Estava cada vez mais difícil para mim manter a atividade física pela manhã. Sempre gostei de correr pelas ruas, aproveitando o ritmo e admirando as paisagens, mas na esteira eu não estava conseguindo me encontrar. Apesar de as mudanças que fiz, junto com a medicação, estarem me trazendo bons resultados, eu sentia que a motivação estava em falta. Aquele cardiozinho medíocre em 30 minutos não estava me satisfazendo e eu começava a me desanimar somente em imaginar levantar da cama.
Voltei para o quarto desejando um banho gelado, mas Júlia já estava no banheiro, consequentemente a água saía do chuveiro mais quente as águas de Caldas do Jorro. Fiquei na varanda esperando que ela terminasse e enquanto tomava um vento, fiquei pensando em possibilidades.
— Oi! — A voz de Juh no meu ouvido me trouxe novamente para a realidade.
— Oi, gatinha... Levantou cedo... — Comentei, recebendo um selinho.
— Vou fazer as compras do mês dos meus pais. Você vai para o hospital hoje? — Ela me perguntou se jogando no meu colo.
— Estou toda suada... — Falei, rindo do carinho dela em mim.
— Você vai trabalhar hoje? — Juh insistiu, rindo e me dando mais bejinhos.
— Não, vou acompanhar vocês — Respondi, segurando em seu pescoço para tomar seus lábios com vontade.
— E por que você está assim, meio tristinha? — Ela questionou, interrompendo o beijo.
— Só pensativa, estou de saco cheio dessa quarentena e as limitações que ela nos impõe. Não estou conseguindo correr direito, consequentemente, meu interesse diminui... Foda é que estava me ajudando, aí estou pensando em modos de ativar o corpo e gastar energia — Expliquei.
— Eu queria ir e voltar o mais rápido possível, mas se você quiser podemos voltar amanhã e aí você vai poder correr tranquilamente por lá — Juh sugeriu.
— Brigou de novo com seus irmãos? — Eu quis saber.
— Não, mas você sabe como Lana e Iury são... Acho que não vai ter problema como você lá, vou ficar bem grudadinha e eles não vão me tirar do sério. Aproveito e monto uma quebra-cabeça com uma foto que tiramos, chegou esses dias — Ela respondeu, animada com o final.
— Então vamos fazer isso, mô — Concordei, indo ao encontro de sua boca.
Me dirigi ao banheiro percebi que Júlia me seguia.
— E só para você ficar sabendo, existem outros meios de gastar energia — Ela falou, com um riso sacana.
Imediatamente eu virei para agarra-la, que se desmanchou nos meus braços que nos pressionavam contra a parede.
— Acordou safadinha, D. Júlia? — Eu brinquei, com nossas bocas próximas.
— Acho que está muito calor e eu preciso de outro banho — Juh respondeu quase em um sussurro.
Ela não precisou insinuar duas vezes, em segundos já estávamos sem roupa deixando nossos sons se misturarem com a água que caía. Foi um sexo rápido, mas muito prazeroso e assim eu me sentia finalmente bem para iniciar o dia.
No estacionamento, quando já me preparava para descer junto com Juh, Mih e Kaká quando meu celular tocou, era do hospital eu pedi que eles adiantassem enquanto eu resolvia. Não foi tão rápido e eu ainda precisei aguardar uma segunda chamada para saber se a minha sugestão havia funcionado.
Fiquei ali encarando aqueles muros e me deu vontade de ir além deles, em pouquíssimos minutos eu estava no Morro do Cristo, é um mirante que fica de frente para o mar. Mandei mensagem para a minha gatinha avisando onde eu estava e deitei na grama, em uma parte abaixo do ponto turístico, onde conseguia ter a melhor visão possível.
Recebi a segunda ligação e o problema havia sido solucionado, ao invés de retornar, permaneci por mais algum tempo ali, aproveitando enquanto podia. Estava tudo vazio, a brisa era muito gostosa e o som do mar me acalmava, porém existia uma chateação dentro de mim, uma angustia incessante que me incomodava demais.
