✧ A Grande Apresentação ✧
A luz do sol da Califórnia derramava-se pela janela da sala de estar dos Vega, iluminando partículas de poeira que dançavam no ar. Tori Vega, concentrada, ajustava um pequeno eletrodo no que parecia ser um cruzamento entre um vulcão de feira de ciências e um dispositivo alienígena. Ao seu lado, Ian, seu colega de laboratório, anotava os dados com uma seriedade que beirava o cômico. O silêncio estudioso era um santuário frágil, prestes a ser profanado.
A porta da frente se abriu com um estrondo, como se fosse um trovão anunciando um furacão. E o furacão tinha nome: Trina Vega.
"Eu não acredito! Eu simplesmente não acredito nisso!"
A irmã mais velha de Tori marchou pela sala, o drama emanando de cada poro. Seus cabelos escuros balançavam, e seus olhos faiscavam com uma fúria que só uma aspirante a estrela contrariada poderia conjurar.
Tori suspirou, o foco no projeto de ciências se desfazendo como fumaça.
"O que foi agora, Trina?"
"O que foi? O que foi é que meu parceiro para a Grande Apresentação écalouro!"
Trina jogou a bolsa no sofá com desdém.
"Um tal de Andrew... André Harris! Ele é do décimo ano! Como eu vou impressionar os olheiros da indústria com um amador do décimo ano?"
Ian, sentindo a tempestade se formar, começou a recolher suas coisas discretamente.
"Que tal continuarmos na minha casa, Tori?"
"É uma ótima ideia, Ian!"
"Não, você não vai a lugar nenhum", Trina ordenou, apontando um dedo acusador para Tori.
"E você, fora!", ela disse a Ian, que não precisou de um segundo convite e praticamente se teleportou para fora da casa.
"Tori, você vai me ajudar. Eu, você e o... André. Vamos ensaiar 'Make It Shine' até que saia perfeita. A minha carreira depende disso!"
As horas seguintes foram uma tortura melódica. Trina, com sua confiança inversamente proporcional ao seu talento, dominava o ambiente com ordens e críticas. No meio do caos, no entanto, algo inesperado aconteceu. André, o calouro, revelou-se um oásis de calma e genialidade. Enquanto Trina fazia um discurso sobre a "motivação do personagem" na música, André sentou-se ao piano. Seus dedos deslizaram pelas teclas, e uma melodia suave e complexa preencheu a sala, silenciando a tirania de Trina.
Tori ficou paralisada, observando-o. Havia uma facilidade, uma paixão em seu toque que a hipnotizava. Ele não estava se exibindo; ele estava simplesmente falando através da música. Quando ele a olhou e sorriu, um sorriso genuíno e caloroso, Tori sentiu uma conexão instantânea, uma amizade florescendo no terreno improvável do ego de sua irmã.
Mais tarde, Tori encontrou André na varanda, falando ao telefone em voz baixa. Ele desligou quando a viu se aproximar.
"Era minha avó", ele disse, guardando o celular. "Ela vai estar na Grande Apresentação. É a primeira vez que ela sai de casa em seis anos. Eu... eu realmente quero que ela se orgulhe."
A sinceridade em sua voz tocou Tori. De repente, a apresentação de Trina parecia ter um peso maior.
Na noite da Grande Apresentação, Tori convenceu seus pais a deixá-la matar a aula para ir ao evento. O ar nos bastidores da Hollywood Arts vibrava com uma energia elétrica, uma mistura de pânico e ambição. Eles foram chamados ao camarim de Trina e a encontraram em um estado deplorável. Sua língua, grotescamente inchada, mal cabia em sua boca, resultado de uma reação alérgica a um gargarejo de ervas chinesas que, segundo ela, "melhoraria seu alcance vocal".
Lane Alexander, o orientador educacional com a paciência de um monge, olhou para a cena com um cansaço resignado.
