O Campeão Filho da Puta

Um conto erótico de Fabio N.M
Categoria: Heterossexual
Contém 6602 palavras
Data: 23/09/2025 08:40:41

Sabe o que é sair de campo com cinquenta mil gritando seu nome como se fosse um deus? Não, você não sabe. Poucos sabem. Eu sei. Eu vivi. Quando a bola bateu na rede e eu corri para a torcida, braços abertos, peito estufado, eu não era só o Machado, eu era a porra da encarnação da vitória. O estádio tremeu. Gente chorou. Mulheres se molharam. Homens me invejaram. Crianças vão passar a vida contando que me viram ali, herói. Não tem droga que chegue perto dessa sensação. E olha que eu já experimentei coisa pra caralho.

O título estava no meu corpo, tatuado em cada gota de suor. A camisa, molhada, colada em mim, era um estandarte. E quando o juiz apitou o fim, a cidade inteira se curvou. É isso que eu sou: o filho da puta que faz multidões esquecerem a miséria e acreditarem em redenção. Não porque mereçam. Mas porque eu, Bruno Machado, decidi dar esse presente.

E depois? Depois vem a festa. Ah, a festa. Luxo, champanhe estourando, taças erguidas, música que faz o peito bater como bumbo. O clube reservado, só os endinheirados da organizada, os caras que pagam pequenas fortunas só pra estar no mesmo ambiente que eu respiro. Mulheres enfeitadas como jóias, homens tentando disfarçar o recalque com ternos caros. E eu, no centro, camisa aberta até o abdômen, colar de ouro pesando no pescoço, relógio faiscando como se fosse o próprio sol. Meus músculos ainda brilham de suor e glória. Meus braços tatuados contam histórias que ninguém viveu, mas todos desejam.

A música pulsa, grave, quente, e cada olhar me procura. Não tem disputa. Sou o astro. Sou o imã. Sou o filho da mãe que eles não podem ignorar. Quando eu rio, todo o salão ri. Quando eu levanto o copo, todo mundo brinda. Não sou convidado da festa — a festa existe por minha causa.

É aí que eles aparecem. Ele, e a mulherzinha dele. Entram devagar, quase pedindo desculpa por estarem ali. Lucas Faria. Não acredita? Pois é, o mesmo Lucas que eu fazia questão de enfiar contra a parede no colégio, que eu apelidava, ridicularizava, que corria de mim com os livros apertados no peito. A vida foi generosa com ele — tá vestido com elegância, cabelo ajeitado, sorriso de bom moço. Mas os olhos… ah, os olhos nunca mentem. Quando os nossos se cruzam, eu vejo. O medo tá lá, escondido atrás da máscara social. E só eu sei. Só eu conheço aquele buraco dentro dele que nunca cicatrizou.

E a namorada? Lívia, eu ouço alguém comentar. Vinte e poucos anos, recatada na postura, mas puta merda, que contraste. Vestido discreto, mas o corpo dela não sabe o que é discrição. Quadris que desenham curvas como pecado, seios escondidos, mas só até a imaginação implodir. Cabelo liso caindo nos ombros, rosto suave, olhos claros que evitam contato direto. Parece feita sob medida para se perder em mim.

Quando os vejo atravessando o salão, não resisto. Abro os braços, largo a taça de champanhe num garçom qualquer e avanço como se fosse abraçar um irmão.

— Luuuuucas! — solto em voz alta, arrastando o nome, fazendo questão de todo mundo ouvir.

Ele sorri, desconfortável, antes mesmo de chegar perto. Eu o abraço como um urso, forte, sufocante. Aperto até ele quase perder o ar. Adoro sentir o desconforto, o corpo dele tentando resistir, sem coragem de me afastar.

— Olha só quem tá aqui, rapaziada! — anuncio, puxando-o pelo ombro, girando-o de frente pra roda de jogadores e torcedores. — Meu parceiro de infância! Esse aqui me conhece desde moleque, viu a fera crescer!

A galera ri, brinda de novo, alguns gritam piadinhas. Lucas tenta acompanhar, mas o sorriso é de vidro. Eu sinto o suor frio. Reconheço o gosto da velha humilhação descendo pela garganta dele.

E então, finalmente, me viro para ela.

— E quem é essa? — pergunto, como se já não tivesse devorado cada detalhe dela com os olhos.

— Essa é a Lívia, minha namorada — ele responde, rápido, como quem tenta carimbar território.

— Prazer, Lívia — digo, estendendo a mão, mas segurando a dela tempo demais. A pele dela é macia, quente. O olhar, tímido, baixa para o chão. Eu não solto. Dou um passo mais perto, invado o espaço pessoal, deixo que o perfume dela me atinja em cheio. — Agora sim… Lucas evoluiu, hein?

Algumas gargalhadas ecoam. Eu aperto de leve a mão dela, mais íntimo do que devia, antes de finalmente soltar. Mas os olhos não largam os dela. Eu caço, eu penetro, e ela recua como quem foi pega em flagrante.

Volto a segurar o ombro de Lucas, esse coitado que já treme. — Tô feliz de te ver, cara. Você precisava ver o jogo hoje… puta que pariu. Dois gols. A cidade em êxtase. — Eu rio alto, teatral. — E agora você aqui, mano. Prestigiando. Que honra.

Mas é claro que eu não tô falando com ele. Cada sílaba é pra ela. Cada gesto é pra ela. Ele é só o gancho, a desculpa. O brinquedo antigo que voltou pra me lembrar que sempre posso esmagar quem quiser.