Eram dias e dias, não havia acontecido nada de grave, mas um desanimo fulminante parecia tomar conta do meu peito em alguns momentos, onde nada me ajudava. Mesmo com treino em dia, terapia ok, um casamento cheio de amor, filhos maravilhosos, um emprego estável, vida financeira melhor do que nunca, com sonhos concretizados e outros em andamento, eu me pegava, de vez em quando, apagando tudo isso da minha mente, como se fosse nada. E ali, naquele vazio, sentia eu que não era suficiente. O mais estranho era saber que nada estava realmente errado e, ainda assim, me sentir um fracasso completo. Era uma dor silenciosa, que surgia do mais absoluto nada e me tomava por inteiro.
— Eu sei o que está acontecendo, mas eu gostaria muito de sair disso — Falei sozinha, sentindo uma lágrima começar a escorrer em meu rosto.
E nisso um policial militar educadamente se aproximou dizendo que eu não podia permanecer ali. Comuniquei que já estava de saída e pedi informações sobre a prática de exercício da Orla, ele me disse que na faixa de areia estava parcialmente liberado, contudo umas pessoas davam uma roubadinha e não resultava em nada. Isso me animou, com certeza quando voltasse da casa dos meus sogros, também iria me juntar com esse pessoal.
Agradeci e retornei ao supermercado, consegui encontrar Juh somente pelas vozes animadas dos nossos filhos.
— Você está bem? — Meu amor perguntou, tocando meu rosto.
— Se eu disser que não ganho um beijinho? — Questionei, forçando um riso.
E sem aderir a minha piadinha, ela só tomou minha cintura e seguimos com as compras até o caixa.
A Pousada fica bem pertinho, portanto não demoramos a chegar lá e foi uma bagunça retada. Eles não esperavam por nós e fazia um tempo que não nos víamos.
Somente em pisar lá me senti melhor, falei logo com Juh que no final da tarde daria uma corridinha.
A situação dela com Iury e Lana estava bem complicada ainda, eles acabavam se desentendendo sempre que se encontravam e já não se falavam tanto por whatsapp, apenas quando era necessário porque Júlia é quem fica responsável pelos médicos deles dois. Naquele dia estava tudo bem, os três se cumprimentaram e logo que eles organizaram as compras, se juntaram a nós que já ajudávamos a montar o quebra-cabeça.
Era uma foto muito bonita e espontânea que eu havia tirado de D. Jacira e Sr. José abraçados com os filhos. Foi um dia que eles estavam se provocando em relação a ciúmes e meus sogros acabaram com o showzinho dando doses exatas de carinho para os três. Acabou sendo engraçado, e eu que observava de fora não perdi o click, já que era raro ver os três sorrindo ao mesmo tempo.
Tinha quinhentas peças e, ao finalizar, Juh pretendia passar cola branca e enquadrar para que ficasse na sala.
Estava divertido, a gente não ficou o tempo inteiro montado, fizemos vários pequenos intervalos para almoçar e também conversávamos bastante o que retardou a finalização. Eu já me sentia leve e percebia que toda hora Juh verificava se eu realmente estava bem até que sinalizei verbalmente no ouvido dela, afirmando que tudo seguia tranquilo e que ela poderia se divertir.
Mais ou menos umas dezesseis da tarde, resolvi correr um pouco. Milena e Kaique queriam ir no Haras brincar com os cavalos e foram de bicicleta, no caminho, um pouco a frente de mim, eu os ouvia conversando sobre o (a) irmãozinho (a), e isso me fazia, involuntariamente, sorrir.
Corri até me sentir esgotada, na volta tomei um banho na cachoeira e segui para a Pousada. Segui para a casa dos meus sogros e assim que pisei por lá senti um cheirinho de café fresco e de pão recém saído do forno.
— Cheguei na hora cer... — Eu ia dizendo a mina sogra quando algo aconteceu.
A cena parecia acontecer em câmera lenta. Juh esticava a mão para encaixar a última peça do quebra-cabeça, os olhos pareciam até brilhar de expectativa. Foi nesse instante que Iury, com um chute certeiro espalhou as peças pelo ar. O barulho ecoou pelo ambiente, e chamou atenção de Sr. Zé que veio apressado de seu quarto. Sem dar tempo para ninguém reagir, Iury correu e saltou pela janela, indo ao encontro de Lana.
