Melhor amigo (Fazendo um novo amigo)

Da série Melhor amigo
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4556 palavras
Data: 22/09/2025 17:59:23

FAZENDO UM NOVO AMIGO

Sem o Diogo minha vida havia perdido o sentido, minha mãe teve que mudar meu horário na escola para tarde, já que eu não conseguia mais nem acordar pela manhã cedo. Estava em uma completa e total depressão, por um mês inteiro eu basicamente existem, ia para aula, depois voltava para casa e ficava no meu quarto ouvindo música e chorando até pegar no sono, na manhã seguinte acordava já quase na hora de ir para aula de novo. Até a Carol mudou para tarde também de tão preocupada que tava comigo.

Di e eu havíamos feito um acordo de não nos falarmos, ambos sabiam que só iria piorar a dor e a saudade, assim eu não tinha notícias dele e nem ele tinha notícias minhas. Foda era que tudo no meu quarto me lembrava ele, estava sendo muito difícil esquece-lo afinal Di tinha sido o amor da minha vida, meu primeiro amor de verdade, meu homem.

Nossos amigos respeitaram meu espaço, só Janna que ainda insistia em me ligar todos os dias me chamando para sair com eles, mas se meu quarto já me fazia lembrar do Di, sair com eles seria ainda mais complicado, então negava sempre. Isso até um dia em que estava saindo da escola — era uma sexta — e vi Lucas e Ryan me esperando na porta, no mesmo instante lembrei do Di que quase sempre vinha me buscar na escola.

— Não tem mais desculpa, isso aqui é um sequestro — Ryan me pegou totalmente de surpresa, ele sempre foi caladão, nunca pensei que o veria brincando com alguém e ainda mais comigo.

— Se gritar ou correr vai ser pior! — Lucas falou embarcando na do amigo.

— Gente eu agradeço, mas não quero sair.

— Qual foi a parte do sequestro que você não entendeu? — Ryan falou me arrancando minha primeira risada em semanas.

Nem me deixaram passar em casa antes, foi tudo realmente semelhante a um sequestro, um complô de Janna com minha mãe para me tirar de casa. Eles me arrastaram para a casa de praia da família do Binho. A casa estava cheia de lembranças também, não esperava voltar para esse lugar, mas meus amigos tinham um pouco de razão e eu precisava sair de casa.

Binho já me recebeu com um copo cheio de algo que não fazia ideia do que era — só que era forte. — Não sei se foi pelo álcool ou só por finalmente ter saído de casa, porém tinha que dar o braço a torcer e dizer que sair com eles estava ajudando — pouco, mas estava — Ryan, Lucas, Anna, Janna e Binho, de começo pensei que seriamos apenas a gente, mas a medida em que as horas foram passando começaram a chegar outras pessoas, alguns eu conhecia outro não, era um típico rolê. Estranhamente esse ar de normalidade acabou me ajudando um pouco a respirar de novo — mais uma vez podia ser o álcool também, já que estava bebendo com um pouco mais depressa do que normalmente fazia.

A galera arrumou um carro com som, logo nossa resenha virou uma festa de fato, com música alta e muito mais bebida. Mesmo esquecendo por um momento, o Di sempre acabava voltando para minha mente, me perguntava o que ele estaria fazendo naquela hora ou se estava com alguém, só de pensar nele com outra pessoa isso me deixava completamente devastado.

As horas passaram e a madrugada havia chegado, no meio daquele monte de gente que apareceu tinha um amigo da Janna que não parava de me encarar, o cara era preto e mais alto que eu, seu corpo era normal, mas tinha algo nos seus olhos — olhos esses que me comiam inteiro — transbordando tesão, ele era um cara muito safado, podia sentir só de olhar para ele. Pode chamar de carência, ou simplesmente culpar a cachaça, porém tudo em mim me dizia para retribuir o olhar.

Ele estava conversando com a Janna e o Binho perto da piscina, enquanto eu estava mais afastado sentando em um sofá da sala, de onde eu estava tinha uma boa visão do carinha e ele minha, então só para testar comecei a provocá-lo. Meu plano deu tão certo que no momento em que Janna se distraiu cuidando do Binho eu fiz um sinal para o estranho e subi para o quarto. Pensei que estava fazendo papel de trouxa, já que o cara parecia hetero, mas ele veio atrás de mim entrando no quarto pouco depois de mim.