A festa segue. Música martela, luzes giram, taças tilintam. Mas eu já sei: o verdadeiro jogo começou. E não tem juiz, não tem regra. Aqui é meu campo, e eu já tô de olho na próxima rede que vai estufar.

E, antes que eu continue, deixa eu te confessar uma coisa: eu adoro quando a vida me dá a chance de repetir a mesma cena em outro palco. Porque alguns papéis nunca mudam. Eu sou o predador. Lucas é a presa. E a namoradinha dele? Bom… ela é só o troféu que ainda não levantei.

Sabe qual é a parte mais divertida de reencontrar um fantasma do passado? É perceber que ele nunca deixou de ser fantasma. Você olha pro sujeito e vê roupas caras, postura ensaiada, sorrisinho de executivo — mas é tudo verniz. Basta uma fagulha, um toque no ponto certo, e o velho medo volta a subir pela espinha. E eu sou especialista em reacender esse tipo de incêndio.

Eu me aproximo dele de novo, cercado pela roda de jogadores, e puxo Lucas pro centro como se fosse atração principal.

— Esse aqui, rapaziada, era meu fã número um. Não perdia uma! — digo alto, a voz engolindo a música. — Se tivesse figurinhas na época, ele ia ser o que mais colava meu rosto no álbum.

Risos ecoam. Um zagueiro grandalhão cutuca o outro, um atacante ergue a taça e brinda. Lucas tenta rir junto, aquele riso travado que fede a constrangimento. Eu sinto o suor dele no ombro.

— Fala aí, Lucas, lembra quando eu te fazia carregar minha mochila? — Pergunto, quase inocente, mas a malícia escorre de cada sílaba.

Ele abre a boca, não sabe o que responder. O silêncio dura meio segundo — suficiente pro pessoal explodir em gargalhadas. Eu bato nas costas dele, forte, quase deslocando.

— Bons tempos, né? — completo, com sorriso de predador.

Mas a minha atenção já não está nele. Está nela. Lívia. Ah, Lívia… tão quietinha, tentando parecer invisível. Só que invisível não existe no meu campo de visão. Ela está linda demais para se esconder.

Deixo Lucas preso na roda e avanço um passo até ela. Seguro o braço dela como quem cumprimenta, mas o toque é firme demais, prolongado demais. Minha mão desliza levemente até a curva do cotovelo, e depois para o quadril — rápido, quase imperceptível, mas suficiente pra ela travar a respiração.

— Então você é a Lívia — digo baixo, inclinando a cabeça. O hálito de champanhe toca o rosto dela. — O Lucas deu sorte, hein? Achei que ele nunca ia conseguir.

Ela cora, olha pro chão. O corpo dela fala mais que a boca. Os ombros encolhem, mas o peito sobe e desce rápido. Os mamilos já devem estar duros sob o vestido, porque o ar ao redor dela vibra de tensão.

Eu encosto ainda mais. Meu rosto chega perto demais, o suficiente pra sentir o perfume leve que insiste em se misturar ao meu suor de vitória. Ela recua um passo, tropeça quase de leve, e isso me arranca um sorriso. Não preciso dizer nada. Ela já entendeu.

Volto pro lado de Lucas como se nada tivesse acontecido, mas passo a mão em volta dos ombros dele de novo, esmagando-o contra mim.

— Cara, você trouxe mesmo um achado, hein? — solto, alto o bastante pra roda ouvir. — Quem diria que o Lucas ia crescer e trazer uma dessas na coleira?

Risos, piadas, copos batendo. Lucas tenta abrir a boca, mas a voz não sai. Os olhos dele pedem ajuda, imploram por dignidade. Eu sinto a tensão dele, e isso me alimenta.

E então vem o detalhe que eu adoro: enquanto todo mundo ri, minha mão ainda está solta. E discretamente, quase invisível pra qualquer outro, eu deixo a ponta dos dedos encostar na lateral do quadril de Lívia de novo. Um toque leve, rápido, mas cheio de promessa.

Ela respira fundo, morde o lábio, tenta disfarçar. Mas eu sei. Eu sinto. A traição já começou.

Ah, como eu amo esse jogo.

Sabe qual é a diferença entre mim e o resto desses coitados de gravata, copo na mão, tentando disfarçar a barriga? Eu não peço nada. Eu convoco. Quando eu estendo a mão, não existe recusa, não existe escolha. Existe ordem. E ordem minha é sentença.

A música muda. O saxofone eletrônico geme no grave, lento, compassado, como se o salão inteiro tivesse prendido a respiração. Eu viro, estendo a mão para ela. Não é convite. É ordem.

— Vem dançar comigo.

Lucas tenta reagir.

— Ela não dança — ele solta, voz trêmula, como se tivesse ensaiado aquele “não” por anos.

Eu nem olho pra ele. Seguro a mão dela. Forte. Decidido. E puxo.

O salão se abre, como mar obedecendo a Moisés. Os olhares nos seguem. A música pulsa. Meus dedos cravam na cintura dela, puxam-na contra meu quadril. Ela endurece o corpo de imediato, quase tentando escapar. Quase.

— Relaxa… — murmuro, colado no ouvido dela.

O ar quente bate na pele dela. Ela fecha os olhos. O coração dispara. Pensa em resistir. Mas não consegue. Porque o corpo mente menos que a boca. O rubor sobe pelo pescoço, a respiração fica curta, o seio roça no meu peito.

Eu rio baixo.

