Capítulo 7 - Voltando a realidade
A manhã seguinte amanheceu lenta, como se a serra não quisesse nos deixar partir. O sol filtrava-se pela cortina fina, e ela ainda dormia deitada sobre meu peito, respirando tranquila. Fiquei alguns minutos só olhando, gravando cada detalhe: os cabelos ruivos espalhados, a boca entreaberta, o corpo ainda marcado pelos arranhões e carícias da noite anterior.
Quando finalmente acordou, sorriu preguiçosa.
— Não quero ir embora. — murmurou, abraçando-se a mim.
— Nem eu. Mas a cidade não espera.
— Que inferno… a vida real sempre estraga os contos de fadas. — suspirou, mas riu em seguida. — Pelo menos a gente criou um.
Tomamos café juntos, sem pressa. Pães, frutas, café quente. Entre mordidas e beijos roubados, a gente ainda se olhava como se tivesse descoberto um mundo secreto.
Arrumamos nossas coisas, colocamos as malas no carro e, antes de sair, ela me puxou para o meio da sala, de frente para a lareira apagada.
— Espera. Quero guardar mais uma imagem. — subiu nas pontas dos pés e me beijou demorado, como se quisesse selar aquele lugar na memória.
**Na estrada** o silêncio reinou nos primeiros quilômetros, mas era um silêncio confortável. Ela esticou a mão, entrelaçou os dedos nos meus e ficou assim, olhando a paisagem passar.
— Sabe… — começou, sem tirar os olhos da janela. — Acho que nunca vou conseguir ouvir o barulho de uma lareira de novo sem lembrar do seu corpo em cima do meu.
— Ótimo. Quero que toda vez que você pensar em fogo, pense em mim.
— Metafórico e literal. — riu, apertando minha mão.
Fizemos uma parada rápida num posto para tomar café e esticar as pernas. Enquanto bebia, ela encostou a cabeça no meu ombro.
— Parece que a gente viveu meses nesses dois dias.
— A gente espremeu o tempo. — falei. — E eu não me arrependo de nada.
— Nem eu. Só me arrependo que tá acabando.
**Na chegada à cidade**, o trânsito foi aos poucos nos devolvendo à rotina. O clima da serra parecia distante, mas entre nós ainda pairava o calor do fim de semana. Estacionei em frente ao prédio dela.
— Chegamos. — disse, quase contrariado.
Ela respirou fundo, tirou o cinto e virou-se para mim.
— Não é um adeus. — garantiu, olhando firme nos meus olhos. — É só uma pausa.
— Uma pausa perigosa. — retruquei. — Porque fiquei viciado em você.
— Então trate de vir me buscar de novo. — respondeu, mordendo o lábio antes de me beijar.
O beijo foi lento, carregado de tudo que tínhamos vivido e de tudo que ainda viria. Quando saiu do carro, olhou para trás e piscou. Eu fiquei parado alguns segundos, tentando processar que aquele fim de semana tinha sido real.
Liguei o carro e parti, com a sensação clara de que não tinha acabado ali. Aquela história ainda estava só começando.
Capítulo 8 - os próximos dias
A rotina durante o dia era intensa. Trabalho em outra empresa, reuniões, relatórios e telefonemas ocupavam minha mente, mas nada apagava a lembrança do fim de semana na serra.
Quando a noite chegava, nossos encontros começavam. Na segunda-feira, depois de mais um dia cansativo, caminhei pelos corredores da escola à noite, e lá estava ela: ruiva, olhar afiado, como se o fim de semana ainda queimasse dentro de nós.
Ninguém ao redor suspeitava, mas quando nossos olhos se cruzaram foi como se todo o resto desaparecesse. Ela sorriu de canto, provocadora, e passou perto o suficiente para roçar os dedos de leve na minha mão, deixando um arrepio subir pela espinha.
— Boa noite… — sussurrou, quase sem mover os lábios.
— Boa noite nada, você me deixou sem conseguir pensar direito o dia todo. — respondi baixo, a voz carregada de desejo contido.
Ela segurou o riso, fingindo ajeitar os papéis que carregava, mas o olhar traía a diversão.
— Finge que está concentrado na escola, não em mim.
Durante as aulas, trocamos mensagens discretas pelo celular, sem que ninguém percebesse:
*“Ainda sinto você dentro de mim…”*
*“Não faz isso, senão eu te arrasto agora pro armário.”*
Ela respondeu apenas com um emoji de coelhinha e um coração, provocando-me de forma silenciosa, mas intensa, fazendo meu sangue ferver e a vontade de estar só com ela crescer a cada instante.
O corredor vazio, a luz branca e fria das lâmpadas refletindo no chão nos deixavam livres para sussurrar, trocar olhares e toques proibidos durante a noite, mantendo viva a tensão que começava na serra e agora continuava secretamente durante as noites da semana.
