O Banheiro da Festa
Narrador: Bruno
Eu nunca fui fã dessas festas de casal. Música alta, gente fingindo que tá feliz com o emprego, o casamento, a vida. Mas era aniversário de um colega de Débora, e ela quis ir. Acabei topando.
Ela entrou comigo, de vestido vermelho colado. Sei o efeito que causa: os caras olham, comentam baixo. E eu gosto. Gosto de saber que desejam, mas que quem leva pra casa sou eu.
No meio do salão, vi logo Nikolas. Camisa clara demais pro ambiente, certinho demais. Ao lado dele, Mayra, rindo com duas amigas. A gente se abraçou como se fosse normal, mas o aperto de mão dele demorou. Eu senti. Ele também.
A festa seguiu com cerveja gelada, piadas batidas, gente falando de filho e política. Eu ria, conversava, mas não ouvia nada. Só via ele. O jeito que molhava o copo, os olhos que desviavam rápido, e que sempre voltavam. Cada cruzada de olhar era como se o barulho sumisse por segundos.
Tentei segurar na bebida, mas cada gole deixava o corpo mais solto, o medo mais frouxo. E quando eu encarava Nikolas, lembrava do sofá. Do pau dele entrando em mim devagar, rasgando e dando prazer junto com a dor. Eu mordendo a almofada, ele me abrindo até eu virar putinha. Só de lembrar, meu cuzinho latejou.
Fui ao banheiro sem pensar, só pra respirar. Mas quando fechei a porta, ele entrou atrás. Encostou, sem dizer nada. O pau dele já marcava no jeans, duro, pulsando. O meu também, repuxando contra o zíper. Não tinha disfarce.
— Não devia… — ele sussurrou.
Mas os olhos diziam o contrário.
Ele se aproximou. A testa encostou na minha. O cheiro dele me tomou: desodorante barato, cerveja, suor limpo. O pau dele roçou no meu por cima do jeans. Quase gemi.
Lembrei na hora do sofá. Do jeito que ele me abriu. O pau comprido entrando devagar, rasgando, doendo e dando prazer ao mesmo tempo. Eu mordendo a almofada, tentando respirar. E a cada estocada dele, eu me sentia menos comedor e mais putinha.
Senti de novo o cuzinho latejar só de lembrar.
A mão dele segurou minha cintura, firme. Era só um gesto, mas eu sabia: se ele me virasse, eu ia dar ali mesmo, de pau duro, com gente batendo na porta.
Pensei em Débora. Naquela boca vermelha, naquela buceta marcada no vestido. Imaginei Nikolas enfiando nela. Eu olhando, segurando a mão dela, orgulhoso de ver outro homem metendo. Tesão e ciúme se misturando como veneno doce.
Mas também pensei mais longe. Pensei em colocar ele e Mayra de joelhos, lado a lado. A boca dela pequena tentando engolir a cabeça roxa, a boca dele sugando o pau grosso como fez no sofá. Meu pau babando nas duas bocas, ao mesmo tempo. Essa cena me queima por dentro.
O corpo dele tremeu, encostado em mim. Eu soube que ele também lembrava. Que a foda no sofá não tinha saído da cabeça dele.
Um soco na porta quebrou o feitiço. Alguém pediu pra apressar. Recuamos rápido, ajeitando as roupas. A calça dele ainda armada, a minha também. Quem olhasse ia saber.
Saímos ombro a ombro. O barulho da música bateu mais forte, mas eu ainda sentia a mão dele na minha cintura, a pressão do pau no meu.
No carro, Débora cruzou as pernas, olhou pela janela e soltou:
— Engraçado… quando vocês se encontram, o clima muda.
Débora sorriu de canto, mas os olhos dela não sorriam.
Fiquei quieto, encarando a rua. Mas o pau ainda latejava na calça. E eu entendi: não era só eu e Nikolas presos naquele banheiro. O jogo tinha acabado de ganhar uma nova jogadora.
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