Giro o corpo dela devagar, lento, para que cada par de olhos ao redor veja. Cada passo é um espetáculo. Cada giro é um ato de teatro.

Ela tenta fixar o olhar no chão, fugir das luzes. Mas no reflexo do vidro fumê à esquerda, ela se vê: presa ao meu corpo, arfando, corada, com os olhos semicerrados. E o pensamento lhe corta como navalha: Sou eu essa mulher? Sou eu quem geme por ele?

Eu a aperto mais, roçando minha ereção contra o ventre dela, sem disfarce.

— Sente isso… — sussurro. — Isso é o campeão te marcando.

Ela prende o ar. Por dentro, um turbilhão: Não, não posso. Ele tá olhando. Lucas tá olhando. Mas junto vem o arrepio inevitável, descendo a espinha até os quadris.

E é aí que a pausa funciona. A música continua, lenta, grave, mas nós dois ficamos imóveis por um segundo. Meu pau pressionado nela. A boca dela entreaberta, sem som. O silêncio pesa mais que a batida.

O salão inteiro observa. É espetáculo. E o espetáculo só começou. Ouço risadas abafadas, comentários maliciosos. Os outros jogadores já entenderam o jogo. Estão assistindo com aquela malícia cúmplice, brindando com copos erguidos. Eu adoro quando a plateia participa, quando a humilhação não é segredo, mas espetáculo.

E Lucas… ah, Lucas. Ele está parado, no canto da pista, copo na mão, sem beber, sem piscar. O rosto endurecido, a boca aberta sem fala. A alma dele tá se esfarelando bem na minha frente, e cada pedaço que cai me dá ainda mais fome.

Eu aproveito a proximidade e deslizo os dedos pela lateral da coxa de Lívia, subindo pelo vestido, apenas um toque rápido, só pra ela sentir que não existe linha que eu não atravesse. Ela prende a respiração, os olhos fecham por um instante, e eu sei que naquele segundo ela imaginou. O corpo dela implorou.

— Você é tão quietinha… — sussurro no ouvido dela. — Mas eu sei ler teu corpo. E teu corpo tá berrando por mim.

Ela morde o lábio, não responde. Não precisa. Os seios estão empinados contra meu peito, as coxas se roçam, tentando aliviar uma tensão que só aumenta.

Eu giro de novo, e dessa vez faço questão de posicionar os dois de frente para Lucas. Segurando-a pela cintura, pressiono ainda mais a ereção contra o ventre dela e seguro firme.

— Olha bem pra ele. Olha o que ele tá sentindo. — Minha voz é grave, cruel. — O coitado sempre foi minha sombra. Agora até você vai aprender quem é o homem de verdade.

Ela abre os olhos, encara Lucas por um segundo, e a vergonha toma conta do rosto. Mas não se afasta. Não consegue. E eu rio, rio alto, um riso que ecoa pelo salão.

A música continua lenta, e eu transformo cada batida em movimento erótico. Deslizo a mão pela curva da cintura até quase o quadril, depois volto, roçando os dedos pelo lado dos seios, explorando sem pudor. Cada toque é rápido, calculado, só pra deixá-la em alerta, no fio da navalha entre recato e rendição.

De vez em quando, puxo os cabelos dela discretamente, forçando o pescoço a expor-se. Sinto o gemido abafado contra meu peito. Ninguém mais ouve, mas eu ouço. E esse som vale mais que qualquer troféu em campo.

A roda ao redor começa a aplaudir, não pela dança, mas pela ousadia. Comentários sujos circulam, e eu sei que o espetáculo é deles também. Lucas é só a vítima na vitrine. Lívia, a joia exposta. E eu, claro, o maestro.

No meio de um giro, aproximo a boca dela, quase um beijo, mas não dou ainda. Deixo o suspense, o calor, a tensão elétrica.

— Você sabe que vai acontecer, não sabe? — digo, olhos fixos nos dela. — Não adianta negar. Já aconteceu aqui dentro.

Minha mão aperta firme a carne do quadril dela, quase dolorida. O corpo dela cede contra o meu. E naquele instante, sei que a batalha já está ganha.

O salão inteiro vibra, a música é só pano de fundo. O verdadeiro espetáculo é essa mulher se derretendo em meus braços enquanto o namorado apodrece em silêncio. E eu, Bruno Machado, astro, predador, filho da puta mais ovacionado da noite, já sei qual será o desfecho: ela vai se render. Não há muralha contra mim.

E não é só tesão. É poder. É sempre poder.

Tem gente que acha que vitória é quando o juiz apita e o placar te favorece. Inocentes. Vitória de verdade é quando você sente o inimigo quebrar por dentro, sem apito, sem bandeirinha, sem regra nenhuma. É quando o olhar do outro implora por respeito e você arranca isso da alma dele com as próprias mãos. É isso que me alimenta. É isso que me move.

A música segue lenta, batidas marcando o ritmo da minha respiração. Eu seguro Lívia como se fosse extensão do meu corpo. Quadril colado, coxas se roçando, peito comprimido contra meu torso suado. Ela tenta se manter firme, tenta preservar alguma compostura, mas cada segundo é mais um tijolo desmoronando da muralha frágil que ela construiu em volta de si.

Minha mão desliza da cintura para a curva da bunda. Não escondo o gesto. Aperto a carne macia, forte o bastante pra arrancar dela um arquejo abafado. Os olhos dela se abrem por reflexo, encontram os meus, e eu sorrio. Um sorriso largo, de predador que sente o cheiro de sangue.

