De volta para mim 10

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4007 palavras
Data: 18/09/2025 16:43:36
Assuntos: Gay

16 de Março (Domingo)

09:30 AM

Que dor de cabeça, poucas vezes na vida senti ressaca, me parece que a idade está chegando, afinal como o Dan adora me lembrar.

— Meu celular? — Pergunto a mim mesmo em voz alta, tateando pelo cama e o chão ao lado da cama.

Não estou encontrando ele em lugar nenhum, ótimo só o que me faltava agora. Na cama do lado vejo as coisas do Arthur, porém nem sinal dele. Pelo sons que vem da cozinha a galera já deve ter acordado. levanto coçando os olhos, depois vou ao banheiro lavar o rosto. Meu reflexo mostra um cara derrotado pela ressaca, mas não lembro de está tão ruim quando fui dormir, estava bêbado, mas não mais que o normal.

— Bom dia belo adormecido — Kamilla brinca assim que me vê.

— Bom dia! — digo a todos que já estão na mesa tomando café da manhã, não devem ter acordado agora a pouco também — que horas são?

— Onze — Raylan responde, mas sem olhar diretamente para mim, ontem senti que ele estava muito hostil comigo e nem entendi o porque, hoje já me parece mais calmo e se o conheço bem até um pouco arrependido.

— Alguém viu meu celular? —Me junto a eles na mesa e coloco um pouco de café numa xícara.

— Não — Leonardo responde e é seguido pela negativa do restante do grupo — você não lembra onde o deixou?

— Guigo me empresta seu celular — ele puxa do bolso e me entrega desbloqueado.

Guigo tem o contato do Dan, mas mesmo que não tivesse eu sei seu número decorado, sempre fui bom em memorizar contatos de telefone, eu sei o dos meus pais, do meu avó e o do Rick, além é claro o do meu amor.

— Oi amor, bom dia — digo assim que o Dan atente.

— Perdeu seu celular de novo? — Ele diz irritado.

— Sim, você tentou me ligar?

— Algumas vezes, só fiquei tranquilo depois de falar com o Raylan e descobrir que você estava bem e dormindo — Dan não briga comigo faz um tempo, não sei porque ele está tão puto.

— Só um minuto pessoal — digo me levantando da mesa e indo para fora para poder conversar melhor com o Dan — Amor desculpa, eu vou encontrar.

— Tanto faz Ciço — tem algo acontecendo e minha cabeça doi só de pensar.

— Dan o que aconteceu?

— Você não lembra que me mandou uma mensagem de madrugada?

— Não, eu não mandei mensagem para você amor, ontem eu acabei ficando muito bêbado e nem fui o último a dormir — o normal era sempre ser um dos últimos.

— Ciço por que você não me contou que não queria vir para cá? — Meu coração começa a acelerar.

— Como assim amor?

— Ontem você me mandou uma mensagem pedindo desculpas por não conseguir vir, basicamente me falou que nunca se mudaria para cá! — droga não conseguia lembrar disso, mas sendo algo que não cheguei a comentar com ninguém só podia ter sido eu mesmo.

— Amor — tento me explicar mas o Dan não deixa.

— Ciço, no meio do ano você realmente estava planejando vir, ou você esperava que eu fosse?

— Esperava que desse certo você vir, mas se não desse eu iria — sou sincero pois nunca menti para ele, não pretendo começar agora.

— Inacreditável, por que você não me contou que não queria vir Ciço?

— Justamente por isso Dan, você não entende, não posso morar fora do Brasil — meu vô tenta a anos me convencer a ficar lá com ele, só que não me vejo morando em outro lugar, minha vida é aqui.

— Porque Ciço? — Dan tem uma voz séria e pesada do outro lado da linha, por isso evitei esse assunto por todo esse tempo.

— Porque minha vida é aqui.

— Pensei que sua vida era comigo — essas palavras me cortaram o peito, Dan nunca saberá o que eu tive que abrir mão por ele e nunca vou contar, mesmo assim me machuca ele acreditar que eu escolheria uma vida sem ele.

— Dan, eu te amo, se eu tiver que morar na Itália por sua causa eu vou fazer isso, mas.

— Mas você não gostaria! — Dan completa.

— Desculpa.

