Eu me chamo Alex, tenho 35 anos e sou casado há dez com a Vera, minha loira de olhos castanhos que me pegou de jeito desde os tempos de juventude. Casamos cedo, ela com 19 e eu com 25, cheios de sonhos e fogo no rabo. A Vera é daquelas mulheres que param o trânsito: corpo forte, coxas grossas que parecem esculpidas na academia, uma bunda grande e empinada que balança como um convite ao pecado, e uma cintura fina que faz inveja a qualquer modelo de revista. O rosto dela é bonito, com traços suaves, lábios carnudos e um sorriso que ilumina o dia. Aos 29, ela tá em forma como nunca, malhando todo dia pra manter essa silhueta de ampulheta que me deixava louco. Infelizmente, a vida nos pregou uma peça: ela não pode ter filhos. Descobrimos isso logo depois do casamento, e desde então, a gente convive com esse vazio, mas sem nunca deixar de se amar.
No começo, nossa vida sexual era um espetáculo. Fazíamos amor quase todo dia, explorando cada centímetro um do outro como se o mundo fosse acabar amanhã. Meu pau, que tem seus respeitáveis 19 centímetros quando em pé, era o centro das atenções dela – ela gemia alto, arranhava minhas costas e pedia mais, sempre mais. Mas nos últimos dois anos, as coisas mudaram. A rotina nos engoliu: eu como advogado trabalhando home office, ela no meio período numa agência de marketing, contas pra pagar, jantares frios e noites em que a gente só desabava na cama exaustos. O sexo virou raro, esporádico, como uma visita de um parente distante. E o pior: ultimamente, nada de levantar. É como se meu corpo tivesse traído a gente. Fui em médicos, fiz exames de tudo – sangue, hormônios, até um urologista que me olhou com pena e disse que tava tudo normal. "É psicológico, Alex", ele falou. Mas na hora H, quando a Vera se deita nua ao meu lado, com aquelas coxas se abrindo devagar e os olhos dela me implorando, meu pau fica mole como um pano de chão. Eu tento, juro que tento – beijos, carinhos, até um vibrador que compramos pra ajudar –, mas nada. Ela finge que não liga, me abraça e diz "tá tudo bem, amor, a gente se ama de outro jeito", mas eu vejo a frustração nos olhos dela, aquela faísca de desejo que apaga aos poucos. Eu não sabia mais o que fazer. Me sentia um fracasso, um homem pela metade.
Moro num condomínio fechado no ABC Paulista, daqueles com portaria 24 horas e ruas arborizadas que parecem saídas de propaganda de classe média alta. Minha casa é geminada: de um lado, só o terreno baldio, ainda sem construção, coberto de mato alto e silêncio; do outro, a casa vizinha, que tava vazia há meses. Eu passo o dia trancado no escritório em casa, entre pilhas de processos e chamadas de Zoom, mas toda tarde dou uma saída pra varrer a calçada – uma mania que me ajuda a arejar a cabeça, sentir o sol na pele e fingir que a vida não é só tela de computador. Foi numa dessas tardes de mês passado que tudo mudou. Estava eu lá, vassoura na mão, suando um pouco sob o sol de setembro que castigava o asfalto, quando ouvi o ronco de uma caminhonete de mudança. Olhei pro lado e vi eles: o casal novo chegando.
O cara era Cezar, uns 45 anos, negro alto e forte como um touro de rodeio. Devia ter uns 1,90m, ombros largos que esticavam a camisa social, braços grossos que pareciam feitos de ferro – daqueles que você imagina carregando o mundo nas costas sem reclamar. A pele dele era escura, quase preta, com um brilho saudável de quem cuida do corpo, e o rosto tinha traços duros, mas simpáticos: barba curta, olhos profundos e um sorriso largo que mostrava dentes brancos. Ao lado dele, descarregando caixas com uma graça felina, vinha a Suzi, a esposa. 44 anos, mulata de curvas que gritavam "venha e pegue", com o corpo todo trabalhado na academia – pernas torneadas, abdômen definido sob a blusa justa, seios fartos que balançavam levemente a cada movimento, e uma bunda redonda que desafiava a calça legging preta. O cabelo cacheado caía solto até os ombros, e o rosto dela era uma mistura de fogo e mistério: lábios grossos pintados de vermelho, olhos amendoados que pareciam ler sua alma, e uma risada rouca que ecoava pela rua vazia. Eles tinham um filho, Matheus, 23 anos, que ajudava na mudança com a energia de um atleta jovem: corpo esguio mas musculoso, pele escura reluzente de suor, dreads curtos e um sorriso tímido que contrastava com a força nos braços tatuados. Todos negros, uma família unida que invadia o condomínio como uma brisa quente de verão.
