Acordei com o Guto me chupando, seus lábios sugando levemente meu pau. Aquela sensação gostosa de ter alguém te chupando, te despertando com carinho e desejo. Não sei que horas eram, mas quando abri os olhos e encontrei o olhar dele sobre mim, sorri instintivamente. Ele sorriu de volta, tirou meu pau de sua boca e começou a me beijar, primeiro no pescoço, depois na boca, com aquela pegada intensa da noite anterior. Suas mãos percorreram meu corpo com uma urgência deliciosa, ele segura firme meu pau enquanto trocamos um beijo quente, e minha mão já explorava sua bunda, como se quisesse memorizar cada curva, cada reação minha. Tivemos um segundo round de sexo ainda mais intenso que o primeiro, coloquei o Guto de quatro e cravei meu pau no seu rabo, que ainda estava arrombado da noute anterior, o Guto gemia e rebolava, ele cavalgava no meu pau com bastante vontade, era como se a vida dele depende-se do meu pau cravado na sua bunda, não demorou e logo o Guto estava gozando sobre o meu peito, e eu continuava a meter, passei a mão na porra que tinha no meu peito com os dedos, e levei até a boca do Guto para ele engolir tudo, e vendo ele chupar meu dedo com minha porra logo gozei dentro dele. Logo depois puxei ele para mais uma rodada de beijos, que se eram profundos e com carícias leves que me arrepiava inteiro, perdemos mais algumas horas ali, explorando um ao outro com uma química que parecia natural demais para ser real.
Depois tomei um banho rápido e vesti minha roupa. O Guto me observava da cama, ainda nu, com aquele sorriso meio tímido que me conquistou na balada.
– Quer que eu peça um Uber pra você? – perguntou o Guto, se levantando para pegar uma bermuda.
– Não, não, obrigado, lindo. Vou indo nessa. Anota teu telefone – disse, entregando meu celular para ele.
– Claro – ele respondeu, digitando o número. – Foi muito bom, gostei de você.
– Também gostei de você. E muito – respondi, genuinamente.
– Topa um jantar hoje à noite?
– Acho que pode ser!
Meu Uber chegou e me despedi do Guto. No caminho, fui pensando nele - alguma coisa nele me chamou atenção, mas ainda era muito cedo para eu saber o que era. Afinal, o Guto estava sendo o primeiro cara que eu ficava depois do término com o Carlos, e, bem, não estava nos meus planos engatar um romance atrás do outro.
Mas parando para pensar, eu meio que estava fazendo isso desde o Luke. Quando eu não largava um, ficava com outro. Eu já ficava com outro estando com um, e assim ia. Será que isso era um sinal de carência? Que eu sempre tinha que ter alguém ao meu lado pra me sentir bem?
Era como se eu fosse viciado em conexão, em ter alguém para validar minha existência. Pensando bem, quando foi a última vez que fiquei realmente sozinho? Não sozinho fisicamente, mas emocionalmente disponível, sem estar pensando em alguém, querendo alguém, ou já envolvido com alguém? Era sempre uma transição: terminava com um e já estava de olho no próximo, como se não conseguisse existir no vazio entre relacionamentos.
Talvez eu tivesse medo do silêncio, daquela quietude que vem quando você não tem ninguém pra mandar mensagem antes de dormir, ninguém pra quem contar como foi seu dia. Ou talvez fosse mais profundo que isso - talvez eu não soubesse quem eu era quando não estava sendo desejado por alguém. Como se minha identidade dependesse do olhar do outro, da validação constante de que eu era interessante, atraente, digno de amor.
Isso me incomodava. Será que eu nunca tinha aprendido a estar bem comigo mesmo? A aproveitar minha própria companhia? A construir uma vida plena sem precisar de alguém pra completar as lacunas? Era um questionamento que eu tive, e que pensei em trabalhar na terapia naquela semana. Afinal, era meio como se eu tivesse sempre que estar com alguém, e nunca ter uma vida de solteiro plena, tipo ficar sem me apegar, ou ficar e tchau.
Talvez fosse hora de aprender a ser feliz sozinho primeiro, antes de tentar ser feliz com alguém.
Cheguei na casa do Matias pra pegar meu carro, e aproveitei pra subir. Quando o Matias abriu a porta, estava com um sorrisão. Já era 13h e ele estava preparando um almoço, com aquele avental ridículo de Rei da Cozinha.
– E aí, me conta tudo! Como foi com o gatão? Deu? – perguntou ele, já me puxando pra dentro.