"Bem, parece que Trina não vai se apresentar. Alguém pode substituí-la?"
Antes que Tori pudesse processar a pergunta, André apontou para ela.
"Ela pode! Tori sabe a música de cor. Ela ensaiou conosco a semana toda."
"O quê? Não! De jeito nenhum!", Tori gaguejou, o pânico gelando suas veias. O palco, as luzes, a multidão... era o pesadelo de uma pessoa comum.
"Tori, por favor", André implorou, seus olhos cheios de desespero. "Minha avó..."
A menção à avó dele foi um golpe baixo e eficaz. Empurrada por André e por um senso de obrigação que ela não entendia completamente, Tori se viu vestindo um vestido elegante que pertencia a Trina e sendo guiada para a coxia. As luzes a cegaram quando ela pisou no palco. O silêncio da plateia era ensurdecedor. Ela olhou para o mar de rostos anônimos e um pensamento libertador a atingiu: ninguém aqui a conhecia. Ela não tinha nada a perder.
Ela fechou os olhos, respirou fundo e, quando a música começou, cantou. A voz que saiu não era a de Tori Vega, a garota do projeto de ciências. Era uma voz poderosa, cheia de alma e emoção, uma voz que ela não sabia que possuía.
***
Here I am, once again
Feeling lost but now and then
I breathe it in to let it go
And you don't know where you are now
Or what it would come to, if only somebody could hear
When you figure out how
You're lost in the moment, you disappear
You don't have to be afraid to put your dream in action
You're never gonna fade, you'll be the main attraction
Not a fantasy, just remember me
When it turns out right
'Cause you know that if you live in your imagination
Tomorrow, you'll be everybody's fascination
In my victory, just remember me
When I make it shine
***
A surpresa em seu próprio rosto foi espelhada por cada pessoa na plateia. A performance foi um triunfo, uma explosão de talento bruto que deixou o público em êxtase e de pé.
Nos bastidores, em meio ao caos de aplausos, o diretor Eikner abordou Tori e seus pais com uma proposta que mudaria sua vida: uma vaga na Hollywood Arts.
"Eu? Mas... eu não sou uma artista. Eu sou... normal", Tori gaguejou, a cabeça ainda girando.
André apareceu ao seu lado, o rosto iluminado por um sorriso radiante.
"Normal? Tori, isso foi tudo, menos normal."
Ele a puxou de volta para o palco, abrindo a cortina para a plateia que ainda aplaudia.
"Ei, pessoal! Vocês acham que ela deveria estudar aqui?"
Um rugido de "SIM!" ecoou pelo auditório. Diante daquela onda de aprovação, diante do olhar encorajador de André, Tori sentiu uma faísca de coragem.
"Eu aceito."
O primeiro dia na Hollywood Arts foi como ser jogada em outro planeta. Os corredores pulsavam com uma criatividade caótica. Dançarinos praticavam em um canto, músicos improvisavam em outro, e um garoto passava por ela em um monociclo enquanto fazia malabarismos. Perdida, Tori esbarrou em um garoto magro com um boneco de ventríloquo na mão.
"Opa, cuidado aí", disse o boneco, sua cabeça de madeira virando-se para ela.
"Desculpe", Tori disse, confusa.
"Eu sou Robbie", disse o garoto, timidamente. "E este é o Rex."
"O que foi, gracinha?", disse Rex, com uma voz rouca e ousada.
Antes que Tori pudesse responder, uma garota de cabelos vermelhos e vibrantes saltitou até eles.
"Oi! Você é nova? Eu sou a Cat! Você gosta do meu cabelo? Parece um bolinho!"
Sua energia era contagiante e ligeiramente alarmante.
Robbie, através de Rex, deu a Tori as direções para a aula do Sr. Sikowitz. Ao entrar na sala, que mais parecia o sótão de um inventor maluco, ela trombou com um garoto alto, de cabelos escuros e traços perfeitamente esculpidos. O café gelado que ele segurava voou, encharcando a frente de sua camisa preta.
