A cerca velha entre as nossas propriedades rangia sob a pressão das minhas mãos. A noite estava quieta, e o som da madeira cansada ecoava no quintal escuro. Foi quando a voz dele cortou o silêncio.“Vai derrubar o muro todo, seu animal?
Ele estava encostado na porta dos fundos deles, iluminado pela luz amarela que vazava de dentro de casa. Usava apenas um short baixo, aquele jeito de quem se acha o centro de tudo transbordando em cada poro. A postura desleixada, o olhar de desdém. O filho perfeito e escroto da vizinha Virei-me lentamente, limpando as mãos sujas de terra num pano. “Se ele cair, a culpa é de quem não ajuda a conservar.”Ele deu uma risada seca, um som vazio, e atravessou o pequeno espaço que separava as duas casas. Parou tão perto que eu sentia o calor do corpo dele. Cheirava a cigarro e a algum gel de cabelo caro.“Acha que eu não tenho nada melhor pra fazer do que ficar olhando você suar feito um porco?”
“Pelo visto, não,” retruquei, segurando o seu olhar.O desafio estava ali, palpável. Um silêncio pesado caiu entre nós, carregado de um ódio estranho, que parecia esfregar uma ferida que eu nem sabia que tinha Foi então que o meu braço, quase por vontade própria, se moveu. Minha mão, ainda encardida, envolveu a nuca dele. A pele era surpreendentemente macia sob os meus dedos ásperos. Ele arregalou os olhos, mas não recuou. Um estremecimento quase imperceptível correu pelo corpo dele. O desprezo nos seus olhos não se foi, apenas se misturou com outra coisa, algo mais cru e interessado Puxei seu rosto para o meu. O beijo não foi gentil. Foi uma colisão de dentes e língua, uma disputa por domínio. Ele resistiu por uma fração de segundo antes de ceder com um som gutural, suas mãos agarrando minha camisa, não para me empurrar, mas para puxar-me mais perto. O gosto dele era de nicotina e arrogância, e era intoxicante Empurrei-o contra a parede de tábuas da minha própria casa. A madeira tremeu com o impacto. Meus joelhos forçaram as pernas dele a se abrirem, e eu me encaixei entre elas, a pressão do meu corpo imobilizando-o. Ele arfou, e pela primeira vez, vi a fachada de superioridade rachar. Havia apenas vontade bruta no seu olhar agora.Minha mão desceu pelo seu torso magro, sentindo os músculos tensos contra a minha palma, até encontrar o elástico do short. Ele não usava nada por baixo. Enterrei a mão no tecido, agarrando a nádega firme, puxando-o contra a minha virilha, onde ele podia sentir exatamente o que ele estava provocando. Um gemido baixo escapou dos seus lábios, um som que ele tentou engolir imediatamente.“É isso que você queria?” disse baixo no ouvido dele, minha voz um pouco grave. “Viu que eu não estava olhando para você com nojo, mas querendo te foder?”
Ele não respondeu com palavras. A resposta veio quando ele enterrou os dedos no meu cabelo, puxando com força, e esfregou o corpo contra o meu com uma urgência que negava toda a sua pose anterior Não havia mais tempo para sutilezas. Virei-o de frente para a parede, pressionando seu peito contra a madeira áspera. Ele ofereceu nenhuma resistência, apenas arqueou as costas, apresentando-se. Baixei seu short até os joelhos, expondo-o completamente à noite fria. Ele estava tremendo, mas não de frio Cuspi na minha mão e lubrifiquei-me rapidamente, depois usei o que restou nele. Ele prendeu a respiração quando meus dedos o encontraram, tenso e fechado. Um único dedo encontrou resistência, mas a pressão certa e o gemido abafado que saiu dele me disseram para continuar. Não era hora de delicadeza. Era hora de tomar Quando me posicionei, ele virou o rosto para o lado, sua bochecha pressionada contra a madeira. Seus olhos estavam fechados, a boca entreaberta.
“Olha para mim,” ordenei.
Ele abriu os olhos. O olhar era vidrado, submisso, e ainda assim desafiador. Ainda aquele filho da puta marrento, mas agora todo meu Empurrei de uma vez. Ele gritou, um som rouco e quebrado, e suas unhas cravaram-se na madeira , deixando-o se acostumar com a invasão, sentindo cada fibra dele se contrair em torno de mim. Era apertado, quase dolorosamente quente. Quando comecei a me mover, foi com uma cadência impiedosa, cada investida um castigo e uma recompensa. A madeira da casa batia num ritmo sujo contra o corpo dele Seus gemidos eram engasgados, abafados contra o braço que ele usava para cobrir o rosto. Puxei o braço dele para trás, forçando suas costas a se arquearem mais, aprofundando a penetração.
“Quer saber quem manda agora?” perguntei, perdendo o fôlego a cada palavra, a cada embate. “Quer?”.A única resposta foi um “sim” chorado e quebrado, repetido como um mantra. Sua resistência havia virado pó. Ele estava entregue, levando cada arremesso com um tremor que percorria todo o seu corpo. Eu o usei, sem pena, com uma fome que ele mesmo tinha despertado. A raiva inicial tinha se transformado em puro fogo, consumindo os dois O orgasmo chegou como um terremoto, arrancando um rugido de mim enquanto eu me enterrava até as profundezas nele, meu corpo convulsando com a onda de prazer. Segurei seus quadris com tanta força que certamente deixaria marcas roxas Ele veio momentos depois, sem que eu sequer o tocasse, o corpo todo se contraindo violentamente contra a parede, um grito surdo escapando enquanto ele se derramava sobre a madeira O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pela nossa respiração ofegante. Eu me afastei, e ele deslizou lentamente pela parede até se ajoelhar no chão, ofegante, com os olhos ainda vidrados. A pose marrenta tinha se dissolvido completamente, deixando para trás apenas um jovem exausto e usado.Ele se levantou com dificuldade, puxando o short para cima sem me olhar. Deu dois passos em direção à sua casa, mas parou na divisa dos nossos quintais. Virou-se, e por um segundo, a máscara de arrogância tentou voltar ao lugar, mas falhou miseravelmente. Havia apenas uma pergunta crua naquele olhar.
Ele virou e desapareceu dentro de casa.
Fiquei ali, encostado na minha parede, o cheiro dele ainda na minha pele, sabendo que nada entre nós seria igual dali para frente. E não era. Na manhã seguinte, nossos olhares se cruzaram por cima da cerca. Ele desviou imediatamente, a face corada, e eu soube que aquele silêncio era o preço daquela verdade.