Na Calmaria do Controle - CAP 03

Um conto erótico de LAW
Categoria: Gay
Contém 1147 palavras
Data: 29/08/2025 20:18:46

Com o passar dos dias, percebi que Raul começou a se acomodar ainda mais. Se antes ele apenas pedia minha ajuda para dar um jeito na bagunça, agora vez ou outra pedia algum favor.

— Pega aquela garrafa de água pra mim, por favor marcos — dizia ele de forma educada, largado no sofá.

— Pega meu carregador no quarto por favor.

Ele continuava o mesmo Raul de sempre: carismático, tranquilo, espontâneo. Mas, aos poucos, eu percebia que ele já não se preocupava em Pedir um favor hoje, outro amanhã…

Eu as vezes me pegava pensando nele e nesse seu jeito de ser. Desde o primeiro dia em que Raul entrou naquela casa, havia algo nele que chamava atenção: a confiança natural, o jeito de falar com as pessoas, o modo como conquistava todos ao redor.

Mas além disso, eu começava a perceber que fazia esses favores para tentar agrada-lo, ele era tudo que eu não era, popular, bonito e confiante. não conto as vezes que me peguei pensando nele deitado a noite em meu quarto, pensado em seu jeito confiante largado no sofá todo suado sem camisa me pedindo para pegar uma água para ele.

Os dias foram passando e aquela troca de favores começou a virar algo comum. Raul já não media os pedidos — simplesmente pedia, como se fosse natural.

— Vê se minha mochila tá no quarto? —

— Traz meu celular que deixei carregando na cozinha? —

— Fecha a janela pra mim?

Coisas pequenas, banais, mas constantes. E eu ia fazendo, era quase automático, um gesto de boa convivência.

havia uma confiança excessiva dele na minha disposição. Raul se acomodava, se adaptava ao conforto que eu ajudava a manter. E eu comecei a notar que essa “boa convivência” estava pendendo sempre para o mesmo lado, o dele.

Raul já tinha percebido que eu raramente dizia não para ele. Eu estava sempre disposto a ajudar. Um pedido meio despretensioso, e eu ia ajudar.

Ele sempre de maneira leve e simpática pedia seus favores, como quem sabe que será atendido.

Teve um episódio que deixou isso tudo ainda claro para mim. Era noite, depois do jantar, quando ouvi a voz de Luiz chamando Raul no quarto dele. Eu não dei muita atenção no começo, mas logo escutei o tom mudar: era uma bronca.

— Raul, olha isso! Parece um chiqueiro aqui dentro! — a voz de Luiz soava irritada. — Roupa suja no chão, prato, copo, garrafa… Você mora num quarto, não num depósito! Arruma isso já!

Fiquei em silêncio, apenas ouvindo do meu quarto. Poucos minutos depois, ouvi a porta se abrir e Luiz sair resmungando alguma coisa. Alguns minutos depois, para minha surpresa, Raul apareceu no meu quarto, com aquela cara de quem precisava de um “favor urgente”.

— Mano, dá uma força lá por favor, meu pai vai me matar se eu não limpar o quarto — pediu, coçando a nuca e esboçando um sorriso sem graça. — Se eu for arrumar tudo sozinho, vou levar a noite inteira…

Olhei para ele por um instante. Aquilo me fez sentir um pouco de pena dele, mas não estava com muita vontade de ajuda-lo. Por algum motivo, mesmo contrariado, acabei indo com ele. Talvez fosse o costume, talvez fosse aquela sensação de que, se eu não ajudasse, tudo ficaria ainda mais bagunçado.

Quando entrei no quarto, fiquei surpreso com o que vi. Não era só uma desordem qualquer — era um caos. Roupas espalhadas pelo chão, algumas amassadas, outras sujas. Pratos e copos empilhados em cima da escrivaninha, garrafas de refrigerante tombadas ao lado da cama, algumas ainda com resto de líquido. O cheiro era uma mistura de comida velha e suor.

