A noite caiu como um véu sobre a cidade, mas no quarto de Vander, o tempo parecia suspenso. As luzes baixas desenhavam sombras nos contornos dos móveis, e o silêncio era quebrado apenas pelo som da respiração — lenta, carregada de expectativa.
Lucca estava ali, de pé, sem defesas. A camisa aberta, os olhos fixos em Vander como quem espera ser lido, não apenas tocado. Ele não precisava de vestidos, nem de disfarces. Bastava estar ali, diante daquele homem que o via por inteiro.
Vander se aproximou. Alto, firme, com a presença de quem sabe o que quer. Mas havia algo mais: um cuidado silencioso, uma reverência disfarçada de desejo.
Pensamento de Vander: “Ele se entrega como quem confia. E isso me desarma. Não é só o corpo dele que me chama — é o silêncio, o olhar, a forma como ele se curva sem perder a dignidade. Eu quero possuí-lo, mas também protegê-lo. Quero que ele saiba que aqui, entre nós, não há vergonha.”
As mãos de Vander pousaram nos ombros de Lucca, deslizando devagar, como quem mapeia um território sagrado. Lucca fechou os olhos. Sentia cada toque como uma confissão.
Pensamento de Lucca: “Quando ele me toca, não sou homem, não sou mulher. Sou pele, sou desejo. Sou alguém que quer ser invadido não por força, mas por presença. Ele entra em mim com os olhos antes de qualquer outra coisa.”
Vander guiou Lucca até a cama, sem pressa. O corpo dele era maior, mais forte, mas o gesto era delicado. Ele queria que Lucca sentisse — não só o peso, mas o cuidado. A dominação vinha com afeto, com intenção.
Pensamento de Vander: “Ser ativo não é só conduzir. É escutar com o corpo. É saber quando acelerar, quando parar. É perceber o arrepio, o suspiro, o medo escondido atrás do prazer. E eu escuto Lucca. Ele fala comigo sem palavras.”
Lucca se deitou, os olhos fixos no teto, mas a mente mergulhada em sensações. Cada toque, cada movimento, era uma afirmação: ele era desejado. Não por luxo, não por aparência — mas por quem ele era ali, nu de alma.
Pensamento de Lucca: “O prazer me atravessa como uma onda quente. Não há dor, só expansão. Ele me toma como quem ocupa um espaço que já era dele. E eu deixo. Porque quando ele me domina, eu também o domino — com minha entrega.”
O quarto se encheu de calor. Os corpos se moviam em sincronia, como se dançassem uma música que só eles ouviam. Vander murmurava palavras entre os dentes — ora doces, ora intensas — e Lucca respondia com gemidos que eram quase confissões.
Pensamento de Vander: “Ele é meu. Não porque eu o comprei, não porque ele se ofereceu. Mas porque ele escolheu se abrir. E isso é mais poderoso do que qualquer conquista. Eu o penetro, mas é ele quem me atravessa.”
No ápice, quando o suor misturou-se ao êxtase, Lucca se deitou sobre o peito de Vander, sentindo o coração dele bater como um tambor de guerra e ternura.
Pensamento de Lucca: “Aqui, entre quatro paredes, sou tudo o que quero ser. E ele me vê. Me escuta. Me deseja. Não há culpa. Só liberdade.”