— Não adianta, Lívia. — murmuro rente à boca dela, quase beijando. — Teu corpo já é meu.

Ela balança a cabeça, um não fraco, sem convicção. Mas o rubor na pele, o arrepio no pescoço, os lábios entreabertos dizem o contrário.

Eu aproveito a batida da música e giro-a de costas, colando seu corpo ao meu. Minhas mãos exploram livremente a frente dela, subindo do quadril até a altura dos seios. O vestido impede, mas o polegar roça de propósito o contorno lateral, provocando, testando. Ela prende a respiração, solta em seguida como gemido contido.

— Você devia me agradecer — sussurro, os lábios tocando o lóbulo da orelha dela. — Poucas mulheres têm a chance de ser escolhidas pelo campeão.

Atrás dela, pressiono mais, deixo que sinta cada centímetro da minha ereção. Faço questão de esfregar, cadenciado, no ritmo da música. O salão inteiro sabe o que está acontecendo. Os risos ao redor aumentam, frases soltas escapam: “Olha lá!”, “Caralho, o Machadão não perdoa!” Alguns até assobiam.

E Lucas? Ah, o pobre Lucas. Ele está parado como sempre, mas agora os olhos brilham de raiva e desespero. As mãos tremem ao redor do copo, mas ele não se move. É uma estátua rachada, prestes a despencar. Ele vê cada gesto, cada toque, cada suspiro da mulher dele — e não faz nada. O passado se repete, só que agora a humilhação é pública, com taças erguendo-se em brinde.

Eu puxo o cabelo de Lívia de repente, inclinando a cabeça dela para trás. Ela solta um gemido, esse sem disfarce. Os lábios se entreabrem, os olhos fecham, e o corpo dela arqueia contra o meu. Aproveito o movimento e deslizo a mão livre pelo colo, descendo pela clavícula, parando perigosamente próximo aos seios.

— Olha pra ele — ordeno, segurando firme os cabelos. — Deixa ele ver o que você é comigo.

Ela abre os olhos devagar, encara Lucas por cima do ombro. O olhar dela é um pedido de desculpa e, ao mesmo tempo, uma confissão. Ele a vê arfar, vê os lábios vermelhos de desejo, vê a pele arrepiada sob meu toque. É a rendição acontecendo diante de seus olhos.

Eu não espero mais. Viro-a de frente com força, seguro seu rosto entre minhas mãos e beijo. Não é beijo de novela, não é selinho educado. É invasão, é saque, é vitória. Minha língua entra sem pedir passagem, domina, devora. O corpo dela endurece por um segundo, depois se entrega. A boca abre, a língua responde, e a respiração dela se mistura à minha. O salão explode em assobios, gritos, gargalhadas. O espetáculo está completo.

No meio do beijo, abro os olhos e fixo o olhar em Lucas. Eu beijo a mulher dele como se fosse uma medalha, e encaro o coitado. Cada segundo é um recado: ela é minha agora, e você não pode fazer nada.

Quando finalmente afasto o rosto, Lívia está sem ar, os lábios úmidos, os olhos turvos. Eu passo o polegar sobre a boca dela, lento, como quem saboreia.

— Já era. — digo em voz baixa, mas todos entendem.

Os risos ao redor aumentam, copos são erguidos, aplausos estouram como fogos. Não é mais apenas uma festa. É um coliseu, e eu acabei de exibir a caça conquistada.

Lívia tenta recompor-se, ajeita os cabelos, mas o corpo dela a trai. As pernas tremem, o peito sobe e desce em ritmo acelerado, os olhos fogem dos de Lucas. A vergonha e o desejo se misturam, mas não há como negar: ela já cruzou a linha.

Eu coloco a mão na nuca dela de novo, puxo-a contra meu peito, como se fosse meu troféu. O salão inteiro assiste, e eu adoro cada segundo.

— Viu só, Lucas? — grito, voz grave que ecoa. — Te trouxe pro meu palco, e agora a estrela é a tua mulher.

Ele tenta reagir, abre a boca, mas nada sai. O silêncio dele é música pros meus ouvidos.

Eu volto a beijar Lívia, ainda mais bruto, mordendo o lábio inferior, chupando, deixando-a sem ar. Ela geme contra minha boca, segura meus ombros como se buscasse apoio. Não há mais resistência. Não há mais recato. Só a entrega inevitável.

A cada beijo, a cada toque, a plateia vibra. É como marcar gol no estádio lotado, só que melhor, porque aqui a humilhação é íntima, personalizada, feita sob medida para destruir um homem.

Quando afasto de novo, seguro o queixo de Lívia com força, obrigando-a a me olhar nos olhos.

— Agora você entende quem manda. — digo, baixo, como sentença.

E ela entende.

Tem coisa que não dá pra fazer no meio da pista. A preliminar é pra plateia, é pro riso dos outros, pro coro de aplausos que alimenta meu ego. Mas a coroação, o ato final, precisa de palco mais reservado. Precisa de camarote. Precisa de mim, dela e… claro, do coitado. Porque de que adianta a rendição se não houver testemunha?

Eu largo o copo na mão de alguém qualquer, seguro Lívia pela cintura como quem já carrega o prêmio, e olho pra Lucas.

— Vamos lá em cima. — digo, como se fosse convite. Mas a voz não admite recusa.

