Parte 1.
Luiz saiu da sala sem conseguir olhar para ninguém. Não porque alguém ali soubesse o que tinha acontecido — era porque ela mesma sabia. Andava rápido, mas sentia as pernas ainda trêmulas. A boca úmida, o gosto ainda presente, quase adocicado, salgado, quente… O gosto dele.
Assim que entrou no banheiro, trancou a porta e se olhou no espelho.
— Eu fiz isso... — murmurou, quase sem som.
Sua respiração ainda vinha mais curta que o normal, o peito subia e descia como se estivesse voltando de uma corrida — ou de um orgasmo.
Limpou os lábios, mas demorou demais no gesto. Seus dedos lembraram o formato, a textura. A imagem de Roberto segurando sua cabeça com firmeza voltou como um choque, e o calor entre as pernas subiu.
Sentiu vontade de tocar-se ali mesmo. De abrir a calça social e deslizar os dedos por dentro da calcinha encharcada. Mas conteve-se. O que a excitava não era só o ato em si — era o fato de ter sido usada. De ter sido chamada de "boa menina", de ter ouvido elogios sussurrados como se fosse uma amante secreta. E, de certa forma, era.
"Ele sabe o que eu sou... ou o que eu estou virando?"
Saiu do banheiro com o passo mais lento, sentindo-se vulnerável — mas viva. Passou pelas mesas evitando encarar os colegas. Sentia como se estivessem todos olhando para ela, como se soubessem.
Sentou-se em sua cadeira de trabalho e respirou fundo. Os seios estavam sensíveis. A mente confusa. E o celular... vibrando.
Era uma mensagem de Aline.
"Depois quero saber tudo. E não me vem com resumo seco. Quero detalhes. Sabor, cheiro, se ajoelhou, se gemeu... Tô te esperando. Beijo, sua safada."
Luiza fechou os olhos, sentiu o rosto esquentar... e mordeu o lábio e respondeu.
"Amiga… ainda tô com gosto de porra na boca.
Senti ele segurar minha nuca na hora…
Engoli tudo. Tô de barriga cheia.
Te conto no almoço. 😏💦"
Parte 2.
O restaurante era o de sempre: discreto, com mesas nos fundos mais afastadas do burburinho. Aline já a esperava num canto, com o mesmo risinho malicioso de sempre.
Luiz se serviu com pressa no buffet, escolhendo praticamente só folhas, tomate e um pedacinho de frango grelhado. Voltou equilibrando o prato leve e uma água com gás. Assim que sentou à frente de Aline, fez uma careta e empurrou a salada com o garfo.
— Olha isso — murmurou, revirando os olhos. — Isso não é um prato. É castigo.
Aline deu uma risadinha, inclinando-se para frente com olhos famintos.
— E eu achando que o castigo tinha sido outro. Anda… começa. Desde o momento que ajoelhou.
Luiz baixou os olhos, quase rindo, e sussurrou com um arzinho debochado:
— Tô com gosto de porra na boca ainda.
Aline arfou baixinho, como se tivesse levado um tapa gostoso, e apoiou as mãos na mesa, ansiosa.
— Meu Deus. Vai, me conta tudo.
Luiza lançou um olhar rápido ao redor, depois se inclinou um pouco sobre a mesa. A voz saiu baixa, quase num sussurro, mas carregada de uma excitação contida:
— "Me ajoelhei na frente dele, feito uma cadelinha. Fui eu quem abriu a calça dele, com a mão meio boba, tremendo. E, ai… já tava duro. Grosso. Peguei devagar, mas a mão nem fechava toda. Quando botei na boca…"
Fechou os olhos um segundo, como se ainda sentisse.
— … ele segurou minha nuca. E foi. Me usou inteira. Enfiava até o fundo, gemendo baixo. E eu só queria mais. Quando ele gozou… foi tanto que me engasguei um pouco.
Aline soltou um suspiro arrastado.
— Caralho… e você engoliu mesmo tudo?
