Uma semana após Enzo completar 19 anos, Marcos decidiu quebrar a rotina da família com um fim de semana na praia. Queria celebrar o aniversário do enteado e, ao mesmo tempo, aliviar o peso da vida de policial, marcado pela exaustiva escala 12x36. Reservou uma casa à beira-mar, com varanda ampla e vista para as ondas, e convidou Paulo, seu filho de 30 anos, junto com a namorada dele.
Paulo, porém, recusou o convite — estava preso a um plantão na delegacia.
— Fica pra próxima, pai — disse Paulo, a voz cansada pelo telefone.
— Tá bom, filho. Se cuida — respondeu Marcos, conformado.
Na sexta-feira, Marcos, Clara e Enzo partiram animados. A viagem foi leve, com Clara cantando músicas antigas no carro e Enzo rindo das piadas de Marcos sobre os turistas na estrada.
Na noite de sábado, porém, o clima descontraído foi interrompido por uma ligação inesperada.
Era a namorada de Paulo, em pânico:
— Marcos, o Paulo sofreu uma tentativa de assalto! — disse ela, a voz trêmula. — Levou um tiro de raspão, tá no hospital!
— Como assim? Ele tá bem? — perguntou Marcos, com o coração disparado.
— Sim, tá estável, mas vem, por favor!
— Tô indo agora! — respondeu Marcos, encerrando a ligação com pressa.
Ele guardou o celular e respirou fundo, tentando se acalmar antes de falar. Clara, que segurava uma taça de vinho, e Enzo, que havia parado de mexer no celular, o olhavam com expectativa e medo.
— O Paulo sofreu uma tentativa de assalto — disse Marcos, a voz firme, mas tensa. — Levou um tiro de raspão no braço. Tá no hospital, mas a namorada dele disse que ele tá estável.
Clara levou a mão à boca, assustada:
— Meu Deus… ele tá bem mesmo?
— Tá, foi só de raspão, mas eu preciso voltar agora pra cidade — respondeu Marcos, já pegando as chaves do carro.
— Marcos, deixa eu ir com você — pediu Clara, preocupada.
— Não, vocês ficam. Essa viagem era pro aniversário do Enzo. Aproveitem a praia. Eu vou dar notícias assim que chegar.
— Tá bom, mas me mantém informada — disse Clara, cedendo.
Enzo, ainda assustado, apenas balançou a cabeça em sinal de concordância, tentando processar a notícia.
Marcos partiu sozinho, dirigindo com a pressa de pai e policial.
No hospital, encontrou Paulo estável. O tiro de raspão no braço não era grave, mas exigiria alguns dias de repouso. Aliviado, Marcos enviou uma mensagem para Clara:
“Amor, o Paulo tá bem. Foi só um susto. Fica aí com o Enzo.”
Clara respondeu com um áudio cheio de alívio:
“Graças a Deus, meu bem. Cuida dele. A gente volta na segunda.”
Marcos decidiu permanecer na cidade para acompanhar o filho, que foi para a casa da mãe — uma mulher com quem Marcos mantinha uma relação respeitosa.
Na segunda-feira, Clara e Enzo voltaram da praia e foram visitar Paulo. A casa da ex de Marcos era simples, mas acolhedora. Clara e a mãe de Paulo se tratavam com cordialidade, mesmo sem grande intimidade.
Paulo, com o braço enfaixado, brincou com Enzo:
— Tô parecendo filme de ação, né, maninho? — disse ele, com um sorriso.
— Porra, Paulo, tu assusta a gente — respondeu Enzo, rindo, aliviado.
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De volta para casa, a rotina parecia se restabelecer.
Naquela noite, porém, Enzo foi novamente atraído pelos sons que vinham do quarto de Clara e Marcos. A porta entreaberta deixava escapar gemidos intensos e diálogos carregados de desejo.
— Porra, Clara, esse teu rabo é foda — grunhiu Marcos, a voz rouca de tesão.
