Não estou sozinho. - II

Um conto erótico de Mrpr2
Categoria: Gay
Contém 1817 palavras
Data: 23/10/2025 17:16:18

Não estou sozinho. - II

A água morna da banheira parecia amplificar cada sensação, cada roçar sutil da pele de Murilo contra a minha. O calor do corpo dele, tão próximo, tão real, fazia meu coração disparar, e quando suas mãos fortes envolveram meu pau, senti um choque elétrico percorrer meu corpo. Minha respiração ficou pesada, e um gemido baixo escapou dos meus lábios antes que eu pudesse me conter. Murilo, com aquela voz grave que sempre me desmontava, sussurrou no meu ouvido, tão perto que senti o calor do seu hálito contra minha nuca:

— Calma, Allan. Só relaxa. É só entre nós, brothers, tá?

As palavras dele, carregadas de uma intimidade que eu nunca ousara imaginar, fizeram meu corpo tremer. Suas mãos se moviam com uma lentidão deliberada, firmes, seguras, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. Cada toque era uma tortura deliciosa, e eu me vi preso entre a vergonha e o desejo avassalador que queimava em mim. Queria dizer algo, pedir pra ele parar, ou talvez implorar pra ele continuar, mas minha voz estava perdida em algum lugar entre o peito e a garganta.

— Murilo... — consegui murmurar, mas o som saiu fraco, quase um suspiro.

Ele riu baixo, um som rouco que vibrava contra minha pele, e seus lábios roçaram de leve o lóbulo da minha orelha. Foi o suficiente pra me fazer arquear as costas, mesmo sem sentir nada abaixo da cintura. Meu corpo, mesmo traído pelo acidente, respondia a ele de uma forma que eu não imaginava possível. Ele sabia disso. Ele sentia.

— O que foi, mano? Tá gostando? — ele provocou, a voz carregada de um tom travesso, mas com algo mais, algo mais fundo, mais perigoso. — Eu disse que ia te ajudar a relaxar, não disse?

Eu não sabia se era uma brincadeira, se ele estava apenas sendo o Murilo de sempre, leve, debochado, ou se havia algo mais ali, algo que ele também guardava em segredo. Minha cabeça girava, e o calor da banheira, misturado ao toque dele, me deixava à beira da loucura. Suas mãos deslizavam com uma precisão que me fazia questionar se ele já tinha feito isso antes, se ele já tinha pensado em mim assim, como eu pensava nele. O pensamento me incendiava ainda mais.

— Murilo, cara... isso é... — Tentei falar, mas ele apertou um pouco mais, e um gemido mais alto escapou, me traindo completamente.

— Shhh, relaxa. Só deixa rolar — ele murmurou, e agora seu peito estava colado nas minhas costas, a pele quente e molhada deslizando contra a minha. Eu podia sentir o ritmo da respiração dele, um pouco mais rápida, um pouco menos controlada. Será que ele também estava sentindo isso? Será que aquele toque não era só pra me “ajudar”, mas porque ele também queria?

Eu queria virar, olhar nos olhos dele, ver se aqueles olhos mel escondiam o mesmo desejo que eu carregava há anos. Mas eu não conseguia me mover, não só por causa das pernas, mas porque estava completamente rendido a ele. Minhas mãos agarraram as bordas da banheira, buscando algum apoio, alguma forma de manter o controle, mas era inútil. Murilo era o dono daquele momento, e eu era dele.

De repente uma corrente elétrica passou pela minha coluna e eu gozei, nunca havia sentido nada daquele jeito, foi diferente de antes, mas muito prazeroso. Murilo se levantou sem dizer nada abriu o ralo da banheira e a esvaziou me achagoou e me levou para a cama me jogou a toalha e enquanto eu me secava na cadeira ele trocou a roupa de cama e me sentou em minha cama sem dizer uma só palavra até que soltou.

_ Quer comer algo,porque eu estou faminto.

digo que aceito e Murilo sai do quarto, prepara sanduíches e traz para comermos com refrigerante enquanto assistimos a um filme pelo notebook.

_ Bom agora tenta sair da cama e senta na cadeira.

_ Não consigo.

_ Você não tentou, vai.

Muito desajeitado tentei, mas eu não tinha forças nos braços, mas Murilo não me deixou desistir na primeira tentativa, quase cai algumas vezes, mas meu amigo estava por perto me apoiando.

_ Esta vendo? Precisa de força nesses braços e vamos conseguir isso juntos, mais tarde volto para irmos juntos à academia.

E assim aconteceu, mais tarde Murilo voltou em minha casa me colocou na cadeira de rodas e me empurrou até a academia e iniciamos os treinamentos de musculação. Era muito bom estar ali com ele, as vezes eu até esquecia o que havia acontecido, mas quando ele precisava me tirar ou colocar em um aparelho eu me lembrava. a noite as cenas da banheira voltaram e novamente eu fiquei excitado, óbvio que não perdi a oportunidade e me masturbei pensando em Murilo. Não foi a mesma coisa, tão intenso como mais cedo e nem como era antes, mas era uma nova sensação.

O tempo passava, apesar de não tocar no assunto as vezes eu percebia alguns olhares de Murilo em meu corpo, da mesma forma que eu era surpreendido por ele percebendo meus olhares perdidos nas gotas de suor que percorriam aquele corpo lindo cada dia mais musculoso, aqueles braços, aquelas axilas quando erguidas puxando peso aquele peitoral. óbvio que eu ficava enciumado quando algum daqueles musculosos se aproximavam cheio de sorrisinhos perto do meu amigo, eu sempre dava um jeito de chamar atenção de Murilo, por falar em ciúmes fiquei sabendo que o tal do Plínio tinha sido despedido e confesso que não fiquei triste com a notícia.

com o tempo meus braços foram ficando mais fortes logo eu já usava a cadeira sem medo e de forma independente pela casa, saia dela para o fova, voltava e o mesmo para a cama e qualquer outra superfície.

