O CONSELHO DO MEU PAI TRAÍDO

Um conto erótico de FIlho_do_meu_pai
Categoria: Heterossexual
Contém 1668 palavras
Data: 08/09/2025 22:52:09
Última revisão: 08/09/2025 23:02:47

Meu pai é um homem traumatizado pela vida. De um orgulhoso homem, casado com uma bela mulher e pai de três filhos, agora era um homem amargurado tendo que lidar com o peso de me criar com honra e esperteza diante da crueldade do mundo.

Eu era muito novo e estava na escola quando ele descobriu que minha mãe o traía com seu gerente financeiro. Com medo, minha mãe fugiu levando também minhas duas irmãs pequenas. Até hoje, ele não sabe para onde elas foram, mesmo depois de gastar fortunas.

Em desespero, lembrou de mim, um moleque solitário que aguardava a horas na escola pelos seus pais. Quando me viu, ele foi bastante cruel nas palavras:

- Sua mãe me traiu e fugiu com suas irmãs. Agora, somos só eu e você no mundo. Eu prometo criar com honra e dignidade para que você não sofra o que estou sofrendo agora.

Entendi nada exceto que minha mãe tinha ido embora. E sofri bastante com isso.

Os anos passaram e meu pai foi cumprindo o prometido. Eu fui o melhor aluno da sala durante todo ensino médio e fundamental. Entrei para faculdade de administração e antes mesmo de me formar, eu já era um gerente importante na empresa do meu pai, recebendo aos 24 anos um salário de 6 digitos.

Porém, nem tudo foram flores. Depois da traição, meu pai nunca mais assumiu qualquer relacionamento. Apesar disso, a rotatividade de mulheres na nossa casa era imensa e só perto dos 18 anos que descobri que eram prostitutas. Uma dessas, cujo nome esqueci, foi a responsável por tirar minha virgindade. E sim, passei a adotar o mesmo comportamento do meu pai. Nossa casa era um puteiro.

- Praticamente todas as mulheres têm interesses ocultos. Esse negócio de amor verdadeiro não existe. Sempre desconfie delas. Analise-as bastante antes de iniciar um namoro. Ao menor sinal desconfortável, afaste-se, mas com honra e dignidade. E sendo sincero, se colocar no papel, é muito mais rentável um garota de programa.

Segui a risca esse conselho. Nunca namorei, nunca fiquei, nunca iniciei um flerte e cortava abruptamente qualquer tentativa de flerte. Um tempo desses, rolou um boato de que eu era gay. Ignorei. Eu tinha as prostitutas. E elas me satisfaziam. Mas eu acabei conhecendo a Letícia…

Ela me abordou ao final de uma palestra que ministrei na faculdade de Direito para alunos do campus. Nem lembro o que ela perguntou, mas lembro da sensação, do frio na barriga, do coração acelerado, do desejo de saber mais sobre aquela ruiva, com suas sardas no rosto, barriga chapada, seios e bunda médios. Quando ela se despediu, vi que todo treinamento do meu pai não serviria de nada.

- Você pode me passar seu telefone, Letícia?

Conversamos bastante nos dias seguintes. Alimentamos um desejo crescente de nos ver, e quando esse dia chegou, não lembro o que sua reação ao ver o meu Mercedes C300 AMG Line. Sem dúvida, meu pai ficaria decepcionado se visse minha postura.

Veio o primeiro beijo. A primeira transa. A segunda. A terça. E o pedido de namoro. Nossa química era impressionante. Eu me sentia vivo e importante pela primeira na vida. De repente, tudo fazia sentido e a vida é bela.

Quando contei pro meu pai, ele coçou a cabeça.

- Analisou ela exaustivamente?

- Sim.

- Você tem certeza disso? – tremi com seu olhar penetrante.

- Sim. Ela é incrível. Você vai gostar dela.

- Veremos.

Ao completar um mês de namoro, tivemos uma transa incrível, romântica, cheia de carinho e promessas. Gozei muito no seu útero. Se ela ficasse grávida naquela noite, teria sido o dia mais feliz da minha vida. Enquanto curtíamos aquele momento agarradinhos, surgiu um sentimento muito comum na minha vida: a desconfiança.

