O Escolhido de Eldoria ☆ Capítulo 15

Um conto erótico de Lucas e Tiago
Categoria: Homossexual
Contém 1572 palavras
Data: 31/08/2025 18:57:31
Assuntos: Fantasia, Gay, Homossexual

✧ O Veneno de Malakor ✧

(Lucas)

O assombro que senti na clareira foi uma sensação que lutei para enterrar nos dois dias seguintes de caminhada. Foi substituído por uma irritação familiar e uma nova, incômoda, forma de respeito. O rapaz não era apenas um receptáculo passivo para um poder antigo; ele podia senti-lo, convidá-lo, moldá-lo com uma facilidade que eu só consegui após anos de treinamento brutal, quando desenvolvi a intuição necessária. Isso me corroía. Cada vez que ele praticava o ‘Igniculus’, criando esferas de luz cada vez mais brilhantes para iluminar nosso acampamento, eu sentia uma pontada de algo azedo no estômago.

Na tarde do quinto dia, avistamos os primeiros telhados de colmo através das árvores. A Vila dos Murmúrios. O lugar fedia a fumaça de turfa e desconfiança. Era um entreposto comercial esquecido, um lugar onde as pessoas vinham para não serem encontradas. Perfeito para continuarmos o treinamento. Encontrei a estalagem menos imunda, “O Javali Sedento”, e joguei três moedas de prata no balcão pegajoso.

“Um quarto, duas camas, por três noites”, grunhi para o estalajadeiro desdentado, sem me dar ao trabalho de olhar para Tiago.

(Tiago)

A mudança em Lucas após a lição de magia foi sutil, mas profunda. Ele não zombava mais da minha falta de jeito; em vez disso, me observava com uma intensidade que me deixava nervoso. Era como se ele estivesse me dissecando com os olhos, procurando falhas. A chegada à Vila dos Murmúrios foi um alívio tenso. A civilização, mesmo que precária e suja, era uma pausa bem-vinda da floresta opressiva. Enquanto Lucas arranjava o quarto com sua eficiência brusca de sempre, eu me sentia estranhamente otimista. Estávamos progredindo. Eu estava aprendendo. Nós éramos… aliados. Quando ele se virou para mim, seu rosto era uma máscara impenetrável.

“Preciso de um momento. Vá ao mercado. Compre pão, queijo, chá, facas e roupas novas. Não fale com ninguém mais do que o necessário e não confie em ninguém.”

Ele me entregou algumas moedas e se virou, subindo as escadas rangentes em direção ao nosso quarto sem esperar por uma resposta. O tom era o de um comandante, não de um aliado, mas eu aceitei, ansioso para provar minha utilidade.

(Lucas)

Assim que a porta do quarto se fechou atrás de mim, a cabeça começou a latejar. Um zumbido baixo, como o de um inseto preso no meu crânio. Joguei minha mochila no chão e me sentei na cama dura, massageando as têmporas. A exaustão da jornada pesava sobre mim, mas isso era diferente. Era uma pressão, uma presença maligna que se infiltrava pelas bordas da minha consciência. Era Malakor. Ele não estava atacando com força bruta, como da última vez. Era mais insidioso. Ele estava usando o Vínculo como um canal, não para projetar imagens de terror, mas para envenenar meus próprios pensamentos. As memórias do abraço de Tiago, da sua empatia, da sua pequena chama de magia, tudo se retorcia em minha mente, transformando-se de momentos de conexão em atos de violação. Ele não tinha me ajudado; ele tinha me invadido. Ele não estava aprendendo; estava se exibindo, zombando da minha luta com o seu talento sem esforço.

Uma raiva fria e rastejante começou a ferver dentro de mim, uma certeza tóxica de que eu havia sido enganado, de que sua vulnerabilidade era apenas uma fachada para uma arrogância secreta.

(Tiago)

O mercado era um turbilhão de cheiros e sons, uma cacofonia de galinhas cacarejando, vendedores gritando e o odor de peixe seco pairando no ar. Consegui navegar pela multidão, mantendo a cabeça baixa como Lucas instruíra. Comprei o que ele pediu, sentindo um pequeno orgulho da minha competência. Por um momento, eu era apenas um viajante fazendo suas compras, não o Escolhido fugindo de um deus sombrio. Foi então que senti. Um calafrio gelado percorreu o Vínculo, tão repentino e agudo que quase deixei cair o pão. A sensação não era de dor física, mas de uma escuridão emocional sufocante emanando de Lucas. Era ódio. Puro, não diluído, e direcionado a mim. O medo subiu pela minha garganta. O que tinha acontecido?

Corri de volta para a estalagem, meu coração martelando contra as costelas, o otimismo de minutos atrás transformado em pó.

(Lucas)

Quando a porta se abriu, eu estava de pé, esperando. A visão dele, com o rosto corado pelo esforço, segurando os suprimentos com uma expressão de preocupação estúpida, alimentou o veneno em minhas veias.

“Você demorou”, eu disse, minha voz desprovida de qualquer calor.

Ele colocou as coisas na mesa, os olhos me perscrutando.

“Eu senti... Lucas, você está bem?”