Eu não queria conversar, só queria fazer a dor passar, nem que para isso tivesse que sentir outro tipo de dor, avancei para cima do cara como um predador avançando em cima de uma presa, praticamente arranquei sua blusa. Estava certo, quando ele tirou minha roupa me deixando de cueca acabou confirmando que tinha pegada e que era muito safado, ele tentou falar algo, mas o puxei para um beijo, não queria conversar, só queria foder.

O cara ficou de cueca e pude ver o volume delicioso que ele tinha, além disso vi uma tatuagem na lateral do seu peitoral com alguma frase dessas que hetero top tatua. O beijo era quente e suas mãos me apertavam com força, o cara estava louco de tesão do jeito que eu queria. Ele vendo que tinha pego uma puta safado aproveitou, montou no meu peito e pela lateral da cueca vermelha dele libertou seu pau bem pertinho da minha boca.

Uma rola pesada, preta, da cabeça avermelhada que mais parecia um cogumelo, sua pica devia ter uns dezessete sentimentos e era até grossinha — nada que eu não pudesse dar conta. — Tratei de abocanhar seu pau sem pensar muito, mamava com vontade enquanto aquele estranho gostoso fodia minha boca e gemia de prazer, a essa altura eu já era um chupador de rola profissional de tanto que eu já tinha mamado o Di. Ficamos com a rola dele invadindo minha boca me fazendo quase engasgar por um tempo, mas o que eu queria mesmo era sentir dor, uma dor maior do que a que tinha no meu peito.

— Me fode caralho!

Pude ver que seus olhos brilharam com meu pedido, o estranho catou sua calça no chão e do bolso retirou uma camisinha, fiquei esperando por sua pica como uma boa puta no cio — de quatro com o rabão bem aberto e arrebitado — as primeira tentativas dele não deram muito certo, ainda estava muito seco para recebê-lo, pensei que ele me faria um beijo grego ou algo assim, mas não, de uma forma rústica ele apenas cuspiu no pau e no meu cuzinho então voltou a forçar sua rola para dentro.

A dor de ser arrombado por ele era exatamente o que eu precisava naquele momento, era a primeira vez em que as vozes da minha mente se calaram e deram vez para os meus gemidos de prazer, o cara me fodia com força segurando meus quadris e eu só implorava para que ele metesse com mais força. A cada estocada eu chegava mais perto do que eu queria, só queria esquecer a dor, esquecer que o amor da minha vida havia ido embora, queria sofrer por outro motivo que não fosse meu coração partido.

Acho que para o carinha era a primeira vez que ele comia alguém como eu — tipo alguém que dá sem reclamar — pois era nítido sua animação me fodendo. Ele me colocou de frango assado com minhas pernas apoiadas em seus ombros, assim conseguia ir mais fundo dentro de mim e também me beijar. Quando ele segurou meus tornozelos para me deixar bem aberto para o seu pau eu tive uma epifania — a única maneira de superar o Di, ou melhor o Diogo era dando para o máximo de pessoas que eu conseguisse, pois só a dor de ser arrombado poderia superar a do meu coração partido.

— Vou gozar — ele anunciou tirando o pau de dentro de mim, o estranho tirou a camisinha e começou a masturbar seu pau junto com o meu. Embora eu estivesse com muito tesão não consegui gozar, mas ele gozou — bastante — no meu peito.

O cheiro de sexo tomando conta do quarto, nossos porpos completamente suados e meu corpo alí deitado na cama, completamente anestesiado, anda sentia a dor do meu cuzinho arrombado por ele e isso era de certa forma um alivio. Pensei que minha consciência fosse doer ou algo do tipo, mas não, eu estava mesmo anestesiado. O estranho que estava deitado do meu lado em silêncio se inclinou para me beijar, porém eu o afastei. Sem falar nada levantei e fui para o banheiro que tinha no quarto.

Tomei um banho, me limpei bem, eu queria me sentir sujo, mas não senti, não senti nada, só tomei meu banho e sai do banheiro já vestido, o estranho continuava pelado deitado na cama esperando sua vez de banhar. Quando me viu ele me encarou por um momento, então abriu a boca.

— Fiz algo errado?

— Não — neguei com cabeça também — é que eu só queria sexo mesmo.

— Massa, pois acho que vou querer repetir qualquer dia desses — ele disse com seu sorriso safado.

— Foi mal, não quero nada fixo, foi legal obrigado! — O estranho me encarou com um misto de surpresa e curiosidade, mas não insistiu, ao invés disso foi para o banho dele.