– E aí, meu filho. Nada, ele era passivo – respondi, jogando as chaves na mesinha da entrada.
– Não creio! Um homão daquele? Achei que você ia chegar toda assada hoje. Rsss – disse o Matias de forma descontraída, fazendo aquela cara de decepcionado fingida que sempre me fazia rir. – Que desperdício de macho, bicho!
– Quem dera, né? Você sabe que eu adoro ser passivo, mas foi bom, sabe? O Guto é bonito, legal e gostoso. Gostei mesmo.
– Você é uma puta, Lucas, isso que você é! – disse ele, revirando os olhos dramaticamente. – Mas me conta, e aí? Vai ter repeteco ou foi só aventura de uma noite?
– Ele me chamou pra jantar, mas não sei... Quando eu estava vindo pra cá, eu estava refletindo que eu sempre estou com alguém, nunca estou sozinho. Sempre um rolo atrás do outro, sabe? Meio neurótico isso.
– Por um lado concordo, você tem essa mania mesmo – disse Matias, mexendo as panquecas na frigideira. – Mas acho que isso é algo que só você deve saber o que de fato é bom pra você. Ninguém pode te dizer se você deve sair com todo mundo ou virar monge, né, amor?
– Depois vejo isso com calma. Agora estou morto de fome, o que você está fazendo? Esse cheiro está me matando!
– Panquecas de carne moída com queijo. Receita da minha vó, uma bomba calórica, aposto que você adora.
– Adoro mesmo! – respondi, já salivando.
– Uai, nem te chamei pra almoçar, seu folgado! – disse ele, fingindo indignação.
– Você não vai me deixar com fome, né? Depois da noite que eu tive, preciso repor as energias – brinquei, fazendo cara de coitadinho.
– Ai, que horror! Senta logo aí, drama queen.
Terminei de almoçar e ficamos conversando sobre a noite anterior, sobre o possível novo curso de nutrição que queríamos fazer na particular, e outras coisas. A companhia do Matias era muito bacana, ele tinha esse dom de fazer qualquer papo ficar divertido, até conversa sobre conta de luz virava stand-up comedy com ele.
Até que resolvi abrir o Grindr e olhar o movimento. O barulho das notificações chamou a atenção do Matias, que logo tirou onda com a minha cara.
– Já está atrás de macho, seu canalha! Nem digeriu o almoço direito – disse ele, vindo espiar por cima do meu ombro.
– Claro! Eu quero um ativo pra mim. Inclusive, olha esse perfil – mostrei a tela do meu celular pro Matias.
– Nossa, que delícia esse! Corpo de academia mesmo. Manda mensagem!
E então segui conversando e trocando mensagens com vários carinhas, até que um me chamou atenção. A foto era de sunga laranja, só de corpo, e aquele peitoral eu reconheceria em qualquer lugar. Com o nome no app "DOT C/L", eu sabia que era o Luke.
Meu coração disparou. Mandei uma mensagem simples: "E aí?"
Trocamos algumas mensagens vagas, e pedi foto do rosto. Então ele mandou, e de fato era o Luke. Mandei minha foto em resposta, e um silêncio ficou por alguns minutos, até que ele manda:
"Quer vir aqui?"
Então lá estava eu, vendo a mensagem do Luke: "Quer vir aqui?"
Um filme inteiro passou pela minha cabeça. Meu ex. Meu primeiro amor. A pessoa que me ensinou o que era sentir borboletas no estômago, que me mostrou que o coração podia doer fisicamente quando alguém que você ama te machuca. Luke não era apenas um ex-namorado, ele era a cicatriz mais bonita e mais dolorosa que eu carregava.
Eu sabia que poderia ser errado ficar com ele novamente. Sabia que estava pisando em terreno perigoso, como alguém que volta a fumar depois de meses limpo, sabendo que um único cigarro pode destruir todo o progresso. Mas sabe quando o pecado, o perigo nos chama? Quando a razão grita "não faça isso" mas o corpo inteiro vibra de desejo? Era isso que eu sentia pelo Luke.
De fato, o sexo e o beijo com o Luke eram algo surreal. Era como se nossos corpos tivessem sido criados um para o outro, como se cada toque fosse uma sinfonia que só nós dois sabíamos tocar. Tínhamos tido pouco contato nos últimos meses, algumas curtidas esparsas no Instagram.
E bem, eu pensei no tesão que eu estava sentindo naquele momento, na forma como meu corpo reagiu só de ver aquela foto dele de sunga laranja, e então resolvi ir. Era como se uma força maior que minha racionalidade tivesse tomado controle das minhas ações.
