O dia amanheceu mudo. Jana passou a manhã esfregando o chão com força demais. Breno cuidou do som, da cerveja, do ventilador. As crianças na casa da avó, dormiriam por lá. Casa limpa, luz baixa, lençóis trocados. O cheiro de lavanda misturado ao de medo.
Às 18h ele mandou no grupo:
Hoje o jogo é outro.
Sem emoji. Sem explicação.
No banheiro, Jana maquiava em silêncio. Vestido colado, sem calcinha. Cabelo preso em coque simples. Pele úmida. Boca brilhando. Nos olhos, algo novo.
Ela virou:
— Não precisa pedir permissão. Já tá entendido.
Zé Carlos chegou primeiro. Camisa do Flamengo, boné baixo. Olhou mais pro chão do que pra ela.
Naldo veio em seguida. Latinha na mão. Cheiro de desodorante barato grudado no corpo largo.
Val e Chicó chegaram juntos. O primeiro calado, o segundo falante demais. Sentaram à mesa de dominó. Fingiram normalidade. Nem a primeira partida acabou.
Jana passou com a bandeja. O vestido subia e descia na curva da lombar. Os olhos já não viam as pedras, só o corpo dela. O ventilador cuspia vento quente, espalhando cerveja e lavanda gasta.
Ela parou diante deles:
— As regras são simples.
— Eu não paro.
— Vocês obedecem.
O ar mudou. Um engoliu seco. Outro ajeitou o pau no calção. Até o ventilador pareceu girar mais lento, cada estalo marcando o compasso.
Breno ajustou o celular no tripé. A luz vermelha piscava. Ele filmava, mas a mão tremia. Pensou: é minha, mas é deles também.
Jana puxou o vestido devagar. O tecido grudava na pele úmida, depois soltava. Ombros lisos, gotas de suor. Seios médios, firmes, mamilos duros só do olhar coletivo.
O silêncio quebrou no som seco de saliva engolida. Ela sorriu, ciente do efeito.
O vestido caiu até a cintura. Barriga firme. Cintura pronta para mãos. Buceta carnuda, inchada, molhada, emoldurada por pelos pretos curtos.
— Puta que pariu — murmurou Naldo.
Chicó abriu a boca, língua molhando o lábio.
Ela virou de costas. Bunda firme, suada, tremendo em gesto lento, quase dança. Abriu as bandas com as mãos. O cuzinho piscava em contrações pequenas.
Breno engoliu ar atrás da câmera. Nunca tinha visto desse jeito. Nunca tão entregue e dona ao mesmo tempo.
— Vocês vieram pra isso — disse ela, voz baixa, firme. — Então olhem bem. Hoje vocês vão me comer como eu quero.
Chicó não aguentou. Ajoelhou tremendo. A língua nervosa mergulhou na buceta quente, som úmido, respiração de cachorro com sede.
Jana agarrou a cabeça dele entre as coxas, puxou forte até os olhos dele marejarem. Gemeu baixo, gemido preso que incendiou a sala.
Naldo abriu a bermuda. O peito subia rápido. Ombros suados, tatuagem brilhando. A pica curva, grossa, latejava na mão. Ele a exibia, queixo erguido.
Zé Carlos não se mexeu. Mãos nos joelhos. Tronco inclinado. Respiração funda. O calção estufado denunciava, mas não tocava. Silêncio mais pesado que gemido.
Val quieto no canto. Jeans marcado pelo volume, ponta úmida. Olhos semicerrados. Espera. Ameaça suspensa.
Breno via pela lente. Mas sentia na pele. Garganta seca. Pau duro dentro do jeans. Ele pensou: eu sei como fazê-la tremer. Mas ver outro ocupando esse lugar me corrói e me excita igual.
Ela abriu os olhos. O ar inteiro respirava nela. Sorriu de canto, entre gemido e provocação.
— Tu gosta de ser usado, né? — disse a Chicó.
A frase ricocheteou. Chicó tremeu, babando. Zé Carlos engoliu seco, narinas infladas. Naldo espalhou lubrificação pela glande com a palma. Val cruzou os braços, pau pulsando no jeans.
Breno quase deixou a câmera cair, dedos suados no botão.
O jogo tinha começado.
Zé Carlos levantou devagar, corpo pesado, firme. Puxou o elástico do calção. Soltou a rola grossa, veias vivas, cabeça vermelha. Sem pressa. Reverência.
A sala ficou em silêncio. Chicó arregalou os olhos. Naldo soltou um suspiro rouco, não riso. Val descruzou os braços, dedos roçando o volume. Breno filmava, mas o ar pesava. Ele pensou: não era mais um amigo. Era rito diante da minha mulher.
Jana percebeu. Mudou. Não mandava mais. Gemeu baixo. Pernas abertas. Presa. Recebia como inevitável.