Aproveitei que ele estava no banho, peguei minhas coisas e fui para o outro quarto, estava exausto então só deitei e dormi. Naquela noite consegui dormir até que bem, entretanto acordei na manhã seguinte sentindo a pior — a primeira na verdade — ressaca da vida, minha cabeça doía, meu cuzinho ainda lembrava da noite anterior também, mas era bom, dores que não fossem no meu peito eram bem vindas naquele momento. Todo o pessoal da noite anterior já havia ido embora então era só nós de novo na mesa do “café” — já bem que podia ser um almoço pela hora.

— Ai gente que dor de cabeça — falei coçando os olhos.

— Pega toma isso — Ryan me entregou uma caneca que pensei que era café, mas adivinha, não era — que isso!

— Remédio! — Ele me respondeu rindo. Para o Ryan “remédio” era uma caneca cheia de Gin.

— Você ficou com o João? — Janna me perguntou na lata e com um tom de muito julgamento.

— Quem é João? — Foi uma pergunta idiota, eu sei, mas juro que foi genuína.

— Sério? — Janna estava incrédula e até um pouco puta da vida e eu não conseguia entender o motivo.

— Ela está falando do cara que você levou pro quarto ontem — Ryan me explicou.

— Ahh! Sim, foi legal até, mas nada sério — Ryan brindou seu copo no meu e ri em aprovação ao que eu tinha dito, mas Janna só ficou mais puta com toda a situação.

— Não entendi a graça — ela disse séria.

— Janna, eu te amo, mas o Di — me interrompi, não podia continuar chamando ele assim, então corrigi — Diogo e eu terminamos, não fiz nada de errado.

Era muito difícil dizer isso em voz alta, mas já tinha entendido que era necessário continuar com minha vida, por mais complexo que pudesse ser, sabia que nunca mais amaria ninguém de novo depois do Diogo, mas tentaria pelo menos não ficar agonizando, daria para outros caras e um dia quem sabe poderia só esquecer a dor que era viver sem o Diogo.

— Então você vai ficar com João agora?

— Amiga, agora eu vou ficar com essa caneca de seja lá o que for que tem aqui e depois o futuro somente a Deus pertence.

Janna ficou toda esquisita comigo depois disso, mas aí não tinha muito o que fazer, então só torcia para que ela parasse de me julgar e entendesse meu lado. Depois da minha experiência com João, resolvi entrar na famigerada vida bandida, sair e curtir sem pensar muito, fazia qualquer coisa que me ajudasse a superar meu término. Havia tentando amar e ser amado, mas isso definitivamente não era para mim.

Ryan que já era meu amigo aos poucos foi ficando mais meu brother e não só isso, ele meio que virou meu parceiro de balada, passei a sair quase todos os dias com Ryan para todo tipo de rolê que ele arrumava para gente. Ryan havia terminado outro dos seus relacionamentos, então meio que deu certo para nós dois essa parceira, ele me ajudava a conseguir uns boys e eu ajudava ele com as minas. Comecei a ficar com muitos caras nessas festas — só tinha duas regras, nunca pegava mais de um cara no mesmo rolê e nem repetia boy. Às vezes transava, outras vezes era só uns beijos mesmo. Estava curtindo a vida e minha juventude de uma forma que nunca pensei que faria.

Quem não aprovava muito meu estilo de vida rueiro com Ryan era a Janna, ela dizia que nós estávamos traindo o Diogo, para ela era muito difícil acreditar que tínhamos terminado de fato, mas era o que tinha acontecido, não era fácil ficar sem ele, de vez em quando ainda me pegava chorando e pensando nele, mas com a festas, os caras e a bebida finalmente parecia possível superar, eu não tinha contato com Diogo e pedia sempre para que nossos amigos não ficassem falando para ele sobre o que eu andava fazendo, da mesma forma que me mataria por dentro saber que ele estava namorando de novo ou sequer ficando com alguém, tinha certeza que para ele seria igualmente ruim. Para Janna era inaceitável que eu estivesse sendo um galinha, “dando para geral” como ela mesma ensinou outra vez que conversamos, isso porque não tinha contado a ninguém sobre nosso acordo de voltar a ficar juntos caso ele retornasse para Fortaleza, se ela soubesse era arriscado até me colocar em um convento esperando por ele.