A semana passou em um borrão de trabalho e rotina. Durante o dia, eu estava imerso em relatórios e reuniões na empresa, tentando manter o foco, mas nada apagava a lembrança do fim de semana na serra.
*“Não esquece de mim hoje, hein…”*
*“Estou contando as horas para te ter de novo.”*
Na sexta à noite, a encontrei no restaurante. Ela entrou com um vestido preto justo, salto alto e aquele batom vermelho que me deixava sem fôlego.
— Você não joga limpo. — falei assim que a vi.
— E você adora que eu não jogue. — respondeu, passando a mão pelo meu braço antes de se sentar, deixando o ar carregado de tensão entre nós.
Conversamos sobre a semana, sobre a serra, sobre como ninguém poderia imaginar o que havíamos vivido. Entre taças de vinho, nossas mãos se encontravam sob a mesa, os dedos se entrelaçando discretamente. Ela cruzou as pernas devagar, deixando a fenda do vestido subir apenas o suficiente para provocar.
— Para de me comer com os olhos, senão não consigo terminar a janta. — provocou, mordendo o lábio.
— Eu não quero terminar a janta. Quero terminar você, de novo. — respondi baixo, apenas para que ela ouvisse.
Ela arqueou a sobrancelha, maliciosa:
— Então anda logo com esse prato, porque eu quero você dentro de mim hoje.
Rimos, trocando olhares e toques rápidos. Quando terminamos, ela segurou minha mão sob a mesa, cravando de leve as unhas na minha pele.
— Vamos embora. — disse firme, os olhos brilhando.
No carro, encostou-se no banco, sussurrando no meu ouvido:
— Hoje você não me leva para uma cabana. Hoje quero você na **sua cama**, quero que eu sinta o mesmo calor que senti o fim de semana inteiro.
O motor mal havia ligado e eu já sabia: aquela noite seria intensa, marcada pelo desejo acumulado da semana, pronta para se tornar mais uma memória inesquecível entre nós dois.
Chegamos ao meu apartamento com a tensão elétrica no ar. Ela entrou, fechou a porta atrás de si e se apoiou no batente, os olhos verdes faiscando de malícia.
— Finalmente… — murmurou, passando a mão pelo meu peito, deslizando devagar até o meu pau já endurecido.
— E eu esperava por isso o dia todo. — respondi, segurando sua cintura e puxando-a para mais perto.
Ela riu, mordendo o lábio inferior, e deslizou pelo sofá até a cama. O vestido preto caiu sem esforço, revelando cada curva do corpo dela, a pele quente e suave, ainda marcada pelo perfume do vinho do jantar.
— Hoje você vai me ter só aqui. — sussurrou, deitando-se de costas e me chamando com os dedos.
Me aproximei, percorrendo cada centímetro do corpo dela com os lábios e as mãos. Beijei o pescoço, os ombros, descendo pelos seios firmes até os mamilos duríssimos, sentindo-a arquear o corpo e gemer baixo.
— Quero sentir você dentro de mim… agora. — pediu, arqueando o quadril.
Não hesitei. Deslizei minhas mãos pelas coxas dela, separando-as, e encostei a glande molhada na entrada da boceta. Ela respirou fundo, gemendo:
— Vem… me preenche…
Enterrei tudo de uma vez, e o gemido alto dela preencheu o quarto. Segurei sua cintura, acompanhando cada movimento, cada rebolada, cada arqueada.
— Eu te amo… te quero assim… só meu. — murmurei entre estocadas.
— Sou toda sua! — respondeu, gemendo e apertando os lençóis. — Não para… continua!
O ritmo aumentou, selvagem e intenso. Cada estocada nos aproximava mais, cada gemido nos incendiava. Ela se arqueava, me puxava para mais fundo, me chamava de todos os jeitos possíveis, misturando prazer e necessidade.
Quando o clímax chegou, seu corpo inteiro tremeu, arqueando-se, e o grito dela me fez perder o controle. Segurei firme a cintura dela, enterrei mais fundo e gozei dentro dela, sentindo o corpo dela apertar cada centímetro.
Após o orgasmo, ficamos entrelaçados, suados, respirando com dificuldade, os corpos ainda vibrando de desejo e satisfação. Ela se enroscou em mim, murmurando:
— Acho que vou me acostumar a ter só você assim… toda semana.
— E eu não vou reclamar… — respondi, beijando seus cabelos, sentindo a respiração dela acalmar-se lentamente.
O sábado terminou com nós dois colados, abraçados, rindo baixinho e ainda deixando no ar a promessa de muitas outras noites intensas que ainda viriam.