A Vaca e a Fera ☆ Capítulo 10

Da série A Vaca e a Fera
Um conto erótico de Tiago Silva
Categoria: Homossexual
Contém 1626 palavras
Data: 06/08/2025 07:23:37
Assuntos: Fantasia, Gay, Homossexual

A fome era uma besta dentro de mim, uma criatura muito mais selvagem e primitiva que o meu carcereiro. Roía minhas entranhas com dentes invisíveis, transformando o vazio do meu estômago em um vácuo doloroso que ecoava por todo o meu corpo volumoso.

Eu estava cativo neste castelo de opulência sombria há horas, e o orgulho que me impedia de suplicar por sustento já se desfazia em farrapos. No auge do desespero, com as lágrimas de humilhação começando a arder em meus olhos, eu estava prestes a me arrastar até a porta e implorar ao monstro por qualquer migalha.

Foi nesse exato momento, quando minha dignidade estava a um fio de se romper, que um clique metálico e suave quebrou a quietude. A pesada porta de carvalho se abriu, não com a violência que eu esperava, mas com uma graça silenciosa, revelando não a face do tirano, mas uma promessa flutuante de salvação.

Diante de mim, pairando no ar com uma elegância sobrenatural, estava Pâmela, uma panela de prata polida que sustentava uma bandeja. Ao seu lado, como dois falcões leais, flutuavam Fábio e Fabrício, duas facas de trinchar, seus filhos gêmeos de aço e ajudantes cujas lâminas brilhavam sob a luz dos candelabros.

A panela mágica se abaixou graciosamente em minha direção. “O senhor está servido”, disse ela, com uma voz que parecia um canto de ninar.

Peguei a bandeja que repousava em sua superfície, contendo um prato de porcelana transbordando com um macarrão ao sugo perfeitamente cozido, coroado por almôndegas robustas e fumegantes. Ao lado, um prato menor com uma fatia de torta de morango, tão vermelha e vibrante que parecia uma joia comestível, prometia um paraíso de doçura que fez minha boca se encher de água.

“Isto é... divino!”, consegui balbuciar entre garfadas vorazes, a massa macia e o molho rico explodindo em meu paladar como uma sinfonia há muito esquecida.

Eu devorava a comida com um fervor que beirava o desespero, cada almôndega um pedaço de céu, cada fio de macarrão um elo com a vida que pensei ter perdido. Quando o prato estava limpo, ataquei a torta com a mesma paixão, e a combinação do creme aveludado com o azedinho do morango me levou às lágrimas de puro alívio.

“Agradeço, Pâmela. Foi a melhor refeição da minha vida!”

A panela flutuante se inclinou ligeiramente, um gesto de modéstia. “O que o senhor gostaria para o desjejum de amanhã?”

Pego de surpresa pela gentileza, pensei por um instante. “Panquecas”, decidi. “Panquecas fofas com calda de caramelo salgado.”

Um pensamento astuto então cruzou minha mente. “Por curiosidade, onde fica a cozinha? Gostaria de um dia poder vê-los cozinhar.”

A cozinheira hesitou, as facas gêmeas vibrando no ar. “A cozinha fica nos domínios do Mestre, senhor. Um lugar ao qual os prisioneiros não têm acesso.”

Na calada da noite, a lembrança daquela torta de morango me assaltou como um fantasma guloso. O sabor ainda dançava em minha língua, uma promessa de felicidade que meu corpo, tão acostumado à privação, não conseguia esquecer. Um desejo febril tomou conta de mim, um impulso irresistível de provar mais um pedaço daquele paraíso.

Calcei minhas pantufas de feltro, que mal abafavam o peso dos meus passos no chão de mármore, e me movi pelo castelo como uma sombra disforme e ofegante. Guiado pela memória do caminho que Pâmela fizera, encontrei a grande porta arqueada da cozinha.

Lá dentro, o silêncio era denso, quebrado apenas pelo gotejar de uma torneira distante. Na bancada imensa, sob a luz pálida da lua que entrava por uma janela alta, estava o restante da torta. Com os dedos trêmulos, peguei um pedaço generoso. Não resisti e, antes de levá-lo à boca, arranquei o morango solitário do topo e o comi. A doçura explodiu, intensa e proibida, um pecado delicioso na escuridão.

No instante em que meus lábios tocaram o creme da torta, uma sombra se materializou no canto do meu olho, uma presença tão avassaladora que congelou o sangue em minhas veias. Era uma armadilha. A besta estava ali, emoldurada pela porta, não como o monstro desgrenhado das lendas, mas como uma figura de elegância aterradora, vestida em um roupão de veludo escuro.

Seus olhos brilhavam com uma inteligência fria e divertida. “Ora, ora”, sua voz ressoou, um barítono profundo e aveludado que acariciava e ameaçava ao mesmo tempo. “Vejo que temos um ratinho gordo em minha cozinha!”

Fiquei paralisado, a torta esquecida em minha mão. A criatura se aproximou lentamente, cada passo um som abafado e predatório. “Acho que terei de lhe ensinar uma lição sobre propriedade, meu caro Tiago. Uma lição que você não esquecerá!”

Com uma rapidez chocante, o tirano me agarrou e me virou, pressionando meu corpo pesado e trêmulo contra a fria bancada de mármore.