A gota d’água que fez com que eu me afastasse da Janna foi quando descobri que mesmo comigo pedindo que ninguém fala-se de mim para o Diogo ela havia ido fazer fofoca para ele, não sei direito o que aconteceu depois disso entre eles, só sei que ela ficou chateada com ele também, acho que ela pensou que ele brigaria comigo ou algo do tipo, mas nem depois de saber que eu estava saindo para farra ele me procurou e tentou falar comigo de maneira alguma. Sinceramente achei melhor que ele tenha ficado na dele, tínhamos nosso acordo, seguir com a vida.

Diogo não poderia me cobrar algo diferente assim como eu não poderia fazer isso, até por esse motivo que eu preferia não saber o que ele estava fazendo em Recife. Sei que depois disso continuar falando com Janna foi ficando cada vez mais complicado até nosso grupo sofrer uma rachadura, comigo e Ryan indo para um lado e ela o namorado e a Anna indo para o outro, com só o Lucas meio que em cima do muro. Lucas era primo do Diogo, mas ele gostava de mim, ele foi umas das pessoas sensatas, a única coisa que ele chegou a falar sobre o assunto foi.

— O Di é meu primo e o Fabim é meu amigo, os dois não estão mais juntos é uma merda, mas isso não muda nada para mim, eu só quero que os dois fiquem bem e se o Fabim está de boas saindo e curtindo não tenho nada haver com isso.

No fundo acho que a Anna só ficou do lado da Janna nessa treta por causa do Binho, tipo o fato do namorado da Janna ser meio que rico eles tinham não só a casa de praia para ir como de vez em quando apareciam até umas viagens para eles fazerem, para mim Anna era só interesseira mesmo, mas também para mim não importava muito a opinião dela também, então quando o grupo se separou para mim não foi até um alívio de poder parar de brigar sempre pelo mesmo motivo e também por saber que Janna não estaria mais seguindo cada passo meu para depois fazer fofoca pro Diogo.

Nem todas as minhas amigas estavam me julgando pela minha mudança de atitude, Carol me dava total apoio desde que eu tomasse cuidado para não me machucar, ela estava feliz de me ver bem e como ela mesma disse “reagindo". Ela até conseguiu me fazer ir para as aulas de judô que ela fazia, cheguei a treinar umas duas vezes, mas vi que não era minha praia, mas os pessoal era tão legal que eu criei o hábito de ir ver os treinos — tinha uns judocas gatinhos também e isso ajudou a despertar meu interesse de frequentar os treinos, mas isso eu guardei para mim.

Os treinos acontecem às terças e quintas, sempre no início da noite, o professor era gente boa, ele dava aula de graça em um pequeno centro comunitário que tinha no meu bairro. Todo mundo era legal comigo, mas acabei pegando um pouco mais de amizade com um carinha uma ano mais novo do que eu que se chamava Marcos. Ele era moreno, magro e com um cabelo curtinho, por conta do treino ele era até que bem gostosinho, mas não era para mim, Marquinhos — que era como todos os chamavam — era hetero e também ficante da minha Carol.

Era fácil entender por que Carol gostava tanto do Marquinhos, além de bonito, ele era simpático, tipo dessas pessoas que você gosta de graça, o cara não tinha preconceito comigo por ser gay, era muito respeitador tanto com as minas quanto comigo. O lance dele com Carol era bem sério, só tinha um problema, eles eram primos e a família não aceitava de forma alguma que rolasse algo entre eles. Para ajudá-los, tínhamos um esquema de toda quinta feira depois do treino, irmos comer alguma coisa — normalmente tomar um sorvete ou realmente fazer um lanche na lanchonete perto da minha casa — depois eles me deixavam em casa e iam até uma praça mais reservada a noite para dar uns pegas antes de voltar para casa, para a família deles estávamos todos juntos então ninguém falava nada.

As férias do meio do ano haviam chegado, eu já era o “terror da vida e de todo o estado” tinha superado meu término e vivia a melhor fase do cara pegador nas festas. Seguia minhas regras como uma religião, quando algum carinha tentava insistir em ter algo a mais comigo Ryan entrava em cena e espantava o cara, ele dizia que era meu namorado e que tínhamos uma relação aberta, com o tempo a galera começou a meio que acreditar que isso era verdade e que realmente estávamos juntos — Janna quase explodiu de ódio da gente. — Ryan já era meu melhor amigo e éramos quase inseparáveis, engraçado que mesmo com as pessoas falando que a gente namorava isso não o atrapalhava em nada nas suas conquistas, acho que na real as garotas tomaram mais com um desafio de fazer o Ryan “voltar a ser hetero” era engraçado até ver o quando algumas delas se esforçaram para isso — claro que nessa época não se falava muito sobre bissexualidade, até por isso se tinha essa visão de que ou você era gay ou era hetero.

