As Turbulências De Uma História De Amor #24

Um conto erótico de Sabrina
Categoria: Lésbicas
Contém 2663 palavras
Data: 17/09/2025 17:22:02

Eu ainda não estava totalmente convencida de que as palavras de Ingrid eram verdadeiras, mas depois de uma conversa com Marina, comecei a ter mais certeza de que realmente era verdade. Marina me fez enxergar que, além das histórias baterem, não fazia sentido a Ingrid estar mentindo, e realmente não fazia muito sentido mesmo. Depois daquela conversa com Marina, fui me acalmando aos poucos; minha mente parecia conseguir trabalhar sem aquele monte de emoções atrapalhando meu raciocínio.

Fiquei bem mais tranquila também ao saber que Hugo, enfim, estava preso. É incrível como a polícia consegue trabalhar rápido quando quer. Hugo ficou foragido por meses e nada foi feito, mas depois de quase assassinar alguém, o prenderam rapidamente. Na verdade, eu nem posso culpar a polícia; eu mesma achei que Hugo estava longe, em outro país. Infelizmente, ele não estava, e deu no que deu, mas agora ele iria pagar pelo que fez. Eu iria gastar o que pudesse para garantir isso; arrumaria um ótimo advogado só para ferrar com ele o máximo que desse.

Mas meu foco mesmo era na recuperação da Fernanda. O problema é que, neste momento, eu não poderia ajudar muito. Ela já estava em um quarto particular recebendo os melhores cuidados, e Ingrid disse que iria pedir ao médico que estava cuidando do caso dela para ter um cuidado especial. Sinceramente, eu acreditava que ela iria mesmo fazer aquilo; Ingrid me parecia sincera e, além de tudo, era sim uma boa pessoa. Meu problema com ela era outro, se é que ainda era um problema. Acho que assim que Fernanda abrisse os olhos, isso iria se resolver, pelo menos era o que eu acreditava naquele momento.

Passei o tempo todo no quarto junto com Fernanda depois da conversa com meu pai. Fiz companhia à minha sogra, enquanto meu pai e meu sogro foram até a delegacia conversar com o delegado responsável pelo caso. Logo eles voltariam com notícias e, provavelmente, eu saberia de tudo que aconteceu. Sinceramente, estava curiosa com uma coisa: quem foi a pessoa que ajudou Fernanda? Eu com certeza seria eternamente grata a essa pessoa.

Minha sogra passou a maioria do tempo calada, mas não largou minha mão em momento algum; aquele gesto dela era muito significativo para mim. Fernanda permanecia imóvel e, além da visita de uma enfermeira para trocar o soro, nada de novo aconteceu até a parte da tarde. Minha sogra saiu para tentar comer algo e eu fiquei sozinha com Fernanda. Nesse tempo, segurei de leve suas mãos e rezei pedindo a Deus para ajudar que ela se recuperasse o mais rápido possível.

Minha sogra retornou depois de quase uma hora e disse para eu ir comer algo, que se eu ficasse sem me alimentar, poderia ficar doente também. Eu não estava com fome, mas achei melhor não contrariar minha sogra, e no fundo, ela tinha razão. Saí do quarto e, assim que cheguei no corredor do hospital, meu celular tocou. Era Diego, e só então me lembrei que era para eu estar na boate, mas simplesmente não me lembrei disso. Atendi meu amigo; expliquei que eu não poderia ir à boate, pedindo para ele avisar a todos que não iríamos abrir e também para divulgar em todas as redes sociais da boate. Ele logo se preocupou e perguntou o que tinha acontecido; fiz um resumo rápido, deixando claro que Fernanda estava bem, na medida do possível. Ele disse que iria resolver tudo e depois me daria notícias. Agradeci e desliguei. Quando fui para fora do hospital procurar algum lugar para me alimentar, achei mais prático ir à lanchonete onde estive com Marina. Era perto e eu não conseguiria comer muita coisa mesmo.

Quando fui atravessar a rua, meu pai me chamou; ele tinha acabado de chegar com meu sogro. Esperei eles se aproximarem. Meu pai perguntou onde eu estava indo e disse que iria me acompanhar. Meu sogro se dirigiu ao quarto da filha para dar notícias à minha sogra. Ele se foi e meu pai me acompanhou até a lanchonete. Escolhemos uma mesa mais afastada e pedimos dois pastéis de carne, duas esfirras e dois refrigerantes lata. Assim que o garçom nos serviu, meu pai começou a me contar as novidades.

