✦ Por Aila Nix ✦
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O telefone toca e atendo despretensiosa. Reconheço a voz, rouca e familiar, carregada de saudade. Ele pede por mim, e apenas com uma promessa no tom, combinamos o horário. Fico no aguardo, o coração acelerado, a expectativa se espalhando pela pele antes mesmo de sentir qualquer toque.
Quando finalmente chega, o ar parece se transformar. Ele está ali, imóvel por um instante, quase esperando, enquanto eu abro espaço ele adentra caminha devagar. Primeiro, uma massagem — meu toque começa nas suas costas, firme e suave ao mesmo tempo, deixando cada músculo relaxar, cada tensão se dissolver sob minha pele. O calor do meu corpo contra o dele é o prelúdio silencioso daquilo que virá.
Peço que se sente e encoste na cabeceira da cama. Subo devagar sobre ele, nossos corpos encaixando-se perfeitamente, como se fossem um só. Entre beijos lentos e olhares intensos, meus dedos percorrem seu pescoço, exploram seus ombros, e o tecido fino que nos separa se torna quase provocação, intensificando cada fricção, cada reação da sua carne ao meu toque.
Sinto você endurecer, a entrega se tornando palpável, respirando quente contra meu corpo. Continuo, provocando, explorando, até que sua voz se rompe em urros contidos, implorando pelo alívio que só eu posso oferecer. E então me posiciono, nossos corpos se modelam, lembrando-o silenciosamente do motivo pelo qual me procurou, do motivo pelo qual sempre volta. Olhos nos olhos, sem pressa, corpos suados, encaixados, cada movimento uma reafirmação de desejo.
Pelo quarto, os gemidos ecoam, se misturam ao alento quente que compartilhamos. Os toques se intensificam, a velocidade aumenta, a pressão, a urgência. O mundo lá fora desaparece; só existimos nós, a matéria dos nossos corpos colidindo, respirando, queimando juntos.
Quando o clímax finalmente nos toma, você me segura mais perto ainda. Sinto seu calor, sua pulsação sincronizada com a minha, e deixo o instante se estender. Até que nossos corpos, exaustos mas satisfeitos, começam a esfriar lentamente. A tensão relaxa, o fôlego se normaliza, e chega a hora de nos despedirmos novamente.
Ele me observa enquanto me visto, os olhos carregando a lembrança do que acabou de acontecer. Um último olhar, um sorriso contido, e eu desapareço, levando o calor, o perfume da nossa noite e deixando a certeza de que mais uma vez, o toquei como ninguém.
✦ Ass: Aila Nix
Retornos é uma obra original. Se minhas palavras forem replicadas, ainda assim pertencem a mim. Você pode carregar o eco, mas a voz continua sendo minha.