Ele hesita. Dá um passo atrás, tenta sorrir, tenta fingir que tem escolha. Mas os olhos me entregam: está apavorado, igualzinho ao moleque que eu empurrava contra a lousa na escola. E é por isso mesmo que eu o quero junto. Porque nada me excita mais do que repetir a cena no corpo adulto, com a mulher dele como campo de batalha.

Subimos a escada lateral, passando por seguranças que não ousam perguntar nada. O camarote é meu território. Sofás de couro, mesa com garrafas de bebida importada, luz mais baixa, janelas de vidro fumê que deixam ver a festa lá embaixo sem que ninguém veja aqui dentro. Perfeito.

Fecho a porta atrás de nós. O som da festa se torna abafado, distante. Agora somos só nós três.

Seguro Lívia pelo pulso e a trago pro centro do espaço. Ela já respira pesada, o peito subindo e descendo como se tivesse corrido quilômetros. O rubor nas bochechas denuncia o fogo. Os olhos dela evitam Lucas, evitam a vergonha, mas não evitam a mim. Me olham, famintos, confusos, entregues.

Lucas fica perto da porta, imóvel. Ombros tensos, mãos cerradas em punhos que ele não vai usar. Eu sei que não. Ele nunca usou.

Eu rio, largo Lívia só pra dar um passo até ele. Seguro seu ombro, aperto forte.

— Tranquilo, irmão. Relaxe. — falo, teatral. — Você só vai assistir. Igual quando eu fazia você segurar minha mochila. Lembra?

Ele não responde. Os olhos marejados já são resposta suficiente.

Volto pra Lívia. Seguro o queixo dela com uma das mãos, levanto seu rosto até que ela me olhe.

— Você sabe que já passou da linha, né? — sussurro. — Agora não tem volta.

E então, sem mais cerimônia, seguro a mão dela e guio direto até minha calça. Coloco-a sobre minha ereção, por cima do tecido, pressionando com força.

— Sente isso. — minha voz é grave, quase um rosnado. — É o campeão pulsando na tua mão.

Ela solta um suspiro longo, quase um gemido. A mão dela treme, tenta recuar, mas eu não deixo. Seguro firme e a faço apertar. O calor atravessa o tecido, a rigidez deixa clara a inevitabilidade.

— Olha pra ela, Lucas — digo, sem tirar os olhos dela. — Olha a tua mulher me tocando. Olha como a mão dela já me reconhece como dono.

Lucas não consegue sustentar o olhar, mas também não desvia. Preso. Congelado. O inferno da infância revivido, elevado à potência máxima.

Aos poucos, ela para de resistir. Os dedos dela começam a se mover por conta própria, massageando, apertando. Cada gesto é um prego a mais no caixão da dignidade de Lucas. Cada suspiro que escapa dos lábios dela é a confirmação da rendição.

Eu solto a mão dela e a puxo contra meu corpo. A boca dela encontra a minha em beijo bruto, molhado, barulhento. Línguas em guerra que já têm resultado definido. Minhas mãos exploram sem pudor: deslizam pelo quadril, sobem pelas costas, descem até agarrar a bunda com força.

Ela geme, o som abafado contra minha boca. O suor já escorre pela têmpora dela, misturando-se ao meu. O cheiro de desejo invade o camarote. O corpo dela se cola ao meu como se tivesse sido moldado pra isso.

Lucas assiste. Eu faço questão que ele veja cada detalhe. Puxo Lívia de modo a girá-la de frente pra ele, mas sem me afastar. Atrás dela, roço meu pau ereto contra sua bunda, movimento pélvico lento, deliberado. Seguro seus seios por cima do vestido, apertando, modelando, enquanto beijo seu pescoço exposto.

— Vê isso, Lucas? — digo entre dentes, mordendo o ombro dela. — Tua mulher se derretendo no meu colo. Não é mais fantasia. É real. É agora.

Ela solta um gemido alto, sem mais vergonha. As pernas dela tremem, a cabeça recai contra meu ombro. Eu rio, triunfante, enquanto intensifico os movimentos de fricção, o calor aumentando entre nós.

— Pede mais, Lívia. — ordeno, mordendo o lóbulo da orelha dela. — Fala que quer.

Ela não fala. Mas o corpo dela grita. Os quadris dela acompanham meus movimentos, esfregando-se contra mim, acelerando o ritmo. Suor pinga do queixo dela, respiração entrecortada, gemidos escapando a cada atrito.

— Isso… — murmuro, olhando direto pra Lucas. — Essa é a tua mulher agora. Nos meus braços. Nos meus termos.

Eu sou o rei desse camarote. Ela é minha coroação. Ele, meu público derrotado. Não existe nada além dessa trindade perfeita: o predador, a presa rendida, e o espectador impotente.

Com uma das mãos, seguro novamente a mão dela e a enfio sob a calça, agora direto, pele contra pele. O toque dela na minha carne me arranca um gemido rouco. Eu forço, faço-a envolver-me inteiro com os dedos.

— Isso, Lívia… sente como você me deixa duro. — minha voz ecoa pelo camarote. — Isso aqui não é sonho. É teu corpo pedindo.

Ela geme mais alto, o som desesperado, como quem finalmente aceita a própria natureza.

Lucas está destruído. O olhar dele não é mais de raiva, nem de resistência. É vazio. Um buraco negro onde antes havia esperança. Ele não perdeu só a namorada. Perdeu a própria identidade.

E eu? Eu rio. Eu sou o astro, o rei, o dono da cena. Não há troféu maior que tomar a mulher de um homem diante dele, não há glória maior que esmagar a alma de um antigo inimigo sem sequer precisar de violência física. Só charme, poder e inevitabilidade.