Pai— Conversei com o delegado e ele me disse que realmente encontraram um vídeo da agressão. Nesse vídeo dá para ver claramente que é o Hugo. A rua é um pouco escura, mas a câmera é muito boa e capturou seu rosto algumas vezes. Ele já foi preso; estava escondido dentro de um galpão onde funcionava uma fábrica de pré-moldados. Ele estava lá desde o ataque à Fernanda.

Sabrina— Isso é uma ótima notícia, pai, mas eu quero saber quem ajudou a Fernanda. Pelo que o senhor disse de manhã, alguém a ajudou.

Pai— Na verdade, foram duas pessoas. Duas garotas que estavam na festa saíram por um momento e foram até o carro de uma delas pegar uma blusa de frio. O delegado disse que elas comentaram que entraram no carro porque uma foi vestir a blusa e a outra aproveitou para ligar para a mãe, avisando que chegaria mais tarde do que o previsto. Enquanto uma delas conversava com a mãe, a outra viu Fernanda vindo ao longe, depois viu Hugo surgir atrás dela, agarrá-la por trás, jogar no chão e começar a chutá-la. A garota avisou a outra e pediu para ligar para a polícia, mas percebeu que Fernanda não reagia e, mesmo com medo, saiu do carro e começou a gritar por socorro o mais alto que conseguia. Nisso, Hugo se assustou, saiu correndo e pulou o muro mais próximo. Elas ficaram com medo de ir até a Fernanda e permaneceram no carro até a polícia chegar. Mas antes, a menina que gritou já ligou para o SAMU. Quando a polícia chegou, elas saíram do carro e explicaram tudo aos policiais. É basicamente isso que aconteceu, filha.

Sabrina— Graças a Deus elas estavam lá e, mesmo com medo, decidiram ajudar.

Pai— Sim, graças a Deus, filha. Elas já deram os depoimentos para o delegado e disseram que vão testemunhar contra o Hugo no tribunal.

Sabrina— Isso é ótimo! Agora sim ele vai pagar pelo que fez comigo e com a Fernanda. Vou colocar um advogado para ajudar na acusação.

Pai— Não precisa fazer isso; eu já fiz isso agora há pouco. O mesmo advogado que estava no seu caso vai cuidar desse. Como ele tem conhecimento total sobre o outro caso, vai ser muito útil. Ele também é muito competente e vai ajudar a prender aquele monstro por muito tempo.

Sabrina— E como a polícia achou o Hugo?

Pai— Logo depois que a primeira viatura chegou ao local, outras foram chamadas e fizeram um cerco no bairro, mas não conseguiram achar o Hugo. Hoje de manhã, a polícia civil foi acionada, e a primeira coisa que fizeram foi tentar localizar câmeras de segurança que tivessem filmado a agressão para ver se havia imagens do agressor. A área é cercada por fábricas e galpões de armazenamento, e nesses locais sempre tem seguranças noturnos, câmeras, então não foi difícil localizar algumas. A polícia civil começou a ligar para os responsáveis e contou o que houve; a maioria se dispôs a ajudar, inclusive alguns responsáveis foram até seus locais de trabalho para abrir e deixar os policiais olharem as câmeras. O delegado disse que alguns tipos de crime são mais fáceis de obter ajuda porque a população se une para colaborar. O que Hugo fez é um desses crimes. A polícia passou um bom tempo olhando as filmagens e, primeiro, achou uma que registrou a agressão e o rosto do agressor. Um dos investigadores o reconheceu, pois tinha trabalhado no seu caso. Com o agressor identificado, era só tentar localizá-lo, o que não foi difícil, já que Hugo não aparecia em nenhuma outra filmagem, nenhum dos seguranças noturnos viu movimentação dele. A polícia civil analisou as filmagens de seis câmeras ao redor do galpão e não encontrou nada. Se não havia movimento, ele só podia estar ali ainda. Tinha dezesseis policiais civis no local e resolveram entrar no galpão. Passaram um pente fino e encontraram Hugo dentro de um antigo depósito de cimento. Ele se escondeu debaixo de vários sacos de cimento vazios que foram abandonados ali.

Sabrina— Então a polícia agiu rápido e foi muito eficiente dessa vez.