- Amor, sábado, minha turma da faculdade vai fazer um churrasco numa casa de praia. O que acha da gente ir?

- Não sei. Prefiro ficar aqui com você.

- Quer se mudar pra minha casa é, seu safado?

- Quero rs

- Não, é sério, vamos? Disse que estou namorando, mas todo mundo acha que é o gasparzinho. Quero te apresentar pro meus amigos e minhas amigas.

“Hum, meus amigos primeiro?”

- Quem vai?

- Pessoal da minha turma. José, Maria, Felipe, Chico, Luana, Lena, Priscila entre outros.

“José primeiro?”

- Não sei se seria uma boa.

- Por que? Você tem vergonha de mim?

- O que???? Nunca, jamais Letícia. Você é um presente na minha vida. Nunca pense nisso.

- Então por que você não quer ir?

- Por que prefiro ficar somente contigo

- Assim não dá, vamos ficar em loop e nunca decidir. Eu tenho uma proposta...

- O que seria?

- Te dou aquilo que você mais quer...

- Hum, agora você está preparada?

- Bobo – ela riu, me dando um tapa.

No fim das contas, ela me convenceu a ir, mas sentia que algo não estava certo.

Ficou combinado que íriamos ao sítio por volta de 10h, mas uma situação na empresa do meu pai meu forçou adiar nossa ida para 16h. Ela entendeu, mas percebi algum desanimo na sua fala. Por volta de 12h, ela me liga.

- Amor, você se incomoda se eu for logo na frente com a Jéssica e a Tayane?

“Jéssica e Tayana não estão na lista de nomes contendo José, Maria, Felipe, Chico, Luana, Lena e Priscila.”

- Amor?

- Ah, não me incomodo. Gostaria que fosse comigo, mas você está muito mais empolgada que eu para essa festa. Então, vá logo com suas amigas.

- Você se chateou com isso? Não, deixa, eu vou te esperar.

“O estrago estava feito. Alimente a sua desconfiança agora para colher cedo os resultados”.

- Pode ir logo com suas amigas. Não me incomoda. Chego lá por volta das 16h.

- Tá certo. Ei…

- O que?

- Te amo.

Pela primeira vez, não respondi reciprocamente. Desliguei o telefone. Ela não me ligou de volta.

Às 15h, eu já estava em casa, arrumado para sair. Meu pai, depois de escutar minhas desconfianças, balançou a cabeça negativamente.

- Quando você me falou dela, eu não me senti confortável, mas não quis interceder.

Escutava em silêncio, afinal, ele era muito mais experiente que eu.

- Ao menor sinal de desconfiança, saia de cena. Eu já te disse isso mil vezes. Não vale a pena acreditar que é uma coincidência, uma impressão errada sua, um “não tem nada a ver”. Se você ficou desconfiado, é porque tem algo ruim acontecendo.

Certa vez, ele me relatou que minha mãe tinha dado mais de 100 sinais de desconfianças e ele ignorou todos. E deu no que deu. Letícia tinha me dado 3, o que já me deixava de coração partido.

- Não importa o que você vai fazer, você deve fazer com honra. Não seja como sua mãe, que nunca me deu qualquer explicação exceto fugir. Aconteça o que acontecer, haja como homem.

Acenei com a cabeça e saí.

Uma hora depois eu chegava no sítio. Havia muitos carros estacionado, pessoas na piscina, nas mesas, em pé, som alto, pessoas na casa de dois andares, com muitos quartos. Tudo isso ficou paralisado por instante quando cheguei com meu Mercedes. Devem ter pensado: “quem é esse?”

Saí do carro e vi Letícia de biquini vermelho, pequeno, realçando as partes delicadas e deliciosas do seu corpo. Ela conversa com um cara meio surfista, sem camisa, cara de malandro e maconheiro. Ela ria de algo engraçado que ele falava. Depois ria de novo, encostando a mão no seu peito.

“Quarta desconfiança”.

De repente, ela me viu, sorriu e veio em minha direção, falando em alto e bom som.

- Amoooor, que bom que você chegou.

De braços abertos, me abraçou e me deu um selinho que não correspondi.