E minha sede de viver não parou por ai, voltei para a auto escola e consegui habilitação, meu pai financiou um carro adaptado para mim, mas me fez prometer ajudar nas parcelas e na gasolina. Consegui um emprego home office, voltei às redes sociais, minha vida estava voltado a ser… não, não era como antes, mas era meu novo normal e eu estava descobrindo possibilidades que eu nem imaginava antes. Confesso que eu não era muito de jogos on line, na real nem sabia direito jogar video game, meus primos é que eram viciados, mas eu não via a menor graça. Por meio dos meus novos colegas de trabalho comecei a jogar de tanto ouvir eles comentando e agora já é mais uma forma de descontração para mim, mas não deixei de jogar fisicamente. onde faço fisioterapia conheci uns caras que jogam basquete, no início eu ia meio que só para complementar time, fazer amizade, mas logo tomei gosto por aquilo.

Para minha alegria cada conquista dessa eu não estava sozinho, além do apoio fenomenal da minha família, Murilo estava comigo. estavamos mais entrosados que nunca, por eu estar trabalhando e com amigos de circulos diferentes do dele quando estavamos juntos tinhamos ainda mais coisas para conversarmos e contar um para o outro, apesar de eu ter mais atividades agora, parecia que estávamos mais perto um do outro, ja que Murilo estava sempre que podia indo me ver jogar basquete, todos os dias malhavamos juntos, fora as saídas para barzinhos ou pizzaria.

Eu estava muito feliz com essa proximidade, mas ao mesmo tempo algo me incomodava. Dona Lindalva, mãe de Murilo que antes do acidente me tratava como um filho agora fazia de tudo para afastar o filho de mim, pedindo favores nos horários em que iriamos treinar ou ele ir me ver jogar basquete, ficava insinuando que ele ia ficar encalhado se não arrumasse namorada, marcando encontros com as filhas das amigas dela e me dando varias indiretas que Murilo ou se fazia de desentendido ou não percebia mesmo.

_ Vamos Allan que hoje é treino de peito.

_ Filho não se esquece que mais tarde você tem um jantar com a Rose.

_ Rose? quem é essa Rose mãe?

_ Hora quem é Rose? A filha da minha amiga Ana. Você sabe muito bem, aquela garota linda, magra cabelos sedosos, a Ana me disse que ela está caidinha por você desde o dia do meu aniversário.

Disse Dona Lindalva toda empolgada.

_ Mãe eu já disse para a senhora parar de me empurrar esses rabo de foguete. Se eu quiser alguém eu mesmo encontro.

_ Não me responda garoto, te carreguei nove meses aqui dentro, sei muito bem o que é melhor para meu filho. Uma mulher, educada, trabalhadora, ela trabalha no shopping e faz faculdade, sabia? E não ficar para baixo e para cima de baba de aleijado.

_ Mãe, pare com isso! O Allan está aqui.

_ E estou falando alguma mentira?

_ Vamos Allan, minha mãe não tem jeito mesmo.

Durante o treino na academia enquanto Murilo tentava defender e amenizar as palavras da mãe eu apenas divagava naquele corpo, musculoso, suado, aquela regata que brincava de esconder parte daquele peito delicioso.

_ Você compreende ne Allan? Allan, Allan!

_ Oi? a sim entendi, tudo bem.

_ O que foi? parece que está viajando, está chateado com o que minha mãe disse?

_ Não relaxa amigo, estava aqui pensando em outras coisas.

_ Que coisas? Fala logo, fala ae…

Perguntou Murilo vindo para mais perto de mim me fazendo cócegas, comecei a rir feito um louco no meio da academia, enquanto meu amigo me cutucava na barriga, em minhas axilas, um momento ele sem querer ou não, cutucou meu pau e percebeu que estava duro, ficou sério e parou a brincadeira, mudando de assunto dizendo para voltarmos para o treino. Continuamos como se nada tivesse acontecido. quando voltamos para minha casa ofereci como quem não queria nada para ele me ajudar no banho novamente e assim ele poderia tomar banho na banheira, mas Murilo recusou dizendo que tinha um compromisso e eu sabia muito bem qual era o compromisso.

Fui para o meu quarto irritado, com raiva, de mim, da minha , falta de iniciativa. Porque eu não me declarava logo para ele? Porque eu não o agarrava e o beijava, naquela boca carnuda, vermelha?

Enfim bati minha punheta e gozei pensando naquele corpo delicioso suado, naqueles olhos cor mel olhando para mim.

Os dias passaram e percebi que Murilo estava mais calado, se afastando aos poucos de mim ate que descobri o porque, vi em suas redes sociais uma foto dele com uma garota, entrei no perfil da garota e lá estava varias, inúmeras fotos dos dois juntos, ela sempre agarrando ele e até beijando ele, beijando aquela boca que eu queria que fosse minha, com os braços na cintura que eu queria abraçar. Chorei muito, mas ao mesmo tempo pensei comigo mesmo, será melhor para ele ter alguém “normal”, afinal além de gay eu agora era um cadeirante, se ele não me quis antes agora era que seria impossível mesmo ficarmos juntos.

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Continue, tá muito bom, curioso no desenrolar dessa relação

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Isso não se faz. Você para nos deixando na mão e sempre com aquele gostinho de quero mais. Será que vamos ver esses dois juntos? Volta logo por favor.

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