Perguntei se ele estava em casa, e ele me disse que estava morando sozinho agora. Me mandou o endereço, um prédio que eu não conhecia, perto da casa do Matias. Falei a ele que iria tomar banho e chegaria logo, como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se não estivéssemos prestes a abrir uma caixa de Pandora emocional que talvez fosse impossível fechar novamente.
E lá fui eu tomar um banho rápido e me preparar para encontrar o Luke (fazer uma chuca até a água sair cristalina). Por mais que minha intuição me dissesse várias vezes que eu não devia ir, aquela voz interior que soava suspeitosamente como a do meu terapeuta dizendo "Lucas, você está repetindo padrões destrutivos" - eu acabei indo mesmo assim.
Quando estava no carro, pensei várias vezes se aquela era a escolha certa a se fazer. Parei no semáforo e me olhei no retrovisor: "O que você está fazendo, Lucas? Você sabe como isso vai terminar." Mas a verdade é que eu não queria pensar no fim. Eu queria viver o agora, sentir aquele frio na barriga, aquela antecipação deliciosa de quem está prestes a fazer algo que sabe que não deveria, mas que deseja mais do que qualquer coisa no mundo.
Era como voltar para uma droga da qual você se desintoxicou. Você sabe que uma dose pode te jogar de volta no vício, mas o corpo implora, a mente cria mil justificativas, e no fim você se convence de que "só dessa vez" não vai fazer mal.
E então eu finalmente resolvi seguir meus instintos carnais e fui. Porque às vezes a vida é sobre escolher o caos em vez da paz, a paixão em vez da razão, o perigo em vez da segurança.
Cheguei no prédio do Luke, um edifício moderno, desses com portaria 24 horas e jardim bem cuidado que gritava "meus pais têm dinheiro". O porteiro interfonou e fui autorizado a subir. Quando estava no elevador, meu coração batia aceleradamente, como se eu estivesse indo ficar com o Luke pela primeira vez, como se fôssemos dois adolescentes prestes a fazer algo proibido.
Era engraçado como certas pessoas têm esse poder sobre nós, não importa quanto tempo passe, não importa quantas outras pessoas passem pela nossa vida, elas conseguem nos fazer sentir como se fôssemos versões mais jovens e vulneráveis de nós mesmos. Luke tinha essa capacidade de me transformar instantaneamente no garoto de 1* anos que se apaixonou perdidamente por ele.
Resolvi relaxar, afinal faltavam apenas alguns segundos e eu ainda tinha mais uma chance de desistir. Podia fingir que tinha vindo ao prédio errado, inventar uma desculpa, voltar para casa e fingir que nada disso tinha acontecido.
E lá estava eu na porta do novo apartamento do Luke. Respirei fundo, como alguém que está prestes a mergulhar em águas profundas sem saber se consegue nadar até a superfície.
Ele me abriu a porta com aquele sorriso que me fez me apaixonar, não o sorriso ensaiado que ele usava nas fotos do Instagram, mas aquele sorriso genuíno, meio tímido, que eu conhecia desde os tempos de colégio. E ali, por um segundo, eu esqueci tudo. Absolutamente tudo o que vivemos juntos, todas as brigas, todas as lágrimas, toda a dor. Foi como se o tempo tivesse voltado atrás e nós fôssemos apenas dois garotos que se gostavam muito e não sabiam ainda como o amor podia machucar.
Entrei meio sem jeito, como se estivesse invadindo um território que não me pertencia mais, e perguntei, tentando soar casual:
– E esse apartamento? Que lugar incrível...
Meus olhos percorreram o ambiente enquanto falava, era moderno, bem decorado, com aquele toque masculino mas sofisticado que eu sempre imaginei que Luke teria quando tivesse seu próprio espaço. Tinha até uma academia montada na varanda, que dava para ver através das portas de vidro.
– Minha mãe me deu – disse Luke, fechando a porta atrás de mim, e eu senti o clique da fechadura como se fosse o som do destino se selando.
– Disse que eu precisava sair de casa. E aqui é mais perto da faculdade também. Você sabe como meus pais são... acho que me querem longe deles mesmo.
Luke sempre teve essa relação complicada com a família, o pai conservador que fingia não saber que o filho era gay, que pagava todas as contas mas mantinham uma distância emocional segura, como se amor pudesse ser terceirizado através de transferências bancárias.
