É tudo pelo bem dele. 1/4

Um conto erótico de Kouta
Categoria: Heterossexual
Contém 3541 palavras
Data: 16/09/2025 21:30:51

Eu sou Kanzaki Kouta, vinte anos, japonês de nascença e de coração. Cresci em Osaka e até hoje carrego aquela rotina pesada que só quem vive aqui entende. Me olho no espelho às vezes e penso como é estranho ter tanta coisa na cabeça e, ao mesmo tempo, ainda parecer tão jovem. Tenho o rosto magro, meio delicado, olhos escuros que herdei da minha mãe e o cabelo preto liso, mas que nunca obedece direito, sempre cai pro lado como se tivesse vontade própria. Meu corpo é mais para o magro, nada de músculos saltando, mas também não chego a ser frágil. As corridas diárias de um officeboy já me mantêm em forma, querendo ou não.

Eu trabalhava de officeboy numa empresa em Osaka. Nada glamouroso, mas era o que pagava parte da faculdade e também o aluguel do nosso apartamento. Nosso, porque eu morava junto com Aoi. Minha noiva. Só de pensar nela eu já respiro fundo e sinto aquela mistura de paz e arrepio no peito.

Aoi é... difícil de descrever sem parecer que tô exagerando. Ela é simplesmente linda, sabe? Uma beleza que faz todo mundo virar a cabeça quando passa, mas sem precisar de maquiagem pesada ou roupas chamativas. Tem os olhos grandes e escuros, com aquele brilho que parece carregar um mundo inteiro dentro. O cabelo dela é longo, liso, tão bem cuidado que às vezes eu me perco passando a mão nos fios quando estamos juntos. Cai até a cintura, sempre solto ou preso num rabo de cavalo quando ela vai trabalhar. O corpo dela... bom, é perfeito do jeito dela. Curvas que me fazem perder a noção e uma postura elegante mesmo quando tá cansada da fábrica. Aoi trabalhava o dia inteiro numa linha de montagem, sempre voltava exausta, mas nunca deixava de sorrir pra mim quando eu chegava. Esse sorriso era tudo o que eu precisava pra aguentar o peso da vida.

Nosso romance era daqueles que parecia de filme. Não porque era cheio de drama, mas porque era real. Amor, amizade, cumplicidade. A gente ria junto, brigava por bobagens, fazia as pazes, cozinhava junto, dormia agarrado. Eu acordava muitas vezes antes dela, só pra ficar olhando seu rosto adormecido, com os cabelos espalhados pelo travesseiro. Sempre pensava: se existe algo certo na minha vida, é ela.

Eu sempre fui aquele garoto mais quieto, o que preferia se sentar no canto da sala e desenhar no caderno, ou então passar o recreio observando os outros jogando bola, sem ter coragem de entrar no jogo. Não era porque eu não gostava das pessoas, mas porque... bom, eu não sabia lidar muito bem com elas. Era tímido, reservado, meio que vivia no meu próprio mundo.

Já Aoi... ela era o oposto absoluto. A garota que iluminava a sala toda quando chegava. Tinha um cabelo preto, longo, que já chamava atenção mesmo quando éramos pequenos. Os olhos grandes e cheios de vida. Sempre sorridente, sempre rodeada de amigos. Eu lembro bem das vezes em que os meninos mais velhos iam até ela, tentando chamar atenção, oferecendo doces, flores roubadas do jardim da escola, e ela só ria, agradecia educadamente, e continuava com as amigas dela. Ela nunca parecia dar bola pra esses caras.

Eu, de longe, só observava. Não que eu tivesse alguma ilusão de que um dia ela fosse olhar pra mim. Eu era só o Kanzaki Kouta, o menino que ninguém lembrava direito o nome, que não falava muito, e que parecia sempre viver no meu próprio mundo.