Suor escorre pelos nossos corpos colados. Gemidos preenchem o ar abafado do camarote. Lívia está perdida em mim, e Lucas está condenado a testemunhar.

Eu ergo o rosto, fecho os olhos por um segundo e deixo o riso escapar, alto, selvagem.

— Esse é o meu título, porra. — digo, segurando firme a mulher contra mim. — E vocês dois nunca vão esquecer.

Seguro a mão dela enterrada dentro da minha calça, forçando os dedos a me envolverem. O calor da palma dela no meu pau duro me arranca um rosnado que ecoa pelo espaço fechado.

— Isso, porra… assim. — minha voz sai grave, arrastada. — Tá vendo, Lucas? A mão da tua namorada me batendo uma bem na tua frente. É assim que se celebra título.

Ele não se mexe. Ombros tensos, olhos vidrados como se quisesse olhar pro nada, mas não consegue. É obrigado a ver. É condenado a ver.

Eu puxo Lívia contra mim, bebo a boca dela num beijo bruto, língua enfiada fundo, sugando cada gemido. Minhas mãos descem, agarram a bunda com força, puxam-na contra meu pau ereto. A fricção arranca dela um gemido alto, sem filtro. A respiração já é arfante, molhada.

— Macho de verdade não pede, Lívia… — sussurro, mordendo o pescoço dela até deixar marca. — Macho de verdade toma.

Empurro-a no sofá de couro. O corpo dela arqueia, vestido subindo pelas coxas. Eu rio, abro a calça com violência, pau latejando pra fora.

— Olha bem, Lucas. — viro o quadril em direção a ele, exibindo. — Isso aqui vai abrir a tua mulher todinha.

Ela prende a respiração. O olhar vacila. Por um instante, tenta encontrar refúgio em qualquer canto do camarote — mas não há. Só há eu, ele e a promessa inevitável. Meu Deus… não posso…

Seguro firme a calcinha, puxo de lado. O cheiro quente de sexo invade o ar abafado.

— Já tá encharcada. — rio contra a pele dela. — Nem começou e já tá implorando.

Encosto a glande na entrada. Só esfrego. Devagar. Um segundo. Dois. O silêncio é mais alto que qualquer grito. O peito dela sobe e desce, arfante, cada fibra do corpo suplicando em negação e desejo.

Lucas prende o ar. Ele vê. Ele sabe.

E então eu afundo. Sem aviso. Até o fundo.

— Puta que pariu! — grito, socando os quadris dela contra os meus. — Que boceta apertada!

O sofá range. O corpo dela treme. O gemido explode da garganta, mas abafado, como se tivesse vergonha de se ouvir. A cabeça dela vira de lado, encontra o olhar dele. Por um instante, os olhos se enchem de lágrimas. Perdão.

Eu mordo o pescoço dela, chupando até marcar. Não deixo tempo de pensar.

— Tá ouvindo, Lucas? — cada estocada é sentença. — Cada grito dela é pra mim.

Mas antes da próxima, eu paro. Cruzo os olhos com os dela, ainda dentro, parado. O silêncio pesa. Ela morde o lábio, lágrimas borram a maquiagem, mas o quadril… o quadril se mexe sozinho, buscando mais.

— Viu? — sussurro, rindo. — Até o corpo dela implora.

E só então retomo, brutal, estalos molhados ecoando pelo camarote, cada pausa anterior transformando o ritmo num massacre psicológico. O corpo dela se curva, quadris encontrando os meus, suada, rendida, completamente minha. Eu mordo o pescoço dela, chupo até deixar roxo, marco território diante do olhar vazio do namorado.

A cada investida mais profunda, mais palavrão.

— Toma, porra… engole meu pau todinho… isso, caralho, assim!

Ela já não controla nada. As pernas se enroscam na minha cintura, o corpo treme em espasmos.

— M-Machado… — geme, quase soluçando.

Eu rio, cruel.

— Fala de novo. Quero ouvir. Quem é que tá te fodendo?

— M-Machado! — explode da boca dela, alto, suado, desesperado.

Olho pra Lucas, que desaba no sofá ao lado, olhos vermelhos, mãos no rosto, mas sem coragem de sair.

— Escutou, merda? — grito, ainda socando dentro dela. — Nem teu nome ela sabe gemer. É o meu que ela implora!

O clímax se aproxima, sinto o corpo dela contraído, latejante, gemidos ficando mais altos, mais roucos. Ela goza primeiro, treme inteira, arranha meu peito, grita abafado contra minha boca. Eu continuo metendo sem parar, cada espasmo dela me levando mais perto.

E então, com uma última estocada profunda, o prazer explode.

— Pooorra! — urro, gozo jorrando quente dentro dela, meu corpo inteiro tremendo, suado, triunfante.

Fico sobre ela, arfando, suando, ainda duro dentro da boceta apertada. Olho pra Lucas, que não consegue encarar, encolhido na poltrona.

— Tá vendo, irmão? — digo, voz grave, riso cruel escapando. — Título no campo e título no camarote. Eu sou campeão em tudo. Você é só o espectador. Sempre foi. Sempre será.

Seguro o rosto de Lívia, beijo-a de novo, língua devorando, gemido dela respondendo. O corpo dela ainda vibra, entregue, quebrado.

O silêncio depois do gozo é a melhor música que existe. Não é quietude de paz, é silêncio pesado, encharcado de respiração arfante, cheiro de suor e sexo impregnado no ar abafado do camarote. É o silêncio de vitória, de guerra vencida, de bandeira fincada no território inimigo.

