Capítulo 5 – Amanhecer entre Pétalas

Um conto erótico de Juliana
Categoria: Crossdresser
Contém 811 palavras
Data: 16/08/2025 05:04:58

O relógio já passava das três da manhã quando os corpos ainda se entrelaçavam sobre os lençóis revoltos.

O quarto estava impregnado de calor, suor, perfume e gemidos abafados. A luz ténue do candeeiro criava sombras em movimento — três silhuetas nuas, curvas e gestos que se confundiam, mãos que procuravam, bocas que exploravam.

Juliana estava deitada de lado, o vestido já abandonado no chão. Usava apenas a lingerie rendada bordeaux, agora húmida e fora do lugar, os collants descidos até meio da coxa, os saltos ainda nos pés. Os lábios, vermelhos, brilhavam da maquilhagem já desfeita. Os olhos, pintados por Inês, estavam meio fechados, rendidos ao prazer.

Inês estava ajoelhada atrás dela, beijando-lhe o pescoço, uma das mãos a acariciar-lhe o peito, como quem acaricia os seios, a outra a segurar-lhe na anca com firmeza. Patrícia estava à frente, sentada, com as pernas abertas, o corpo inclinado para beijar Juliana com fome, com doçura.

— Adoro ver-te assim — murmurava Patrícia, entre beijos. — Toda entregue… toda mulher.

— És tão bonita… — sussurrava Inês. — Queria ficar aqui dentro de ti para sempre.

As mãos de Patrícia desceram pela barriga de Juliana até entre as pernas. A outra mão trazia o lubrificante já usado antes. Aplicou-o devagar, com gestos hábeis. Juliana suspirou fundo, sentindo o toque voltar. O corpo arqueava, pedia, queria.

— Mais? — perguntou Patrícia.

Juliana assentiu, sem voz.

Patrícia posicionou-se atrás, onde antes estivera Inês. Agora era ela quem segurava a cintura, quem conduzia, quem penetrava — primeiro com os dedos, depois com um pequeno plug suave, estreito. A pressão era firme, mas doce. O prazer subia como calor líquido pela espinha.

Inês beijava Juliana na boca, nos ombros, nas costas. Sussurrava-lhe palavras sujas com voz de veludo. A sua mão desceu também, tocando-a no centro, estimulando-a em simultâneo.

Juliana gemia em crescendo. O corpo tremia. O orgasmo rebentou com força, a fazer-lhe ver estrelas mesmo de olhos fechados. As pernas cederam. As mãos agarraram os lençóis. E as duas amantes abraçaram-na, beijando-lhe cada pedaço da alma.

Mas a noite não terminou aí.

Quando Juliana recuperou o fôlego, foi a vez de Inês se deitar de barriga para baixo, abrindo-se devagar, oferecendo-se. Patrícia posicionou-se atrás, lambendo-lhe as costas, subindo até à nuca, enquanto Juliana, ainda com os saltos, aproximava-se de frente, beijando-lhe os lábios, depois os seios, depois descendo.

A língua de Juliana explorava Inês com uma fome nova — e agora já não havia “ele” ou “ela”. Só desejo. Só a vontade de dar prazer, de ver Inês perder o controlo, de a ouvir gemer entre sorrisos e suspiros.

Patrícia foi mais longe. Lubrificou os dedos e preparou-se para explorar a parte mais oculta de Inês. Ela tremia, mas não dizia não. Quando sentiu o toque, soltou um gemido rouco.

— Sim… — pediu. — Sim… assim.

As três moveram-se como uma coreografia orgânica. Havia ritmo, música nos gestos, nos sons. O tempo deixara de existir. E o prazer era a única linguagem.

Patrícia também quis sentir-se tocada, explorada. Deitou-se de lado, abrindo-se para Juliana, que se ajoelhou atrás dela, a mão firme, os dedos ousados, até Patrícia pedir, entre gemidos, para que Juliana a penetrasse como Júlio, usando o seu membro, antes escondido, mas nunca esquecido. Inês ficou à frente, beijando-lhe os seios, os lábios, acariciando-lhe o clitóris com precisão.

Patrícia gemeu alto, descontrolada, chamando pelos nomes delas — das duas. E quando gozou, fê-lo com uma entrega absoluta, a tremer nos braços delas, os olhos húmidos de prazer.

O amanhecer chegou devagar, colorindo o quarto com tons pêssego e dourado.

Os corpos estavam espalhados entre lençóis, almofadas, peças de roupa perdidas. A cama cheirava a sexo, a perfume, a libertação.

Inês e Patrícia saíram pouco depois das sete. Foram às compras, rindo entre si, vestidas com roupas leves, sem sutiã, os cabelos ainda com cheiro de noite. Deixaram Juliana a dormir — maquilhada, despenteada, deitada de lado, um braço sobre o travesseiro, a lingerie ainda colada ao corpo, a luz da manhã a desenhar-lhe as pernas.

A porta da casa abriu-se devagar.

Passos subiram as escadas.

Mário.

Chamou, sem resposta. Tinha esquecido os óculos escuros. Entrou no corredor. A porta do quarto de Inês estava entreaberta.

Empurrou-a.

E parou.

Ali, diante dele, estava… ela.

A princípio não percebeu. O vestido no chão, os saltos encostados à cama, um corpo magro, envolto em rendas. O cabelo desalinhado. As unhas pintadas. As costas nuas.

O rosto virou-se devagar. Os olhos castanhos. Os lábios vermelhos.

Juliana.

Mário ficou estático. O coração a bater-lhe no peito como uma martelada.

Era o seu melhor amigo.

Era… outra pessoa.

Era… linda.

A respiração falhou. O suor surgiu nas palmas das mãos. Não sabia o que sentir. Fascínio. Surpresa. Excitação. Confusão.

Juliana sorriu, sonolenta, ainda entre o sonho e o corpo.

— Mário…?

Ele não respondeu.

Ficaram ali. O silêncio entre eles carregado. A tensão a crescer.

E ele, sem pensar, deu um passo em frente.

(continua...)

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