A preocupação em sua voz soou falsa, condescendente.

“Não me venha com essa sua empatia fingida”, cuspi as palavras. “Eu sei o que você é. Eu vejo você. Mesmo quando você acha que está sozinho.”

Os olhos dele se arregalaram. A magia de Malakor me deu um vislumbre, uma imagem distorcida de Tiago sozinho na floresta, ontem, as mãos se movendo sob os cobertores, o rosto contorcido em um prazer silencioso.

“Eu vi você na noite passada, seu porco imundo”, menti, misturando a verdade distorcida com uma crueldade deliberada. “Se esfregando no seu saco de dormir como um animal no cio. Você é um pervertido nojento.”

(Tiago)

As acusações me atingiram como um soco no estômago, tirando todo o ar dos meus pulmões. “Pervertido?”. “Porco imundo?”. A injustiça e a humilhação da mentira cruel queimaram mais do que qualquer ferimento físico. Meu medo se transformou em uma raiva trêmula.

“Isso é mentira! O que há de errado com você?”, gritei, minha voz falhando. “Nós estávamos bem! Você estava me ensinando! O que aconteceu?”

Ele deu um passo à frente, um sorriso de escárnio torcendo seus lábios.

“O que aconteceu é que eu parei de fingir que você é algo mais do que um fardo patético. Todo esse papo de ‘Escolhido’… que piada.”

E então, a raiva me deu uma arma, e eu a usei sem pensar.

“Você tem inveja!”, eu retruquei, as palavras saindo amargas e altas. “Você me odeia porque eu tenho o poder e você não passa de um guarda-costas amargurado! Você queria ser o Escolhido, mas os deuses não quiseram você!”

(Lucas)

A palavra “inveja” foi como uma chave girando uma fechadura em minha alma, liberando toda a fúria que Malakor vinha cultivando. A acusação era tão próxima de uma verdade enterrada que se tornou a única verdade. Num instante, a distância entre nós desapareceu. Eu o agarrei pela frente da túnica, o tecido áspero em meus punhos.

“Repita isso”, sibilei, meu rosto a centímetros do dele.

O cheiro de seu medo era enebriante. Ele ficou em silêncio, os olhos arregalados de terror.

“Você quer falar sobre poder? Sobre ser o ‘Escolhido’?”, zombei.

Com um puxão violento, o som de tecido rasgando encheu o pequeno quarto. Rasguei sua túnica, expondo seu peito e barriga pálidos e macios ao ar frio do cômodo. Ele ofegou, tentando se cobrir, mas eu segurei seus pulsos com uma mão, a força esmagadora.

(Tiago)

O pânico me paralisou completamente. O Lucas que me segurava não era o mesmo homem que me abraçou durante uma ilusão do Necromante. Seus olhos não eram azuis, mas sim cavidades escuras cheias de uma malícia que não era dele. A humilhação de estar seminu e imobilizado era avassaladora. Eu tremia incontrolavelmente, incapaz de lutar, incapaz de falar. O Vínculo, que antes fora um consolo, agora era um instrumento de tortura, inundando minha mente com ondas de sua raiva, seu desprezo, seu desejo de me quebrar. Eu podia sentir o veneno de Malakor pulsando através dele, mas era a mão de Lucas que me segurava, era o rosto de Lucas que me encarava com ódio. A realidade e o pesadelo haviam se fundido em um momento de terror absoluto.

(Lucas)

Olhei para o peito exposto dele, para os pequenos mamilos rosados endurecidos pelo frio e pelo medo. A magia negra sussurrava em minha mente, me incitando, me dizendo para profanar, para tomar, para destruir a pureza que ele representava e que eu tanto odiava em mim mesmo.

“Você se acha tão especial”, murmurei, a voz um rosnado baixo e gutural.

Soltei seus pulsos e, antes que ele pudesse reagir, minhas mãos agarraram suas tetas. Apertei com força, beliscando a carne macia, e ele soltou um pequeno grito de dor e surpresa. Inclinei-me, o prazer cruel da sua submissão me preenchendo. Lambi um dos seus mamilos, sentindo o gosto salgado de seu suor e medo, antes de sugá-lo com força para dentro da minha boca, mordiscando e puxando, tratando-o não como uma pessoa, mas como um objeto para meu desprezo.

(Tiago)

Uma sensação totalmente alienígena e horrível explodiu em meu corpo. A combinação da dor aguda de seus dedos, a umidade quente de sua boca e a pura violação do ato enviou uma onda de choque pelo meu sistema nervoso. Meu cérebro não conseguia processar. Era humilhante, era doloroso, mas a estimulação era tão intensa, tão avassaladora, que meu corpo reagiu de uma forma que minha mente abominava. Um gemido estrangulado escapou da minha garganta. A torrente de ódio que vinha dele pelo Vínculo, misturada com aquela sensação física lancinante, empurrou-me para além do limite da coerência. Meu corpo se arqueou, uma tensão insuportável se acumulando baixo em meu ventre.

Com um soluço de vergonha e desespero, uma onda de calor me percorreu e eu gozei, uma liberação patética e involuntária que me deixou completamente quebrado, manchando minhas próprias calças.

Continua…

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