— Porra... Puta que pariu, viu?! — Falei, enquanto os dois corriam para longe e meu sogro vestia uma camisa para ir atrás deles.
Fui até Júlia que não se moveu, apenas ficou encolhidinha contra o sofá.
— Vem cá, vem — A puxei para mim, que veio com facilidade.
Dei uma sequência de beijos em seu pescoço sem saber o que dizer... Eu estava fervendo de raiva dos meus cunhados e morrendo de pena de Júlia. Ela sempre fazia de tudo para tentar ter uma boa convivência e Lana e Iury pareciam não ligar, insistiam em brincadeiras sem graças e maldosas que a machucava muito.
— Meu amor, eu vou fazer eles juntarem tudo e prometo que arrumo contigo, tá bom?! Não fique triste, não... Eles não estão aproveitando a pessoa maravilhosa que você é, eu não sei mais o que fazer, mas tenho fé em Deus que um dia isso tudo vai passar e vocês vão se resolver — Minha sogra falou, alisando o cabelo de Juh.
— Não quero mais — Juh disse, enquanto D. Jacira a roubava de mim.
Confesso que foi a única coisa que diminuiu o que eu sentia, o modo que ela falou me deu vontade de rir.
— Nem comigo? A gente faz outro dia, minha filha, eu peço pra seu pai fazer um quadro bem bonito. Quero bem aqui no meio dessa parede para todo mundo que chegar, ver — Minha sogrinha tentou e deu certo, Júlia acenou positivamente sobre seu peito.
Ela quis ir para a Pousada e passamos por Lana, Iury e Sr. José. Meu sogro brigava sério com eles dizendo frases como: "vocês não são mais crianças", "vão ter que arcar com as consequências de suas atitudes", "foi cruel, desrespeitoso, sem escrúpulos" e "basta! chega disso. Hoje acabou essa palhaçada, vocês estão errados e vão se consertar por bem ou por mal".
— Pai, eu já vou dormir — Juh falou.
— Depois vou lá conversar contigo, amor — Ele respondeu, em um tom mais baixo.
— O que você acha que meu pai vai fazer com eles, amor? — Minha gatinha perguntou, cochichando.
— Não sei, amor... Você deve saber melhor do que eu... Respondi.
— Você acha que ele vai... bater neles? — Ela me questionou, olhando preocupada para trás.
— Seu pai tá bem brabo, mas acho que se fosse o caso... Já teria acontecido... — Respondi, olhando também.
— Nunca aconteceu e não quero que aconteça, ainda mais eu estando no meio, a raiva deles vai ser toda direcionada para mim — Juh falou.
Entramos e ficamos conversando no sofá, porque meu sogro ainda vinha vê-la.
— Iury chutou do nada ou rolou algo antes? — Eu quis saber.
— Talvez ele tenha ficado com raiva porque eu disse que ele parecia com aquele bicho verde do Rango — Ela começou explicando e eu fui arregalando os olhos porque não esperava (e foi engraçado) — Mas ele já estava me abusando antes! — Juh se apressou em concluir.
— Não acho que justifique... Porém vocês deveriam parar com essas brincadeiras, sempre acaba mal para você gatinha... Ou vai dizer que não ficou triste? — Perguntei.
— Eu só queria montar aquela droga de quebra-cabeça com eles, mostrar que dá para a gente ser normal... Foi minha última tentativa porque nunca mais vou falar com aqueles dois novamente — Júlia concluiu.
Eu não disse nada para que ela não se irritasse comigo, mas sabia que, na prática, isso não iria acontecer. Não era a primeira vez que Juh dizia algo parecido em relação aos meus cunhados e em algum momento, acabava voltando atrás.
Ouvimos do lado de fora Iury praticamente gritar: “Me devolve também, então” e quando olhei para minha muiezinha, os olhos dela estavam completamente marejados.
— Não queria isso... Que eles se sentissem dessa maneira... — Júlia falou, já chorando.
— Não é sua culpa, amorzinho — Eu tentei acalmá-la.
E nesse momento, Sr. Zé entrou. Ele veio direto em Juh e falou que Lana e Iury iam receber um castigo e também se desculpariam. Preferi deixa-los a sós e aproveitei para tomar finalmente um banho.