Val levantou sem aviso. Silêncio de comando. Abriu a fivela. Jeans caindo até a coxa. A pica grossa, base coberta de pelos pretos. Pegou Jana pela cintura, virou-a de bruços, jogou sobre a mesa de dominó. Pedras espalhadas, copos tombados, espuma no azulejo.
Jana arfou. Vestido nos ombros. Bunda exposta, suada. Val abriu suas pernas com mãos calejadas e entrou de uma vez. Sem anúncio. Estalo de carne ecoou. Ela gritou, prazer bruto, rasgado.
Naldo já estava nu. Corpo largo ocupando a sala. Ombros brilhando suor. Punhetava devagar, o arco escuro escorrendo lubrificação própria. Encostou a glande no rosto dela.
— Abre a boca, mulher — disse, voz grave.
Ela abriu. Ele empurrou. Meio pau entrou, babado, cuspido. Ele segurou a base com a mão, exibia. Olhou de lado para Val, os dois em compasso.
Ela engolia. Saliva grossa escorria pelo queixo até o peito esmagado na mesa. Val socava fundo. Cada estocada arrancava gemido abafado contra a rola de Naldo. Chicó lambia os seios que balançavam, língua ansiosa. Zé Carlos punhetava escondido, mão no calção.
Breno filmava. O braço tremia. Ele pensou: é como se fosse eu no meio deles. Pele contra pele. Medo e vontade misturados.
A sala quente. Fedendo a cerveja, suor, porra. O ventilador cuspia ar inútil. Jana gemeu alto, mordendo a glande de Naldo como quem queria mastigar.
— Mais fundo, Val… me arromba de vez… — pediu sem vergonha, cuspindo saliva junto com palavras.
Naldo bateu a pica na boca dela:
— Essa nasceu pra dois, fi.
Chicó gargalhou nervoso, punheta fina na mão. Zé Carlos mexeu no calção, disfarçando mal. Breno filmava. Ele pensou: e se fosse eu ao lado de Val, pica contra pica dentro dela? O medo me atravessa. Mas o pau lateja mais duro que nunca.
Jana gozou primeiro. Pernas tremendo. Buceta espirrando forte em volta da pica de Val. O aperto fez Naldo gemer junto. O corpo dele curvou, abdômen contraído. Jatos quentes na boca dela. O rosto marcado, o peito melado. Ele suspirou fundo, segurando a rola ainda pulsando.
Val só rosnou baixo. Continuou a meter.
Breno se inclinou. A câmera quase caiu da mão. O cheiro forte de porra e lavanda velha. Pele dela grudada na madeira. Ele pensou: sou o último. Agora viro parte do rito.
Encaixou por trás. Glande roçando no cu já escorregadio. Entrou devagar. O cuzinho fechou quente em volta.
Val não recuou. Seguiu enterrado na buceta. Os sons se encontraram. Carne contra carne. Dois ritmos batendo juntos.
Breno pensou: minha pica sente a outra tão perto que parece rasgar. Medo. Tesão. Orgulho.
O corpo dela arqueou. Gemido rasgado.
— Isso... me abre mais...
A mesa rangeu. Unhas dela riscavam a madeira. Breno socava mais fundo. Suor colava a camisa nas costas. Val de lado, mandíbula dura. O choque das rolas pulsando juntas.
Breno pensou: e se fosse o Naldo? Eu teria coragem? O pensamento me corrói. Mas o pau endurece mais.
Ela gritou, abafado na rola de Val. O cu latejava em torno da pica de Breno, sugando. Ele quase gozou, mas segurou. Queria durar. Queria provar que também fazia parte da entrega.
A câmera escorregou na mão suada. Jana agarrou a dele.
— Tu ainda me ama?
Ele não respondeu. Segurou firme. Continuou filmando.
O gozo estourou em jatos: entre as pernas, no rosto, espalhado no peito. Jana tremia. Chicó se aproximou, mão nervosa. Tentou enfiar.
— Ainda não. — ela cortou, só no olhar. Ele recuou.
Ela caiu no chão. Pernas abertas, peito arfando. Corpo coberto de suor e sêmen. Os quatro em volta. Suados. Calados. Sem saber se agradecer.
Ela olhou pra todos. Depois pra ele.
— Vocês são meus.
— Mas ele... ele é o único que eu amo.
Breno ajoelhou. A câmera ainda ligada. Olhos cheios. O corpo dela melado, buceta aberta, cu contraindo. Ele baixou. Passou a língua.
O gosto queimava. Quente, viscoso, metálico. Ele pensou: é traição, mas também pacto. É minha entrega também.
Naldo de pé, corpo suado, rola semi-dura batendo na coxa. Um assobio baixo escapou, incredulidade.
Chicó escondia o rosto.
Zé Carlos vestia a bermuda em silêncio.
Val só olhava, sério, reconhecendo coragem.
Jana arfava, mão no rosto dele.
A língua dele dançava no gosto dos outros. Onde antes era só dele. Agora era de todos. Mas mais dela do que nunca.
“Agora, sim”, pensou.
“Agora, eu entendi.”
O nome da fome é entrega.