Um dia, acho que devia ter uns nove anos, aconteceu algo que mudou tudo. Era uma tarde comum, depois da escola. Eu estava indo embora sozinho, mochila nas costas, andando pela rua de casinhas baixas, quando vi um grupo de meninos mais velhos cercando alguém no beco ao lado. Curioso, fui espiar de longe. E lá estava Aoi, encurralada por três garotos, todos maiores que ela. Eles tinham pego a lancheira dela e estavam jogando de um lado pro outro, rindo da cara dela.

Aoi tentava pegar de volta, mas eles não deixavam. Eu fiquei parado por alguns segundos, pensando se devia ir embora ou fazer alguma coisa. Meu coração batia forte. Eu nunca tinha me metido em nada parecido. Mas havia algo naquele momento que me empurrou pra frente.

— Ei! — gritei, com a voz mais firme que consegui. — Deixem ela em paz!

Os garotos olharam pra mim e riram. Um deles balançou a lancheira no ar.

— E o que você vai fazer, Kouta? Vai chorar?

Eles gargalharam. Eu não pensei duas vezes. Corri até eles e tentei pegar a lancheira. Claro que não consegui, mas pelo menos causei uma distração. Aoi aproveitou o momento, puxou com força e conseguiu recuperar. E antes que eles reagissem, agarrei a mão dela e saímos correndo juntos, rindo e ofegando até chegar numa rua movimentada.

Aoi se apoiou nos joelhos, ainda rindo, e olhou pra mim.

— Você é maluco, sabia?

Eu dei de ombros, tentando parecer confiante, mesmo morrendo de medo por dentro.

— Só não achei justo.

Ela me olhou diferente naquele instante. Não como a menina popular olhando pro garoto esquisito. Mas como alguém que tinha visto coragem onde não esperava.

— Obrigada, Kouta. — disse ela, com aquele sorriso que nunca vou esquecer. — Eu nunca tinha reparado em você... mas você é legal.

Naquele momento, algo dentro de mim mudou. Foi como se o mundo tivesse ficado mais colorido só porque eu consegui arrancar um sorriso dela.

A partir daquele dia, Aoi começou a se aproximar de mim. No começo, era estranho. Eu não estava acostumado com atenção, ainda mais dela. Mas ela aparecia no recreio, sentava do meu lado sem pedir, começava a puxar conversa sobre qualquer coisa.

— Você sempre fica desenhando, né? Me mostra o que você faz!

Eu ficava vermelho, tentava esconder, mas ela insistia até eu ceder. Ela elogiava, ria, fazia perguntas. E, pouco a pouco, eu fui saindo da minha concha.

O tempo foi passando, e na adolescência a diferença entre nós continuava clara. Aoi era aquela garota linda que todo mundo queria namorar. Os meninos enchiam a sala dela de bilhetes, chocolates, convites. Eu via tudo isso e pensava que ela jamais escolheria alguém como eu. Mas, por algum motivo, ela continuava sempre perto.

Ela me contava segredos, ria das minhas piadas bobas, dizia que gostava de como eu via o mundo. Às vezes me ligava só pra falar de nada em especial. Eu nunca entendi por que, mas ela parecia se sentir à vontade comigo.

Um dia, já no ensino médio, ela me chamou pra ir ao festival de verão. Eu quase desmaiei quando ouvi. Passei semanas tentando escolher uma yukata decente, ensaiando o que ia falar. Na noite do festival, quando vi Aoi chegando com aquele yukata azul, os cabelos soltos e iluminados pelas lanternas, eu soube que estava perdido.

Andamos juntos entre as barracas, comemos takoyaki, rimos das crianças correndo com máscaras de kitsune. E, no final da noite, quando os fogos de artifício começaram a explodir no céu, eu senti a mão dela procurar a minha. Não precisei pensar. Segurei forte.

Ela olhou pra mim, com os olhos brilhando mais do que os fogos.

— Kouta... você é diferente de todos os outros. É com você que eu quero estar.

Meu coração quase explodiu. Eu não sabia nem o que responder. Só consegui sorrir e apertar ainda mais a mão dela.

