de mim. Meus joelhos ameaçaram ceder. Ele me segurou firme contra a porta, seu corpo uma âncora, enquanto seu dedo começava um movimento circular lento e hipnótico em volta do botão mais sensível do meu corpo. Era uma tortura celestial. Cada movimento acendia fogos dentro de mim, fazendo minha respiração ficar entrecortada, meus quadris se moverem involuntariamente contra sua mão, buscando mais pressão, mais fricção, mais tudo.
— Assim… — ele incentivou, seu rosto enterrado no meu pescoço, sua respiração quente contra minha pele. — Se mexe assim mesmo, gostosa.
A linguagem vulgar, que em qualquer outro contexto me ofenderia, naquele momento era o maior afrodisíaco do mundo. Eu estava a bordo, perdida em uma maré de sensações que eu nem sabia serem possíveis.
Então, ele mudou o movimento. Seus dedos se afastaram do meu clitóris e se posicionaram na entrada do meu corpo. Ele pressionou suavemente a ponta de um dedo contra minha abertura. A ameaça, a promessa da penetração, fez meus olhos se arregalarem. A realidade bateu com força.
— Não… — eu sussurrei, ofegante. — Luca, para… não pode.
Ele parou instantaneamente, seu corpo ficou tenso. Seus olhos, turvos de desejo, encontraram os meus.
— Por que não? — sua voz era áspera, carregada de frustração e um apelo genuíno. — Eu sinto que você quer. Você tá encharcada por minha causa.
— Eu… eu nunca fiz isso — confessei, minha voz trêmula, meus olhos se enchendo de lágrimas de excitação, medo e confusão. — Eu não quero a primeira vez ser assim… num banheiro… numa brincadeira.
Ele me olhou por um longo momento, sua respiração ainda pesada. Eu podia ver a batalha em seus olhos – o desejo intenso contra um resquício de respeito. Aos poucos, a tensão em seu corpo diminuiu. Ele suspirou profundamente e, com uma doçura que eu não esperava, retirou a mão de dentro da minha calcinha e a usou para acariciar meu rosto.
— Tá bem — ele disse, sua voz mais suave. — Tá bem, Fah. Eu entendo.
Ele não se afastou. Em vez disso, ele se inclinou e beijou meus lábios novamente, mas desta vez foi um beijo mais doce, mais lento, quase de despedida. Sua mão, que estava no meu rosto, desceu e arrumou meu sutiã, cobrindo meus seios novamente. O gesto foi incrivelmente íntimo.
— Mas deixa eu te falar uma coisa — ele sussurrou, seus lábios ainda perto dos meus. — Quando você estiver pronta, você vai me procurar. Porque o que a gente começou aqui hoje… isso não acaba assim.
Ele deu um passo para trás, e o feitiço se quebrou. O som da torneira pingando, a luz fria do banheiro, a realidade voltou com força total. Meu corpo ainda tremia, latejava. Eu conseguia sentir a umidade entre minhas pernas, a marca de seus lábios no meu pescoço, o cheiro dele em minha pele.
Ele destrancou a porta e a abriu. A luz do corredor invadiu o banheiro, cegando-me momentaneamente. Quando meus olhos se ajustaram, vi os outros sete amigos parados no corredor, em silêncio, seus rostos uma mistura de choque, curiosidade e inveja.
Luca saiu primeiro, passando por eles sem dizer uma palavra. Eu fiquei parada na porta, me arrumando, tentando recuperar o fôlego e a compostura. A Ana correu até mim.
— Meu Deus, Fah! O que aconteceu? — ela sussurrou, seus olhos escaneando meu rosto e meu corpo em busca de pistas.
Eu olhei para ela, e então meu olhar encontrou o de Luca, que já estava no living room, pegando um copo de caipirinha. Ele levantou o copo levemente em minha direção, um gesto quase imperceptível, seus olhos ainda queimando com a lembrança do que aconteceu.
— Quase — eu sussurrei para a Ana, minhas pernas ainda tremendo. — Ele quase… mas não deixei.
Mas eu sabia, no fundo da minha alma, que aquela "quase" tinha um gosto de "ainda". O jogo tinha acabado, mas a verdadeira consequência para as minhas ações naquele dia ainda estava por vir. E eu, pela primeira vez, estava ansiosa para enfrentá-la.