Eu fico lá, enterrado dentro dela, ainda duro, ainda pulsando, sentindo a boceta dela latejar ao redor do meu pau. Cada contração é um lembrete: eu não só entrei, eu conquistei. Lívia está deitada no sofá de couro, cabelo colado no rosto pelo suor, boca entreaberta, olhos semicerrados, peito arfando como quem acaba de atravessar uma tempestade.

Eu rio baixo, arrasto os lábios pelo pescoço dela, sugo mais uma marca, bem visível, bem roxa.

— Agora você vai olhar no espelho amanhã e lembrar de quem é. — digo, a voz grave, carregada de triunfo. — Não do Lucas. Nunca mais do Lucas.

Ela geme fraco, um suspiro de exaustão e prazer misturado. O corpo dela não mente. As pernas ainda me prendem, mesmo sem força.

Eu ergo a cabeça e olho pra ele. Lucas. O coitado está sentado no canto, tronco curvado, cotovelos nos joelhos, mãos cobrindo parte do rosto. Mas eu vejo. Vejo os olhos vermelhos, a respiração falha. Ele está despedaçado.

— Levanta a porra da cabeça. — ordeno, voz cortante. — Não adianta se esconder. Você viu tudo, e vai continuar vendo.

Ele levanta devagar, relutante, e nossos olhares se cruzam. É um abismo. Eu sorrio.

— Tá gravado, Lucas. Cada gemido dela. Cada vez que ela gritou meu nome. Você nunca mais vai esquecer.

Eu puxo a cintura de Lívia, ainda dentro dela, e começo a mover devagar, estocadas lentas, profundas, só pra torturar o coitado. O corpo dela responde, um gemido abafado escapa, as unhas arranham o sofá.

— Escuta, Lucas. — digo, aumentando o ritmo aos poucos, só pra reforçar. — O corpo dela não consegue parar. Mesmo depois de gozar, ela quer mais. Quer mais de mim.

E é verdade. O suor escorre pela barriga dela, o quadril se ergue involuntário, buscando cada investida. Ela está rendida, possuída, quebrada.

Eu apoio as mãos no sofá, inclino meu rosto sobre o dela e cuspo palavras sujas.

— Você é minha puta agora. Minha conquista. O título que ninguém pode tirar.

Ela geme mais alto, e eu meto com força, estalos ecoando pelo camarote fechado. Lucas assiste, sem mover um músculo. Cada estocada é uma pá de cal na masculinidade dele.

O cheiro é forte — suor, sexo, couro do sofá impregnado. O vidro fumê vibra com a música abafada da festa lá embaixo, mas aqui em cima é outro ritmo, o som do meu corpo dominando o dela.

De repente, eu diminuo de novo, ritmo lento, quase carinhoso, só pra brincar. Seguro o queixo dela, levanto a cabeça, forço-a a olhar pro namorado.

— Mostra pra ele, Lívia. Mostra a cara de quem acabou de ser fodida pelo campeão.

Ela abre os olhos, encara Lucas por alguns segundos. A vergonha queima, mas junto dela vem um suspiro profundo, um gemido rouco que escapa dos lábios. A expressão dela é mistura de rendição e êxtase. É confissão sem palavras.

Eu rio alto, cruel, o som ecoando pelo camarote.

— Tá vendo, irmão? Nem precisa falar. O olhar dela já matou você.

Eu acelero de novo, estocadas brutais, pesadas, até que o corpo dela arqueia mais uma vez. Ela grita, geme alto, se desfaz em outro orgasmo violento, pernas tremendo, unhas cravadas no couro. Eu deixo, eu provoco, eu marco.

E quando finalmente gozo de novo, derramando tudo dentro dela, agarro firme a cintura, pressiono fundo e uivo, como fera coroando sua caça.

Caio sobre ela, suado, arfante, mas ainda sorrindo. O sorriso do predador que sabe que não existe volta.

Lívia está destruída, corpo mole, peito arfando. Lucas está imóvel, esmagado, reduzido a pó. E eu? Eu sou rei.

A noite poderia acabar ali, mas a marca está feita. Eles nunca mais vão se livrar dessa cena. Ela vai sentir meu cheiro, minhas marcas no corpo. Ele vai sentir o peso da impotência até o último dia.

Eu me levanto, ajeito a calça sem pressa, seguro o rosto dela mais uma vez e beijo como dono. Depois viro pra Lucas, apontando.

— Campeão dentro e fora do campo, parceiro. Aprende.

Dou uma risada alta, satisfeito, e tomo um gole da garrafa mais cara da mesa. O gosto da vitória ainda quente dentro de mim.

Sabe o que separa um craque comum de um verdadeiro campeão? O craque faz gol, vira manchete e some. O campeão cria mito, faz da própria vida um espetáculo, escreve sua glória no corpo dos outros. Eu sou esse filho da puta. Não me basta meter gol, não me basta levantar taça. Eu preciso de plateia, eu preciso de coroação. E o que aconteceu no camarote foi só o ensaio.

Quando a gente desce a escada, o salão inteiro vibra de novo. O barulho da música, o tilintar das taças, as gargalhadas — tudo se cala por um instante quando eu apareço. Não é exagero: eles sentem. O campeão entrou. Mas dessa vez eu não entro sozinho. Trago comigo o troféu vivo, de carne e osso, andando com as pernas bambas, cabelo bagunçado, boca vermelha, olhos ainda turvos do gozo. Lívia.