Minha amiga Carol tinha viajando com os pais e o irmão mais novo para o interior, ela ia passar as férias fora, por isso pensei em não ir pros treinos até que ela voltasse, mas o acabei pensando melhor, tipo o professor não se importava de deixar as pessoas assistirem e eu meio que tinha pegado gosto em ver o treino, o pessoal também era legal comigo. Na terça me arrumei para ir, mas antes que eu saísse o Ryan apareceu na minha casa me chamando para ir a uma festa de Reggae.

— Um amigo meu vai tocar lá naquele bar de reggae.

— Eu topo, mas vamos ver o treino de judô antes pode ser?

— Beleza — Ryan era um amigo do “bora”, pessoas da filosofia do bora eram as melhores pessoas do mundo, eles não diziam não, não importava o rolê Ryan sempre topava os convites.

Por ser férias tinham menos gente treinando, mas o Marquinhos já estava de quimono se aquecendo, quando ele me viu veio me abraçar como sempre fazia, depois do abraço ele viu Ryan do meu lado e isso o deixou um pouco retraído, não entendi muito bem, mas podia ser só porque era a primeira vez que ele vi o Ryan, já que eu sempre ia só para os treinos.

— Marquinhos, esse aqui é o Ryan o meu — antes que eu pudesse responder Ryan completou minha frase.

— Namorado — Ryan era muito zueiro e nunca perdia a oportunidade de deixar as pessoas sem jeito.

Eu ri involuntariamente e foi aí que Marquinhos ficou tímido mesmo, imaginei que uma coisa era saber que eu era gay e outra era ver, mas logo ele se recompôs,

— Oi Ryan, é um prazer conhecê-lo — apertou a mão dele e foi treinar.

— Você não tem jeito né.

— Que estraguei teu esquema?

— Claro que não, ele é hétero e fica com a Carol minha amiga.

Assistimos ao treino, no final me despedi de todo mundo e fomos para o bar. Na quinta feira fui novamente ver ao treino e quando cheguei Marquinhos já estava se aquecendo como da última vez, quando me viu veio me cumprimentar como sempre fazia,

— Seu namorado não vem hoje?

— Não, ele não é meu namorado era só zueira, ele até é hétero.

— Ah, pensei mesmo que vocês eram namorados.

— Não, Ryan é só meu melhor amigo.

— Vocês são bem próximos mesmo — ele disse em um tom que não entendi muito bem o que ele realmente queria dizer, mas só ignorei.

Não tinha percebido que enquanto Marcos treinava ele conseguiu observar que Ryan e eu éramos "próximos", ele voltou para o tatame e eu fiquei vendo o treino, no final fui me despedir da galera e quando fui me despedir dele e ele pareceu surpreso.

— Ué, não vamos comer?

— Eu pensei que por a Carol não estar aqui, você não iria querer.

— Nada, eu to com fome, podemos comer um pastel hoje?

Fomos comer pastel, e tudo ia normal até então não tinha visto maldade em irmos sozinhos até porque Marcos e eu éramos amigos, quando terminamos de comer ele fez questão de me deixar em casa, nos abraçamos e ele foi embora, não sei explicar mais aquele abraço me exitou, mesmo depois de treinar Marquinhos ainda estava bem cheiroso, fiquei com aquilo na cabeça, porém no dia seguinte deixei para lá, na terça da outra semana fui para o treino e quando estava quase chegando vi Marcos na rua, o comprimente e ele veio e me abraçou.

— Não vai treinar?

— Vou sim, é que esqueci minha faixa em casa e to indo pegar, você pode ir comigo?

— Claro, vamos lá — não vi maldade no convite, mas já tinha algo estranho entre a gente.

Marcos morava perto do centro comunitário, ele morava com os pais e mais três irmão, sua casa era simples, mas bem arrumada, seus pais estavam na sala. Nós os cumprimentamos, seu irmão mais velho passava mais tempo na casa da namorada, o outro estava na faculdade e o mais novo tinha viajado junto com a Carol para o interior.