"Oh, meu Deus! Me desculpe! Eu sou tão desastrada!"
Tori colocou a mão sobre a camisa dele e, sem pensar, começou a esfregar o peito dele, tentando desesperadamente limpar a mancha.
"Ei, calma, está tudo bem", ele disse, rindo.
Havia um calor em sua voz e em seu sorriso que a fez parar. Seus olhos se encontraram por um momento, e uma corrente elétrica sutil passou entre eles. Ele era incrivelmente bonito.
"Eu sou o Beck."
"Tori."
O momento foi quebrado por uma voz cortante como vidro.
"O que você pensa que está fazendo?"
Uma garota com mechas coloridas no cabelo, maquiagem escura e uma aura de hostilidade se aproximou. Seus olhos afiados como adagas cravaram em Tori, depois se moveram para a mão de Tori, ainda pousada no peito de Beck.
"Eu... eu derramei café nele", Tori gaguejou, retirando a mão como se tivesse tocado em fogo.
"E sua solução foi esfregar o meu namorado?", a garota disse, cada palavra pingando veneno. "Fique longe dele ou terá problemas!"
A tensão era tão espessa que poderia ser cortada com uma faca.
"Jade, para! Isso não é necessário", Beck disse, colocando uma mão no braço de Jade, tentando acalmá-la. "Ela só estava tentando ajudar, não há nada acontecendo aqui."
A aula começou, e o professor, Sikowitz, um homem excêntrico que bebia leite de coco direto da fruta, propôs um exercício de improvisação. Jade, com um sorriso malicioso, escolheu seu elenco: Cat, um garoto chamado Eli, Beck e, para o prazer sádico dela, Tori.
"Escolhemos 'casa' como cenário", anunciou Robbie.
"E 'uma grande notícia' para a situação", acrescentou André.
"Ótimo!", disse Sikowitz.
"Mas antes de começarmos... Tori, por que você não espera lá no corredor até que alguém venha te chamar?", sugeriu Jade, com um tom que parecia mais uma ordem do que um pedido.
Confusa, Tori obedeceu. Minutos depois, Jade abriu a porta com um sorriso falso.
"Pode entrar."
A cena já estava em andamento. Beck, o marido, tinha sido demitido. Cat e Eli, os filhos, estavam reclamando. Jade, a esposa, tentava animá-los.
"Não fiquem tristes! A mamãe comprou um cachorro novo para vocês!", ela anunciou, apontando para Tori.
Tori congelou. Era uma armadilha. Ela olhou para Sikowitz, que apenas deu de ombros com um olhar curioso. Presa, ela desajeitadamente ficou de quatro e latiu fracamente. A turma riu.
"Oh, veja, querida", Jade disse para Cat, sua voz falsamente doce. "Acho que nosso cachorrinho tem pulgas. E eu ouvi dizer que café é ótimo para se livrar delas."
Antes que Beck ou André pudessem intervir, Jade pegou o copo de café gelado de um colega e, com um movimento deliberado e cruel, despejou o líquido escuro e pegajoso sobre a cabeça de Tori.
O café escorreu por seu cabelo, por seu rosto, gelado e humilhante. O riso na sala morreu, substituído por um silêncio chocado. As lágrimas ardiam nos olhos de Tori, uma mistura de raiva e vergonha. Ela se levantou e saiu correndo da sala, ignorando os chamados de Sikowitz.
No corredor, tremendo, ela pegou o telefone para ligar para sua mãe. Ela ia voltar para Sherwood High, onde as pessoas eram normais e a maior crueldade era uma fofoca no refeitório.
"Não ligue para ela."
André estava ali, sua expressão cheia de preocupação. Ele gentilmente pegou o telefone da mão dela.
"Não deixe a Jade vencer."
"Ela já venceu, André", Tori soluçou, o café pingando de seu cabelo em sua camisa. "Eu não pertenço a este lugar. Eu não sou especial como vocês."
