O improvável casal levou um tempo afastados, esperando que todos os íntimos processassem aquela relação. Wesley, no entanto, acabou se afastando da igreja e levou um bom tempo sumido, mal sabiam do seu paradeiro. Após alguns meses, Vitinho e Nana voltaram a falar com Jane, Dandan a tiracolo. Ele se explicou, falou que jamais tinha esquecido Jane, mas resolveu pular fora quando se envolveu também com Nana, mas era coisa do passado e o foco agora era num futuro onde esperava fazer Jane feliz de uma vez por todas, ela que tentava manter alguma relação sadia e não estava conseguindo.
Vitinho e Dandan acabaram ficando mais próximos, visto que Dandan - que nunca foi religioso - passou a acompanhar Jane em algumas missas e conseguia manter uma relação cordial com todos. As pessoas na comunidade não afastaram ela depois do término conturbado com Wesley, já que amores vem e vão, normal...
E assim foi. O namoro rendeu e no inicio de 2024 casaram-se no civil. Jane estava feliz da vida e Dandan se mostrou um gentleman, deu de presente uma viagem pra Itália, visitar a mãe de Jane, que não estava na cerimônia.
Certa vez, Nana estava em Camaçari para um evento institucional e resolveu dar uma passada em Arembepe, pois Jane estaria passando lá o fim de semana. Ligou, ligou, ligou, mas ninguem atendeu. Ia retornar a Salvador, porém, a van iria passar pela localidade, exatamente na rua onde a casa se localizava. Não custava nada dar uma chegada, era uma manhã de sábado e qualquer coisa iria embora. Ela queria bater papo com a velha amiga e quem sabe pegar uma prainha. Também, conversar sobre a viagem que os dois casais fariam na semana seguinte para Belém do Pará, acompanharem o Círio de Nazaré, festa religiosa que Jane era louca pra conhecer.
Lá chegando, notou um carro bastante conhecido. Estranhou. “o que o carro dessa pessoa tá fazendo aqui?”. Ela queria tocar a campanhia. Chegou até tentar ligar, mas seu “sentido aranha” a deixou meio encafifada. Resolveu dar uma volta e dar uma olhada pelos fundos. Conhecia bem aquele terreno. Quando menina, cansou de brincar de esconde-esconde naquelas áreas.
Sentiu-se sapeca ao destravar o portão da garagem, que tinha uma trava que abria com um macete que ela e Jane conheciam bem. Ouviu risos na área da piscina. Quando subiu numa amendoeira para ver por cima do muro, o susto; Uma mulher estava de quatro com Dandan socando com bravura. Na frente dela,essa mulher, estava beijando Jane com fervor. Seu corpo todo tremeu. A mulher soltou Jane e passou a gemer alto.
- Ai, Dandan, mete forte assim, mete! Que delícia! Vai, gostosão!
Nana estava atônita vendo Marcela, sua cunhada, numa louca trepada na companhia daquele casal, anos depois dela mesma ser a pessoa que estava com aqueles dois, numa madrugada de loucuras. O som estava ligado, numa altura baixa e tocava “Piece Of My Heart”, de Janis Joplin. A mesma que embalou o menage dela com Jane e Dandan anos atrás.
Ficou ali ainda para assistir Jane sendo comida, toda arreganhada, enquanto Dandan metia e Marcela rebolava na boca do amante metelão. Ainda pasma, resolveu sair dali. Voltou pra casa e não contou nadica de nada a Vitinho. Não era da conta dela o que a cunhada fazia. Ficou besta porque Marcela era uma carola. E casada! Esperaria Jane contar alguma coisa. Mas ela não tocou no assunto até o dia da viagem, quando se encontraram no aeroporto. Aquilo parecia ser um segredo absoluto.
Chegaram na capital paraense na noite de sábado e o Círio aconteceria no dia seguinte. Passariam dois dias, retornariam na noite da segunda-feira. Se hospedaram no mesmo hotel, que não ficava próximo do local do evento.