— Mete, amor, me fode com força — respondeu Clara, ofegante.
— Quero esse caralho todo, vai, me arregaça! — gemeu ela, o som dos corpos ecoando.
— Tu gosta de ser minha putinha, né? Pede pro teu macho te comer — provocou Marcos.
— Me come, Marcos, mete esse caralho no meu cuzinho! — pediu Clara, entre gemidos altos.
— Shhh, amor, o Enzo pode ouvir — sussurrou ela, tentando abafar.
— Relaxa, ele é adulto. Sabe bem o que rola — retrucou Marcos, rindo.
Depois do clímax, o silêncio voltou. Enzo, inquieto, sentia pensamentos confusos — curiosidade, vergonha, excitação. Tentou dormir, mas a imagem do padrasto forte e dominante não saía de sua mente.
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Na manhã seguinte, Clara saiu cedo para exames de rotina. Marcos foi à delegacia assinar papéis da aposentadoria, processo que vinha adiando havia meses. Voltou por volta das 10h, esperando encontrar a casa vazia.
Enzo, que havia acordado tarde, percebeu o silêncio e, curioso, caminhou até o quarto da mãe.
A cama estava desarrumada, as cobertas amassadas — um lembrete da noite anterior. Sentiu um calor subir pelo corpo, uma mistura de vergonha e excitação.
Sem pensar muito, abriu o cesto de roupas sujas do banheiro da suíte. Entre as peças, encontrou uma calcinha fio-dental vermelha, uma das lingeries mais ousadas de Clara.
Pegou-a e, num impulso, decidiu experimentá-la.
De volta ao quarto da mãe, olhou-se no espelho. A calcinha marcava seu corpo esguio, revelando uma versão de si mesmo que ele nunca havia ousado explorar.
Mas então um pigarro o fez congelar.
Marcos estava parado na porta, os olhos fixos nele.
— Desculpa, Marcos, eu… não sei o que tava fazendo… — gaguejou Enzo, vermelho de vergonha.
Marcos ergueu a mão, com um sorriso tranquilo:
— Relaxa, garoto. Aqui não tem tabu. Tá tudo bem.
Enzo pegou uma toalha da cama para se cobrir e ia em direção ao próprio quarto, quando Marcos, com tom brincalhão, disse:
— Ei, deixa a calcinha da tua mãe aí, hein.
Enzo riu, nervoso:
— Porra, verdade, kkk — respondeu, tirando a peça por baixo da toalha, num gesto desajeitado.
Marcos, com os olhos brilhando, completou:
— O que eu vi foi bonito pra caralho. Tu tem um corpo lindo.
Enzo, surpreso, sorriu tímido:
— Valeu… Acho que puxei a mãe, né?
Marcos riu, com um tom carregado de algo mais:
— No corpo, sim. Mas se tu aguenta como ela… isso eu não sei.
Enzo riu, nervoso, sentindo o peso daquele olhar. Voltou para o quarto com o coração disparado.
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Algum tempo depois, Clara chegou em casa, o rosto pálido. Sentou-se ao lado de Marcos no sofá, segurando a mão dele, a voz trêmula:
— Amor… fiz os exames hoje, e o médico ligou.
— O que foi, Clara? — perguntou Marcos, já temendo a resposta.
— É câncer. Tá avançado. As chances de cura… são mínimas.
O choque paralisou Marcos. Ele a abraçou forte:
— Tu é guerreira, amor. A gente vai lutar. Não vamos desistir.
Com os olhos marejados, Clara chamou Enzo, que saiu do quarto ainda confuso com tudo que havia acontecido.
— Filho, senta aqui — disse ela, com voz firme, mas carinhosa.
Enzo obedeceu.
— Eu tô doente, filho. É câncer… bem sério. Vou começar o tratamento, mas quero que você seja forte. Por mim, pelo Marcos.
Enzo sentiu um vazio no peito. Abraçou a mãe com força:
— Você vai ficar bem, mãe. Eu te amo.