Capítulo 6 – Rasgar Silêncios

Um conto erótico de Juliana
Categoria: Crossdresser
Contém 780 palavras
Data: 17/08/2025 06:52:44

Mário ficou parado no limiar da porta, olhos presos na figura estendida na cama.

Juliana ergueu o tronco, o lençol a deslizar-lhe pelo peito coberto pela renda fina da lingerie. A luz da manhã entrava em lâminas claras pelas persianas, desenhando-lhe as pernas, os ombros, os contornos femininos esculpidos na madrugada.

— Mário… — repetiu, agora mais desperta, sentando-se.

A maquilhagem ligeiramente desfeita dava-lhe um ar ainda mais doce, mais despido de defesas. O cabelo solto, desalinhado, caía-lhe sobre os ombros com um toque de desordem sensual.

— Eu… vim só buscar os óculos — murmurou ele, mas não se mexeu.

O olhar estava fixo. Não em choque. Mas em algo mais denso. Fascínio. Desejo. Um conflito interno a fervilhar-lhe no peito e a descer-lhe pelo corpo.

Juliana sorriu.

— Fecha a porta, então.

Ele obedeceu.

O silêncio entre ambos era elétrico. Respirava-se. Sentia-se nos poros. Ela levantou-se, devagar, de saltos altos, o corpo a mover-se com graciosidade e provocação natural. Caminhou até ele, o som dos saltos a marcar cada passo sobre o soalho.

— Não vais dizer nada?

— Eu… — Mário tentou falar, mas a boca estava seca. — És tu?

— Sempre fui. Só que agora… deixo-me ver.

Ela parou à frente dele, muito perto. Os olhos de Mário desceram, subiram, procuraram algo onde se agarrar. E encontraram apenas beleza. Mistério. Verdade.

Juliana levou as mãos ao peito dele, sentindo-lhe o batimento.

— Estás a tremer.

— És… linda.

Ela aproximou os lábios do ouvido dele.

— E tu estás excitado.

O corpo de Mário confirmou, mesmo antes da mente.

E foi então que a porta se abriu devagar. Inês e Patrícia entraram, trazendo sacos nas mãos e sorrisos nos lábios. Pararam ao vê-los.

Mas não houve surpresa.

Apenas pausa. E depois movimento.

— Já se conheceram melhor? — perguntou Patrícia, pousando os sacos e tirando os óculos de sol.

— Ainda não. Mas está prestes a acontecer — respondeu Juliana, sem tirar os olhos de Mário.

Inês aproximou-se dele, passou-lhe os braços à volta do pescoço e murmurou:

— Respira. Deixa-te ir.

Mário fechou os olhos um instante. E quando voltou a abri-los, já não havia fuga.

A sala rapidamente se tornou uma dança lenta de corpos e intenções. Mário foi despido com mãos femininas, cuidadosas e provocadoras. Primeiro a t-shirt, depois os calções. Inês beijava-lhe o pescoço, Patrícia acariciava-lhe o peito, Juliana observava, como uma deusa em rendas, até o puxar para si.

Sentaram-no na cama. Juliana ajoelhou-se à sua frente, entre as pernas, enquanto as outras duas lhe sussurravam ao ouvido.

— Estás a entrar no nosso mundo agora — disse Inês.

— E nele, todos os papéis são bem-vindos — completou Patrícia.

Juliana deslizou as mãos pelas coxas dele. O toque era delicado, mas cheio de intenção. E depois, subiu-se à cama, montando-o com um movimento lento, sensual, de poder feminino absoluto. As rendas da lingerie marcavam-lhe as ancas, e o membro endurecido entre as pernas tocava o ventre de Mário com naturalidade e provocação.

— Sou mulher aqui contigo — sussurrou ela.

E beijou-o.

O beijo foi profundo, molhado, quente. Os corpos fundiram-se. As mãos de Mário exploraram-na como nunca haviam tocado outro corpo. Curvas suaves, pele quente, gemidos doces. E Juliana movia-se sobre ele como se dançasse.

Patrícia veio por trás, ajoelhou-se atrás de Juliana e puxou-lhe os collants com delicadeza, expondo-lhe as nádegas. Começou a beijá-las. Depois, molhou dois dedos com lubrificante e começou a explorar de novo o prazer anal de Juliana, já desperto da noite anterior.

— Queres sentir-te completa? — perguntou.

Juliana apenas gemeu. Um som denso, gutural, feminino.

Inês beijava Mário, deitava-se ao lado dele, guiava-lhe as mãos até aos seus seios, às suas coxas, ao interior quente e húmido onde ele se perdeu de seguida. Os corpos multiplicavam-se. As mãos já não eram de um, mas de todos.

Mais tarde, Juliana, agora deitada de costas, guiou Inês até si.

— Quero dar-te o que tenho — disse, com os olhos a brilhar.

Inês sorriu, sentou-se sobre ela e deixou-se penetrar. Os corpos moveram-se num ritmo lento e profundo. A entrega de Juliana era total — o prazer, agora oferecido, enchia-lhe os sentidos. Mário e Patrícia observavam, tocam-se, beijavam-se, e quando Patrícia se deitou de lado, Mário penetrou-a por trás, enquanto ela segurava Inês pela cintura, guiando os movimentos das duas.

A cama tornou-se um altar. Os gemidos uma música. Os corpos, poesia viva.

No final, Juliana ficou entre elas, ainda de saltos, maquilhada, os seios meio expostos pela lingerie, o sexo ainda palpitante. Patrícia beijava-lhe os dedos. Inês encostava a cabeça ao seu ombro.

Mário estava sentado aos pés da cama, nu, a olhar para ela como se visse o mundo de outra forma.

— Nunca me senti tão certo num momento — disse ele.

Juliana sorriu, com os olhos húmidos.

— Eu também não.

(continua)

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