- Letícia, precisamos conversar em particular.

- Certo, mas espera um pouco porque preciso te apresentar o pessoal…

- Letícia, é sério…

Não deu tempo concluir a frase. Ela saiu me puxando em direção ao surfista.

- Amor, esse é o Tiago. Ele estudou comigo no ensino médio e hoje, depois de anos, nos reencontramos aqui. Não é uma coincidência grande?

Tiago me estendeu a mão, mas o ignorei.

- Letícia – olhando firme nos seus olhos – nós… precisamos… conversar… em… particular.

E então, eu senti um temor nos seus olhos. Rapidamente, ela me puxou para longe do Tiago, caminhando pela casa. Ela andava apressada. Subimos as escadas e chegamos num quarto. Ela caminhou até um mochila, se agachou e pareceu pegar algo dentro. Do lado, havia outra mochila e uma prancha de surf.

“Quinta desconfiança”.

- De quem é essa bolsa do lado da sua? – Apontei.

- Ah, é do Tiago. Ele colocou aí enquanto decidíamos a divisão dos quartos… Pera, você tá com ciúmes? Ele é meu amigo. A-M-I-G-O. Eu amo você.

“Tanta ênfase para defender o A-M-I-G-O”.

- Mas amor, o que você queria falar? Fala logo que eu tenho que te falar algo depois…

Me aproximei dela, olhei no fundos seus olhos que pareciam não entender o que estava errado.

- Nesse momento, Letícia, eu quero acabar tudo que existe entre nós. Eu quero terminar o nosso namoro.

- O QUEEEEEE????? Por que? O que eu fiz?

- Eu apenas quero terminar. Você pode voltar com suas amigas, certo? Então, vou indo.

Me virei e saí. Ela veio correndo atrás de mim, me segura.

- ESPERA… ESPERA… Por que você vai terminar comigo? O que eu fiz? Eu te amo, você é tudo pra mim…

“Tudo para mim em um mês, Letícia? Sério mesmo?”

- Por que? Só me diga por que?

- Ok, eu amo outra mulher.

“Mentira. Desculpa, meu pai. Isso não foi tão honrado assim”.

Ela me largou, apavorada com a revelação. Tiago veio em sua direção, abraçando com carinho, falando algo para confortá-la enquanto me olhava feio.

- Pronto, agora creio que você não vai sofrer tanto…

Completamente alheio ao resto do ambiente, me virei, entrei no meu Mercedes e fui embora. Cheguei em casa por volta de 20h. Meu pai assistia televisão.

- Até que você chegou cedo. Fez o que deveria ter feito?

- Sim.

Ele se levantou, veio até mim, fazendo um carinho no meu ombro.

- Esse é meu garoto. Agora posso dormir. Boa noite.

E na sala fiquei, aliviado, por não ser refém das minhas desconfianças.

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Comentários

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Esse tipo de conto é ótimo pra analisar várias coisas: primeiro,o pai tem atitudes parecidas com um red pill (mulher não presta),enquanto se diverte com sexo pago;segundo,o cara é um desconfiado profissional. A mulher pode ser traíra? Pode! Mas ele interpreta relacionamento como se fosse um negócio,uma estimativa empresarial,sacando as ações de um concorrente,e não um aliado;terceiro,os ensinamentos do pai consideram que a vida é somente a dois,com o homem dominando a relação,sem.deixar vantagens para a mulher tomar as rédeas;e quarto,um.sinal de um desconfiado já é suficiente pra uma tragédia,mesmo que o motivo que gerou a ação violenta não se confirme. Basta achar e pronto.

O conto parece uma fórmula feminicida.

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Sinceramente a história é muito interessante mas falta o essencial que é a finalidade do site : erotismo,sexo. além do mais esse final ficou em aberto.

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Conto muito interessante! Terá continuação? Falando em continuação, a sua primeira série de contos merece ser continuada, pois também é muito boa!

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Ninguém merece viver com desconfianças, pra relação dar certo o primordial é a confiança o respeito e a honestidade

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Conto interessante, bem escrito e instigante. Quero saber oq vai acontecer em seguida. Muito bom!!!

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Conto diferente e muito bom de ler

Meus parabéns

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