Era o primeiro dia da viagem a Bali. Christian e Fran tinham planejado aquilo por meses — ele, brasileiro, expansivo, um mar de emoções; ela, tailandesa, reservada, a serenidade em pessoa. Os contrastes entre eles sempre os atraíram, mas, no fundo de Christian, pulsava uma fantasia antiga, algo não dito, não vivido… ainda.
Fran era o centro do universo dele. Pequena, com olhos profundos e uma sensualidade discreta. Mesmo após anos de casamento, ele ainda sentia um arrepio ao vê-la sair do banho enrolada na toalha, o cabelo molhado pingando, o cheiro suave do sabonete misturado ao da sua pele morena-clara.
Chegaram ao resort no final da tarde, com o sol transformando os coqueiros em ouro. O clima era quente, úmido, um convite ao pecado. O quarto era enorme, com uma varanda e uma cama king-size cercada por véus brancos. Mas o que realmente capturou a atenção de Christian foi o casal à beira da piscina: um homem alto, de olhos escuros e corpo esculpido na academia, lendo um livro com a capa virada para baixo.
Christian notou o olhar curioso de Fran ao passar por ele. Foi um instante, quase imperceptível, mas não o suficiente para escapar ao radar de um marido atento — especialmente um que, por dentro, rezava para que esse tipo de coisa pudesse acontecer.
No jantar do hotel, o destino os colocou na mesma mesa coletiva que o homem da piscina. Seu nome era Ethan, canadense, viajando sozinho. Fran sorriu com polidez e ele devolveu com um charme contido. Por dentro, Christian se deleitava com o contraste: sua esposa de traços orientais e beleza serena diante da presença masculina e segura de Ethan.
O vinho começou a soltar as palavras e a inibição. Christian, fingindo desinteresse, observava a conversa fluir entre os dois. A risada de Fran estava mais solta do que de costume. O olhar de Ethan era direto, mas nunca desrespeitoso.
No final do jantar, Christian fez questão de convidar Ethan para a última taça da noite, no quarto deles. “A vista é melhor de lá”, ele disse. Fran o olhou, surpresa, mas não questionou. Obedeceu, como sempre fazia, mesmo sem entender a intenção por trás de tudo. Christian já começava a semear o terreno.
Nos dias que se seguiram, os três passaram a fazer tudo juntos: café da manhã, passeios de barco, massagens. Christian era o maestro, orquestrando as situações. Fran e Ethan eram colocados lado a lado, dividindo o banco do barco, as esteiras no spa, a sombra do guarda-sol. Pequenos toques aconteciam: os joelhos que se roçavam, os dedos que pegavam o mesmo copo, os olhares que se cruzavam por um tempo demais.
Christian via tudo. Sentia um fogo queimar por dentro, mas mantinha a máscara: sorria, incentivava. Numa tarde quente, inventou que precisava resolver algo na recepção e deixou os dois sozinhos no quarto, com uma garrafa de vinho. Quando voltou de propósito mais cedo, os pegou se afastando no sofá. O silêncio era pesado, o desejo entre eles tão visível que o ar parecia vibrar.
“Interrompi alguma coisa?”, ele brincou. Fran apenas sorriu, sem graça. Ethan pigarreou. “Não, estávamos só… conversando.”
Christian fingiu que acreditava.
Na última noite, Christian anunciou: “Hoje é dia de celebrar”. Pediu champanhe, frutas, colocou uma música baixa. Ethan foi convidado novamente para o quarto. Fran usava um vestido leve, branco, de alças finas. Os mamilos quase marcavam o tecido. Ethan não escondia mais o olhar. Christian percebeu e se deleitou.
“Vou tomar um banho”, disse Christian, deixando os dois sentados na cama, com o vinho. A porta do banheiro se fechou.
O silêncio engoliu o som do ar-condicionado.
As respirações.
“Você está linda esta noite”, sussurrou Ethan, a voz baixa. Fran mordeu o lábio, hesitando. Ele se aproximou devagar. O joelho dele tocou o dela. Os dedos buscaram a pele do braço. Ela não se afastou.
Quando os lábios estavam quase se encontrando, a porta do banheiro se abriu. Christian saiu, enrolado na toalha, fingindo distração. Os dois se afastaram rápido, o rosto de Fran vermelho como nunca.
Mais tarde, Christian sugeriu que todos dormissem no mesmo quarto. “É nossa última noite. A cama é grande o bastante.” Ethan hesitou. Fran o olhou, surpresa, mas não protestou.
Meia hora depois, os três estavam deitados, com as luzes apagadas. Christian ao lado de Fran, Ethan do outro lado. Os corpos quentes, a tensão insuportável.
Christian virou-se, fingindo que dormia. Sentiu quando Fran se moveu. Quando a respiração de Ethan mudou.
E então, finalmente, ouviu os lábios se encontrarem. Suave no começo. Depois mais urgente. Mãos se explorando, roupas deslizando. O som úmido de bocas, gemidos abafados. Fran sussurrando algo em tailandês que ele só ouvia quando ela estava à beira do prazer.
Christian não se mexeu. Apenas sentiu. O peito em chamas. A respiração presa. E um sorriso satisfeito brotando em seus lábios. Era sua fantasia. Agora, era realidade.