Foi quando nos viramos, e meus olhos encontraram os dela. Foi ali, que eu percebi que, aquele dia nos uniu pra sempre.

Tomei coragem e avancei junto a ela, e assim eu a beijei. Foi o meu primeiro beijo, completamente desajeitado porém, o meu primeiro beijo e foi especial. Aoi me abraçava e passava as mãos pelas minhas costas enquanto nossos lábios se encaixavam. Minha língua avançava devagar, enquanto ela passou a ceder e ali trocamos nosso primeiro beijo juntos e percebi pela forma desajeitada da própria que também foi o primeiro beijo dela. Nosso beijo apesar de molhado e desajeitado, foi gostoso. Quando separei meus lábios dela, olhava diretamente para seus olhos enquanto um sorriso se fez em nossos lábios.

— Kouta... — Ela dizia, com o rosto ruborizado.

— Aoi... Eu... Eu te amo! — Disse, fechando os olhos, recebendo um "eu te amo, Kouta" de volta.

Desde aquele dia, não nos desgrudamos mais. Aoi deixou de ser a garota inalcançável e virou a pessoa que estava ao meu lado em tudo. Estudávamos juntos, sonhávamos juntos.

Foi quando eu pedi ela em namoro, quando fomos em uma convenção de Mangakás famosos. Em meio as filas e confusões para conseguir um autógrafo de alguns dos lendários mangakás presentes, que eu era fã inclusive, eu aproveitei o calor do momento, e a pedi em namoro. Imaginei essa cena sendo desenhada, um dia por mim. Eu tinha um sonho de um dia ser Mangaká.

Mas por enquanto, eu apenas vivia no mundo real, e nesse mundo real, eu trabalhava para pagar as contas, enquanto fazia um curso especializado.

A minha primeira vez com Aoi foi quando completamos um ano de namoro. Era um momento em que desejamos ser somente um do outro. Eu estava pronto.

Estávamos em um motel onde acabamos alugando para passar a noite. Ela pediu para se eu fosse até o banheiro, ela queria ter a sua primeira vez em uma banheira. Então eu já estava ali sem roupa, enquanto eu esperei dentro de uma banheira de água quente. Aoi então abre a porta do banheiro e aparece enrolada em uma toalha com o rosto ruborizado.

— Kouta-kun...

A timidez tomou conta de mim, e foi inevitável os olhares cruzados. Olhei para ela, e ela para mim.

— Aoi-san. Como você está... — Naquele momento, me faltaram palavras, eu nem tinha visto tudo. Mas ela estava maravilhosa.

Foi quando ela deixou a toalha cair e pela primeira vez eu pude ver seu corpo completamente nu: ela era linda, possuía curvas que desenhavam muito bem o seu corpo, seus seios eram médios mas tão perfeitos e para cima que ao ficar com os mamilos duros pareciam estar chamando para serem louvados.

— Me desculpe se não te agradou... Não sei. — Ela disse, tentando esconder o rubor de seu rosto. Mas eu tratei de ser honesto.

— É a coisa mais perfeita que eu já vi em minha vida!

Sua pele branca e macia era um convite para ser tocada, e sua boca era a boca que eu mais gostava de beijar nesse mundo.

Ela então veio se aproximando e se sentou na banheira, de início um pouco afastada de mim mas aos poucos ela foi se aproximando. Ela então se deitou junto comigo, e começamos a nos beijar lentamente, onde minha boca passou a ficar grudada junto a dela.

Comecei a beijar seus lábios lentamente, com as nossas línguas se enroscando enquanto ela foi colocando a mão sobre meu peitoral e assim começou a descer seus dedos ali. Logo ela começou a movimentar sua mão quando tocou no meu pau, começando assim a fazer movimentos embaixo da água, passando então a minha punheta enquanto nos beijavamos. Passei a gemer entre os beijos, Eu já havia me masturbando antes, mas a sensação de ter as mãos dela ali subindo e descendo sobre o meu pau foi algo totalmente diferente. Eu acabei me levando, e ficando com o pau ereto na frente dela.