— A gente se fala depois Ciço — sempre que ele está muito irritado com algo, seja diretamente comigo ou não Dan prefere não conversar de cabeça quente, ele é do tipo que esfria a cabeça para depois conversar, aprendi que é melhor deixar ele esfriar a cabeça quando ele terminou comigo daquela vez, então até prefiro que ele tome o tempo dele e não deixe a raiva falar por ele.

— Eu te amo, não quero te magoar.

— Eu sei amor, mas é que não consigo acreditar que você não me falou antes, isso muda muita coisa — ele diz agora um pouco mais decepcionado do que irritado.

— Muda o que?

— Esquece, preciso ir.

— Daniel, eu te amo e faria qualquer coisa por você e para te deixar feliz — digo pois é como me sinto.

— Esse é o problema Ciço, não sei se consigo viver sabendo que sou a causa da sua infelicidade.

— Amor você jamais me traria infelicidade — tento argumentar.

— Mas morar comigo aqui te deixaria infeliz e eu saberia que sou o culpado — ele está certo, mas me recuso a deixar que isso fique entre a gente.

— No meio do ano eu vou, vou comprar minha passagem hoje, assim que eu encontrar meu celular está decidido.

— Ciço!

— Estou falando sério Dan, se eu tiver com você vou ter tudo que preciso.

— Eu te amo Ciço — conheço meu namorado ele está segurando o choro.

— Eu te amo mais Danny boy.

— Só não me esconde nada de novo, tá bom, me fala como você se sente sobre a gente e sobretudo.

— Prometo, mas sério amor, por favor não pense nisso, não quero ficar sem você na minha vida.

— Nem eu — ele confessa — não compra a passagem ainda.

— Amor eu posso fazer isso — digo disposto a fazer tudo para me redimir.

— Não, eu vou tentar ir, e quando estiver aí a gente vê o que faz tá legal?

— Desde que possamos ficar juntos por mim aceito qualquer coisa.

Acho que era esse susto que estava precisando para me decidir, ainda acho que seria infeliz morar longe da minha vida aqui, só que estou disposta a qualquer coisa para não terminar com Dan de novo, teria uma vida mais infeliz sem ele certamente.

— Tenho que ir.

— Beijo, eu te amo muito.

— Também te amo, a gente se fala depois, você quer que eu bloqueie seu telefone? — Dan tem mais paciência do que eu para resolver essas coisas.

— Sim, estou morrendo de ressaca e ainda nem tomei meu café.

— Ressaca?

— Pois é, vai ver fiquei velho como você sempre me fala — ele ri e só isso já alivia meu peito.

— Tem certeza que ninguém te dopou? — Ele diz rindo — já te vi beber de tudo e no dia seguinte não sentir nada.

— Só pode — digo entrando na brincadeira, mas aí um alerta se acende na minha mente — te amo, assim que eu recuperar meu telefone eu te aviso, qualquer coisa liga por Guigo.

— Tá, te amo.

— Também te amo, cheiro!

Encerro a chamada bem a tempo do Leonardo me trazer meu café.

— Você está bem irmão?

— Estou, só que fiz merda ontem.

— Tem certeza que está tudo bem? — Leonardo parece preocupado, engraçado o conheço a tão pouco tempo, mas ele tem se mostrado um amigo leal e muito foda.

— Agora tá, mas ainda preciso descobrir o que aconteceu com meu celular — tomo um gole do meu café e volto para dentro com ele.

Ontem lembro de me sentir muito estranho quando fui procurar o Arthur com o Nicolas, pensei que estava bêbado, mas agora que o Dan falou não sei algo está martelando na minha mente, fora que também nunca aconteceu de ter um apagão, não é normal não lembrar de ter feito algo. Tenho certeza de que estava com meu celular e que deitei na cama depois de entrar em casa com Arthur, a partir daí tem um grande borrão preto nas minhas memórias.

— Obrigado Guigo — devolvo o celular para ele, Kamilla começa a preparar um pão com queijo e presunto para mim, desde que o Dan viajou é a primeira vez que me sinto sendo mimado por outra pessoa, Leonardo e ela devem ter notado que pela minha cara não estou muito legal.

— Você não lembra de onde deixou seu celular mesmo? — Guigo me pergunta.

— Você esta com ele ontem quando votou para piscina — o namordo da Bia diz casualmente.