Luiza deu um riso abafado e assentiu, exibindo o prato quase intocado.
— Por isso tô com esse prato de passarinho. Já tô de barriga cheia. E o gosto... ainda tá aqui. — passou a língua discretamente pelos lábios.
As duas ficaram em silêncio por um instante, trocando aquele tipo de sorriso que só cúmplices de putaria sabem dar.
Parte 3 .
Luiz estava em sua mesa de trabalho. As estações ao redor, separadas, garantiam certa privacidade, mesmo em um ambiente corporativo. O som dos teclados e das impressoras criava um pano de fundo contínuo, quase hipnótico, mas a cabeça de Luiz estava longe dali. Ainda pensava na manhã, no gosto de Roberto, no arrepio que sentiu ao se ajoelhar para ele — e no que poderia vir mais tarde.
Foi então que percebeu uma presença ao lado. Levantou os olhos e lá estava ele — Roberto. Surgiu sem aviso, vestindo aquela camisa de manga dobrada que deixava à mostra os antebraços firmes e o relógio de pulso caro. Parecia ter vindo só para aquilo.
Sem se abaixar muito, inclinou-se levemente sobre a mesa de Luiz e falou num tom controlado, como se estivesse apenas dando uma instrução banal:
— Diz pra Luiza que quero vê-la hoje… às 18 horas. No apartamento.
Luiz sentiu o calor subir no peito. Olhou discretamente para os lados. Ninguém por perto. Ainda assim, respondeu no mesmo tom baixo:
— Luiza vai estar pronta… às 18, sim.
Roberto sorriu de canto, aquele sorriso que carregava autoridade e desejo. Antes de sair, deu um passo a mais, aproximando-se quase como quem vai contar um segredo:
— Que ela me espere… com uma roupa bonita. Bem bonita. Do tipo que se tira devagar.
Foi como se o ar fugisse por um instante. Luiz soltou um suspiro contido, as coxas apertando uma contra a outra de forma instintiva. Roberto já se afastava, como se nada tivesse acontecido.
Luiz permaneceu alguns instantes parado após Roberto se afastar, ainda desconcertado com o que ouviu. Respirou fundo, tentando disfarçar o efeito que aquelas palavras tiveram sobre ele.
Minutos depois, Luiz se levantou e foi até a sala de Aline. Ela estava ao telefone, envolvida em uma ligação demorada. Parou à porta, esperou um breve instante e disse com suavidade:
— Vou sair um pouco mais cedo hoje, tá?
Ela ergueu os olhos, já parecendo saber o motivo. Apenas assentiu com a cabeça, fez um gesto com a mão indicando que depois mandaria mensagem, e voltou à ligação.
Luiz saiu discretamente do prédio, o sol já começava a descer no horizonte. Chamou um Uber e aguardou alguns minutos na calçada. Quando o carro chegou, entrou em silêncio, sentando-se no banco de trás com o coração acelerado. Durante o trajeto, olhava pela janela, os pensamentos embaralhados entre o nervosismo e uma expectativa doce — era como se cada metro rodado o aproximasse não só de Roberto, mas de algo que ainda não sabia nomear.
Ao chegar ao seu prédio, agradeceu ao motorista e subiu com passos apressados.
Parte 4.
Luiza entrou em seu apartamento e, ao fechar a porta atrás de si, respirou fundo. O silêncio do lugar contrastava com a agitação que sentia por dentro. Tirou os sapatos com um leve suspiro e caminhou lentamente até o banheiro, como se cada passo fosse parte de um ritual já ensaiado.
No espelho, olhou para si. Os cabelos soltos, na altura dos ombros, estavam levemente ondulados pela umidade do dia. Seus olhos pareciam mais vivos.
— “Você sabe muito bem o que ele vai querer quando te ver...” — murmurou baixinho, com um sorriso que se desenhou sozinho nos lábios.