Juro que passei o banho inteiro pensando se em algum dia a situação deles três se resolveria. A história de vida deles é muito pesada, tudo que meus cunhados viveram, ninguém merecia viver, contudo Juh não merecia, de forma alguma, esse tipo de tratamento, justo ela a pessoa com o coração mais lindo que eu conheço.
Quando terminei, minha gatinha já estava deitada, perguntei como havia sido e ela disse que nada demais, o mesmo de sempre e que pediu para meu sogro deixar claro que não existia essa coisa de devolvê-los ao abrigo e ele garantiu que havia feito isso.
— Não quero mais falar sobre irmãos chatos — Juh disse, cruzando os braços.
— Vou te animar... Igualzinho como você me animou hoje de manhã... — Falei, brincando e ela sorriu.
— Eu — Me respondeu, já passando uma das pernas por cima de mim.
— Que horas Kaká e Mih voltam? — Quis me certificar.
— Daqui a 1h mais ou menos... Mas eles ainda vão tomar banho, se alimentar... — Juh respondeu, agora completamente sentada em minha cintura.
— Acho que dá para a gente fazer um negocinho bão — Disse-lhe, rindo e já me apossando de sua cintura com as mãos.
A puxei pela blusa e segurei o seu queixo, iniciando um beijo intenso. Juh tinhas as duas mãos em meu pescoço, fazendo uma leve pressão e insistia em dar longas chupadas na minha língua, de maneira lenta, só para ter certeza que meu juízo seria arrancado.
Meu celular começou a vibrar muito e ela simplesmente o colocou de lado. Eu já não estava nem aí para nada, queria apenas me deliciar com a minha maravilhosa esposa que estava como um vulcão em erupção bem em cima de mim.
Levantei a blusa de vez e enfiei meu meu rosto em seus seios. O cheiro dela estava muito gostoso, eu deslizava sobre sua pela e passava a minha língua em seu mamilo, ouvindo seus suspiros cada vez mais fortes, próximos ao meu ouvido.
— Amor, eu preciso de você logo... — Júlia gemeu, arrastando minha mão até dentro do seu short.
Ao ouvir isso, eu estremeci dos pés a cabeça. Ela sabe muito bem mexer comigo e, principalmente, vê-la me desejando dessa maneira, causa-me um efeito diferente.
A agarrei pelo pescoço, juntando nossos rostos e falei: Tira a roupa toda, gostosa!
E rapidamente, estávamos nuas. Juh se encaixou na minha coxa e deslizava buscando contato.
— É assim que você quer? — Perguntei, abraçando o corpo dela e com a outra mão, ameaçando penetrá-la com meus dedos.
— Amor... Vai... Não provoca assim... Eu quero muito... — Ela dizia, pausadamente e de maneira quase desesperada.
Toquei seu clitóris com o polegar e inseri dois dedos bem devagar, Júlia rebolava, se jogando para mim e gemendo manhoso no meu ouvido. Senti suavemente a sua mão descer pelo meu abdômen até encontrar a minha pepeca, que a essa altura, estava só a goma do tacacá. Completamente encharcada!
Nada no mundo pode explicar o que tesão que eu sinto fazendo minha mulher feliz.
Meus movimentos já não obedeciam a nenhum controle. O prazer foi crescendo tão rápido que eu sentia meus os músculos contraírem sem que eu pudesse evitar. Minha respiração estava descompassada, pesada, como se faltasse ar. Senti os espasmos tomarem conta de mim, e me entreguei completamente, gemendo enquanto sentia a boca da minha gatinha em meu pescoço, ouvindo seus gemidos roucos. Cheguei ao ápice, gozei e sentindo-a dentro de mim.
Não sei como arranjei forças, mas segurei firme em Júlia, e bastou olhar nos olhos dela para perceber que também estava embebedecida de desejo. Seus quadris rebolavam em um ritmo desesperado, o corpo de Juh implorava por mais sem dizer uma palavra. Eu a envolvi novamente, e em segundos senti quando ela se desfez nos meus braços. O som do prazer dela ecoava no meu ouvido, me fazendo soltar o mais sincero dos sorrisos.