Eu parei de varrer, encostei na cerca baixa que separa as casas e acenei. "E aí, vizinhos novos? Bem-vindos ao paraíso chuvoso do ABC!", gritei, tentando soar casual. Cezar virou pra mim, limpou o suor da testa com o dorso da mão e veio apertar minha mão com uma pegada firme, quase esmagadora – o tipo que te faz sentir pequeno, mas respeitado. "Fala, irmão! Cezar, prazer. Essa bagunça toda é culpa da Suzi, que quis mudar pra cá por causa da academia aqui perto", ele disse, rindo grave, com uma voz que preenchia o ar como um baixo. Suzi se aproximou, estendendo a mão com unhas vermelhas impecáveis, e quando nossos dedos se tocaram, senti um calor subindo pelo braço – o perfume dela, algo doce e picante, misturado ao cheiro de suor fresco, me acertou em cheio. "Oi, Alex, né? Seu nome tá na placa do correio. Eu sou Suzi, e esse grandão aí é o Cezar. O Matheus é o nosso orgulho, joga futebol na faculdade". Matheus acenou de longe, carregando uma caixa pesada como se fosse pluma, e eu notei como o corpo dele se movia com uma fluidez atlética, músculos se contraindo sob a camisa regata.
A gente conversou ali na calçada por uns bons vinte minutos, enquanto a mudança rolava. Cezar era caminhoneiro, daqueles que rodam o Brasil inteiro, mas agora tava pensando em abrir um negócio de entregas aqui na região. "Cansado de estrada, sabe? Quero ficar mais perto da família", ele explicou, e eu vi o jeito como ele olhava pra Suzi – possessivo, mas carinhoso, como se ela fosse o troféu que ele conquistara a duras penas. Suzi contava histórias da mudança, rindo de como o Matheus quase derrubou a TV na escada, e toda vez que ela se inclinava pra pegar algo, eu não conseguia evitar de reparar na curva das costas dela, na forma como a legging abraçava as coxas grossas e a bunda que parecia desafiar a gravidade. Meu coração acelerou um pouco, e pela primeira vez em meses, senti um formigamento lá embaixo – nada de ereção completa, mas um pulsar distante, como um eco do que eu costumava ser. Vera tava no trabalho, mas eu imaginei ela ali, ao meu lado, vendo aquela mulher forte e confiante, e uma pontada de ciúme misturado a excitação me subiu pela espinha. "Vocês vão adorar o condomínio", eu disse, forçando a voz a soar normal. "Festas na piscina, churrascos... E eu tô sempre por aqui, home office. Qualquer coisa, é só chamar".
Cezar bateu no meu ombro, um tapa que doeu gostoso. "Combinado, Alex. Amanhã a gente te convida pra um café aqui em casa. Pra retribuir a boas-vindas". Suzi piscou, um gesto rápido que me deixou com a boca seca. "Vem sim, e traz a Vera. Ela deve ser linda, pelo que você descreveu". Eles voltaram pro trabalho da mudança, e eu fiquei ali, varrendo devagar, o pau meio inquieto na cueca pela primeira vez em tempos. O sol batia forte, o ar carregado de umidade, e enquanto via as silhuetas deles se movendo – Cezar erguendo caixas pesadas, Suzi se esticando pra alcançar prateleiras invisíveis, Matheus correndo pra ajudar –, uma tensão nova se instalou no peito. Não era só amizade de vizinhos. Era algo mais, um formigamento no ar, como se o destino tivesse jogado uma faísca no pavio seco da minha vida.
No dia seguinte, bati na porta da casa do Cezar pra tomar aquele café prometido. Vera não pôde ir – tava numa reunião importante na agência, mas mandou um bilhete carinhoso de boas-vindas que entreguei pra Suzi. Fui recebido com um calor que me fez esquecer, por um instante, as tensões da minha vida. A casa deles tava começando a tomar forma, com caixas ainda espalhadas, mas a sala já tinha um sofá confortável e uma mesa com uma cafeteira cheirando a café fresco. Cezar tava de bermuda e camiseta, com aquele jeito descontraído de quem tá à vontade no próprio território. Suzi, com um vestido leve que marcava as curvas, me cumprimentou com um sorriso largo e aquele perfume doce que já tinha me pegado desprevenido no dia anterior. Matheus não tava por ali – tinha ido pra faculdade, segundo eles. O café foi servido com pão de queijo quentinho, e a conversa fluiu fácil. Cezar contava histórias da estrada, de como rodava o Brasil de norte a sul, enfrentando noites sem dormir e estradas esburacadas. Suzi completava com risadas, dizendo que ele exagerava pra impressionar. Eu ri junto, mas, no fundo, sentia uma pontada de inveja daquele vigor, daquela energia que parecia transborda deles.
