Capítulo 7 – Pele com pele

Um conto erótico de Juliana
Categoria: Crossdresser
Contém 994 palavras
Data: 19/08/2025 04:40:26

A casa estava em silêncio.

O sol já tinha descido há muito, e só o candeeiro da sala lançava uma luz morna sobre os móveis. Mário entrou devagar, fechando a porta atrás de si. Sabia que Inês tinha saído com Patrícia. Combinara-se assim. Era a noite dos dois. Mário e… Juliana.

Ela estava sentada no sofá, de pernas cruzadas, com um vestido justo de cetim negro e os cabelos soltos, como uma promessa. As unhas pintadas, os olhos delineados, os lábios num vermelho profundo.

Mas havia algo mais: um silêncio entre eles, um reconhecimento mútuo, como se estivessem prestes a atravessar uma linha sem regresso.

— Chegaste — disse ela, num tom suave, quase nervoso.

— Não conseguia pensar noutra coisa — respondeu ele.

Mário aproximou-se, sem tirar os olhos dela. Juliana levantou-se. O vestido colava-se às ancas, marcava o volume do corpo, a cintura fina, as pernas elegantes sobre os saltos altos.

— És tão diferente… — murmurou ele, já perto. — Mas és tu. E isso… excita-me.

Ela respirou fundo.

— Eu sou Juliana contigo. Mas dentro de mim… Júlio ama a tua irmã. Isso não muda.

Mário assentiu. Depois, sem mais palavras, agarrou-a pela nuca e beijou-a com força.

Foi um beijo bruto, quente, cheio de fome e contradição. E ela correspondeu com igual entrega, deixando-se levar. As mãos dele desceram-lhe pelas costas, apertando-lhe as nádegas por cima do vestido. Juliana arfava contra a boca dele, sentindo o corpo já em combustão.

Mário virou-a, empurrou-a suavemente contra a parede. Beijava-lhe o pescoço, mordia-lhe o lóbulo da orelha. As mãos desceram até ao fundo do vestido e subiram, apalpando-lhe as coxas, puxando a renda da lingerie para o lado.

— Estás excitada.

— Desde que entraste por aquela porta.

Ele desabotoou os jeans com pressa, tirou-os. Estava duro. Visivelmente excitado. Juliana ajoelhou-se à frente dele, com movimentos fluidos, quase cerimoniais. Olhou-o de baixo para cima. E então, com a boca quente e delicada, envolveu-o.

Foi lento. Profundo. Com intenção. Os olhos sempre nele. A respiração dele acelerava. As mãos seguravam-lhe a cabeça, mas ela comandava o ritmo. Quando sentiu que ele ia perder o controlo, parou.

Levantou-se. Mário agarrou-a com força e levantou-a ao colo. Levou-a até ao sofá e deitou-a ali, puxando o vestido para cima.

— Quero ver-te — disse ele. — Toda.

Ela despiu-se devagar, deixando o vestido cair. A lingerie estava rendida, húmida, apertada. Mário tirou-lha com os dentes.

— És tão bonita, Juliana. Tão… provocadora.

Os corpos colaram-se. Ele penetrou-a com vontade. E ela gemeu alto, oferecendo-se, rendendo-se.

— Queres mais? — perguntou ele, com a respiração entrecortada.

— Quero que me uses — sussurrou ela, de olhos fechados. — Mas lembra-te…

O meu amor está com ela.

O prazer cresceu entre estocadas firmes, movimentos suados, mãos a apertar, bocas a morder. Juliana sentia-se desejada, inteira, possuída — e simultaneamente… ausente.

Cada vez que fechava os olhos, via Inês. A boca dela. A pele dela. A voz.

E quando o orgasmo chegou, fê-lo com lágrimas nos olhos.

Mais tarde, Juliana estava deitada sobre o peito nu de Mário. Ele passava os dedos pelos cabelos dela, sem dizer nada.

— Sentes-te culpado? — perguntou ela, baixinho.

— Sinto-me vivo. Confuso… mas vivo.

Ela sorriu, cansada.

— Eu também. Mas há algo que não muda.

— Inês?

— Sim. Ela é a minha raiz. O que vivemos… é fogo. Com ela… é casa.

Mário beijou-lhe a testa. Depois ficaram em silêncio.

O prazer estava ali, ainda presente, marcado nos corpos.

Mas o amor… estava onde sempre esteve.

O fim da tarde era silencioso.

Juliana estava no quarto de Inês, sentada junto à janela, de robe leve, pele ainda húmida do banho. O cabelo caía-lhe solto pelos ombros. Os olhos, maquilhados de leve, fixavam o jardim lá fora… mas a mente estava dentro de si.

A noite com Mário ainda lhe pulsava na pele, como o eco de um prazer vivido intensamente — mas o coração batia por outra pessoa.

O som da porta a abrir fê-la virar o rosto.

Inês entrou sem pressa. Trazia uma t-shirt larga, sem soutien, e o cabelo ainda desalinhado da rua. Trazia também um sorriso calmo, enigmático.

— Estás linda — disse, pousando a mala.

Juliana levantou-se, devagar.

— Pensei que estivesses zangada.

— Porquê?

— Porque… estive com ele. Com o teu irmão.

Inês aproximou-se. Olhou-a nos olhos. Depois pousou-lhe a mão no peito, sentindo o coração a bater.

— Ele também te viu. Não só por fora.

— Mas eu… pertenço-te.

Inês sorriu. Beijou-lhe os lábios com doçura.

— Eu sei. Sempre soube.

Juliana mordeu o lábio, emocionada.

— Preciso de ti.

— E eu de ti. Vem.

Puxou-a para a cama. Deitaram-se de lado, frente a frente, as pernas entrelaçadas. As mãos encontraram-se no meio do lençol, os dedos entrelaçaram-se como se procurassem calor antigo.

— Quero fazer amor contigo — sussurrou Inês. — Sem pressa. Só nós.

Juliana assentiu.

Os beijos foram lentos. O toque da pele uma oração. Inês despiu-lhe o robe com carinho, os olhos a percorrerem-lhe o corpo com ternura e desejo. Os dedos desenhavam curvas, o nariz roçava a pele do pescoço, os mamilos encontravam-se num arrepio mútuo.

Juliana sentia o corpo vibrar, mas de outra forma. Não era fogo, era brasa contínua. Era casa.

— Quero que me toques como se fosses minha mulher. — disse Inês, com os olhos húmidos de emoção e prazer.

Juliana sorriu. Levou a mão até entre as pernas dela. Tocou-a com reverência, com conhecimento. Inês gemeu, colando-se mais, agarrando-lhe a anca.

Os corpos moveram-se em harmonia. Juliana penetrou-a devagar, com os dedos, depois com o seu corpo. Não como homem, mas como amante inteira — feminina, mas potente. E Inês recebia, chamava por ela, tremia contra o seu peito.

— És minha — sussurrava Juliana. — Para além da carne. Para além do nome.

O orgasmo foi lento. Intenso. As pernas de Inês apertaram-se à volta do corpo de Juliana, os gemidos curtos, abafados na pele dela. Quando terminou, chorava.

Mas sorria.

Juliana limpou-lhe as lágrimas com beijos.

— Amo-te — disse, finalmente.

— Eu também te amo, Júlio. Juliana. Tudo o que és.

Adormeceram assim, nuas, coladas, com o mundo lá fora a parar por umas horas.

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