O Homem Por Trás do Personagem

Um conto erótico de Taradenhum
Categoria: Gay
Contém 1330 palavras
Data: 13/09/2025 21:06:26
Assuntos: Gay

Aviso: O seguinte conto é totalmente verdadeiro. Para preservar a privacidade, o nome do(a) artista famoso(a) foi omitido e detalhes identificáveis foram alterados.

Aquele não era o meu mundo. Os holofotes, o brilho excessivo, o murmurinho constante de pessoas importantes se cumprimentando. Eu estava lá por um amigo, um figurinista que havia me arrastado para a pré-estreia, dizendo que eu precisava “sair da toca”. Eu me sentia um peixe fora d’água, ajustando o colarinho da camisa que, de repente, parecia estar duas vezes mais justa.

Foi quando eu o vi. Não era uma surpresa; eu sabia que ele estaria lá. Era o astro principal do filme. Na tela, ele era maior que a vida, um monumento de carisma e beleza escultural. Na vida real, a alguns metros de distância, ele era… mais real. Mais suave. Ele riu de algo que alguém disse, e o som foi mais grave, mais caloroso do que eu imaginava. Meu estômago deu um nó.

Nosso olhar se cruzou por acaso. Foi rápido, quase imperceptível. Um estranho num canto, ele, a atração principal. Eu desviei imediatamente, o coração batendo forte, sentindo o calor subir pelo meu pescoço. Idiota. Claro que ele não notaria.

Mais tarde, no coquetel, eu estava buscando meu amigo para dar o fora dali quando uma voz calma surgiu ao meu lado.

“Desculpe, você é amigo do Thiago, o figurinista, certo?”

Eu me virei. E lá estava ele. De perto, seus olhos eram de um tom mais claro do que eu pensava, com pequenos raios de cores douradas e verdes. Ele cheirava a algo amadeirado e limpo.

“Sim,” minha voz saiu um pouco timida. “Sim, eu sou. E parabéns pelo filme, é… incrível.”

“Obrigado,” ele sorriu, e não era o sorriso de red carpet. Era menor, mais genuíno. “Thiago falou que você é arquiteto. O projeto do novo museu é seu, não é?”

Fiquei pasmo. Ele sabia disso. Conversamos. Por dez, talvez quinze minutos, sobre arquitetura, sobre arte, sobre coisas normais. A fama dele parecia uma capa que ele tinha deixado cair levemente sobre os ombros. Ele era inteligente, engraçado e, o mais importante, parecia genuinamente interessado.

Então, ele fez algo que me deixou sem ar. Com a multidão ao redor, ele discretamente deslizou um cartão na minha mão. Não era um cartão de visita. Era um pedaço de papel com um número escrito.

“Eu detesto essas cenas,” ele sussurrou, sua voz baixa era quase um toque físico. “Se você não for embora agora, talvez eu te envie uma mensagem mais tarde.”

Duas horas depois, eu estava no meu apartamento, o coração ainda acelerado, quando o celular vibrou.

Você parece alguém que aprecia privacidade. Eu também. Endereço: [Endereço omitido]. Se quiser, a porta dos fundos, do jardim, estará destrancada. 23h.

Cada fibra do meu ser gritava que era uma loucura. Era ele. E eu era apenas eu. Mas o desejo, puro e cru, falou mais alto. A adrenalina da possibilidade era intoxicante.

Às 22:59, eu estava diante de um portão discreto num jardim silencioso de um bairro arborizado. A porta, como prometido, estava apenas encostada. Entrei. A casa era escura, apenas com luzes indiretas iluminando o caminho até uma sala ampla. Ele estava lá, de pé, encostado na moldura da porta que levava para dentro. Não estava mais no terno caro. Vestia apenas um jeans e uma camiseta branca, simples, pés descalços.

“Você veio,” ele disse, e não era uma pergunta. Era uma constatação carregada de alívio e desejo.

“Eu vim.”

Ele se aproximou, e pela primeira vez, a aura de celebridade desapareceu completamente. Era apenas um homem. Um homem lindo, com um olhar intenso que me examinava, que me via. Sua mão tocou meu rosto, o polegar passou gentilmente sobre meu lábio inferior. Eu estremeci.

“Eu não faço isso,” ele sussurrou, seu rosto tão perto que eu sentia seu hálito quente. “Convidar estranhos. Mas há algo em você… uma calma.”

“Eu devia estar em pânico,” confessei, me afundando no seu toque.