— Aoi-san, eu preciso...

— Eu... Eu vou tentar, Kouta-Kun!

Aoi, cheia de vergonha, acabou levando a ponta da língua sobre meu pau e começou a passar a língua ali, rodeando e circulando a língua sobre ele para logo em seguida abocanhá-lo. Ela começou a fazer movimentos lentos com a boca enquanto olhei para ela e meus dentes estavam rangendo, enquanto soltava gemidos cheios de tesão.

— Uoooh! Que delícia, isso!

Ela estava ali me chupando gostoso, com a sua boca se movimentando lentamente sobre a minha tora, enquanto Eu puxava os cabelos dela. Aos poucos começamos a ficar mais à vontade, eu não sabia nada sobre o sexo mas ao menos na teoria eu sabia graças a alguns vídeos JAV que eu assisti anteriormente, e Aoi me confessou que fez o mesmo.

Depois foi a minha vez, ela ficou de joelhos na banheira com a sua bunda empinada voltada contra mim e a minha língua foi direto a sua bucetinha. Comecei a passar a língua naquela bucetinha molhada e ao mesmo tempo melada com o seu mel, pois deu para perceber que ela já estava muito excitada.

— Mmmhh... Ahh Kouta-kun, que delícia. Eu estou ficando toda molhada!

Agarrava a bunda dela com as minhas mãos e assim eu passei a lamber e chupar a sua bucetinha, enquanto ela começou a espalhar seu gemidos pelo banheiro. Eu não sabia se estava fazendo direito, mas, observando a forma como ela estava se contorcendo fiquei feliz por dentro pois estava dando prazer a minha mulher.

— Eu quero você agora, amor! Por favor, fode a sua Aoi! Eu estou pronta...

Depois disso ela me deitou novamente na banheira e se sentou em cima de mim, depois dela me colocar uma camisinha. Aos poucos o meu pau foi começando a entrar dentro dela, ela colocou as pernas por entre as minhas, enquanto encaixava seu corpo junto ao meu.

— Mhhh... Ah! — Começou então a subir e descer sobre o meu pau enquanto a minha boca foi sendo levada pela primeira vez até seu seio onde eu abocanhava seu mamilo e começava a chupar, usando a minha língua, eu comecei a girar minha língua sobre seu mamilo envolvendo minha boca ali e começando a fazer meus lábios seguirem para frente e trás, puxando o mamilo contra mim. Minhas mãos envolviam seu bumbum perfeito, e agarrava com força enquanto era completamente cavalgado por ela.

— Ah... Kouta-kun, que delícia... Seu pau ta me preenchendo toda... Me fazendo... Mulher...

O tesão tomava conta de nós enquanto ia tirando a virgindade dela. Aos poucos, me levantava junto com ela e encostei as costas dela na parede enquanto eu continuava metendo.

— Vamos pra cama...

Ela subiu em meu colo e fomos até a cama, naquele momento olhei para trás e pude ver um pequeno rastro de seu sangue, tirado de sua virgindade. Troquei a camisinha e voltamos a meter, e ficamos ali boa parte da tarde fodendo e gozei pelo menos umas três vezes tendo que trocar várias vezes a camisinha.

— Você gostou? — perguntei, estirado na cama, exausto. Ela me olhava, contente e realizada. Fazia carinho em meu rosto, enquanto respondeu:

— Muito...

Depois desse dia, sempre transamos no motel algumas vezes, outras em minha casa, quando não tinha ninguém. Foi então, que depois do noivado, decidimos ir pra um lugar só nosso, para vivermos juntos. Seria o início de nossa vida de amor.

Eu tinha um amigo que me acompanhava em praticamente todas as corridas de entrega. Bruno Kuro. Brasileiro de nascença, mas com parentesco japonês. Aquele cara era uma mistura curiosa de culturas. Ele falava japonês com sotaque, mas se esforçava e até que mandava bem.