– Por um lado está sendo bom ter minha própria liberdade – continuou ele, se aproximando de mim devagar, como um felino que cerca sua presa. – Posso trazer quem eu quiser para cá...
A forma como ele disse "quem eu quiser" fez meu estômago dar um nó. Havia uma sugestão clara nas palavras dele, uma promessa não dita que fez minha respiração acelerar.
– Já recebeu muitos contatinhos do Grindr aqui? – perguntei, tentando soar despreocupado, mas na verdade morrendo de ciúmes só de imaginar Luke com outros caras naquele mesmo sofá onde eu estava prestes a me sentar.
– Alguns poucos – disse ele, se aproximando ainda mais, até eu conseguir sentir o cheiro do perfume dele, aquele mesmo que ele usava quando namorávamos. – Mas nenhum como você...
Sua voz saiu baixa, quase um sussurro, e ele se aproximou do meu ouvido para dizer isso. Senti sua respiração quente na minha pele e um arrepio percorreu minha espinha toda.
– Luke... Luke... isso é certo? – falei, tentando resistir, mas minha voz saiu fraca, sem convicção nenhuma. Era como tentar resistir à gravidade.
– Pra mim sempre será certo, Lucas – disse Luke, mordendo levemente minha orelha, aquele mesmo jeito que ele sabia que me deixava louco. Suas mãos encontraram minha cintura, me puxando para mais perto dele.
Meu corpo inteiro arrepiou. Era como se ele tivesse apertado um botão e todos os meus mecanismos de defesa tivessem sido desligados instantaneamente.
– Você está cada vez mais bonito... e gostoso – respondi, olhando diretamente nos olhos dele, me permitindo finalmente vê-lo de verdade. Luke sempre foi lindo, mas havia algo diferente agora. Uma maturidade no olhar, uma confiança no jeito de se mover que não existia antes.
– Digo o mesmo de você – ele disse, passando a mão no meu peito, por cima da camiseta, mas conseguindo me fazer sentir como se estivesse tocando diretamente na minha pele. – Você está mais fortinho...
Suas mãos exploraram meus braços, meus ombros, como se estivesse redescobrindo meu corpo depois de um longo tempo separados.
– Estou malhando pesado – respondi, e então, num movimento fluido que me surpreendeu, Luke tirou a própria camiseta.
Passei a língua no lábio involuntariamente, olhando para o corpo dele. Luke sempre foi gostoso, mas agora estava claramente mais definido, com aqueles músculos desenhados que só quem leva academia a sério consegue ter.
– Está bem mais gostoso do que da última vez – respondi, sem conseguir esconder o desejo na minha voz.
– Faz tanto tempo da nossa última vez que não me lembro nem quando foi – disse Luke, sussurrando no meu ouvido, suas mãos agora brincando com a barra da minha camiseta.
Mas eu me lembrava. Lembrava de cada detalhe, como se tivesse acontecido ontem.
– Eu me lembro bem da última vez... nunca esqueci – respondi, mordendo sua orelha, sentindo o gosto salgado da pele dele, aquele sabor que estava gravado na minha memória como uma música que você nunca consegue tirar da cabeça.
E então, lá estávamos nós dois, entregues um ao outro novamente. Problema? Não quis enxergar naquele momento. Só queria curtir, só queria sentir, só queria me perder naquela sensação de estar nos braços da pessoa que, por mais que eu tentasse negar, ainda mexia comigo de uma forma que ninguém mais conseguia.
Luke era meu carma, meu ímã, minha perdição. Era a pessoa que conseguia me fazer esquecer de todas as outras, que conseguia apagar com um beijo todos os motivos pelos quais nos separamos. Era impossível resistir aos seus encantos, à sua boca, ao seu cheiro, ao seu toque.
Eu sabia que aquilo seria uma grande cilada, uma armadilha gigantesca para o meu coração. Sabia que estava abrindo uma porta que talvez não conseguisse fechar de novo, que estava mexendo em feridas que mal tinham cicatrizado. Mas eu quis me jogar de corpo e alma naquele momento, queria suprir o desejo e a vontade que eu estava sentindo há tanto tempo.
E somente Luke seria capaz de realizar isso naquele momento. Porque algumas pessoas são assim na nossa vida, elas viram uma necessidade, um vício, uma fraqueza que a gente carrega para sempre. E por mais que a razão grite, por mais que a experiência nos avise dos perigos, quando elas aparecem, a gente simplesmente se rende.
Era como voltar para casa depois de uma longa viagem - perigoso, familiar e inevitável ao mesmo tempo.