— Que hora foi isso? — Pergunto.

— Você foi deitar, depois de uns vinte minutos você voltou — Arthur revela — disse que tinha vomitado no banheiro e que queria pegar um ar.

— Eu saí de casa? — não consigo lembrar de nada disso.

— Você quis sair — ele continua — mas a Bia não deixou.

— Tu tava muito louco Ciço, nunca tinha te visto bêbado daquele jeito, tava com o olhar perdido — diz Bia.

— Parecia que eu estava drogado? — Pergunto sentindo um certo medo da resposta.

— Agora que você falou — ela confirma minha suspeita.

— Você usou algo? — Guigo me questiona.

— Não, o Dan me proibiu de usar drogas — nem penso muito na resposta, só falo.

— Amigo eu te conheço e normal você não estava! — Bia diz ser enfática.

— Nossa, que perigo, será que alguém te drogou na festa Ciço? — Raylan questiona bem preocupado.

— Melhor levarmos você ao médico Ciço só por via das dúvidas — Guigo completa.

— Não gente, eu estou bem, não quero estragar o domingo de vocês — digo me sentindo estranho.

— Não tem conversa, a gente vai te levar no médico e pronto — Guigo diz com mais firmeza e é apoiado pelo Leonardo.

Depois do café a gente arruma as coisas e começa a se organizar para voltar para casa, no meio disso Arthur encontrar meu telefone no fundo da piscina — deve ter caído quando me sentei na beirada — não consigo lembrar de nada e isso é assustador, talvez o pessoal esteja certo e seja melhor ir no medico, prefiro não assustar ao Dan então só aviso a ele que encontrei o celular, mas que ele não está mais funcionando porque passou o resto da madrugada no fundo da piscina.

Arthur, Kamilla, Raylan, Bia e o namorado resolveram rachar um carro de aplicativo para voltar para casa enquanto Guigo e Leonardo vão comigo pro hospital. Ainda digo ao Leonardo que não precisa, mas ele fez questão, depois que chegamos a conclusão de que posso mesmo ter sido drogado ontem ele ficou bem preocupado comigo, não só ele, Arthur também ficou pilhado com isso.

Depois de tomar banho e tomar outra xicara de café ainda me sinto esquisito, estou me questionando se isso é mesmo resaca ou ainda pode ser o efeito da droga que me deram, no fim é melhor deixar o Guigo dirigir já que não estou confiando nas minhas habilidades no momento. Depois de nos despedirmos do pessoal — me desculpem de novo por interromper nosso fim de semana — seguimos de volta para Fortaleza.

— Você tem plano de saúde Cícero? — Leonardo pergunta.

— Tenho sim.

Vamos direto para lá, a viagem é meio longa, mas até que de boas, acredito que por ser domingo o trânsito está bem calmo. Leonardo no banco de trás fica calado boa parte da viagem, enquanto Guigo não para de se questionar quem poderia ter feito uma coisa dessas, já que só tinham conhecidos na festa ontem — até tenho meu suspeito, porém quero ter certeza antes, para não sair acusando ninguém, afinal nem tenho certeza se fui mesmo drogado.

Chegando no hospital sinto um pouco de enjoo e uma vontade de vomitar, não sei se pela viagem longa de carro ou se é mais um sintoma dessa ressaca misteriosa. Para minha sorte o hospital não estava muito cheio, por ser particular e por meu plano ser um top de linha não demora quase nada para alguém me por uma pulseira no pulso e me guiar até um médico. Leonardo e Guigo se comportam como dois adultos extremamente responsáveis mostrando minha carteirinha do plano na recepção e me acompanhando o tempo todo sem saírem do meu lado, até que no consultório eles entram comigo.

Depois da consulta sou levado para fazer um exame de sangue, o médico diz que pelo meu estado existe uma possibilidade real de terem me drogado, mas sem o resultado do exame é quase impossível afirmar algo, como estou desidratado e bastante enjoado, ele me passa soro e outra medicação na veia, só aí começo a me sentir melhor.

— O doutor falou que o resultado sai em no máximo quarenta e oito horas, quando você receber a gente vem mostrar para ele — Guigo está anotando algo no seu celular.

— O que você está fazendo? — Pergunto.

— Avisando ao Raylan.

