Fernanda era uma mulher linda, isso era visível. Por mais que ela se achasse normal, era evidente para todos que ela estava acima da média de uma beleza normal. Vestida naquele vestido branco e com aquele brilho no olhar, ela se tornava ainda mais deslumbrante. Meu coração disparou assim que a vi, minha respiração falhou e senti uma leve bambeza nas pernas. Isso não era apenas por sua beleza, mas porque o amor que eu sentia por ela era imenso. Eu a amava demais; era como se cada célula do meu corpo estivesse apaixonada por ela.
Ela se aproximou de mim com um sorriso lindo no rosto, segurou minha mão e, com a outra, limpou algumas lágrimas que teimavam em escorrer pelo meu rosto. Respirei fundo, olhando para ela ali na minha frente. Coloquei meu melhor sorriso nos lábios e seguimos de mãos dadas até o altar. Nossos padrinhos nos esperavam: os de Fernanda, Laís e Mickaela, Diego e Camila, de um lado; e os meus, Ingrid e Joyce, Marina e Henrique, do outro.
Os jardins da casa do meu irmão sempre foram lindos, mas naquela tarde sua beleza estava exuberante. O céu azul com algumas nuvens brancas tornava o lugar ainda mais bonito. Enfeites de rosas e lírios brancos espalhados estrategicamente no local davam um toque a mais de beleza ao ambiente. Tudo estava perfeito; até o vento suave que balançava a vegetação ao redor contribuía para que aquele momento se tornasse lindo, assim como sonhávamos.
Trocamos nossos votos e alianças no altar. Foi difícil conter a emoção, mas conseguimos finalizar sem incidentes. Logo em seguida, recebemos os cumprimentos de várias pessoas queridas. Minha família compareceu em peso, assim como a de Fernanda. Conheci vários membros da família dela que ainda não conhecia. A família da Marina também estava quase completa, e eles gostavam muito de nós duas, assim como nós deles. Foi maravilhoso ver tantas pessoas queridas reunidas para celebrar nosso amor.
Meu pai e os pais da Fernanda estavam visivelmente emocionados e felizes por nós duas finalmente estarmos casadas. Minha mãe não estava tão entusiasmada quanto eles, mas fez questão de participar, nos deu os parabéns e desejou felicidade. Ela até deu um belo abraço em Fernanda ao parabenizá-la, e torço para que aquele tenha sido o primeiro de muitos. Aos poucos, sinto que minha mãe está aceitando melhor nossa relação; ela percebeu que não é só uma fase, que Fernanda me faz feliz, e que existe um amor puro e verdadeiro entre nós. As barreiras dela estão caindo, e, como sempre, vou esperar com calma para que todas caiam. Minha mãe já mudou muito, nossa relação também, e especialmente a dela com Fernanda. Ver aquele abraço foi significativo para mim, e tenho certeza de que foi para as duas também.
Depois de vários abraços e felicitações, jogamos nossos buquês. Ingrid, com sua altura acima da média, pegou um deles facilmente, enquanto Mickaela pegou o outro. Não foi combinado, mas fiquei feliz por serem as duas que pegaram. Pela expressão de felicidade de Fernanda, acho que ela também ficou satisfeita. Seguimos para nossa pequena comemoração nos jardins. Entre taças de champanhe e petiscos, vi muitos sorrisos verdadeiros admirando nossa felicidade. Fernanda estava radiante, dançando com meu pai, enquanto eu conversava sobre futuros netos com minha sogra. Ela era uma aliada importante para eu convencer Fernanda a ter um filho o mais rápido possível.
Ficamos ali por algumas horas, mas logo as primeiras pessoas começaram a se despedir, e nós também não poderíamos demorar, já que a verdadeira festa ainda aconteceria na boate à noite. Não iríamos ao nosso apartamento; levamos nossas roupas para tomar banho e nos trocar na casa do meu irmão. Isso economizaria tempo e evitaria mais cansaço, já que a noite provavelmente seria longa.
Logo, as últimas pessoas foram embora, e seguimos para o quarto de hóspedes para tomar banho. Era para ser um banho rápido, já que não tínhamos muito tempo. No entanto, decidimos tomar banho juntas, o que não deu muito certo para quem estava com pressa.