Christian continuava deitado, imóvel, a respiração calma, fingindo sono. Mas por dentro, cada sentido estava desperto. A tensão no quarto era densa, como se o ar estivesse carregado de eletricidade. Ele sentia o colchão se mover sutilmente, o som da respiração ofegante de Fran, o timbre contido de Ethan mais próximo do que nunca.
— Você tem certeza…? — Ethan sussurrou, quase inaudível.
— Shh… — foi tudo o que Fran respondeu.
Ela se moveu por cima de Ethan, as pernas deslizando sobre o lençol. Christian entreabriu os olhos o suficiente para ver. Viu sua esposa ajoelhada, entre as pernas dele, o vestido subido até a cintura, a calcinha ainda por baixo, mas molhada, marcando o contorno de lábios inchados e úmidos.
Ela olhava para o membro ereto de Ethan como se fosse algo proibido que finalmente podia provar. Fran passou a ponta dos dedos ao longo da base, com uma lentidão quase cruel. Era maior que o de Christian, espesso, pesado, com a glande inchada, já brilhando com a antecipação.
Christian mal respirava.
Então, Fran se abaixou.
Lenta. Delicada. Primeiro, um beijo na ponta. Depois, a língua, circulando com carinho, saboreando. Seus olhos semicerrados, como se quisesse decorar cada detalhe. O lábio inferior envolveu a cabeça do membro de Ethan. E ela começou a chupá-lo de verdade.
Christian nunca tinha visto aquela expressão no rosto dela. De prazer. De entrega. De fome.
Ela o engolia devagar, depois com mais firmeza, a mão envolvendo a base enquanto a outra descansava na coxa de Ethan. Os sons molhados enchiam o quarto: slurp… shhhlick… mmmff.
Ethan gemeu baixo, com a cabeça inclinada para trás. Seus dedos acariciaram os cabelos de Fran, guiando-a sem pressa. Ela parecia gostar daquilo - da sensação de ter controle, e ao mesmo tempo, se submeter ao prazer que causava.
Christian não resistiu. Abaixou a cueca e começou a se tocar enquanto observava: a mulher dele chupando outro homem com uma entrega que ele nunca tinha visto. A excitação era quase insuportável.
Fran acelerou o ritmo. A garganta relaxava para receber mais. Gemia baixo enquanto o fazia, os olhos fechados, concentrada. Ethan agora tremia sob ela. Ia gozar. Mas antes disso, Fran parou, lambeu a ponta, subiu pelo abdômen dele até o rosto.
Christian não conseguia mais resistir: virou-se um pouco, o suficiente para ser visto. Fran o viu. Por um instante, seus olhos se encontraram. E Christian, em silêncio, apenas assentiu.
Era o “sim” que ela sempre quis. O “sim” que ele sempre desejou dar.
Ethan a penetrou com força controlada. O som da carne encontrando carne encheu o quarto. Fran mordeu o lábio, apertou os lençóis, depois passou os braços pelas costas dele, puxando-o para mais perto.
E ali, naquele segundo suspenso, veio tudo de uma vez.
Dor e desejo. Inveja e orgulho.
Ela era minha mulher — e ainda assim, não era só minha.
Eu a vi se abrir de um jeito que nunca tinha visto. Vi prazer onde antes só havia pudor.
Parte de mim queria pará-los. Gritar. Reverter tudo.
Mas outra parte… maior, mais crua, mais verdadeira… queria que ela fosse mais fundo.
Queria que ela fosse até o fim.
Porque ali, no corpo de outro, ela era mais minha do que nunca.
Porque era livre. E escolhia ainda assim olhar pra mim.
Os quadris de Fran se moviam agora com mais urgência. Seus gemidos estavam livres, entregues. Ethan gemia contra o pescoço dela, os corpos colidindo com força e precisão. Christian se sentou na beirada da cama, observando. Tocava-se agora, livremente, acompanhando cada movimento, cada arrepio. A expressão de Fran era de êxtase absoluto. Os gemidos de Ethan, baixos e roucos. A pele deles se encontrando num ritmo feroz e, ao mesmo tempo, sensual.
— Isso… assim… — ela sussurrava, entre um gemido e outro. — Mais…
Ethan acelerava. Fran gemia mais alto. O corpo dela tremia. Christian sabia que ela ia gozar. Podia sentir. E naquele instante, ele sorriu.
Fran gritou. Não de dor. Não de medo. Mas de prazer absoluto. O orgasmo a atravessou como uma onda. Seu corpo se contraiu sob Ethan, depois amoleceu, entregue. Ethan ainda se movia dentro dela, mas com mais calma agora. Beijava seu pescoço, e Christian já não entendia os sussurros baixinhos em inglês e tailandês se misturando como uma sinfonia do prazer — e nem precisava.
Não havia mais dúvida. Só glória.
Finalmente, Ethan gozou dentro dela, num gemido contido, enterrando-se fundo, segurando os quadris de Fran com força.
Christian, por sua vez, gozou junto. Em silêncio. Observando. Sentindo. Sabendo que tinha chegado onde sempre quis: no momento em que sua fantasia e a realidade se tornaram uma só.