Seu quarto estava uma bagunça, mas de alguma forma parecia bem a cara dele ter o quarto daquele jeito — achei fofo até — como estávamos com um pouco de pressa ele me pediu para ajudar a procurar pela sua faixa, enquanto ele vi no meio de umas roupas em cima da cama eu fui vendo no guarda roupas, mas ao invés da faixa acabei achando umas revistas da playboy.

— Eu achei outra coisa aqui Marquinhos — falei rindo, quando ele viu ficou bem corado de vergonha e praticamente arrancou as revistas da minha mão, não pude evitar e cai na risada,

— Desculpa, desculpa, é normal cara, não precisa ficar com vergonha — falei tentando tranquilizá-lo e também parar de rir.

— Isso foi meu irmão que me deu quando soube que eu estava ficando com a Carol, ele disse que eu tinha que aprender umas coisas para não passar vergonha.

— Você é virgem?

— Sou, mas não vai me zuar, sou muito tímido, a Carol foi a primeira menina que eu beijei.

— Quer dizer que tu nunca beijou ninguém além dela?

— Não, mas como eu te disse sou muito tímido.

Ele realmente estava bem desconfortável então resolvi ser honesto com ele dividindo um pouco da minha experiência de como tinha ficado com meu amigo no ano passado e meio que eu era BV também até beijar o José — eu já tinha beijado só não contei porque foi selinho, beijo mesmo o primeiro foi com o Zé — ele parecia mais curioso do que tímido agora, claro que não falei sobre o sexo ai já seria muita informação, mas ele foi quem acabou me deixando meio sem resposta quando me perguntou como era beijar outro cara,

— Mah eu realmente não sei te explicar, só sei fazendo — falei essa última parte meio que brincando.

— Então mostra.

Fiquei sem reação e no momento seguinte, aquele cara que eu achava fofo e não tinha interesse passou a ser um cara que despertava algo novo em mim, um tesão diferente e não resisti, num momento seguinte nossas bocas se encontraram e já tinha muito tempo que um beijo não era o suficiente para acender um fogo em mim, sua boca era doce e nosso beijo começou de forma tímida, aos poucos meus braços foram encontrando o caminho para seu pescoço e os dele para minha cintura, quando senti seu pau duro isso me exitou muito naquele momento.

O beijo foi ficando mais intenso, minhas mãos estavam em seus cabelos curtos, nossas línguas estavam frenéticas, seu cheiro era doce, e sua boca carnuda era perfeita, eu não era o único que estava perdendo o controle, pós senti as suas mãos apertando minha bunda, e se sua mãe não tivesse chamado por ele antes de chegar no quarto ela teria nos pegou no flagra, sabe quando você está voando e vai pro chão de repente foi essa a sensação que eu tive e acho que ele também, tentamos nos recompor, quando a mãe dele finalmente apareceu na porta segurando sua faixa, eu estava sentado na cama e ele tentava da forma que podia disfarçar sua ereção, acho que a mãe dele não percebeu pois ele pegou a faixa e fomos para o treino, sem dar uma palavra, eu mal podia acreditar no que tinha acontecido, antes dele entrar no treino ele me olhou e disse.

— Podemos comer algo depois do treino hoje?

— Sim, podemos sim.

Dava pra ver que ele não estava conseguindo focar no treino e toda aquela minha adrenalina estava começando a se transformar em medo, poxa o que eu tinha feito, estava tão dentro dos meus pensamentos que nem percebi que o treino tinha acabado, quando ele veio falar comigo eu já me preparava para pedir desculpas quando ele me surpreendeu mais uma vez

— Fabio, desculpa eu não deveria é que eu estava curioso.

— Eu é quem me desculpo, não vai se repetir eu garanto.

Eu vi ele criando coragem e por fim falou,

— Podemos fazer só mais uma vez e aí depois a gente esquece, tipo a gente meio que já fez e então a gente termina hoje e morre aqui.

— Tem certeza?

Ele discretamente pegou no pau por cima da calça do Judô me mostrando que estava com o começo de uma ereção.

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Comentários

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Ahhh esse universo de judô me dá tanto tesão...hehehe

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Aqui eu parei de me importar com o Fábio, a melhor amiga dela ajudou ele no pior momento da vida dele, ele retribui pegando o namorado dela.

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Hehehe mas aposto que vai continuar lendo a saga, né? 😉

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os judocas dão uma saudade inexplicável

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