— Não fala nada pro Dan, quero ter certeza antes de contar, não quero que ele se preocupe — peço.

— Não se preocupe, já pedi pro Raylan não contar também, mas serio não consigo acreditar que algo assim possa ter acontecido e ninguém viu nada.

— Por só ter conhecido isso baixou nossa guarda — digo pensativo.

— Mesmo assim você precisa tomar cuidado Cicero, imagina se o pessoal não tivesse te visto levantar, você poderia ter saído de casa e não quero nem pensar no que poderia ter acontecido.

— Verdade — Guigo concorda.

— O importante é que estou bem gente, o remédio já está fazendo efeito, só preciso mesmo me hidratar e dormir um pouco quando chegar em casa, até porque amanhã tenho trabalho.

— Tenho certeza que seu pai vai entender e você ouviu o médico que vai ser preciso descanso total para você — Guigo está tão mandando, parece até o Dan.

— Você trabalha com seu pai? — Leonardo pergunta confuso.

— Sim, ele é o dono do restaurante — digo me sentindo meio envergonhado, não queria que ele descobrisse assim dessa forma — mas não tenho regalias, sou gerente lá, mas por mérito mesmo.

— Não precisa se justificar Cícero, eu já te conheço o suficiente para perceber que você trabalha duro — fico aliviado dele ter entendido.

Foi a vez do Guigo ficar confuso, mas resolveu guardar suas dúvidas para si, pois não era o melhor momento para isso, uma das qualidades que mais admiro nele é sua falta de interesse nos assuntos dos outros. Com o fim da medicação sou liberado, primeiro deixamos o Leonardo em casa — agradeço a ele mais uma vez pela preocupação e por ter nos acompanhado — em seguida Guigo me leva para casa, de lá ele pede um carro de aplicativo para ir para casa, ainda me ofereço para pagar, mas ele recusa.

Só tenho uma noção mais exata de que estou cansado quando entro no meu apartamento e me deito, queria tomar um banho, mas não consegui só apaguei na cama, quando acordo já é quase noite e estou morrendo de fome. Minha cabeça está doente bastante e me sinto um pouco fraco, pior que estou sem telefone ainda isso complica um pouco as coisas, estou sem remédio em casa e até eu sei que dirigir assim nesse estado não é uma boa, pego o notebook e tento contato com o Dan, mas ele deve está trabalhando e não vê minha chamada, por sorte meu aplicativo de mensagem também fica aberto no computador, penso em ligar por meu pai, mas ele vai piorar minha dor de cabeça, então ligo para única pessoa que consigo pensar agora.

— Oi Ciço — Rick atende quase gritando, ele já está no bar e pelo barulho está bem cheio.

— Oi Rick, não pira mais acho que alguém me drogou ontem — talvez seja a minha dor de cabeça, mas não foi a melhor forma de contar para ele falando dessa forma.

— O que! — ele gritou ainda mais alto, depois de um tempinho Rick finalmente entra em um lugar mais silencioso — onde você está Ciço, tem alguém com você? — Ele me enche de perguntas com o tom muito apressado e cheio de pavor.

— Eu tô bem, quer dizer mais ou menos, já fui no médico e fiz meus exames, só que estou sem telefone e com fome e dor de cabeça, tentei falar com o Dan, mas não consegui e não quero falar com meu pai.

— Ciço o que aconteceu com você? — Nunca tinha visto o Ricardo tão assustado dessa forma.

— Estou bem, só preciso de ajuda, minha cabeça doi tanto que nem consigo pensar direito — digo.

— Você está sozinho? Onde você está?

— Em casa.

— Tá, vou mandar entregar comida e remédio aí, não dormir ainda tá legal, o médico passou alguma receita para você?

— Passou sim.

— Me manda uma foto.

— Não posso, estou sem celular por isso estou querendo ajuda com isso, o Dan bloqueou minhas coisas por causa do celular, ainda não resolvi nada disso.

— Porra Ciço, e tu só me liga agora cara.

— Desculpa — me sinto triste por preocupá-lo dessa forma.