No dia seguinte, os quatro estavam na festa. Muita, muita gente. O momento mais esperado, pelo menos pra Jane, era segurar uma corda que simbolizava a união dos devotos.
- Caramba, Jane! Você vai querer ir atrás dessa corda? Olha o tumulto!
- Vou, querido. Se quiser, fique aqui. Isso é um sonho!
- Vou com você, Jane. Nós duas juntas não temos como nos perder.
- Cuidado, meninas. Não acompanhem durante muito tempo. Se forem pra muito longe, podem ficar perdidas.
E lá foram Jane e Nana tentarem segurar aquela corda de 400 metros!
À medida que tentavam pegar na corda, mais a aglomeração aumentava. Estavam praticamente agarradas para não se descolarem muito. Eis que naquele empurra-empurra, Nana leva um tombo e se afasta de Jane, que consegue segurar na corda. A muvuca aumentava e assim Nana se perdeu completamente da amiga. Também olhava ao redor e não tinha a menor idéia da localização. Tentava voltar, mas quanto mais andava, mais era jogada pra frente. Nada era tão ruim que não podia piorar. Sentiu algo raspando sua cintura e foi então que se deu conta que sua pochete havia sido furtada. Documentos, dinheiro, celular... tudo foi embora.
O pânico bateu. Ela estava completamente perdida no meio daquele povaréu, sem saber o quanto tinha andado e assaltada. Foi sendo levada cada vez mais pra frente. Seu coração palpitava. Levou alguns minutos inconsolável,sem ter o que fazer. Ia procurar dar queixa, ver se tinham encontrado pelo menos os documentos. No entanto, estava sem cabeça.
Quando se deu conta que tinha que tomar alguma atitude, já tinha se passado vários minutos e a aglomeração não cessava. Finalmente, foi procurar um posto policial, mais à frente ainda de onde ela se encontrava. No caminho, viu alguém vindo em sua direção: Dandan.
- Nana!! Finalmente lhe encontrei! Resolvi vir a seu encalço, que sorte lhe encontrar!
- Meu Deus, Dandan, obrigada! Estava aflita. Fui roubada, levaram tudo!
- Calma, calma... desconfiamos disso, Vitinho cansou de ligar pro seu número, ele sabia que tinha alguma coisa errada. Por isso, peguei um atalho que me indicaram, pois achei que você estaria num posto de saúde ou policial.
- Cadê ele??
- Foi procurar uma delegacia, passar informações sobre seu desaparecimento e também sobre suas características, pros policiais procurarem. Acontece... que ele também perdeu o celular! Caiu no chão e arrebentou ao tentar ligar pra você
- Meus Deus! Que pesadelo! E Jane?
- Retornou pro hotel. Ela voltou e nos encontrou, disse que você havia se perdido. Ela não tava passando bem.
- Me leva embora, por favor...
- Olha... agora é irmos pro hotel, porque nesse desespero todo, não sei pra onde ele foi também. Algum posto, sei lá! Podemos ficar muito tempo aqui e não encontrar ele. Ele deve pedir pra ligar pra mim ou pra Jane, e verificarmos nosso paradeiro. É o que nos resta.
- Tomara que ele saiba de cór o número de vocês! Do jeito que ele é, não sei se ele vai lembrar.
- Então só nos resta ir pro hotel.
- Que sorte ter lhe encontrado! Olha quanta gente!
- Agora que caiu o movimento.
- Eu nem sei o nome do hotel, sabia? Foi Vitinho que cuidou de tudo. Nossa, jamais imaginava se perder assim, que pânico!
- Olha... vamos andar um pouco. Assim, você vai relaxando. Coisa rápida, 15 minutinhos, pra você se acalmar. Beba uma água.
E assim, foram caminhando pelas ruas de Belém. O sol já caindo, o entardecer logo chegaria. De repente, pararam em frente a uma tenda que tocava carimbó.
- Puxa, vamos aproveitar pra parar aqui e curtir um pouco. Hoje, não dá pra sairmos mais à noite, você precisa descansar. Já estamos aqui vamos apreciar a cultura local.