"Isso é mentira," ele disse, sua voz firme. "O que você fez na Grande Apresentação... aquilo foi especial, Tori. Jade te odeia porque ela viu aquilo também. Ela te vê como uma ameaça. Não fuja. Lute."
Suas palavras, junto com uma conversa estranhamente encorajadora com Trina mais tarde naquela noite — "Sua performance foi boa. A minha teria sido lendária, mas a sua foi boa." — plantaram uma semente de determinação em Tori. Ela não ia fugir.
No dia seguinte, durante outra aula de improviso, Sikowitz anunciou um "Improviso Alfabético". Era um duelo de inteligência onde cada linha de diálogo tinha que começar com a letra seguinte do alfabeto. Desta vez, foi Tori quem escolheu os atores. Com um brilho desafiador nos olhos, ela escolheu André, Cat, Beck e, por último, Jade.
A cena começou. A tensão entre Tori e Jade era uma subtrama fervente sob o jogo. Elas trocavam farpas, seguindo as regras, mas com uma intenção afiada. A cada letra, a animosidade aumentava.
"Como você ousa falar comigo nesse tom?", Jade cuspiu.
"Desculpe, eu não sabia que a verdade te ofendia", Tori retrucou.
A cena progrediu, com André e Cat sendo eliminados por erros, e Beck fingindo um desmaio dramático para escapar do fogo cruzado. Restavam apenas as duas. A batalha verbal atingiu seu clímax.
"Quero que você saia da minha vida!", Jade sibilou, seu rosto a centímetros do de Tori.
"Recusar seu pedido me dá um prazer imenso", Tori respondeu, sua voz calma e controlada.
Jade, furiosa, tropeçou em sua próxima linha, começando com a letra errada.
"Você está fora!", Sikowitz declarou.
Jade olhou para Tori com puro ódio antes de sair do palco. A vitória era doce. Tori se virou para Beck, ainda "desmaiado" no chão. Era sua vez. A letra era 'S'.
"Socorro! Meu herói desmaiou!", ela disse, ajoelhando-se ao lado dele.
A próxima letra era 'T'. Ela olhou para Beck, depois para Jade, que observava da coxia, fuzilando-a com o olhar. Uma ideia imprudente e ousada tomou forma em sua mente. Vingança.
"Talvez um beijo o acorde", Tori sussurrou. E então, inclinando-se, ela pressionou seus lábios contra os de Beck.
Não foi um beijo de conto de fadas. Foi um ato de guerra. Mas no instante em que seus lábios se tocaram, algo mudou. A textura macia da boca dele, o choque da surpresa que se dissolveu em algo mais... curioso, receptivo. Por um segundo, a plateia, Jade, o jogo, tudo desapareceu. Havia apenas a sensação de seus lábios juntos, uma faísca inesperada que percorreu seu corpo. Ela se afastou, o coração martelando. Beck abriu os olhos, sua expressão uma mistura de confusão e algo mais, algo que ela não conseguiu decifrar. Ela tinha vencido o jogo, mas talvez tivesse começado algo muito mais perigoso.
Naquela noite, a casa estava silenciosa. Seus pais e Trina haviam saído. Tori estava sozinha, mas sua mente estava em chamas. O beijo se repetia em um loop em seus pensamentos. O gosto de Beck, o olhar em seus olhos, a fúria no rosto de Jade. Ela tinha conseguido o número de Beck com André, sob o pretexto de "discutir uma cena". Agora, o telefone parecia pesar uma tonelada em sua mão.
Com um impulso de adrenalina e rebeldia, ela discou.
"Alô?", a voz de Beck era sonolenta e profunda.
"Oi, Beck. É a Tori."
Houve uma pausa.
"Tori. Ei. O que foi?"
"Eu... eu queria saber se você queria vir aqui. Para... repassar a cena", ela disse, a mentira soando fraca até para seus próprios ouvidos.