No começo, teve dificuldade em se fixar aqui, e fui eu quem deu uma força. Mostrei os caminhos, as empresas, ajudei a conseguir o emprego, e até apresentei ele pra galera do trabalho. Em pouco tempo viramos amigos de verdade, daqueles que dividem um delicioso bentou na hora do corre.

Mas tinha algo nele que sempre me intrigava. Bruno trabalhava comigo, mas parecia ter uma vida de muito mais grana do que o salário permitia. Comprava roupas caras, sempre aparecia com gadgets novos, celular trocado de tempos em tempos. Eu percebia, claro, mas nunca perguntei. Não era da minha conta. Talvez tivesse alguma grana guardada, talvez tivesse outro trampo. Eu preferia acreditar nisso. Ele sempre foi leal comigo, então não tinha por que desconfiar.

Era um dia normal. O céu de Osaka estava meio nublado, mas não chovia. Eu estava no meio de mais uma entrega, correndo entre carros e motos que cortavam as ruas com pressa. O trânsito aqui nunca perdoa distração. Eu segurava a mochila no ombro, caminhava rápido pela faixa de pedestres, já pensando em como Aoi devia estar cansada naquele momento na fábrica. Talvez eu passasse no mercadinho e comprasse algo que ela gostasse para o jantar. Esse tipo de pensamento simples me fazia sorrir.

Levantei o rosto por um instante e tudo que vi foi um clarão vindo de faróis. Não tive tempo de pensar, não tive tempo de correr. Só senti o impacto. Um barulho seco, meu corpo sendo jogado pro chão.

As vozes começaram a se misturar ao meu redor, como se eu estivesse dentro de um sonho confuso.

— Alguém chama uma ambulância!

— Ele não tá se mexendo!

— Rápido, rápido!

Meus olhos foram se fechando. A última coisa que senti foi o gosto metálico do sangue na boca e o som de passos apressados. O mundo apagou.

Quando voltei a enxergar alguma coisa, parecia que uma eternidade tinha passado. Um clarão branco, um teto estranho. Minha mente demorou para se situar. Tentei mexer os dedos, os braços, mas parecia que tinha mil quilos sobre meu corpo. A respiração era difícil, como se uma máquina me ajudasse a puxar o ar.

Foi então que percebi uma mão quente segurando a minha. Girei os olhos para o lado e lá estava Aoi, dormindo com a cabeça apoiada. O cabelo dela escorria pela borda, brilhando sob a luz fria do hospital. O coração disparou. Eu quis falar, mas minha voz saiu quase num sussurro.

— Aoi...

Ela se mexeu na mesma hora, como se meu chamado tivesse atravessado qualquer barreira de sono. Os olhos dela se abriram e, quando me viu, se encheram de lágrimas.

— Kouta! Você... você acordou!

A emoção na voz dela me fez sorrir, mesmo com a dor que queimava em todo meu corpo. Ela levantou rápido, parecia que ia me abraçar, mas parou ao notar os tubos e aparelhos ligados a mim.

— Não... não se mexe muito, amor. Você tá todo ligado a essas coisas... — disse ela, a voz embargada.

Com dificuldade, tentei formar palavras.

— O... que aconteceu...?

Aoi respirou fundo, segurou minha mão com mais força, como se tivesse medo de me perder de novo.

— Muita coisa aconteceu, Kouta... mas resumindo... você foi fechado no trânsito, um carro te atropelou... te trouxeram pra cá... você ficou em coma por seis meses. Eu achei... eu achei que nunca mais ia te ver abrir os olhos.

Meu coração doeu ao ver a dor estampada no rosto dela. seis meses. Eu tinha perdido um bom tempo da minha vida. Olhei para os lados, o quarto era moderno, bem equipado, com máquinas piscando e fazendo sons constantes.

— Onde... onde eu estou...?