Luiza entrou no banheiro e ligou o chuveiro, deixando a água quente preencher o ambiente com vapor. Tirou a roupa lentamente, sentindo o calor envolver seu corpo nu. Começou o banho com calma, ensaboando a pele com um sabonete perfumado de baunilha e âmbar. A espuma escorria pelas coxas, pelos seios, pelos ombros, enquanto ela massageava cada parte como quem se prepara para ser tocada.
Fez a chuca com cuidado, concentrada em se sentir limpa, leve e totalmente pronta. Quando terminou, enxaguou-se devagar, aproveitando cada segundo da água quente, sentindo o corpo mais sensível e preparado para o que viria.
— “Ele vai me virar de todos os lados...” — sussurrou com um riso baixo, quase envergonhado.
Ao sair do banho, secou-se devagar com uma toalha macia. O corpo quente parecia pedir por toques, e ela mesma não se negou alguns instantes a mais sobre os próprios seios, como um lembrete do que viria.
No quarto, acendeu uma luminária âmbar e colocou uma música instrumental suave, criando uma atmosfera envolvente. Escolheu sua lingerie com calma, sem pressa. Pegou a calcinha string preta, de renda fina e tiras laterais que moldavam suas curvas com perfeição. Em seguida, prendeu as meias 7/8 com a cinta-liga preta, ajustando os ganchos com destreza. Vestiu o sutiã rendado combinando, que moldava seus seios com delicadeza e volume.
— “Isso vai acabar no chão, mas tudo bem…” — comentou para si mesma, olhando o conjunto no espelho.
Sentou-se à penteadeira e começou a maquiagem, lembrando de cada tutorial que havia assistido, das noites em que treinou sozinha, errando, refazendo, até conseguir aquele resultado perfeito no espelho. Foram dias de prática, paciência e desejo — tudo para aquele momento.
A base leve dava à pele um aspecto acetinado. Delineou os olhos com um traço firme e sedutor, exatamente como havia aprendido, e realçou os cílios com máscara escura. Um toque suave de blush nas maçãs do rosto trouxe vida ao semblante. Por fim, o batom vermelho fechado, passado com calma e precisão, selava a imagem de uma mulher decidida — e pronta.
Nos cabelos, fez um meio-preso feminino com grampos delicados dourados. Algumas mechas soltas emolduravam o rosto, dando um ar natural, mas proposital.
Antes de se vestir por completo, aplicou o perfume: um borrifo atrás das orelhas, outro entre os seios — ainda pequenos, mas agora sensíveis a qualquer toque —, e mais um nas dobras das coxas.
Por fim, abriu o guarda-roupa. Escolheu uma saia lápis preta de couro ecológico, justa, que abraçava o quadril com perfeição e deixava cada movimento mais provocante. Por cima, uma blusa de seda preta com botões frontais, levemente aberta no decote, revelando o sutiã rendado da mesma cor — escolhido justamente para ser visto.
Calçou um par de saltos altos pretos, finos, com tiras que subiam delicadamente pelos tornozelos. Ao se olhar no espelho, Luiza sabia: estava vestida para ser desejada. E possuída.
Já pronta, voltou ao espelho. Ajustou a gola da blusa e soltou o ar, encarando seu próprio reflexo.
O relógio marcava quase a hora. Luiza, ainda absorta diante do espelho, sentiu o interfone tocar. Seu coração disparou, e por um instante, a respiração ficou presa no peito.
Com um suspiro contido, ela se aproximou do aparelho e atendeu, a voz suave e feminina:
— Pode subir.
Um leve tremor percorreu seu corpo enquanto desligava o interfone. Ansiosa, caminhou até a porta, os dedos tocando a maçaneta com delicadeza, quase hesitando.
O silêncio da espera parecia interminável, mas ela sabia: Roberto estava a caminho, e era só questão de segundos.
Luiza fechou os olhos por um momento, buscando coragem para o que estava por vir. Então, abriu a porta para recebê-lo.
Era a hora.
[ CONTINUA....]
Obrigada pelos comentários. Bjsss 💋 💋 💋