Mau consigo abrir os olhos por causa dessa enxaqueca maldita, mas Rick fica comigo no telefone até minha comida e o remédio chegarem, digo a ele que vou descansar, mas isso só o deixa mais irritado. Depois de comer e tomar o remédio começou a melhorar um pouco, mas a dor não me dá descanso. Me despeço do Rick e faço a única coisa que consigo agora que é tentar dormir mesmo me sentindo péssimo.

É madrugada ainda quando escuto um barulho na porta, minha cabeça ainda doi e para piorar meu corpo está pesado, mesmo assim me esforço para tentar levantar e ver quem está na porta. só de tentar tirar minha cabeça do travesseiro meu mundo começa a girar e me dar vontade de vomitar.

— Ciço — ouço a voz do Rick quase como se fosse automático, me sinto aliviado.

— No quarto — respondo com a voz fraca.

Não consigo vê-lo, mas seu perfume é inconfundível, e sua voz cheia de preocupação também.

— Puta que pariu Ciço, você está queimando em febre macho!

Rick me ajudou a levantar, vestiu um moletom em mim e praticamente me arrastou até seu carro, estou tão tonto e cansado que isso pode ser um sonho, não tenho como saber agora. Ele me coloca no seu carro e me leva até o hospital — durante o caminho eu apago umas duas vezes ainda. De volta ao hospital tomo remédio na veia de novo e sou atendido por outro médico que me examina mais detalhadamente. Agora o argumento de que fui drogado parece mais certo e por uma ironia do destino não só efeito da droga me pegou, mas a ressaca e tudo mais me fez adoecer de verdade, muito azar, se o Rick não tivesse aparecido talvez eu tivesse ficado pior por causa da febre.

O doutor resolveu me manter no hospital por algumas horas até baixar minha febre e ter certeza que os remédios começaram a fazer efeito de verdade dessa vez, não entendi muito bem, mas parece que os remédios que tomei mais cedo não ajudaram, foi mais o contrário, enfim agora o susto já havia passado assim como minha febre que já tinha baixa com o nascer do sol.

— Rick? — Chamo por ele, estou mais consciente agora, ele está deitado no sofá pequeno que tem no quarto em que estamos.

— Oi — ele levanta do susto.

— Tá tudo bem — digo tranquilizando ele — preciso avisar ao meu pai que não vou conseguir abrir hoje.

— Relaxa, já cuidei disso — ele se aproxima e com a mão mediu minha temperatura só para ter certeza.

— O que você fez? — Pergunto curioso.

— Liguei para ele ontem e expliquei que você tinha passado mal de ontem para hoje e que estava no hospital e sem telefone.

— Ele deve está uma fera comigo — no fim vou ouvir do mesmo jeito.

— Na verdade não, ele ficou bem preocupado e até quis vir por hospital, mas já o tranquilizei e o convenci a ficar em casa que tudo ia ficar certo e o Dan também falou com ele já.

— O Dan? — Droga.

— Tive que falar com ele, não tinha o número dos seus pais — ele diz em sua defesa — aqui liga para ele.

— Obrigado Rick! — Agradeço ele, pego o telefone dele ligo para o Dan.

Pensei que fosse levar um esporro do meu namorado, mas o Raylan boca de sacola já tinha contado tudo a ele, pelo menos dessa vez ele entendeu que eu achei que estava tudo certo por isso não falei nada, e também em minha própria defesa ele foi a primeira pessoa que tentei contactar. No fim ele ficou mais calmo e feliz por falar comigo, mas está com sangue nos olhos para descobrir quem pode ter me drogado.

Liguei pro meu pai depois e ele também ficou aliviado em ouvir minha voz, só que diferente do Dan ele puxou minha orelha por não ter ligado para eles, enfim meu velho disse que podia levar o tempo que precisasse para me recuperar totalmente antes de voltar pro restaurante. Na volta para casa fiz o Rick passar no shopping para comprar um novo telefone para mim, é a segunda vez que perco meu telefone em menos de seis meses, preciso ficar mais esperto afinal meu iphone não é nem um pouco barato.

— Você está se sentindo bem? — Rick pergunta na ida para casa depois de comprar o celular.

— Sim, só com a boca seca.

— Pega, é água de coco que o médico falou que era bom você tomar — ele me entrega a garrafa.

— Rick, não sabia que você estava em Fortaleza — tomo um gole generoso da minha água.

— Não estava — ele responde sem olhar para mim — depois que você falou comigo eu fiquei preocupado e vim.

