Eu gostaria muito de dizer que foram quinze dias tranquilos e que eu não tive problemas em lidar com a minhas decisões e recomendações do meus médicos, mas não ocorreu assim tão facilmente.
Lá para o quarto dia eu juro que comecei a pensar: "puta que pariu, esses filhos da puta realmente vão me deixar descansar", enquanto me pegava olhando o celular por reflexo, tentando ouvir barulhos de notificação que não vinham.
Recostei no sofá, sem paciência e Juh veio distraída no celular e se acomodou no meu colo.
— Amor, vamos fazer isso no seu cabelo? — Ela me perguntou, mostrando um vídeo do Instagram.
Era uma mulher deixando o cabelo no tom moreno iluminado.
Ri esperando que fosse uma brincadeira, porém Juh parecia realmente interessada em executar àquilo.
— Amor, eu acho melhor não... Assim não tá leal? — Perguntei.
— Você é linda, mas eu acho que vai combinar MUITO — Ela disse, animada.
— Gatinha... Melhor ir em um salão quando isso tudo acabar, então — Tentei falar, com carinho.
— Milena ia adorar fazer isso — Juh comentou.
— Aí meu cabelo cai todo e eu fico como? — Perguntei.
— Linda do mesmo jeito... Por favoooooor, deixa eu comprar tudinho e tentar... — Juh implorou, enchendo meu rosto de beijos.
Eu não estava muito animada com a ideia, não. Minha muié é pedagoga e não cabeleireira. A última vez que ela inventou de mexer no próprio cabelo não deu muito certo, contudo eu estava ficando entediada e não consigo negar nada quando ela pede desse jeitinho específico.
— Tá boooom... — Concordei, fingindo impaciência.
— Ebaaaaaaa! — Ela exclamou, comemorando.
— Se meu cabelo cair, você vai se ver comigo — Decretei.
Mas Júlia nem ligou, já estava pesquisando os produtos que precisaria para fazer a mudança de visual.
Uma coisa era certeza, se ocorresse um milagre e desse certo... Ia combinar muito!
Na manhã seguinte, lá estava eu sentada numa cadeira de plástico que Juh arrastou pro meio do banheiro, com uma toalha nas costas pra não sujar a blusa e com uma sensação estranha de que estava prestes a tomar uma decisão capilar das mais arriscadas da minha vida.
— Amor, vamos esquecer isso... Pedi, olhando o meu reflexo no espelho.
— Relaxa, eu vi um monte de vídeos no YouTube — Ela me disse.
— Ah... Isso é muito reconfortante... — Ironizei e ela riu.
— Vai dar certo! — Juh falou, convicta.
Kaique, era pura empolgação. Estava sentado na bancada da pia com os pezinhos balançando, segurando os potinhos e os pincéis como se fosse assistente de salão de beleza de verdade.
— Esse é o pó, né? Esse é o que muda tudo? — Ele perguntou, enquanto tentava ler o rótulo.
— Isso aí, filho. Mas não pode encostar, viu? — Juh avisou, concentrada, já separando algumas mechas do meu cabelo com um grampo na boca e um pente na mão.
— Gente, vocês lembraram de testar na mecha de trás antes? — Veio a voz de Milena pelo facetime, apoiado na prateleira do espelho.
— Sim, a gente fez ontem de madrugada. Ficou ótimo, não foi, amor? — Juh perguntou, rindo.
— Ficou ótimo... Uma mecha loiro palha bem discreta — Respondi com ironia, enquanto Milena gargalhava do outro lado da tela.
Juh puxou uma mecha do lado esquerdo da minha cabeça e começou a aplicar o produto com todo o cuidado do mundo. A língua presa entre os dentes mostrava o nível de concentração.
— Vai ficar tudoooo — Falou Mih.
— Se cair tudo eu vou ficar com uma cabeça de ovo... Pra que eu fui topar isso, meu Deus?! — Eu me perguntei em voz alta, e o meu sofrimento os fazia rir.
Apesar da incerteza de como ficaria o meu cabelo ou se eu ainda o teria preso em minha cabeça, estava um clima divertido. Eu estava precisando fazer algo diferente para animar, talvez se fosse eu mexendo no cabelo de outra pessoa fosse mais engraçado, mas a gente não pode ter tudo na vida.