Outra pausa, mais longa desta vez. Ela podia ouvi-lo respirando. Ela podia imaginar Jade ao lado dele, e a ideia a fez sentir um prazer perverso.
"Jade não está aqui", ele disse finalmente, como se lesse seus pensamentos. "Ela foi ao cemitério. Onde você mora?"
Tori deu a ele o endereço, o coração batendo descontroladamente. Quando desligou, uma onda de pânico e excitação a percorreu. O que ela estava fazendo? Isso era uma loucura. Ela correu para o quarto, trocando sua roupa confortável por um vestido preto curto e justo, um que ela nunca teve coragem de usar. Ela soltou o cabelo, passou um pouco de maquiagem. Ela não estava apenas se preparando para uma visita; estava se armando para a batalha.
A campainha tocou meia hora depois. Quando ela abriu a porta, Beck estava lá, as mãos nos bolsos do jeans, parecendo tão incerto quanto ela se sentia. Seus olhos percorreram o corpo dela, demorando-se no vestido, e uma chama se acendeu em seu olhar.
"Cena, é?", ele disse, um sorriso torto brincando em seus lábios.
"Entra", ela sussurrou, a voz rouca.
Eles ficaram parados na sala de estar, a um metro de distância, o ar crepitando com uma tensão não dita. O silêncio era pesado, carregado de perguntas e desejos proibidos.
"Tori, sobre hoje...", ele começou.
"Eu não me arrependo", ela o interrompeu, dando um passo à frente. "E você?"
Ele não respondeu com palavras. Em vez disso, ele fechou a distância entre eles, suas mãos subindo para segurar seu rosto. Seu polegar traçou sua bochecha, e então ele se inclinou e a beijou. Desta vez, não havia jogo, nem vingança. Havia apenas uma fome crua e inegável. O beijo era profundo, possessivo, uma liberação de toda a tensão que havia se acumulado desde o primeiro momento em que se viram.
As mãos dela subiram pelo peito dele, agarrando sua camisa. Ele a pressionou contra a parede, seu corpo duro contra o dela. O beijo se tornou mais selvagem, mais desesperado.
"Beck", ela ofegou contra sua boca.
"Eu sei", ele murmurou, seus lábios se movendo para o pescoço dela, enviando arrepios por sua pele. "Isso é uma péssima ideia."
"Eu sei", ela respondeu, inclinando a cabeça para dar a ele mais acesso.
As mãos dele deslizaram para baixo, encontrando a bainha de seu vestido. Com um movimento fluido, ele o levantou, seus dedos roçando a pele nua de suas coxas. Ela estremeceu com o toque. A sanidade estava se esvaindo, substituída por um desejo avassalador.
Com uma urgência mútua, eles se moveram em direção ao sofá. As roupas se tornaram obstáculos a serem descartados rapidamente. A camisa dele foi arrancada, revelando um torso esculpido. As mãos dela exploraram cada músculo, cada linha. Em um movimento ousado, impulsionada por uma confiança que não sabia que tinha, ela o empurrou para se sentar no sofá e se ajoelhou diante dele.
Seus olhos encontraram os dele enquanto sua mão descia, desabotoando o jeans dele. A antecipação no olhar dele era um poderoso afrodisíaco. Ela o libertou, sua ereção pulsando contra sua mão. Sem hesitação, ela se inclinou para frente, sua boca se fechando sobre ele.
Beck jogou a cabeça para trás, um gemido baixo escapando de sua garganta. Tori se moveu com um ritmo lento e provocante, saboreando o controle, o poder que sentia naquele momento. Ela o tomou completamente, sua garganta se ajustando, seus lábios e língua trabalhando em uma dança íntima. O som da respiração pesada dele era a única música na sala. Suas mãos vieram para o cabelo dela, segurando-a, guiando-a.