Pai— Sim, porque eu fiz algumas ligações logo que seu sogro me ligou contando que Fernanda estava no hospital entre a vida e a morte. Na hora, liguei para um amigo da polícia militar, que me contou por alto o que sabia. Agradeci e liguei direto para o prefeito da cidade, explicando a situação. Ele me deve alguns favores e tem muita influência na polícia. Acho que por isso havia tantos policiais no caso.

Sabrina— O senhor ligou para o prefeito de manhã em pleno sábado?

Pai— Na verdade, ainda não era de manhã. Quando seu sogro me ligou tentando te localizar, ainda era de madrugada, por volta de quatro e pouca da manhã. Mas liguei assim mesmo; ele me devia e era pela Fernanda, eu precisava fazer algo.

Sabrina— Obrigada, você é o melhor pai do mundo!

Pai— Obrigado, filha. Eu faria qualquer coisa por um filho meu, mas dessa vez não foi só por você, foi também pela Fernanda e pela família dela. Eu gosto muito dos pais dela, são pessoas boas e muito humildes, e Fernanda me conquistou com seu jeito humilde de ser. Por isso, acho que tem algo errado nesse tal beijo que você viu.

Sabrina— Talvez eu tenha mudado de ideia, pai, mas depois te conto mais sobre isso. Quero saber o que aconteceu depois que o senhor fez as ligações. O senhor foi para o hospital?

Pai— Fui. Tentei te ligar, mas você não atendeu, então fui direto para o hospital. Fernanda estava na mesa de cirurgia lutando para sobreviver e eu fiquei com os pais dela, dando o apoio que podia. Tentei te ligar de novo, mas não adiantou, e eu sabia que não iria adiantar, porque se você ligasse o celular, eu receberia uma notificação avisando que você tinha recebido as chamadas perdidas. Então, fiz o que pude. Pedi para levar Fernanda direto para um quarto particular e me ofereci para pagar tudo que fosse gasto. Ela saiu da cirurgia já de manhã e o médico nos avisou que deu tudo certo, mas ela ainda corria alguns riscos. Logo que ela foi para o quarto, recebi a notificação e te liguei.

Sabrina— Desculpe, pai, eu não devia ter desligado o celular.

Pai— Pensando agora, talvez tenha sido melhor. Foi horrível ficar naquele hospital sem ter notícias, e sabendo que quando tivesse, poderiam ser notícias horríveis. Ninguém merece passar por isso. Acho que foi melhor assim; sem querer, você se poupou de um momento muito ruim.

Ainda conversei com meu pai por um tempo naquela mesa, mas logo voltei ao hospital. Quando passei pelo corredor, a amiga de Ingrid me parou e pediu notícias da Fernanda. Eu disse que ela estava na mesma, sem novidades. Ela agradeceu e disse que Ingrid tinha falado com o médico que operou Fernanda, mas como elas trabalhavam em outra ala, às vezes ficava complicado ter notícias. E como Ingrid não era bem-vinda pela família, não queria ir à ala onde ela estava com medo de dar de cara com os pais dela. Perguntei se ela poderia me dar o número dela para eu avisar caso algo acontecesse. Ela disse que sim, me passou o número dela e o da Ingrid. O nome dela era Joyce; eu salvei os números e prometi que avisaria se o quadro de saúde da Fernanda mudasse.

Meu pai me perguntou quem era ela; acho que ele ficou desconfiado de me ver trocando números com uma enfermeira. Mas eu expliquei tudo a ele, que ficou mais curioso ainda e me encheu de perguntas. Achei melhor contar tudo em detalhes, e assim o fiz. No fim, ele ficou aliviado quando disse que acreditava no que Ingrid tinha falado. Pelo jeito, ele queria muito que eu e Fernanda nos acertassemos. Na verdade, acho que todos que sabiam da briga queriam isso, até quem a causou.

Ficamos sentados ali nas cadeiras do corredor do hospital por um tempo, até que meu sogro desceu. Ele disse que iria em casa buscar algumas roupas para minha sogra, também me perguntou se eu poderia buscar algumas roupas íntimas para a Fernanda e alguns produtos de higiene. Ele me contou que o médico disse que iria suspender o sedativo à noite e provavelmente ela acordaria no dia seguinte. Eu disse que faria isso e pedi ao meu pai para me levar ao meu apartamento.