Naquela tarde, pra retribuir, chamei Cezar pra tomar uma cerveja na minha casa. "Aqui tem piscina, irmão, vamo aproveitar o calor!", falei, tentando soar tão à vontade quanto ele. Minha casa, com quintal amplo e uma piscina pequena mas bem cuidada, era um dos orgulhos da Vera. Ela sempre dizia que a piscina era nosso oásis no meio da correria do ABC. Cezar topou na hora, pegou uma sunga que tinha na mochila – "tô sempre preparado, advogado!" – e fomos pra minha varanda. Abri duas latas de Brahma gelada, e a gente se sentou nas cadeiras de plástico, com o sol batendo forte e o som da água da piscina como fundo. Ele começou a contar mais da vida dele: como ganhou um bom dinheiro com transporte de cargas, mas agora queria mudar de ramo, talvez abrir uma empresa de logística local. "Tô cansado de ficar longe da Suzi e do Matheus. Quero criar raiz, sabe? Construir algo aqui". Eu escutava, assentindo, mas minha cabeça vagava. Ele falava com uma confiança que eu não sentia há tempos, e eu me pegava pensando na minha própria vida – no trabalho que me consumia, na impotência que me humilhava, na Vera que, mesmo sendo perfeita, parecia cada vez mais distante.
Cezar, sentindo o calor, resolveu dar um mergulho. "Bora, Alex? Tá quente pra caralho!", disse, rindo. Ele tirou a bermuda ali mesmo, sem cerimônia, ficando só de sunga preta. Quando ele se virou pra pular na piscina, meu queixo quase caiu. O volume na sunga era descomunal, um contorno que parecia impossível de ignorar, mesmo com ele relaxado. Não era só grande – era como se a sunga mal conseguisse conter o que tinha ali. Eu desviei o olhar, fingindo ajustar a lata de cerveja na mão, mas minha mente disparou. Imaginei Suzi lidando com aquilo, o corpo dela se movendo com aquele homem que exsudava força e virilidade. Uma onda de calor subiu pelo meu rosto, misturada com uma pontada de insegurança. Meu pau, que não dava as caras há meses, parecia ainda mais inútil diante daquele espetáculo. Mas éramos só nós dois, então engoli o desconforto e puxei assunto sobre futebol, tentando focar em outra coisa.
Foi aí que a porta da varanda abriu de repente. Era a Vera, que entrou apressada, com o cabelo loiro preso num rabo de cavalo bagunçado e a bolsa ainda pendurada no ombro. "Amor, esqueci uns papéis da agência, vim pegar rápido!", ela disse, ofegante, sem notar o Cezar na piscina. Eu me levantei, meio atrapalhado, e apresentei: "Vera, esse é o Cezar, nosso novo vizinho". Ele saiu da água num movimento fluido, a água escorrendo pelo corpo forte, a sunga colada e aquele volume ainda mais evidente agora, molhado. Ele estendeu a mão, sorrindo, e disse: "Prazer, Vera. Alex falou muito de você". Ela apertou a mão dele, e eu notei o jeito que os olhos dela desceram – rápido, quase imperceptível, mas eu conheço minha mulher. Ela viu o volume na sunga, e por uma fração de segundo, seus olhos castanhos brilharam com algo que eu não via há tempos: um desejo cru, quase animal. Ela sorriu, educada, e disse: "Bem-vindo, Cezar! Desculpa a correria, é o trabalho que não para". Mas o ar ficou pesado, como se uma corrente elétrica tivesse passado entre os três. Eu não disse nada, mas meu peito apertou – não de ciúme, exatamente, mas de uma mistura estranha de inveja, excitação e curiosidade.
Vera entrou em casa pra pegar os papéis, e Cezar voltou pra cadeira, pegando a cerveja. "Cara, tua esposa é um espetáculo. Linda pra caramba, e parece boa gente", ele disse, com um tom respeitoso, mas com aquele sorriso de quem sabe o impacto que causa. Eu ri, meio forçado, e respondi: "É, ela é demais. Minha sorte grande". Mas minha cabeça tava em outro lugar. Quando Vera voltou, deu um aceno rápido e saiu, dizendo que precisava correr pra agência. Assim que ela fechou a porta, Cezar tomou um gole da cerveja e falou, casual: "Vocês parecem um casal firme, Alex. Mas, me diz, como é que tu segura uma mulher dessas? Ela tem fogo nos olhos". Ele riu, como se fosse só uma piada entre homens, mas o comentário ficou pairando no ar, como uma provocação velada. Eu sorri, tentando manter a pose, mas senti aquele formigamento de novo, aquele pulsar que tinha aparecido na calçada no dia anterior. Naquela noite, deitado ao lado da Vera, que dormia com a respiração leve, minha mente não parava. Eu revivia a cena na piscina, o olhar dela, o volume na sunga do Cezar, o comentário dele sobre o "fogo" nos olhos dela. Minha mão desceu instintivamente, e, pra minha surpresa, senti um leve endurecimento – não o suficiente pra chamar de ereção, mas mais do que eu tinha sentido em meses. Era como se algo tivesse sido despertado, não só no meu corpo, mas na nossa vida. O que tava acontecendo comigo? Com a gente? E o que aquele vizinho novo, com seu jeito confiante e seu corpo que parecia desafiar as leis da natureza, tinha a ver com isso?