Eu seguro a mão dela, levanto-a como quem ergue taça.

— Olhem bem, porra! — grito, voz engolindo a música. — Esse é o título de hoje. Dois gols em campo… e agora isso aqui.

A roda de jogadores explode em gargalhadas, copos se erguem, champanhe voa. Eles assobiam, provocam, gritam o meu nome. Lívia tenta encolher-se, mas eu não deixo. Puxo-a pro centro do salão, coloco-a no meio da roda, sob a luz principal. Não tem escapatória. Não tem sombra.

— Mostra quem você é, Lívia. — sussurro no ouvido dela, segurando firme na nuca. — Sem véu, sem fingimento. Aqui é o coliseu. Aqui você é minha oferenda.

Ela respira fundo, fecha os olhos, e quando abre, já não existe recato. Existe entrega. Deixa que o vestido escorregue pelos ombros quando eu puxo a alça. O tecido cai, desliza até o chão, revelando corpo nu, pele arrepiada, seios empinados, coxas tremendo. O salão ruge.

Um dos jogadores solta:

— Caralho, Machadão, você não brinca em serviço!

Outro assobia, aproximando-se um passo, mão ousada deslizando pelo braço de Lívia. Ela geme baixo, não recua. O corpo dela vibra com cada provocação, cada olhar, cada gargalhada.

Eu rio, largo um estalo de tapa na bunda dela.

O salão se abre. Luzes piscam, grave da música bate como tambor tribal. Eu puxo Lívia pro centro, nuvem de corpos ao redor. Não é festa. É arena.

Arranco a alça do vestido. O tecido desliza pelos ombros, cai ao chão. O silêncio dura um segundo — um segundo pesado, cheio de desejo e vergonha — antes de explodir em gritos.

— Uoooooh! — vozes graves, em coro. Palmas batem, ritmadas, como tambores de guerra.

Ela treme, olhos semicerrados, pele arrepiada. Quadris vacilam. Vergonha queima no rosto, mas o corpo não recua.

Eu seguro os cabelos dela, forço a cabeça pra trás, exponho o pescoço ao salão.

— Olhem bem! — minha voz rasga o ar. — Esse é o troféu do campeão!

O coro responde:

— Ma-cha-dão! Ma-cha-dão! Ma-cha-dão!

Mãos surgem de todos os lados. Dedos nos seios, boca roubando beijo, palmas abertas estalando na bunda exposta. Cada toque arranca gemidos. Cada gemido vira combustível pro coro.

Ela cai de joelhos, empurrada pelo peso do ritual. Um jogador enfia os dedos na boca dela, ela chupa, saliva descendo pelo queixo. Outro puxa os cabelos, a roda urra em resposta.

Lucas está no canto, esmagado, olhos vermelhos. Não consegue se mover. Não consegue impedir.

Eu ergo a taça. O líquido dourado respinga no corpo dela, descendo entre os seios, escorrendo pelo ventre. Um dos rapazes lambe direto da pele, e o coro enlouquece.

— Uoooooh! — gritos masculinos, graves, ecoando como arquibancada em transe.

Eu a viro de quatro, bunda empinada sob a luz. Champanhe derramado escorre pelas costas até a curva das coxas. Um deles se ajoelha e lambe o rastro, estalos molhados se misturam ao som tribal das palmas.

Ela geme alto, a voz dela afogada no coro masculino que repete meu nome, como mantra.

— Ma-cha-dão! Ma-cha-dão!

Eu fico de pé, braços erguidos como imperador diante da multidão. Não preciso tocar. Sou maestro. Cada gesto meu é seguido de estalo, riso, gemido. O corpo dela é altar.

Seguro os cabelos dela, ergo a cabeça suada, maquiagem borrada, boca aberta em gemido. O salão inteiro assiste. O coro silencia por um segundo. Só o som da respiração dela ecoa. Só os olhos dela encontram os de Lucas.

E então eu grito, rasgando o silêncio:

— Hoje eu conquistei duas vezes! O título em campo… e o título aqui!

A roda explode. Palmas violentas, gritos de guerra, gargalhadas. Champanhe jorra no ar como chuva dourada.

No centro, de quatro, nua, marcada, tremendo, Lívia é oferenda. Lucas é nada. E eu sou rei.

FIM

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Foto de perfil de Fabio N.MFabio N.MContos: 144Seguidores: 163Seguindo: 52Mensagem Segredos para uma boa história: 1) Personagens bem construídos com papéis e personalidades bem definidas qualidades e defeitos (ninguém gosta de Mary Sue ou Gary Stu); 2) Conflitos: "A quer B, mas C o impede" sendo aplicado a conflitos internos e externos; 3) Ambientação sensorial, descrevendo onde estão seus personagens, o que estão vendo ou sentindo.

Comentários

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Conto muito bem escrito, história de prender a respiração, até o momento esperei alguma redenção do Lucas, mas ele ficou vendo tudo passivo até o final. Que frouxo!

Mas pior mesmo é a Lívia, que será destroçada pelo time e depois descartada.

Já o Lucas, apesar de ter sido humilhado, pode fazer terapia, seguir em frente, arrumar outra e nunca mais chegar perto do Machado.

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Lendo os primeiros parágrafos eu também achei que é uma boa história muito bem escrita e quis ler até o final mas minha super preguiça me impede de ler textos com mais de duas mil palavras mas fiz minha parte pra valorizar autores que tem talento pra escrita, cliquei nas 3 estrelas.

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