— De Natal? — Perguntou arregalando os olhos de surpresa.

— Porra Ciço tu me liga falando que foi drogado e que está só em casa passando mau tu queria o que velho? — Ele me olha com os olhos em chamas de ira, mas também preocupação — se algo tivesse acontecido não quero nem pensar.

— Desculpa.

— Tá tudo bem — Rick segura minha mão com força e me encara rapidamente — não faz mais isso tá legal?

— Tá bom, seu Ricardo, pode deixar que vou tomar mais cuidado daqui para frente — ele solta minha mão e volta a segura no volante do carro.

— Quem fez isso, você sabe?

— Não, mas sem o resultado do exame nem tem como ter certeza.

— O médico disse que tenho certeza que você foi drogado Ciço, isso é um absurdo, temos que descobrir quem fez isso.

— Eu tenho um palpite, só que não tenho provas — acabei contando para ele o que rolou com Nicolas até a noite de ontem.

— Filha da puta! Vou pegar essa merda.

— Calma, primeiro vamos ter o exame em mãos, depois eu vejo isso, você vai voltar quando?

— Só quando você estiver cem por cento — fico aliviado, não queria ficar só.

— Não sei nem o que fazer sobre isso de verdade, é assustador pensar que alguém pode ter feito isso comigo e se for esse cara isso só me deixa mais puto, acho que se eu encontrar com ele de novo nem vai ser preciso você fazer nada, eu mesmo vou matar esse moleque.

— Vamos esfriar a cabeça é melhor, você tem que se preocupar em ficar bom primeiro.

— Valeu Rick, por ter vindo assim tão rápido em meu socorro — ele rir e me olha por cima de relance.

— Você faria o mesmo.

— Pode apostar! — Dan e Rick são as pessoas mais importantes na minha vida depois do vovô, não tem nada que eu não faria no mundo por esses três.

— É bom você lembrar disso, porque eu fiz uma coisa que não queria, mas vamos precisar de toda ajuda possível com essa história.

— Você falou com ele? — Não acredito que ele passou por cima até disso por minha causa, isso só me faz sentir mais raiva do Nicolas.

— Ele vai passar lá no apartamento mais tarde para te fazer umas perguntas.

— O Mauro está diferente Rick, eu sei que você tem o Chico agora, mas vocês podem dar um fim de vez nessa história agora pelo menos.

— Minha história com Mauro acabou a muito tempo Ciço!

— Não para ele Rick — meu amigo me encara de novo por um breve momento, depois disso seguimos o resto do caminho em um silêncio reflexivo dentro do carro.

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Foto de perfil de R ValentimR ValentimContos: 127Seguidores: 73Seguindo: 3Mensagem não recebo mensagens por aqui apenas por e-mail: rvalentim.autor@gmail.com

Comentários

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Se o Nicolas realmente drogou o Cícero, algum motivo ele tinha, acredito que ela possa ter se aproveitado do Cícero enquanto apagado, mas espero que não tenha acontecido.

Não consigo gostar do Rick.

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Foto de perfil de Xandão Sá

eita que embolou tudo...Se o Ciço não amasse tanto o Dan e se o lance entre Rick e Mauro fosse de fato algo superado, coisa que não é, mesmo tendo o namorado em Natal, acho que Ciço e Rick iam se pegar...

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Foto de perfil genérica

várias red flags citadas, se tem um cara que nao respeita seu relacionamento corte a relação total e nem chame para passeio com amigos, segundo se o cara ja tem histórico de bebida seja consciente que você é um alcoólatra, terceiro se ana tanto o cara srja verdadeiro com ele e principalmente consigo mesmo, quarto um cara mau caráter. que dopa outro pode muito bem fazer o filme erotico como drogado e enviar para o rival dele, já que as mensagens enviadas para o dan soaram bem destoantes do discurso do ciço. quais serão os desdobramentos dessa festa que tinha tudo para dar merda e está comencando aparecer a catinga.

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Ciço tá inocente demais! Que falta o Dan faz!

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Foto de perfil de Rafys

Podem me chamar de paranoico, mas esse Rick aí está me cheirando muito esquisito! Rafa segue me deixando sempre com aquele gostinho de quero mais!! Continue assim! Rsrsrs

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