Assim que entramos no chuveiro, Fernanda me olhou com aquele olhar de quem queria aprontar algo. Eu sabia exatamente o que ela queria e, por mais que isso me agradasse bastante, tentei argumentar que não tínhamos tempo, mas fui silenciada por um beijo intenso. Enquanto me beijava, ela escorregou uma das mãos entre minhas pernas e começou a brincar com seus dedos no meu clitóris. Meu autocontrole se foi, e eu me entreguei ao beijo. Quando ela se afastou, sorriu e disse que tínhamos que ser rápidas. Ela se ajoelhou na minha frente e começou a lamber minha intimidade com muita vontade.
Apoiei minhas costas na parede do banheiro e abri mais as pernas. Ela brincava com sua boca ao redor do meu clitóris, e eu precisei tapar a boca para não deixar meus gemidos serem ouvidos fora daquele banheiro. Sua língua fazia movimentos circulares, e logo senti dois dedos me penetrando. Eu amava sentir sua boca e seus dedos me dando prazer ao mesmo tempo, e ela sabia muito bem disso. Sua boca e seus dedos trabalhavam em sincronia e, após alguns minutos de prazer intenso, tive um orgasmo incrível.
Fernanda não esperou nem eu me recuperar direito e já veio me beijando, dizendo que eu era uma delícia e que me amava muito. Eu mal conseguia responder, pois ela não me dava tempo, sempre me calando com beijos intensos. Perdi a paciência, segurando-a pela cintura, virei nossos corpos e a colei na parede, tomando o controle da situação. A beijei com desejo e fiz o mesmo que ela; me ajoelhei na sua frente e comecei a degustar aquela delícia que ela tinha entre as pernas. Senti seu gosto na boca enquanto sua mão segurava minha cabeça. Levei um braço por trás de uma de suas coxas e puxei até colocar sua perna no meu ombro. Agora eu tinha total acesso à sua intimidade e não perdi tempo. Aproveitei cada centímetro daquela delícia, lambendo, chupando e sugando seu clitóris. Meus lábios estavam cobertos pelo seu mel, mas eu queria mais. Intensifiquei os movimentos com minha boca, esfregando meus lábios no seu clitóris, e não demorou para que ela curvasse o corpo para frente, com as mãos apoiadas na minha cabeça. Seu corpo tremia, os espasmos eram intensos, e ela gemeu roucamente quando o prazer atingiu seu ápice.
Fiquei ali lambendo sua intimidade até que ela recuperasse a força para se erguer novamente. Me levantei para beijá-la e a encontrei sorrindo de felicidade. Aquele momento era uma daquelas lembrança que eu levaria para sempre na minha memória. Ela entrelaçou os braços na minha cintura e me abraçou.
Fernanda— Obrigada por me fazer a mulher mais feliz do mundo. Ao seu lado, me sinto amada, desejada, cuidada e completa. Eu amo você de todas as formas possíveis; você é minha melhor amiga, minha melhor amante e agora, minha melhor esposa. Te quero para sempre, meu amor!
Eu não respondi, apenas a beijei com todo o amor que existia dentro de mim. O amor que ela fez surgir, o amor que eu jurei que seria sempre dela enquanto eu respirasse. Ela era meu tudo, meu mundo, minha maior realização.
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O nosso casamento foi como um sonho para mim. Às vezes, eu ainda tinha dificuldades em aceitar que tudo aquilo tinha acontecido, mas sim, aconteceu e foi lindo em todos os sentidos. Até ganhei um abraço da minha sogra e ouvi desejos de felicidade saindo da boca dela. Aquilo foi inesperado, mas fiquei muito feliz, não só por mim, mas porque sabia o quanto era importante para Sabrina.
Depois da pequena festa e de fazermos amor no banheiro da casa do meu cunhado, fomos para a festa na boate. Chegamos um pouco atrasadas, mas foi por um bom motivo. As garotas já estavam na porta da boate, nos esperando, e Ingrid e Joyce estavam com elas. Entramos juntas e, depois de pegar algumas bebidas no bar, fomos direto para a pista de dança. Ainda não havia muita gente e, provavelmente, nem iria ter. O pessoal mais velho provavelmente não viria, mas mesmo assim estávamos esperando no mínimo umas 50 pessoas. Sabrina chamou todos que trabalhavam com ela, inclusive alguns seguranças que já tinham uma certa amizade com ela.
Além dos nossos amigos e familiares que também provavelmente viriam, mas apenas os mais novos, eu provavelmente seria a mais velha ali, já que era alguns meses mais velha do que Ingrid. Porém, estava muito animada, cheia de energia e disposta a aproveitar ao máximo aquela noite. Quando estamos felizes, tudo fica gostoso e prazeroso de fazer; até me arrisquei a dançar funk com Mickaela.
