Meu nome é Solange, e aos 38 anos, eu me orgulho de ser a mulher que mantém tudo em equilíbrio perfeito. Loira natural, com 1,69 metro de altura que me faz sentir compacta e forte – graças às horas intermináveis na academia que tenho em um comodo em casa, onde esculpo meu corpo como uma estátua viva. Não trabalho fora; sou dona de casa por escolha, e isso me permite cuidar da nossa vida com dedicação absoluta: a casa impecável, as refeições nutritivas, o filho de 20 anos que já voou do ninho para seu próprio casamento. Fernando, meu marido, é o pilar dessa estrutura. Moreno claro, com 1,80 metro de elegância discreta, ele é engenheiro, sempre calmo e atencioso, o tipo de homem que me faz sentir segura. Nosso casamento, após 22 anos, é como um relógio bem oleado – previsível, afetuoso, mas, admito em segredo, às vezes monótono, como se o fogo inicial tivesse se tornado uma brasa constante.
Mas então veio a morte da sogra. Maria partiu de repente, um derrame silencioso que nos deixou todos à deriva. Fernando, único filho, sentiu o golpe mais fundo; ele e o pai, João, sempre foram inseparáveis, como dois lados da mesma moeda. João, aos 59 anos, é uma presença imponente: negro, com 1,90 metro de altura e um físico que desafia a idade. Forte, atlético, ele se mantém em forma com corridas matinais e pesos no quintal – o oposto do envelhecimento que muitos esperam. Careca por escolha, ele rapava a cabeça religiosamente para esconder os fios brancos que insistiam em surgir, deixando a pele escura e reluzente como ébano polido sob o sol. Seu crânio brilhava, um símbolo de vitalidade que o fazia parecer mais jovem, mais vivo. Desde a perda de Maria, João se mudou para uma casa pequena perto da nossa, mas as visitas eram frequentes. Ele e Fernando trocavam histórias de futebol, consertos de carro e memórias da infância, enquanto eu preparava o café, sentindo-me parte essencial desse laço familiar.
Eu amava João como um sogro – respeitoso, generoso, com um senso de humor seco que iluminava as noites. Mas ultimamente, algo mudara. Ele estava mais quieto, os olhos distantes, como se carregasse um peso invisível. Fernando notara primeiro: "Pai parece exausto, Solange. A solidão está pesando." Eu concordava, oferecendo pratos extras e convites para jantar, mas João recusava com um sorriso forçado. "Estou bem, filha. Só preciso de tempo." O que nenhum de nós sabia era que o tempo estava se esgotando de forma mais perigosa.
Tudo explodiu numa quinta-feira à noite, há pouco mais de um mês desde que Maria se fora. João jantara conosco, como de costume. A mesa estava farta: frango assado, salada fresca que eu colhera do nosso jardim, e vinho tinto para brindar à vida. Ele rira de uma piada de Fernando sobre o time de futebol, mas seus olhos pareciam vidrados, e sua mão tremia levemente ao erguer o copo. "Pai, você está pálido", dissera Fernando, franzindo a testa. João acenara, dispensando a preocupação. "É só cansaço do dia." Mas quando nos despedimos na porta, ele hesitou, o corpo rígido. "Volto amanhã", murmurara, e partiu para casa a pé, a apenas dois quarteirões.
Meia hora depois, o telefone tocou. Era João, a voz rouca e entrecortada: "Solange... não consigo... me ajude." Meu coração acelerou. Fernando e eu corremos para a casa dele, a chuva fina molhando nossas roupas enquanto eu ligava para a emergência. Encontramo-lo no chão da sala, encolhido, suando profusamente. Seu rosto, normalmente sereno, estava contorcido em agonia, a mão pressionando a virilha como se uma lâmina invisível o perfurasse. "Pai!", gritou Fernando, ajoelhando-se ao lado dele, enquanto eu verificava o pulso – fraco, irregular. João gemia baixinho: "Dói... como fogo... no peito e embaixo." Os paramédicos chegaram em minutos, estabilizando-o com oxigênio e analgésicos, e o levaram para o hospital municipal.
Na sala de espera, o tempo se arrastava como melado. Fernando andava de um lado para o outro, os punhos cerrados, murmurando preces que raramente proferia. Eu o abracei, minha mente girando em pânico racional: pressão alta? Coração? Ele era saudável, ativo – como isso podia acontecer? Após duas horas eternas, o médico emergiu: um homem de meia-idade, óculos grossos e jaleco imaculado, com uma prancheta na mão. "Família de João Silva?" Nós nos levantamos como um só. "Ele está estável agora", disse, com tom profissional mas compassivo. "Foi uma crise aguda de prostatite congestiva. Quase um choque prostático."
Fernando piscou, confuso. "Prostatite? Mas ele nunca mencionou nada." Eu segurei a mão dele, absorvendo as palavras. O médico explicou com clareza, sem rodeios, sentando-se conosco para garantir que entendêssemos. "A prostatite é uma inflamação da próstata, comum em homens da idade dele, especialmente após perdas emocionais como o luto recente pela esposa. No caso do seu pai, Sr. Fernando, a ausência de atividade sexual – ou mesmo ejaculação – por mais de um mês agravou o quadro. A próstata acumula fluidos sem liberação, causando congestão e inflamação intensa. Isso pressiona os nervos pélvicos e pode sobrecarregar o sistema cardiovascular, simulando um infarto: dor no peito, sudorese, taquicardia. Ele chegou aqui no limite; mais alguns minutos, e poderíamos ter uma infecção generalizada ou pior."
Eu engoli em seco, o rosto corando ligeiramente apesar do contexto clínico. Atividade sexual? O médico prosseguiu, impassível: "É uma prescrição direta: ejaculação regular – idealmente duas a três vezes por semana – alivia a pressão e previne recidivas. Estudos mostram que homens com ejaculações frequentes reduzem o risco de prostatite em até 20%, e no longo prazo, até de câncer de próstata. Pode ser via masturbação, mas o sexo é mais eficaz holisticamente, liberando endorfinas que combatem o estresse do luto. João está em observação esta noite; amanhã, alta com antibióticos e essa orientação. Falem com ele abertamente – a vergonha só piora."
Saímos do hospital ao amanhecer, o ar frio limpando nossas mentes exaustas. João dormia, sedado, e nós voltamos para casa em silêncio. No carro, Fernando dirigia com os nós dos dedos brancos no volante. "Eu não sabia, Solange. Ele sempre foi tão forte... e agora isso." Eu o acalmei, traçando círculos em sua coxa: "Vamos ajudá-lo. Ele nos ajudou tanto." Mas em casa, enquanto preparava o café, minha mente vagava. João, tão vital, reduzido a isso por solidão? Fernando, sempre prático, olhou para mim da cozinha: "E se... contratássemos alguém? Uma profissional. Discretamente. Para ele não se sentir sozinho nisso." Seu tom era hesitante, quase envergonhado.
Eu parei, a colher de açúcar suspensa no ar. "Fernando, isso é... prostituição. Não é quem somos." Mas ele insistiu, olhos suplicantes: "Os médicos foram claros, amor. É pela saúde dele. Uma vez, para quebrar o ciclo. Eu cuido de tudo – app anônimo, pagamento em dinheiro." Meu estômago revirou com a ideia – degradante, sim, mas também compassiva. Lembrei do João gemendo no chão, vulnerável pela primeira vez. "Tudo bem", cedi, surpreendendo-me com a rapidez. "Por ele. Mas discreto. E só desta vez."
Naquela tarde, João teve alta. Instalamo-lo no quarto de hóspedes da nossa casa, para observação. Ele protestou debilmente – "Estou bem, filhos, só um susto" –, mas aceitou, grato pelo cuidado. Fernando organizou tudo: uma mulher chamada Carla, 35 anos, profissional experiente, alta e atlética, com avaliações impecáveis de discrição. Ela chegaria à noite, após o jantar. João, ao saber do plano, corou sob a pele escura, os olhos baixos. "Vocês não deviam... mas obrigado. Eu não aguento mais essa dor fantasma." Abraçamo-lo, e o dia seguiu tenso: eu limpei a casa com fúria, malhando no porão para descarregar a ansiedade, enquanto Fernando e João conversavam em voz baixa na varanda.
A noite caiu como um véu pesado. Carla chegou pontualmente às nove, vestida casualmente – jeans e blusa solta –, uma morena de 1,80 metro que exalava confiança sem ostentação. Cumprimentou-nos com um sorriso profissional: "Obrigada pela confiança. Vou cuidar bem dele." Levaram-na ao quarto de João, e a porta se fechou com um clique suave. Fernando e eu nos recolhemos ao nosso quarto, o ar carregado de um silêncio estranho. "Ele vai ficar bem", murmurou ele, beijando minha testa. Eu assenti, mas o sono não veio. Meu corpo, tonificado pela academia, formigava com uma inquietação inexplicável – preocupação? Culpa? Algo mais profundo, que eu não ousava nomear.
Por volta da meia-noite, a sede me acordou. Levantei-me devagar, pés descalços no piso frio, e desci para a cozinha. Foi então que ouvi: um gemido baixo, ritmado, vindo do corredor. Meu coração disparou. Espreitei pela escada, o instinto me traindo. A porta do quarto de hóspedes estava entreaberta – uma fresta de luz dourada escapando. Aproximei-me, o pulso ecoando nos ouvidos, e olhei.
O que vi me paralisou. João, nu na cama, era uma visão de um poder primal. Seu corpo escuro e musculoso brilhava de suor, os 1,90 metro estendidos como um deus ancestral. A careca reluzente captava a luz do abajur, e ele se movia com uma urgência que negava seus 59 anos – forte, dominante, guiado por meses de repressão. Carla, a prostituta alta e forte, estava de joelhos sobre ele, arqueando as costas em esforço, os músculos das coxas tremendo. Ela murmurava algo incoerente, surpresa, enquanto ele a possuía com estocadas profundas. Mas foi o que pendia entre suas pernas que me roubou o fôlego: seu membro, descomunal, maior do que qualquer coisa que eu vira em filmes pornográficos clandestinos que assistira uma vez, por curiosidade. Grosso como meu pulso, alongado além do razoável, veias pulsantes como cordas sob a pele escura, ele entrava e saía com uma ferocidade que a fazia ofegar, incapaz de conter o ritmo. Não era performance; era liberação crua, o corpo de João reivindicando o que a prostatite lhe roubara.
Eu recuei, o rosto em chamas, um calor úmido se espalhando entre minhas pernas – um tesão traiçoeiro, misturado a choque e uma pontada de inveja pelo vigor que Fernando, em nossa rotina, raramente invocava. Voltei ao quarto correndo, o coração martelando, e sacudi Fernando. "Amor... acorda." Ele piscou, sonolento. "O que houve?" Puxei-o para mim, minhas mãos urgentes em sua pele morena, guiando-o para dentro de mim com uma fome que nos surpreendeu a ambos. Naquela noite, transamos como há anos não fazíamos – feroz, instintivo –, mas em minha mente, a imagem de João persistia, uma faísca perigosa acesa na escuridão familiar.