Ela acariciou meu rosto com cuidado.

— Não se preocupa com isso agora. O importante é que você está vivo, está sendo bem cuidado. Logo vamos pra casa, eu prometo.

— Eu estou sentindo um pouco de dor.— Disse.

— Isso é normal, você se quebrou todo, amor. Mas agora é esperar você ir pro leito pra começar a fisioterapia.

— Aoi, nós não ti — Ela então interrompeu-me, colocando seu polegar em meus lábios.

— Kouta-Kun. Eu quero que saiba que te esperei todo esse tempo, e que você é o amor da minha vida. Eu faria qualquer coisa por você, se eu te perder, é um pedaço meu que vai junto...

Aoi se aproximou, me deu um beijo suave nos lábios e enxugou as próprias lágrimas. Depois olhou para o relógio no pulso.

— Eu preciso ir agora... mas eu volto logo, tá? Eu prometo que não vou te deixar sozinho.

Fechei os olhos devagar, ainda cansado, e a última coisa que senti foi o calor da mão dela se soltando da minha.

Aoi eventualmente voltou no meio da noite. Eu fiquei esse tempo todo acordado, esperando-a, mas quando ela chegou, o efeito dos remédios para a dor começaram a fazer efeito, e tudo que consegui foi falar com ela um pouco, e cair no sono de novo. Horas depois, acordei, e ela estava lendo, ali, sentada do meu lado. Com o rosto cansado, abatido, mas ali, firme a me esperar.

— Aoi-san.

— Oi meu amor. Você acordou. Precisa de alguma coisa?

Foi quando a enfermeira anunciou que era a hora da visita na UTI, e um amigo estava do lado de fora, me esperando. Era o Kuro.

— Kouta! Eu nem acreditei que você estava finalmente acordado! A Aoi me contou.

— Eu... Vou deixar vocês á vontade, ta? — Aoi então saiu da UTI, dizendo que iria procurar o doutor, mas eu a senti estranha naquele momento. Bruno continuava ali, me perguntando como isso aconteceu, e o quanto estava feliz por me ver recuperado. Logo ele saiu, e depois disso, Aoi voltou com o doutor.

Ele disse que o mais importante, é que eu estava agora consciente, e sem nenhum tipo de trauma. Apenas precisava agora de mais alguns exames e cuidados, mas já poderia respirar sem os aparelhos que me mantinham. Com sorte, receberia alta em um mês, quando eu já pudesse ao menos ficar de pé e andar nem que seja um pouco. Por sorte eu não tinha meus movimentos comprometidos, mas por algum motivo não respondia aos estímulos e fiquei muito tempo em coma.

Tinha algo em minha mente que não saia de jeito nenhum, uma perturbação. Uma dúvida, que em breve se transformaria na maior dor de cabeça da minha vida.

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Comentários

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Então o amigo Bruno "preto" tem uma vida boa? Será que foi ele que deu uma forcinha para ajudar o casal?

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Pelos temas desse conto a nossa personagem nesses seis meses fez alguma coisa, pois deu pra perceber o que o nosso prota está tão preocupado ele cita que está em um hospital moderno e quem conhece a realidade no japão sabe que lá eles fornecem um voucher onde o governo paga uma parte e a pessoa outra, descontada depois nos impostos e pra ele ficar seis meses afastado é porque o tratamento deve ta sendo caro e a realidade deles é igual a de boa parte do assalariado japonês, ele deve ta se perguntando como fizeram pra pagar isso tudo, e eu já tenho uma ideia do que está acontecendo só pelas tag... E pela ultima coisa que a Aoi falou pra ele, ela foi até as ultimas consequências para pagar essa conta...

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Legal a história, gostei bastante. A 1* vez que eu vejo um conto ambientado no Japão e com personagens japoneses. Parabéns 👏🏽

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Início muito bom.

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Se essa história for o que to pensando se prepare pq tu vai passar muito nervoso kkkkkkk

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