Juh dividiu meu cabelo em partes e prendeu com elásticos. Mecha por mecha, ela ia aplicando a mistura de pó descolorante com água oxigenada, começando pelas pontas e subindo até o meio do comprimento, sempre esfumando com o pincel, segundo ela e Milena, para não deixar marcação. Em seguida, envolveu as mechas no papel alumínio e deixou agir por aproximadamente alguns minutos.
— Mãe, a senhora tá parecendo um alien — Kaká falou, rindo.
— E aliens não têm cabelo — Disse-lhe, derrotada para que rissem.
Depois enxaguei com água morna, Júlia tirou o excesso e aplicou o tonalizante no tom avelã, que agiu por algum tempo. Finalizou com uma hidratação rápida, enxaguou novamente e secou com o secador. O processo todo levou cerca de quase cinco horas, com algumas pausas no meio pra gente comer besteiras que Kaique trazia da cozinha. Quando ela desligou o secador e me virou pro espelho, já passava das duas da tarde. E o cabelo… tinha ficado lindo!
— Caralho... — Falei, de maneira espontânea.
— Tá linda, maaaaae! — Mih falou.
— Agora que eu sei que dá certo amanhã podemos fazer no meu. Ficou ainda mais linda! — Ele falou, me olhando pelo espelho.
— Seu safado, agora que sabe que dá certo, né?! — Disse, segurando-o pela cintura.
— Não confiaram em mim — Juh fez questão de dizer.
— Calma... Ele ainda pode cair todinho — Brinquei e levei um tapinha.
— Então quero esperar mais um pouco — Kaká falou, nos fazendo rir.
— Brincadeira, amor... Obrigada, de verdade, meu cabelo nunca esteve tão lindo... — Agradeci, dando um beijo em sua boca.
— Se eu tivesse aí, fazia no seu, Kaká — Mih disse.
— Então vou te esperar, tá? — Ele informou.
— Mas eu vou demorar... — Ela lamentou.
— Não tem problema, eu aguardo... É bom que a gente observa se o cabelo da mamãe não cai... — Meu filho falou, olhando para mim e rindo.
— Tá bom, então!!! — Minha filha exclamou, rindo.
No outro dia, enquanto assistíamos um filme, Juh dormiu entre as minhas pernas e, em certo momento, percebi que Kaique confirmava, olhando se ela realmente tinha pegado no sono.
— Mãe quero perguntar uma coisa proibida — Ele falou, baixinho.
— Proibida? Como assim? — Perguntei, sem entender.
— Tipo, não é proibida, mas que a gente evita... Eu tenho medo de perguntar e machucar — Kaká disse.
Eu fui ficando não só confusa, mas também curiosa.
— O que, amor? Pode perguntar... — Questionei.
Ele respirou fundo, como se estivesse tomando coragem e prosseguiu.
— Mih e eu nunca mais vamos ter um irmãozinho? Como Maya vinha, da barriguinha da mamãe — Ele disse tudo com muito cuidado.
— Huuuum... É difícil dizer, filho... — Comecei a dizer — Você lembra de tudo, não lembra? De como foi difícil e dolorido para nós... Até hoje dá uma dorzinha no coração saber que não pudemos viver uma vida com ela — Falei, com sinceridade.
— Então vai ser sempre nós dois? — Kaká perguntou.
— Você queria mais? — Eu quis saber, mesmo imaginando a resposta.
— Sim, quando a gente estava lá com Alice e Tiago, Mih e eu ficamos conversando bastante de mais irmãozinhos e aí eu fiquei com dúvida se a gente ainda ia poder ter — Ele disse.
— Dois priminhos já não tá bom, não? Perguntei, em um tom bem humorado.
— Eles não ficam aqui em casa... — Kaká respondeu da mesma maneira.
— Vou ser sincera com você... Eu tenho medo... Eu vi a mamãe de um jeito que nunca mais quero ver e tenho receio de que tudo se repita novamente... Me entende? — Perguntei.
— Entendo... — Kaique me respondeu, visivelmente triste.
— Mas Deus é quem sabe de tudo, tá? Pede para que Ele faça o melhor para nossas vidas, o que tiver que acontecer, vai acontecer e no momento certo — Disse, para tentar amenizar.
— Todo dia a gente pede uma irmãzinha — Ele me disse, convencido.
— Vocês eu não sei, não... — Falei, rindo.
Ele acabou me abraçando e também dormiu, me deixando imersa em pensamentos.
Kaique foi tão cuidadoso em se certificar se Juh estava realmente dormindo, com as palavras que usou e também corajoso em questionar algo que ele tinha como assunto proibido.
Eu tinha muita vontade de ter uns dez filhos com Júlia, para que todos eles pudessem viver nesse amor que transborda de nossos corações, de nossas vivências, porém com o impasse da adoção e o medo de ver meu amô enfrentando uma nova gestação que tivesse a mínima possibilidade de dar errado, não sobravam outras alternativas.
Era complexo e ainda, por mais que Juh não admitisse nem para si mesma, devido aos últimos papos a respeito da inseminação caseira, eu tinha altas suspeitas de que o desejo nela estava renascendo.
Se eu tivesse razão na minha desconfiança, teríamos um problemão para resolver. Eu não estava pronta, certas lembranças ainda me assustavam.
Algo me tirou das minhas reflexões, a notificação insensate do meu celular.
Olhei, achando que fosse de alguma de rede social como todas as outras vezes, mas não... Era um e-mail, e, pior ainda, era do e-mail profissional.
Franzi a testa com estranheza, Juh tinha me deslogado de tudo... Aparentemente, ela esqueceu esse porque não havia nada além do meu nome completo na composição dele.
Ali estava: uma mensagem com título inofensivo.
“Revisão rápida — dúvida sobre encaminhamento”
Não era da coordenação, nem de ninguém do Psiquilord, era de uma colega de outra filial, alguém que provavelmente nem sabia do meu afastamento. Talvez tivesse mandado no automático, só por lembrar que eu costumava ajudá-la esse tipo de questão.
Eu imediatamente pensei: Vai que é algo simples mesmo...
Abri só pra dar uma espiada, ia ser só uma leitura rápida, só pra matar a curiosidade e aí pronto...
Comecei a ler, fiz uma anotação ou outra e o tema era curioso, a dúvida fazia sentido. Tinha umas peculiaridades, mas dava pra resolver.
Lembro de pegar o parecer técnico anterior no notebook pra comparar, fui lembrando de um outro caso parecido, consultei uma resolução antiga que podia ajudar... Quando me dei conta, tinha escrito cinco páginas com sugestões, adicionado anexos e já estava prestes a mandar a resposta com o famigerado "qualquer coisa, fico à disposição" no fim.
Suspirei fundo pensando no que eu tinha acabado de fazer, mas tinha sido divertido pra caralho...
~ Não sei explicar, mas foi 🤭
— Era pra eu estar descansando... — Falei em voz baixa, confessando pra si mesma.
Eu resolvi revisar o último parágrafo novamente quando senti um leve movimento entre minhas pernas. Juh, que até então dormia deitada ali, começou a se mexer devagar. Abriu os olhos com uma cara de quem estava voltando ao mundo dos vivos e, em poucos segundos, percebeu o que eu estava fazendo.
— Lore, eu não acredito nisso... — Falou com a voz baixa, porque Kaká estava dormindo ainda
Juro que, nesse momento, eu senti a espinha dorsal gelar e pensei em fechar o notebook por conta das sensações que aquele tom de voz magoado despertou em mim.
— Amor... Juro que já está tudo pronto e é só enviar — Falei rápido.
Ela se sentou devagar e cruzou os braços, agora ela parecia 100% alerta e não gostando nadinha do que via.
— Você prometeu que ia descansar — Júlia disse, séria.
— Eu tô descansando! Foi só um e-mail, sério. Uma colega que, provavelmente nem sabia do meu afastamento. Achei que era algo urgente e... Foi simples! Só precisei ler, montar uma resposta e anexar uns arquivos — Tentei explicar, com o tom mais calmo que consegui.
— Ah, só isso... Só ler, só pensar, só trabalhar... Foi só isso que te deixou à beira de um colapso mesmo... — Ela rebateu , irônica.
Fiquei em silêncio por um tempo, ela tinha razão e eu sabia disso.
— Juh, eu não fui atrás de nada... O e-mail chegou sozinho... Eu só quis resolver logo pra não ficar pensando depois. — Disse e cliquei em enviar.
A gatinha respirou fundo, chateada.
— Foi, pronto, acabou... Não vou abrir mais nada, prometo... Olha só! — Falei, mostrando a tela como se aquilo encerrasse o assunto.
Ela não respondeu, ficou somente me encarando.
— Você não sabe dizer "não" nem pra você mesma — Juh disse e levantou-se em direção ao banheiro.
O restante do dia se transcorreu da pior forma possível, eu tentei algum contato para resolver aquilo, mas ela estava com raiva e precisava de um tempo para digerir os seus próprios sentimentos.
— Pqp, eu também não me ajudo... — Falei sozinha.
Já pela noite enquanto brincava de bola com Kaique na área externa, a vi passar da sala para a cozinha, vestindo um baby doll azul claro e um coque feito de qualquer maneira.
Ela é gostosa e mesmo com uma roupa típica de dormir, consegue exalar sensualidade.
Olhar não tira pedaço e era a única coisa que eu podia fazer, então era um toquinho na bola e uma secada na gatinha através janela... Até que Júlia percebeu, e de maneira quase que instantânea, fez uma expressão de sem paciência e subiu para o quarto.
Ela é muito transparente, o olhar de Juh sempre entrega o que ela está sentindo. Eu não gosto de magoa-la e nem me divirto com isso, mas soltei um riso ao perceber a maneira que ela reagiu.
— Mãe, eu posso contar para Mih o que a gente conversou hoje? — Kaká me perguntou.
— Pode... — Confirmei, após pensar um pouco na solicitação.
— Então vou ligar para ela — Ele me disse.
— Ué, não quer mais jogar? — Perguntei.
— Eu estou com saudade e vai ficar tarde... — Meu filho explicou.
— Tá bom, mas vamos tomar um banho antes porque do jeito que você tá suado, Milena vai sentir de lá da casa do pai dela — Brinquei e a gente riu.
Usamos o chuveiro da área externa e acabamos até brincando um pouco com a água de maneira despretensiosa. Depois ele foi direto para o quarto e eu fui tomar um banho de verdade no quarto.
Mesmo claramente irritada, ela estava toda lindinha procurando uma série para assistir. Nitidamente sem paciência para qualquer uma que aparecia.
Deitei ao seu lado e fiquei a observando, mas fingindo que mexia no celular, para que ela não se revoltasse novamente, porém assim que Júlia, de maneira insatisfeita desligou a tv, percebeu o que eu estava fazendo. Virou-se abruptamente, novamente com uma expressão irritada.
Eu tenho um sério problema (ou solução ,nesses momentos de raiva em que não há mais nada a ser feito... Porque passa a ficar engraçado!
Fiquei olhando para aquele shortinho meio suspenso e se aquilo fosse alguma espécie de castigo, foi um dos mais saborosos que já encarei.
Meus pensamentos intrusivos venceram, e eu enchi a mão em um tapa. Sem dar tempo para reação, tomei seu corpo por completo, envolvendo-a com meus braços e, rindo, dei um cheirinho no cangote dela, acompanhado de um beijo.
Júlia se contorcia inteira tentando se livrar de mim.
— Me solta agora, Lore — Ela disse.
— Só se você me dar um beijinho — Provoquei.
— Não! — Juh exclamou, furiosa e me empurrou — Estou com raiva, você não aceita cuidar de si, NÃO COOPERA PARA A SUA PRÓPRIA MELHORA! — Ela disparou.
E conseguindo se soltar, ela puxou o lençol, cobrindo todo o seu corpo.
— Eu sei, me deixei levar e talz... Mas já me arrependi, não vai acontecer de novo... — Falei, puxando o lençol.
— Quero ficar quieta, para de tirar a minha proteção — Disse Juh, com um bico enorme.
Nesse momento, eu explodi em gargalhada.
— E eu quero um beijinho, se eu ganhar... Fico quieta — Falei.
— Não, eu vou dormir. Chega disso. — Júlia foi enfática.
Com toda a maturidade que eu tenho, pulei em cima dela.
— Lore, você só está piorando as coisas e me deixando com mais raiva... — Juh me alertou.
— Bora liberar essa raiva fazendo amor, então — Falei.
Ela riu, ironicamente.
— Fazendo amor, não... Fodendo gostoso — Me corrigi, rindo.
— Você não está me levando a sério, Lorena... Eu estou com R A I V A, sai de cima de mim! — Júlia ordenou.
— Com raiva também é bom... — Disse-lhe, e eu ia me aproximando cada vez mais.
— Eu vou te dar um beijo e você vai me deixar em paz, vai virar para o seu lado e dormir — Ela disse, olhando nos meus olhos.
— Sem beijo feio — Alertei e ela assentiu.
Juh se aproximou e, quando nossos lábios se tocaram, foi um verdadeiro incêndio. Segurei firme a base do pescoço dela com uma mão, inclinando levemente seu rosto, guiando o beijo com a precisão, eu queria minha muié inteira para mim. A outra mão desci pela cintura da gatinha, puxando seu corpo contra o meu até não sobrar espaço algum entre nós.
Minha língua invadiu sua boca, explorando cada centímetro com fome, com fúria. Ela gemeu contra meus lábios, tentando ainda manter o controle, mas era inútil. Meus dedos subiram até enroscar nos fios da nuca dela, puxando de leve, fazendo com que sua boca abrisse ainda mais, me dando acesso completo.
Júlia estava quente e a raiva não tinha desaparecido, tinha apenas se transformado em tesão na sua forma mais bruta. Eu sentia cada músculo dela reagindo, os seios subindo e descendo contra o meu peito com a respiração descompassada. O beijo já não era só beijo, era um aviso de que nossa noite havia acabado de começar.
Agarrando-a pela cintura, agora em um abraço, segui em direção ao seu pescoço e depositei alguns beijinhos e mordidas.
— Pronto — Juh disse, entre suspiros.
~ PRONTO O CARALHO, AMOR! 🤣
Apenas deixei que meu rosto se aproximasse novamente do dela com calma, sentindo o ar quente que escapava da sua respiração acelerada. Júlia veio deliberadamente e eu me afastei com um sorriso divertido nos lábios, curtindo a forma como ela me queria, como estava à beira de perder o controle.
— Tá vendo que você quer, gatinha — provoquei, num sussurro maldoso.
Ela não respondeu, só levou a mão ao meu pescoço e me puxou com firmeza de volta pra ela, selando nossas bocas com um beijo ainda mais intenso, mais quente, mais profundo. A língua de Júlia invadiu a minha sem hesitar, e eu gemi baixo contra sua boca, sentindo meu corpo se curvar no dela e então, aos poucos, ela começou a se posicionar por cima de mim, invertendo nossas posições. Agora eu estava por baixo, olhando nos olhos dela e sentindo a pressão de suas coxas envolvendo meu quadril.
Sem quebrar o contato visual, Juh arrancou o próprio short com um movimento extremamente hábil. Meu coração até errou as batidas, tudo nela exalava pressa, urgência, desejo por mim e isso mexe em um lugar muito específico, que obviamente, ela sabe.
Se repente, ela tomou minha mão e a guiou entre suas pernas. Eu só consegui soltar um sorriso malicioso, enquanto observava o seu belíssimo corpo.
As pontas dos meus dedos deslizaram pela pepeca da gatinha, que já estava completamente molhada, quente e pulsante. E então Júlia começou a sentar devagar, os engolindo aos poucos, com as mãos firmes apoiadas no meu peito. Os olhos se fecharam e a boca se entreabriu num suspiro baixo que me fez enlouquecer.
Juh se inclinou e começou a distribuir chupadas pelo meu colo, uma a uma, úmidas, lentas, deixando rastros de calor por onde passava. A língua dela passeava por mim com vontade, explorando cada pedacinho da minha pele até alcançar os meus seios, onde parou sem pressa. Primeiro com os lábios, depois com a língua e por fim, com a boca toda, sugando forte, arrancando de mim um gemido rouco que ecoou pelo quarto.
O som dos gemidos dela e as expressões de seus rostos são sempre o meu ponto fraco. O corpo de Juh se movendo com tanta força, os olhos semicerrados, alguns fios de cabelos colando no rosto suado, os suspiros escapando com pressa e dificuldade... Tudo aquilo me atinge de um jeito forte e inexplicável. O estímulo audiovisual, aquele que sempre tem efeito direto em mim, explodiu como uma descarga elétrica pelo meu ventre.
Gozar com ela me cavalgando é sempre uma experiência foda 🔥
Apenas soltei o peso do meu corpo na cama, tremendo por dentro, apertando sua cintura com força enquanto o orgasmo me atravessava violento. Ainda a sentia me montando com fome, feroz, sua boca entreaberta soltando grudidos que ainda me deixavam completamente vulnerável.
Mas então senti um "tic" seco no meu dedo do meio, juntamente com uma dor aguda. Não quis interromper o momento, mas não consegui ignorar por muito tempo. Começou a incomodar. Meu dedo latejava.
— Vem sentar na minha boca, amor… — Quase supliquei.
~ Isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde 🤷🏽♀️🤣
Juh arqueou uma sobrancelha, sorrindo de um jeito indecente, e obedeceu sem hesitar. Eu já estava completamente deitada, porém ela insistia em me empurrar pra trás, enquanto subia devagar, com as coxas abertas, se posicionando próximo ao meu rosto. Enquanto ela se ajeitava, tentei dar uma olhada disfarçada no dedo, mexendo de leve, mas fui interrompida por um tapa no meu rosto.
Parei, a encarei com surpresa e lá estava minha esposa, sentada em mim, com os olhos brilhando de provocação, os lábios úmidos entreabertos, me encarando como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo.
— Você me deixa maluquinha, sua gostosa do caralho… — sussurrei, sorrindo.
Devolvi o tapa na bunda dela, forte o suficiente para fazer Juh soltar um gemido delicioso, que me fez rir de prazer.
Com as mãos firmes em sua cintura, a posicionei melhor sobre mim. Quando finalmente tive sua pepeca ali, entre minha língua e meus lábios, me entreguei inteira.
Comecei lento, provocando com a ponta da língua, traçando círculos ao redor do clitóris, sentindo seu corpo tremer. Ela gemeu, rebolou de leve, pedindo mais. Atendi aos seus sussuros e suguei com vontade, alternando sucção e língua firme.
As mãos dela se apoiaram na cabeceira da cama, e os gemidos ficaram mais desesperados. Juh perdeu o controle do quadril e começou a se esfregar com força no meu rosto, num vai e vem que denunciava que estava à beira do orgasmo.
Até que ela gozou, forte e rebolando no meu rosto, se esfregando em mim enquanto soltava sons abafados e deliciosos, com a cabeça jogada pra trás.
Fiquei ali, ainda com a boca entre suas coxas, saboreando seus fluídos e espasmos finais.
Quando ela deitou sobre mim, eu afaguei seus cachinhos, que agora estavam mais soltos do coque do que antes, e depositei um beijo em sua testa.
— Sua raivinha passou, meu amô? — Brinquei, após parecermos mais recuperadas.
Juh me olhou, da maneira mais inocente possível, completamente diferente de pouco tempo atrás.
— Sabe o que me irritou? — Me perguntou.
— Porque eu acabei descumprimento o meu descanso eterno em dias numerados? — Perguntei e ela negou.
— Você é uma pessoa fácil de amar, muito fácil. É fácil se apaixonar por quem você é... Mas parece que justamente você, não consegue fazer isso... Você ficou dois dias acordando, perguntando as mesmas coisas e dormindo... Tem noção do quanto foi assustador para mim? Eu só pedi para você se cuidar, para tentar evitar que aconteça novamente ou até algo pior... — Júlia falou.
Chicotada maior que essa, só a que eu levei na cara minutos antes.
Eu nem consegui reagir, Juh percebeu e me deu um beijo.
— Mas a raiva passou, cabeça dura — Ela disse em tom bem humorado.
— Com fios moreno iluminado, me respeita — Brinquei.
No banheiro, enquanto Júlia iniciava o banho, eu estava em frente ao espelho analisando o meu dedo, que agora estava levemente inchado e com uma coloração arroxeada.
—Olha, amor, acho que você rompeu alguns vasos SENTANDO — mostrei, rindo muito.
Ela me olhou com a feição mais assustada possível.
— Meu Deus! — Exclamou, segurando minha mão.
— Caralho, que foda... Deixa eu tirar uma foto — Disse, praticamente encantada com o feito.
— Não!!!! — Juh exclamou, desesperada, segurando justamente na vítima da sua sentada violenta.
(eu queria escrever pepeca de ferro, mas não fui autorizada 🙃)
— Aiiiiii! — Eu puxei, de qualquer jeito.
~ Para mim, quem diz que não dói é mentiroso 🤥
— Dói? — A gatinha perguntou, preocupada, pegando com cuidado a minha mão novamente.
— Só nessa parte roxa, mas não tem problema amanhã eu uso a outra mão em você — Brinquei e ela riu, me puxando para o banho.
Eu ia pôr gelo somente no outro dia, contudo, a gatinha insistiu e acabamos prolongando a nossa noite cuidando do incansável guerreiro e é óbvio que eu passei o tempo inteiro perturbando minha muié com as piores piadas possíveis.