Ainda sentia nossos corpos pulsando, os pequenos espasmos em cada pedacinho de mim, mas ver Júlia entregue, só me fez querer mais. Eu inverti nossas posições e comecei a depositar beijos lentos no seu pescoço, descendo pelo colo, explorando a pele quente que arrepiava a cada toque.
Ela suspirava baixinho e isso me incendiava. Eu deslizei a boca devagar, sentindo cada centímetro da carne do meu amor. O gosto da pele dela e os gemidos baixinhos me deixava completamente fora de mim. Quando finalmente cheguei em sua pepeca, ouvi seu gemido mais alto escapar e aquilo me fez sorrir contra sua pele.
Agarrei em sua cintura, prendendo-a levemente, e mergulhei. No instante em que minha língua tocou seu clitóris, senti seu corpo arquear de imediato e seus dedos se enroscaram no meu cabelo, me puxando.
Eu me deliciava com cada reação. O jeito que ela estremecia, o ritmo descompassado da respiração, a urgência. Eu queria arrancar dela tudo e me perdi completamente no sabor da minha mulher como se fosse a última vez que estivéssemos fazendo amor.
E quando Juh desaguou de novo contra minha boca, eu permaneci chupando-a por mais um tempo, até sentir sua pele calma novamente.
Adoro vê-la tão entregue, tão inteira e sendo tão minha.
Subi devagar pelo corpo de Juh, cobrindo cada pedacinho com beijos e carinhos. Me enrosquei em seus braços, deitei ao seu lado. Eu queria permanecer assim, só nós duas, sem pressa, sem toda a confusão que me perturbou durante a manhã inteira e também sem ninguém a machucando. A sensação de ter seu corpo colado ao meu era tudo o que eu precisava, era o meu melhor remédio!
Mas logo ouvimos as vozes animadas de Milena e Kaique entrando pela casa, rindo e conversando alto. Eles não nos chamaram, imaginei que não soubessem que já estávamos por ali. Os dois foram cada um para um quarto, provavelmente para tomarem banho.
— Vou tomar um banho também — Murmurei, antes de deixar m último beijo na boca de Júlia.
Ela apenas acenou com a cabeça e pôs um travesseiro no meu lugar, para que ela abraçasse.
— Ainda não consigo levantar… Mas já vou também, prometo — Disse-me, com uma voz preguiçosa, escondendo quase metade do rosto.
Sorri ao vê-la daquele jeito, com as bochechas coradas, visivelmente exausta e segui para o banheiro. Foi bem rápido e logo eu estava de volta e Juh... Dormia, rs!
Mesmo tentada a permanecer ali a admirando, resolvi acordá-la. Além dela precisar de um banho, com certeza Kaká e Mih iam querer falar com com ela antes de dormir.
— Acorda, amorzinho... — Falei, enfiando meu rosto em seu pescoço para uma sequência de beijos.
Júlia apenas me abraçou, querendo mostrar que havia acordado, porém seus olhos nem abriam, o que me fez rir.
— Toma um banho que daqui a pouco seus filhos estão aqui, para não ficar estranho vou descer com eles para o café e trago para ti, tá bom? — Sugeri e Juh acenou positivamente.
— Diz que só estou com dor de cabeça, para eles não ficarem preocupados — Ela propôs e eu aceitei.
Já estava de saída quando resolvi dar uma ajeitada melhor no cabelo, a aparência dele naquele momento, denunciava o nosso momento carregado de desejo. Também lembrei do meu celular que vibrava incessantemente e pedi que Júlia conferisse se era alguma emergência, porque não queria descer com ele.
E foi então que... Os olhos que antes brilhavam de felicidade, lacrimejam em tristeza. O corpo que há pouco tremia, explodindo em gozo, agora tremia de nervoso. A respiração que há minutos era ofegante de prazer, tornava-se curta e pesada.
Meu estômago revirou e, em segundos, mil coisas atravessaram minha mente de maneira desordenada. O que poderia ter acontecido para deixá-la naquele estado?
Quando eu me preparava para perguntar, minha esposa respondeu parcialmente os meus questionamentos em uma pergunta.
— Quem é Maitê do Tinder, Lorena? — Júlia perguntou, com um tom de voz sério e enfurecido.
Continua... 😶🌫️