"Tori... porra...", ele ofegou, sua voz tensa de prazer.
Ela continuou, suas mãos agora trabalhando em conjunto com sua boca, masturbando-o enquanto o chupava, levando-o à beira do abismo. Mas antes que ele pudesse cair, ela se afastou, deixando-o ofegante e necessitado.
"Minha vez", ele disse com a voz rouca, puxando-a para cima.
Ele a deitou no sofá macio, seu corpo pairando sobre o dela. Seus beijos traçaram um caminho de fogo de sua boca até seus seios, sua língua circulando seus mamilos até que eles estivessem duros e sensíveis. As mãos dele exploravam cada curva, cada centímetro de sua pele.
Então, sua boca desceu mais, passando por seu estômago, fazendo-a se contorcer de antecipação. Ele afastou suas pernas e a beijou no lugar mais íntimo. Um gemido agudo escapou dos lábios de Tori. A sensação era avassaladora, uma onda de prazer tão intensa que quase doía. Sua língua era habilidosa, provocando-a, e seus dedos se juntaram à dança, encontrando seu clitóris e pressionando com uma precisão que a fez gritar.
O mundo de Tori se desfez em pura sensação. O toque habilidoso da boca de Beck, combinado com a pressão rítmica de seus dedos, estava desvendando-a, desarmando cada defesa que ela já teve. Ela arqueou as costas no sofá, os dedos cravando-se no estofado, a cabeça jogada para trás. Um zumbido baixo começou em seus ouvidos, crescendo em um crescendo ensurdecedor. O nome de Jade piscou em sua mente por um instante fugaz, uma imagem de fúria e ciúme, mas foi instantaneamente incinerado pelo fogo que Beck estava acendendo dentro dela. Isso não era mais sobre vingança. Era sobre isso. Sobre essa necessidade crua e ofegante que a consumia.
Seu corpo começou a tremer incontrolavelmente.
"Beck... eu vou...", as palavras se perderam em um gemido.
"Deixe acontecer", ele sussurrou contra sua pele, sem diminuir o ritmo.
E então aconteceu. Uma onda de prazer branco e quente explodiu de seu centro, irradiando para cada terminação nervosa. Ela gritou, um som sem fôlego e primitivo, enquanto seu corpo se contraía violentamente ao redor dele. O orgasmo a abalou até o âmago, deixando-a trêmula, sensível e completamente exposta.
Enquanto as ondas de prazer diminuíam, deixando-a em um estado de êxtase flutuante, a necessidade não desapareceu. Pelo contrário, ela se aprofundou, transformando-se em uma fome por mais, por completude. Seus olhos se abriram e encontraram os dele, escuros de desejo. Ele a observava, o rosto corado, a respiração tão pesada quanto a dela.
Ela estendeu a mão, o braço tremendo, e tocou seu rosto.
"Por favor", ela sussurrou, a voz rouca e desesperada, uma súplica que vinha do fundo de sua alma. "Beck... me fode. Por favor."
A palavra, crua e explícita, foi o gatilho final. A máscara de incerteza de Beck se desintegrou, substituída por uma determinação predatória. Ele se moveu para cima, posicionando-se entre suas pernas abertas. Ele a beijou novamente, um beijo profundo e dominador, enquanto suas mãos percorriam seu corpo, reacendendo as brasas de seu orgasmo.
Ele se afastou apenas o suficiente para olhá-la nos olhos.
"Você tem certeza?" ele perguntou, sua voz um rosnado baixo.
Em resposta, Tori apenas agarrou seus quadris e o puxou para mais perto. Era toda a resposta que ele precisava.
Ele guiou a ponta de seu pau contra a entrada dela, provocando-a, fazendo-a se contorcer de necessidade. Então, com um único e poderoso impulso, ele a penetrou. Tori ofegou, uma mistura de dor e prazer absoluto quando ele a preencheu completamente, até o talo. Ela sentiu seus músculos se esticarem para acomodá-lo, uma sensação avassaladora de plenitude que roubou seu fôlego. Por um momento, eles ficaram parados, seus corpos unidos, a respiração suspensa, apenas sentindo o peso e a magnitude do que estavam fazendo.