“Não,” ele murmurou, fechando a distância final. “Não hoje.”

Seu beijo não foi agressivo. Foi lento, exploratório, profundo. Sabia a vinho e a algo indefinivelmente dele. Suas mãos desceram pelas minhas costas, puxando-me contra ele, e eu pude sentir a linha dura do seu corpo, a evidente tensão na sua calça. Eu respondi com igual intensidade, minhas mãos se perdendo no cabelo dele, mais macio do que eu imaginava.

Sem pressa, ele me levou para o quarto. A luz do luar entrava por uma grande janela, iluminando silhuetas. Ele parou diante da cama e, com uma doçura que me surpreendeu, começou a desabotoar minha camisa. Cada botão que abria era um novo território descoberto, beijado, admirado. Eu fiz o mesmo com a camiseta dele, expondo um torso definido, não de forma exagerada, mas sólida, real. Minha boca seguiu o caminho das minhas mãos, beijando seu peito, sua barriga, sentindo os músculos se contraírem sob meus lábios.

Deitados na cama, a dinâmica mudou. A exploração deu lugar a uma urgência silenciosa. Ele gemeu baixo quando minha mão desceu pelo seu jeans, encontrando a rigidez que latejava através do tecido. Ele se livrou da calça, e eu da minha, e de repente estávamos nus, pele contra pele, nossos corpos se ajustando, se esfregando, buscando fricção.

Ele rolou sobre mim, seu peso uma âncora deliciosa. Seus olhos, agora escuros de desejo, prenderam os meus.

“Eu quero que você me coma,” ele disse, a voz áspera, despida de qualquer personagem. “Por favor. Hoje, eu preciso sentir. Preciso que seja você.”

A confissão, a vulnerabilidade naquela voz que eu só tinha ouvido em filmes, foi o que me quebrou e me montou de novo. Acenei com a cabeça, sem conseguir falar. Ele alcançou na mesa de cabeceira e me entregou o lubrificante e a proteção. Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu o preparava, meus dedos encontrando o caminho, sentindo seu corpo se abrir, se entregar. Seus gemidos eram baixos, e cada um deles alimentava um fogo dentro de mim que eu não sabia que podia arder tão forte.

Quando ele me guiou para dentro dele, foi uma rendição mútua. Um suspiro longo e trêmulo escapou dos seus lábios, e seus olhos se fecharam. Era apertado, incrivelmente quente, e uma das sensações mais eletrizantes da minha vida. Eu era dele, e naquele momento, ele era todo meu.

Eu me movi com uma reverência que rapidamente se transformou em um ritmo primal. Suas pernas se fecharam em torno da minha cintura, puxando-me mais fundo. Seus dedos cavaram nas minhas costas, suas palavras eram um mantra sujo e encouragementador sussurrado no meu ouvido. Ele não estava interpretando. Estava sentindo. E eu também.

A fama, o estúdio, as luzes—tudo desapareceu. Havia apenas aquele quarto, o som da nossa respiração ofegante, o cheiro do nosso suor misturado, a sensação de conexão brutalmente íntima. Eu o vi perder o controle primeiro, seu rosto se contorcer em um êxtase puro e incontestável. Foi a visão mais bonita que já tinha visto. Pouco depois, eu me deixei levar por ele, explodindo dentro dele com um gemido que veio das profundezas da minha alma, meu corpo tremendo incontrolavelmente.

Ficamos deitados por um tempo, entrelaçados, recuperando o fôlego. O mundo exterior não existia. Ele descansou a cabeça no meu peito, e eu passei os dedos pelos seus cabelos, sem dizer uma palavra.

Ele adormeceu assim. Eu fiquei acordado, olhando para o teto, a realidade aos poucos se infiltrando no silêncio. Sabia como aquilo era. Era uma noite única, um momento roubado da realidade de cada um.

De manhã, quando a luz do dia começou a preencher o quarto, eu me vesti em silêncio. Ele ainda dormia. Antes de sair, deixei um bilhete na mesa de cabeceira.

“Obrigado pela realidade.”

Nunca nos falamos novamente. Às vezes, vejo seu rosto em uma revista ou em um trailer de filme e lembro do homem, não do ator. Lembro do peso, do calor, da vulnerabilidade. E sorrio, guardando aquele pedaço de realidade só para mim.

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Comentários

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Show de texto. Situação deliciosa, quando jovem tive uma experiência parecida com um global mas ele fez questão de ser ativo embora depois vim saber que ele é uma bicho na.

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