A festa estava divertida e o álcool me ajudou a ficar mais alegre do que o normal. Sabrina e eu combinamos de beber, qualquer coisa, dormiríamos no escritório mesmo ou arrumariamos uma carona para casa. Mas percebi que seria complicado arranjar carona, já no meio da noite; todas nós estávamos bebendo e já bem alegres. Fiquei imaginando como elas iriam embora depois, mas não falei nada, apenas continuei me divertindo.
Em um certo momento, Ingrid veio em minha direção com um sorriso no rosto. Já nos tratavamos como boas amigas há algum tempo, e eu estava adorando tê-la de volta na minha vida. Ingrid foi meu primeiro amor, minha primeira em quase tudo, na verdade, só não foi meu primeiro beijo; mas beijo de verdade, aquele que tira o fôlego, foi com ela também. Eu sabia que tinha sofrido muito por causa dela quando ela me abandonou, mas também fui muito feliz ao seu lado. Nós nos descobrimos praticamente juntas. Agora, ela era uma amiga; no início foi difícil, porque não sabia direito como ser amiga dela. Era meio estranho, mas no fim tudo deu certo, já tem uns dias que nossa amizade tem fluído bem.
Ingrid segurou minhas mãos, respirou fundo e falou akgo quase gritando para eu ouvir:
Ingrid— Muito obrigada por me dar a chance de participar desse momento incrível da sua vida. Sou muito sortuda de estar aqui, vendo você feliz, e me sinto imensamente feliz por isso. Eu amo muito você, Fernanda, de uma forma diferente. Meu amor por você mudou, mas ainda é amor.
Eu não sabia o que dizer. Ela sorriu e me deu um abraço, e eu retribuí, dizendo em seu ouvido que estava muito feliz por ela estar ali comigo e que também a amava. Ela agradeceu novamente e foi para junto de Joyce. Sabrina, que estava perto e provavelmente ouviu tudo, apenas me lançou um sorriso cúmplice. Eu não disse aquilo por obrigação; Ingrid tinha razão, nosso amor mudou, mas ainda era amor, e eu estava muito bem com essa mudança.
O tempo passou e eu já não aguentava mais ficar de pé. Chamei Sabrina para nos sentarmos um pouco, e ela adorou a ideia. Avisamos as meninas e seguimos para o bar, logo elas vieram também. Ficamos conversando por um bom tempo. Algumas pessoas já estavam de saída, a maioria veio até a mesa se despedir. O tempo foi passando e, logo, Camila e Diego se juntaram a nós. O papo estava tão bom que nem percebi quando a música parou e as pessoas pararam de vir até a mesa. Eu estava de costas para a entrada do salão da boate e muito distraída com a conversa. Só me dei conta de que era de manhã quando notei o dia começando a clarear.
Quando olhei no meu celular e vi as horas, até me assustei. Já eram quase seis da manhã e ainda estávamos ali no maior papo. Quando falei com Sabrina, ela sugeriu que procurássemos uma padaria para tomar um café. Antes de eu responder, Diego disse que sabia de uma perto e que poderíamos ir todos até lá. Todos gostaram da ideia, e, dez minutos depois, estávamos na rua indo para a tal padaria a pé mesmo. Diego afirmou que era perto e a maioria não estava em condições de dirigir. O pessoal da padaria provavelmente até se assustou quando chegamos. Juntamos três mesas e fizemos nossos pedidos, logo estávamos novamente no maior papo, tomando café e enchendo a barriga. Saímos de lá às oito da manhã; o álcool já tinha passado o efeito e se transformado em ressaca para alguns.
Voltamos até a porta da boate. Diego entrou para conferir se estava tudo trancado. Assim que saiu, nos despedimos e cada um foi em busca do caminho para casa. Eu cochilei algumas vezes antes de chegar no nosso prédio. Sinceramente, quase não consegui chegar à nossa cama para apagar de vez. Eu estava totalmente exausta e com sono, mas muito feliz por tudo que vivi nas últimas horas.
Sabia que, quando abrisse os olhos novamente, estaria em uma nova fase da minha vida, casada e com muitos planos pela frente. Sabrina queria se mudar para uma casa, algo que tinha certeza que era parte do seu plano para começar uma família. Henrique me disse que precisava conversar sério comigo assim que eu voltasse da lua de mel. Ele só adiantou que provavelmente eu mudaria de setor, mas para algo melhor. Minha vida provavelmente mudaria bastante nos próximos dias, e eu estava pronta para encarar essas mudanças.
Continua…
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper