Se tem uma coisa que eu sempre soube, era o que eu queria, mesmo antes de entender direito o que isso significava. Virgem, sim, mas nem por isso ingênua. Curiosa e cheia de fogo, só faltava o momento certo para eu me permitir.
E aquele momento chegou numa noite fria, numa casa velha e abandonada, perdida no meio do nada. O tipo de lugar que não inspira romance, só o som da chuva batendo no telhado rachado, o chão de madeira rangendo a cada passo, e o cheiro forte de mofo misturado com terra molhada que invadia o ar.
O quarto estava escuro, iluminado apenas por um pedaço de luar que entrava pela janela quebrada, espalhando sombras que dançavam pelas paredes descascadas.
Eu estava ali, com uma blusinha simples e justa que grudava no meu corpo, e uma saia curta que deixava minhas pernas morenas à mostra. Meu cabelo caía meio bagunçado sobre os ombros, e o meu olhar, ah, aquele olhar, tinha o fogo de quem sabe exatamente o que quer.
Do outro lado da sala, ele me observava. O homem que eu não devia desejar. O marido da minha amiga. A mulher que confiava nele, sem imaginar o que acontecia longe dos olhos dela.
Ele era tudo que não era previsível: intenso, rude, com um perigo que fazia meu coração disparar. Não era daqueles que falam demais; era do tipo que deixa o corpo falar.
Ele deu um passo em minha direção, devagar, sem pressa, mas com uma firmeza que me fez arrepiar. O toque dele no meu braço foi o primeiro choque elétrico da noite, um convite silencioso que eu aceitei com um sorriso.
O silêncio entre nós se tornou denso, carregado daquela tensão gostosa que faz o tempo parecer parar. Eu sentia o calor do corpo dele atravessando a distância, o cheiro forte e masculino misturado com o mofo da casa.
Ele segurou minha mão e me puxou para um canto onde o teto estava prestes a desabar, o chão rangia alto a cada passo, e a escuridão quase total nos envolvia. Só um fiozinho de luz entrava por uma fresta na parede, iluminando pedaços da pele quente dele contra a minha.
Quando seus lábios finalmente tocaram os meus, o beijo foi diferente de tudo que eu já tinha sentido. Era áspero, urgente, como se todo aquele desejo reprimido fosse explodir num só instante.
Eu correspondi, sentindo o corpo todo despertar. Minhas mãos foram ao pescoço dele, puxando-o para mais perto, enquanto sentia o coração quase saltar do peito.
A roupa foi caindo, devagar, peça por peça, como se cada toque precisasse ser saboreado. O frio do ar contrastava com o calor que subia dentro de mim, fazendo a pele arrepiar.
Ele me segurava firme, o corpo colado ao meu, a respiração quente no meu pescoço, fazendo meus sentidos se incendiar.
Quando ele me puxou para perto, o calor do corpo dele queimava na minha pele, uma promessa que não dava mais para negar. O beijo ficou mais pesado, as línguas se encontrando num ritmo quente, urgente, que fazia o sangue acelerar.
As mãos dele exploravam sem pressa, deslizando pela minha cintura, subindo pelas costas, apertando com vontade, fazendo o corpo inteiro responder. Eu sentia meu peito se levantar, os seios médios pulsando sob os dedos firmes que brincavam de descobrir cada curva.
O ar ficou denso, pesado de desejo. Eu arqueava as costas, sentindo o bumbum farto ser apertado e puxado com força na medida certa, me levando para mais perto dele, para que o corpo dele colasse no meu como se não pudesse respirar longe.
A mão dele desceu mais, tocando a minha intimidade com a delicadeza de quem quer explorar um segredo guardado a sete chaves. A pele se arrepiou, o coração disparou, e um calor intenso me invadiu, molhando tudo por dentro.
Os dedos dele deslizaram, entrando devagar, me preparando, fazendo com que cada sensação fosse absorvida e desejada, e não só suportada. Eu gemia baixo, deixando escapar um suspiro que só aumentava o fogo que começava a crescer.
Quando ele finalmente entrou em mim, lento e firme, um choque percorreu meu corpo inteiro. Era diferente de tudo que eu tinha imaginado, um misto de prazer e vulnerabilidade, uma sensação de entrega que fazia o coração disparar.
Cada movimento era uma dança de descoberta. Ele ia e vinha, com um ritmo que parecia ditado pela nossa respiração, pelas batidas aceleradas do peito, pelos arrepios que eu sentia na pele.
Eu fechava os olhos e deixava os gemidos crescerem, altos, cheios de desejo, misturados com o som da chuva lá fora que batia contra a casa.
As mãos dele seguravam firme minha cintura, puxando com vontade, fazendo meu corpo se curvar, se abrir, se entregar. O calor entre nós era quase insuportável, uma febre que só aumentava a cada instante.
Quando o orgasmo chegou, foi como uma explosão que me atravessou inteira. Meu corpo tremia, os músculos se contraíam, e o prazer me dominava com força total. Gritei alto, sem medo, deixando escapar tudo o que sentia.
Ele me acompanhou, profundo, intenso, e ficamos ali, suados e ofegantes, como se o mundo tivesse parado para nos assistir.
Ali, naquela casa velha e suja, entre mofo e chuva, eu perdi a minha virgindade. E não teria sido de outro jeito.