Então, ele começou a se mover. Lento a princípio, cada estocada profunda e deliberada, permitindo que ela se acostumasse com a sensação dele dentro dela. As mãos dele subiram para seus seios, apertando-os com força, arrancando gemidos dela a cada movimento. Ele a fodia com uma força controlada, uma paixão que beirava a fúria. Seus quadris se chocavam com um ritmo constante e hipnótico. Eles se beijaram novamente, suas línguas se enroscando em uma dança selvagem que espelhava o movimento de seus corpos. Cada som na sala — o farfalhar do sofá, o som úmido de sua união, seus gemidos e respirações ofegantes — tecia uma sinfonia de transgressão.
Sentindo uma nova onda de poder e desejo, Tori o empurrou, invertendo suas posições. Agora ela estava por cima, o pau dele ainda enterrado profundamente dentro dela. Ela sentou-se, assumindo o controle, e o olhou de cima, os cabelos caindo ao redor de seu rosto. Um sorriso lento e satisfeito se formou em seus lábios enquanto ela começava a cavalgar, ditando o ritmo, a profundidade, o ângulo. Ver a expressão de prazer extasiado no rosto de Beck, vê-lo completamente à sua mercê, foi uma corrida de poder inebriante.
Ele a deixou no controle por alguns minutos gloriosos, suas mãos percorrendo suas costas, seus quadris, antes que sua própria necessidade o dominasse. Com um movimento rápido e forte, ele a virou de volta, colocando-a de bruços no sofá. Ele entrou nela por trás, um ângulo que era mais profundo, mais animal. O ritmo mudou instantaneamente. Ele a fodia rapidamente, cada estocada batendo nela com uma urgência febril. A delicadeza se foi, substituída por uma necessidade crua de liberação.
Tori agarrou as almofadas, o rosto pressionado contra o tecido, seus gritos abafados. A fricção, a velocidade, a profundidade — tudo se combinou para empurrá-la para a beira mais uma vez.
"Beck!", ela gritou, o corpo se preparando para outro clímax.
O som de seu nome foi o que o empurrou para o limite.
"Eu vou gozar, Tori", ele ofegou, sua voz tensa.
Ela sentiu o segundo orgasmo atingi-la, mais forte e mais intenso que o primeiro, uma convulsão que a deixou completamente mole. No mesmo instante, Beck se retirou. Ela se virou, confusa, ofegante, a tempo de vê-lo ajoelhado no chão ao lado do sofá. Sua mão envolveu seu pau ereto e, com os olhos fixos nos dela, ele se masturbou com movimentos rápidos e firmes.
Ele gozou com um grunhido profundo. Um jato espesso e quente de sêmen atingiu o rosto dela, escorrendo por sua bochecha e queixo.
Tori ficou paralisada, o choque do ato a prendendo no lugar. O calor de seu sêmen em sua pele era a marca final e inegável de sua traição mútua.
Beck desabou ao lado dela no chão, o peito arfando, o corpo brilhando de suor. Por um longo tempo, o único som na sala silenciosa foi o de suas respirações irregulares. O cheiro de sexo pairava pesado no ar.
Lentamente, a realidade começou a se infiltrar, fria e dura. Tori levantou a mão trêmula e tocou o líquido pegajoso em seu rosto. Ela olhou para Beck. A luxúria em seus olhos havia sido substituída por algo mais complicado, uma mistura de satisfação e um pavor crescente.
Eles não disseram nada. Não havia nada a ser dito. O ato estava feito. A linha havia sido cruzada. E no silêncio ensurdecedor da sala de estar dos Vega, ambos sabiam que, embora a performance tivesse acabado, o drama estava apenas começando.