O som do tecido se rasgando foi violento e definitivo, um grito agudo no silêncio da cozinha. Com um único puxão, o monstro rasgou minha calça de lã e minha cueca de algodão, expondo minha nudez ao ar frio da madrugada e ao seu olhar inquisidor. Senti uma onda de calor subir pelo meu pescoço, uma humilhação tão profunda que me deixou sem ar.

“Mas o que temos aqui…”, ele murmurou, a voz agora um sussurro rouco perto do meu ouvido.

Senti seus dedos, surpreendentemente delicados apesar das garras que eu sabia que possuíam, traçando o contorno das minhas nádegas fartas. “Tanta maciez, tanta fartura… um verdadeiro banquete para os olhos, escondido sob trapos tão grosseiros.”

Com uma autoridade que não admitia resistência, meu carcereiro usou ambas as mãos para afastar minhas nádegas, expondo o centro mais íntimo da minha vergonha. “E aqui…“, ele continuou, seu hálito quente em minha pele, “…o pequeno orifício. Tão rosado e convidativo.”

O pânico e a excitação travavam uma guerra dentro de mim enquanto eu sentia algo frio e úmido tocar minha pele exposta. A besta havia pegado um dos morangos da torta e agora o deslizava lentamente ao redor do meu anel sensível, o suco doce da fruta como um prelúdio bizarro para o que estava por vir.

E então, o impensável aconteceu. Senti o toque de sua língua. Era larga, incrivelmente macia e quente, movendo-se com uma perícia chocante, lambendo o suco do morango e a minha própria pele. Não era áspera como eu imaginaria a língua de um leão; era lisa e ágil, explorando cada milímetro com uma curiosidade devassa.

Um gemido baixo e involuntário escapou da minha garganta, um som de puro choque e prazer proibido. “Ah…”

O monstro soltou uma risada baixa e gutural. “Gostou, meu putinho? É apenas o aperitivo!”

E para selar sua profanação, ele cuspiu uma pequena quantidade de saliva quente diretamente sobre minha entrada, um selo úmido de posse que me fez tremer da cabeça aos pés.

“Agora, vamos aprofundar esta lição…”, sussurrou o monstro, seu tom uma mistura de comando e sedução.

Ele apanhou outro morango e, com uma pressão firme e deliberada, enfiou a fruta inteira em meu cuzinho já úmido e sensibilizado. A sensação de ser preenchido, mesmo que por algo tão pequeno, foi um choque elétrico.

A besta então retirou o morango do meu interior e o segurou na minha frente. “Prove!”, ordenou. “Prove a fruta que já conhece seu segredo mais íntimo!”

Trêmulo, obedeci, o sabor do morango agora misturado ao gosto da minha própria humilhação. Antes que eu pudesse processar a estranheza do ato, senti sua língua novamente, mas desta vez ela não só lambia. A ponta pressionou, testou e então, com uma força gentil, mas inegável, penetrou em meu buraco. O tirano fodia meu cu com a língua, um ritmo lento e profundo, explorando-me de uma forma que eu jamais poderia ter concebido, a intimidade crua do ato desfazendo cada barreira que restava em mim.

Meus gemidos já não eram contidos; eram sons abertos e entregues, ecoando pela vasta cozinha enquanto meu corpo se contorcia contra a bancada. Eu estava perdido em um turbilhão de sensações que desafiavam a lógica, uma mistura de medo, vergonha e um prazer avassalador que me incendiava por dentro.

O monstro intensificou o ritmo, sua língua movendo-se com uma velocidade e precisão que me levaram ao limite. “Isso… gema para mim, Tiago!”, ele rosnou contra minha pele.

De repente, ele retirou a língua e eu senti um jato de saliva quente seguido por um sopro de ar frio, um contraste chocante que foi a gota d'água. Meu corpo inteiro se contraiu violentamente e eu gozei, um espasmo longo e profundo que me deixou fraco e ofegante, derramando minha semente no chão frio.

Enquanto eu tremia, exausto, a criatura se inclinou e sussurrou em meu ouvido, sua voz um decreto final e irrevogável: “Esse cu delicioso é meu!”

Após o que pareceu uma eternidade, meu carcereiro me soltou e desapareceu na escuridão, tão subitamente quanto havia surgido, deixando-me trêmulo e sujo na cozinha silenciosa. Meu cérebro lutava para processar o que acabara de acontecer, enquanto a realidade do ato colidia com a minha incredulidade. Meu corpo doía, mas de uma forma estranhamente satisfatória.

Com a dignidade em frangalhos, juntei os farrapos da minha roupa e voltei para o meu quarto, cada passo um eco da violação e da estranha epifania que se abatera sobre mim. Parei diante do grande armário de carvalho. “Armando”, chamei em voz baixa, e a madeira rangeu em reconhecimento. “Preciso de… uma cueca e uma calça de dormir, por favor.”

Uma gaveta se abriu suavemente, oferecendo as peças limpas e dobradas. Vesti-me mecanicamente e me deitei, mas o sono era um país distante. Meus olhos permaneceram abertos na escuridão, minha mente revivendo incessantemente o toque, o sabor e a declaração final da Fera: a terrível e inegável verdade de que algo dentro de mim se partira para renascer como propriedade sua.

Continua…

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