[Saga da Esposa Corrompida] - Capítulo 10 - O Jogo Continua

Um conto erótico de Roux
Categoria: Heterossexual
Contém 741 palavras
Data: 04/08/2025 03:49:45

Capítulo 10 - O Jogo Continua

Dois dias se passaram desde a última conversa mais densa entre Nayra e Jeffi. O clima entre eles seguiu leve, como se nada demais tivesse sido dito, mas Jeffi sabia que coisas importantes haviam sido plantadas naquela troca. Nayra parecia mais solta, realmente mais leve. Algo nela estava mudando, e o mundo, que antes parecia restrito às molduras morais que ela carregava, começava agora a mostrar outras formas, outras texturas. O que antes era "bizarro", agora era apenas "estranho". E para Jeffi, isso era progresso. Lento, mas real. E no tipo de jogada que ele vinha fazendo, paciência era a chave.

A ideia de Nayra voltar a trabalhar fora já tinha sido plantada. Não foi um empurrão, nem uma cobrança. Jeffi soube jogar como quem oferece, não como quem exige. E Nayra, com tempo livre, mente borbulhante e autoestima em alta, começou a pensar com mais carinho na proposta. Com o carro que Jeffi tinha dado meses antes, sair pra entrevistas ficou simples. Ela já não dependia dele pra nada, e isso, por mais que ela não comentasse, fazia diferença.

Durante dois meses, ela procurou emprego, sem pressa, com a tranquilidade de quem não tem uma pressão financeira nas costas. Até que apareceu a oportunidade perfeita: uma clínica médica de bairro, trabalho de meio período, como recepcionista. A função que ela já havia exercido antes do casamento. Era como retomar um pedaço de si que tinha ficado congelado. Nayra ficou animada. Tinha um ar de novidade e nostalgia. Jeffi celebrou junto, sem exageros, mas deixando claro o apoio. Fez questão de elogiar: não só a escolha, mas o brilho nos olhos dela ao retomar algo que era só dela.

No sexo, o silêncio reinava novamente. Depois da última incursão onde Jeffi falou de outro homem durante o sexo oral e viu Nayra se perder por segundos naquele delírio, o assunto não voltou mais. E ele respeitou. Não insistiu, não provocou. Apenas esperou. Porque não falar sobre não era o mesmo que negar. O que ela vivenciou estava ali, plantado, fazendo morada. E ele sabia disso. Por isso, continuava a investir em elogios sutis, gestos de carinho, atenção em cada pequeno movimento dela.

Era como regar uma planta com sede de sol — ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, ela floresceria.

Perguntar sobre o trabalho virou rotina. Não como quem fiscaliza, mas como quem realmente se interessa. E isso fazia Nayra se abrir mais, contar os casos engraçados, os pacientes exóticos, as conversas com as colegas. Jeffi ouvia com interesse sincero, fazia perguntas, incentivava. Ao mesmo tempo, mantinha a estrutura de conforto que havia construído para ela intacta: a diarista seguia cuidando da casa, Isa recebia toda a atenção dele nas horas vagas, e Nayra tinha liberdade para chegar do trabalho, descansar, se cuidar e pensar na vida. Era isso que ele queria: uma Nayra com a mente espaçosa, livre pra pensar, duvidar, sentir.

Essa nova fase trouxe algo diferente: Nayra começou a se arrumar mais. Nada gritante, mas perceptível. Um brinco novo, uma maquiagem um pouco mais elaborada, uma calça mais ajustada aqui, um salto leve ali. Pequenos sinais, mas para Jeffi, sinais claros. A Nayra de antes talvez não permitisse a si mesma esses cuidados. Mas agora ela se olhava mais no espelho. Se arrumava para o trabalho, claro, mas também para si mesma.

Certa noite, depois de um dia particularmente cansativo pra ela, Jeffi preparou o jantar e cuidou de Isa enquanto Nayra relaxava no banho. Quando ela saiu, de roupão, sem pressa, sem maquiagem, mas com aquele brilho no olhar de quem sabe que está sendo olhada com admiração, ele não falou de sexo, nem de fantasias. Apenas elogiou. Disse que ela estava linda, que era bom tê-la de volta ao mundo, fora da bolha da casa. Nayra sorriu. Um sorriso real. Não o sorriso educado de antes. Ela estava feliz.

Jeffi sabia: ainda era cedo para trazer o fetiche de volta ao centro da conversa. Mas tudo ao redor gritava que a Nayra de antes estava ficando para trás. E mesmo sem palavras diretas, o jogo seguia. Um jogo silencioso, cheio de detalhes. E cada novo detalhe era uma peça se encaixando no plano dele.

E ela, mesmo sem perceber por completo, estava cada vez mais no controle da própria história. E isso, para Jeffi, era o mais excitante de tudo — vê-la se libertar, sem nem perceber que estava fazendo isso.

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Comentários

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Ele tá conseguindo fazer o que deseja aos poucos 👏👏

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A Nayara mudou ,e está se transformando aos poucos,só ela mesma que talvez não perceba isso .

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O estrategista persegue seus objetivos!

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