Na Hora Certa, No Lugar Proibido

Um conto erótico de amante
Categoria: Heterossexual
Contém 595 palavras
Data: 27/09/2025 10:09:05

Tudo começou com uma troca de olhares mais longa. Depois, mensagens. Curtas, inocentes à primeira vista… até que não eram mais.

Eu e ela — dois comprometidos, conhecidos, cercados por pessoas que jamais imaginariam o que estava por acontecer.

Por várias vezes, a gente tentava combinar de se encontrar. Trocávamos mensagens tentando achar um jeito, um lugar, um momento que fosse seguro. Mas era quase impossível: éramos muito vistos, e qualquer passo em falso podia nos entregar.

Mesmo assim, o desejo só aumentava.

Foi então que me dei conta: o único lugar onde isso podia acontecer sem levantar suspeitas… era justamente onde ninguém desconfiaria — o meu trabalho.

De vez em quando, eu era o responsável por fechar o local. E se ela chegasse exatamente no momento certo, dois minutos antes da hora de fechar, tudo pareceria normal. Eu fingiria que ainda estava ali por rotina.

Ela traria uma sacola vazia, como se tivesse ido buscar algo esquecido. Um disfarce sutil, mas perfeito.

Era arriscado, sim. Mas era o único jeito. E a tensão do risco só deixava tudo ainda mais vivo.

Naquela noite, o plano se concretizou.

Recebi a mensagem dela dizendo:

"Tô indo... 2 minutos antes, como você disse."

Respondi só com um “✔️” e o coração acelerado.

O local estava quase todo apagado, só com as luzes de segurança acesas. Quando ela entrou, senti o ar mudar. Aquilo não era só um encontro — era o acúmulo de semanas de espera, vontade, medo e desejo guardado. Ela segurava a sacola na mão como combinado, com um jeito calmo… mas os olhos denunciavam tudo.

Ela entrou, parou na minha frente e sorriu. E nesse momento, o celular vibrou no meu bolso.

Era mensagem da minha esposa. Algo simples, cotidiano. Mas o contraste me cortou por dentro: ali estava eu, prestes a viver algo que ela jamais imaginaria.

Olhei pra ela.

— “Seu marido também mandou mensagem?”

Ela apenas mostrou a tela.

— “Mandou agora... perguntando se eu tava chegando.”

E então riu, com um riso nervoso, contido, cúmplice.

Aquela troca de mensagens com nossos parceiros, naquele exato instante, só deixava tudo mais real — e mais insano.

A gente se aproximou devagar, mas com urgência nos olhos.

O toque aconteceu como se não tivesse volta.

O beijo... ah, o beijo. Foi como abrir a primeira página de um livro que a gente já sabia que ia se viciar.

A boca dela encaixou na minha como se já me conhecesse. Minhas mãos tocaram seu rosto, sua cintura, seus cabelos. Ela segurou minha camisa, me puxando pra mais perto, como se dissesse: “não para”.

Encostamos no canto mais escondido, onde ninguém nos veria. A respiração dela estava quente, rápida, sincronizada com a minha.

Eu beijei seu pescoço devagar, ouvindo seu corpo responder com arrepio. As mãos dela passavam pelas minhas costas, e a cada toque, o tempo parecia correr mais rápido — como se o mundo nos obrigasse a ir embora antes da hora.

A gente não foi até o fim.

Mas viveu ali, naquele breve encontro, uma entrega intensa e silenciosa, como se os corpos conversassem mais do que as palavras jamais conseguiriam.

Antes de sair, ela ajeitou a blusa, pegou a sacola e me olhou com um sorriso meio culpado, meio faminto.

— “Isso não vai parar por aqui...” — ela disse.

— “Eu sei.” — respondi, sentindo ainda o gosto do beijo, o calor do corpo dela colado no meu.

Ela saiu com a mesma tranquilidade com que entrou.

E ninguém desconfiou de nada.

Mas dentro de mim, eu sabia: algumas portas a gente fecha por fora, mas por dentro elas continuam escancaradas.

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