Meu pai me deixou na porta do meu prédio e eu fui arrumar as coisas para levar para o hospital. Aproveitei para tomar um banho bem demorado e depois voltei ao hospital no meu carro. Meu sogro já me esperava no corredor; me disse que estava indo para casa e que era melhor eu ficar com minha sogra durante a noite. Porque talvez Fernanda acordasse e com certeza ela ficaria feliz em me ver quando abrisse os olhos. Agradeci por me deixar ficar com ela e lhe dei um abraço apertado. Nos despedimos e eu fui para o quarto. Antes de entrar, mandei uma mensagem para Ingrid contando as novidades. Vi que tinha uma mensagem do Diego avisando que tudo estava resolvido e pedindo notícias da Fernanda. Agradeci e contei as novidades.

Entrei no quarto e não vi minha sogra, mas logo ouvi o barulho do chuveiro e percebi que ela estava no banho. Sentei na poltrona mais perto da Fernanda e segurei de leve a sua mão. Ela parecia estar com o rosto menos inchado e, graças a Deus, não estava mais entubada. Porém, as marcas roxas no seu rosto estavam mais escuras, porém, menores, principalmente abaixo do olho. As marcas no pescoço já tinham diminuído bastante. Fiquei ali segurando sua mão e, mais uma vez, pedi a Deus para olhar por ela. Nem percebi quando minha sogra saiu do banho, mas percebi quando ela sentou ao meu lado. Levei minha mão até a dela e segurei; ela deu um pequeno sorriso, mas era nítido a tristeza que ela tinha no seu rosto cansado. Porém dessa vez, ela estava mais falante e conversamos um pouco sobre vários assuntos aleatórios.

A noite já tinha chegado e eu saí um pouco do quarto para fazer algumas ligações. Liguei para Marina e para Diego; não demorei muito em nenhuma ligação, só queria deixá-los a par de tudo. Quando desliguei, olhei minhas mensagens, respondi as importantes. Vi que tinha uma da Ingrid me agradecendo por tê-la avisado e dizendo que estava torcendo muito para que tudo desse certo e Fernanda acordasse logo. Eu não respondi, mas fiquei feliz com o que li.

Voltei ao quarto e falei para minha sogra que, se quisesse, poderia sentar na poltrona mais perto da Fernanda; ela disse que ali era meu lugar e que eu poderia ficar tranquila nele. Agradeci e voltei a me sentar. Depois de algumas horas, notei que minha sogra tinha dormido ali do meu lado, me levantei e peguei uma manta para cobri-la. Também peguei uma para mim, pois estava um pouco frio. Sentei novamente e logo apareceu uma enfermeira para verificar Fernanda; ela sempre vinha de hora em hora fazer isso.

Eu não sei quanto tempo fiquei ali, olhando Fernanda dormir e torcendo para ela abrir os olhos, mas em algum momento meus olhos se fecharam. Só acordei novamente com alguém tocando meu braço. Quando abri os olhos, vi Fernanda me olhando. Demorei um pouco a me situar, mas assim que o fiz, ergui meu corpo e segurei sua mão. Ela falou algo, mas sua voz estava fraca e não conseguia ouvir. Me levantei e me aproximei mais dela, e ela falou novamente.

Fernanda— Me perdoa por favor. Eu amo você!

Continua...

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 415Seguidores: 95Seguindo: 61Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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Eu achei tão lindo esse capítulo!

Dá pra ver que o coração de Sabrina já amoleceu totalmente e a cena final foi super impactante. Simplesmente, a primeira coisa q Fernanda diz é relacionada ao fatídico dia.

E Sérgio roubou a cena mais uma vez. Ele é sempre muito lúcido e fica nítido o quanto ele se doa por inteiro por quem ama.

Estou ansiosa para amanhã, porque esse “me perdoa, eu te amo” é só o começo da reconciliação 🥰

Ameeeei! Parabéns por mais um capítulo excelente!!! ❤️❤️

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Aeeeeeee, ela acordou 😍

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Siiiiimmmmmm 🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳🥳

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Boa noite Juh. 🤗🥰😘

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Boa noite, queen! 😍❤️😘

Assistiu? Eu ainda n tive tempo 🥴

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Já sim, acabei agora na verdade. rsrs

Só achei muito curto, deveria ter no mínimo umas duas horas de duração. Kkkkkkkk

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Bora ler mais um capítulo 📖

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