Já um tanto mais calma por estar salva, Nana acabou aceitando dar uma parada. Depois do susto, até que cabia uma destraçãozinha.
As pessoas estavam dançando, curtindo a música regional, e Dandan dando uns passos de quem tinha molejo. Ele pega na mão de Nana e começa a girá-la. Feliz por tudo acabar bem, ela vai sendo conduzida naquele embalo. Logo dançava, bailando como quem festeja um pouco depois de um tormento. Aos poucos, ia rolando uma química, tal qual tinha ocorrido anos atrás, quando, inesperadamente, treparam alucinados em Arembepe. Uma estranha adrenalina corria pelo corpo de Nana, como se aquele proveito fosse a melhor coisa que acontecia em sua pacata vida, depois de um bom tempo.
Aproveitando aquele agito, os dois colaram os corpos. Estava bem animado o ambiente, as pessoas estavam curtindo ao redor, o clima tava bom. Dandan gingava e Nana ia na onda. Após o fim da exibição, ambos estavam bem sorridentes, se abraçaram, e... Dandan envolveu-a, olhou fixamente e lascou um senhor beijo! Ela estava vulnerável, aberta àquela animação e não o impediu. Assim, estavam atracados numa pegação pra lá de lasciva. Ao terminarem aquele ósculo, Nana olhou pra ele e mandou:
- Quer me comer de novo, seu porra!? Aproveita, que eu devo estar completamente louca pra permitir isso!!
Logo, estavam num beco escuro, com forte odor de urina, mas isso não era empecilho praqueles dois. Perna esquerda levantada, Nana era socada pelo seu antigo amante que metia enlouquecidamente, como deve ser uma foda nesses locais, rápido e acelerado. As virilhas se chocavam pesadamente.
- Ohhhh, ooohhhh, seu fodião desgraçado! Tá me comendo de novo... mete esse pau grosso!! Me arregaça como aquela primeira vez!
Ele a virou, ela colocou as mãos na parede e por trás, ele voltou a meter forte. O suor escorria, o calor paraense emanava naquele beco, susurros ficavam altos, ele agarrava os cabelos dela, a cópula era feroz. Ela empinava a bundona e ele segurava suas ancas e metia como se quisesse esquecer seu pau lá nas entranhas da amiga de sua esposa. E naquele vai e vem alucinante, gozaram juntos.
Suspendendo a calcinha, foi que Nana acordou do transe.
- Puta que pariu, que merda... Olha só, Dandan, me leve embora daqui e esqueça que isso aconteceu! Não quero saber de você triscando a mão em mim, tá entendido!??
- Precisa falar isso? Nem sei como fomos parar aqui. Deixa de onda, a gente se meteu nessa juntos! Vamos embora e o que rola em Belém, fica em Belém!
Chegaram ao hotel de cara amarrada.De fato, Vitinho estava lá com Jane, Dandan só ligou pra esposa pra informar que havia encontrado a amiga. Lá chegando, deu a desculpa.
- Cara, fomos procurar você! Passamos em um posto, estava cheio, queriamos saber se você tinha passado por lá.
- Velho, esqueça isso, o importante foi que você a achou. Eu fiquei rodando mais um pouco, pois não havia conseguido falar com ninguém, naquela altura, não me recordava o telefone de nenhum de vocês, nervoso ue fiquei!
Conversaram sobre aquele dia e ficou tudo mais ou menos esclarecido, com algumas lacunas, que não vinha ao caso. Restou a Nana ligar pra cancelar cartões e foram dormir tarde resolvendo isso. Por fim, Nana e Dandan souberam disfarçar o que rolara entre eles. E nenhum dos dois cônjuges enganados iriam supor que aconteceu algo. A cara de assustada de Nana já dizia que o que havia passado, havia passado. Não restou nada a ela, a não ser guardar pra si todo aquele susto. Em todos os sentidos.
(continua...)