— Caramba, Raul… — murmurei, quase sem acreditar.

Ele deu de ombros, como se não fosse nada demais. — Eu sei, eu sei… por isso pedi sua ajuda, senão meu pai vai pegar no meu pé o mês inteiro.

Pegamos sacolas, recolhemos o lixo, dobramos roupas, levamos pratos para a cozinha. Eu ajudava em silencio, enquanto recolhia algumas roupas pelo chão, uma peça chamou muito minha atenção, uma cueca box branca usada largada nos pés cama, em um momento quando Raul foi levar algumas coisa na cozinha, peguei aquela cueca em minhas mão e maio que de forma automática levei ela até o meu rosto, então senti um cheiro forte de suor e uma fragrância característico de homem, isso fez meu coração acelerar e inevitavelmente meu pau saltou dentro das calças, com medo de ser flagrado, joguei a cueca dentro da sacola de roupas sujas e continuei a limpar o quarto.

Depois daquele dia, parecia que eu tinha assinado um contrato silencioso. Toda semana, sem falta, Raul dava um jeito de me chamar para ajudar a organizar o quarto dele. Às vezes inventava uma desculpa: “fiquei sem tempo”, “tive treino de skate”, “a escola tá puxada”…

Eu nem se quer tentava recusar, sabia que teria a oportunidade de encontrar alguma cueca dele jogada pelo chão e poder sentir mais uma vez aquele cheiro que nunca consegui esquecer.

Durante as limpezas ele até ajudava — pegava uma coisa aqui, outra ali — mas quem realmente colocava ordem ali era eu. Recolhia as roupas, levava os pratos, arrumava os sapatos que ele largava no canto. Enquanto isso, ele conversava, ria de alguma história, colocava música para tocar, como se fosse uma faxina entre amigos.

Só que, no fundo, não era bem assim. Eu estava fazendo mais por ele do que ele por mim, e comecei a perceber que ele já nem pedia mais com aquela hesitação do começo. Agora era quase natural, como se fosse parte da nossa rotina.

Em uma dessas faxinas o pior aconteceu, eu aproveitei que ele tinha decido com alguns pratos para cozinha, e peguei uma cueca preta que estava encima da cama, no momento que levei ela ao rosto, ele aparece na porta, meu corpo congelou na hora, eu não sabia o que dizer, rapidamente joguei a cueca na sacola, pensei em algo para falar, mas minha boca não conseguia abrir para sair nenhuma palavra.

Dava para perceber que o clima tinha ficado estranho no ambiente, mas ele não falou nadada sobre a cena que acabou de ver. Somente falou que tinha esquecido um copo e que tinha vindo pegar, assim que pegou desceu par cozinha e não voltou mais.

Eu estava completamente atordoado, o que ele ia pensar de mim agora? Essa pergunta não saia de minha cabeça, terminei de ajeitar o quarto e ele não retornou, agradeci por isso, pois eu não teria cara para encarar ele.

Passei o resto do tempo em meu quarto, quando eram por volta de meia noite ouvi seus paços no corredor e o barulho de sua porta fechando.

No dia seguinte Raul parecia normal, eu tentei manter as coisas normais também, ele não comentou nada e agia naturalmente como se nada tivesse acontecido, isso foi um alivio para mim. Certamente aquilo morreria entre nós e a vida seguiria sem estranhezas.

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Comentários

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MAS QUE PORRA É ESSA? VOCÊ VIROU EMPREGADO DO RAUL? NADA DISSO. ELE É MUITO MALANDRO, RIQUINHO METIDO, ISSO SIM. SE VOCÊ FIZER SEMPRE AS COISAS POR ELE, ELE NUNCA VAI ADQUIRIR RESPONSABILIDADES POR NADA. O FATO DE VOCÊ SENTIR TESÃO POR ELE, NÃO SIGNIFICA QUE TENHA QUE OBEDECER OS PEDIDOS/ORDENS DELE. DOIS BABACAS.

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