Sete meses haviam se passado desde a morte de Clara, e a casa de Marcos e Enzo, embora ainda carregasse as cicatrizes do luto, começava a vibrar com uma energia nova — uma tensão sexual silenciosa, crescente, que nenhum dos dois ousava admitir.
Marcos, com 55 anos e prestes a fazer aniversário naquele mês, ocupava os dias dando aulas em um cursinho preparatório para concursos da polícia. Mas, em casa, seus olhos eram cada vez mais atraídos por Enzo. O jovem, agora com 20 anos e cursando o primeiro semestre da faculdade de Administração, exibia uma confiança crescente e estava cada vez mais à vontade com sua sexualidade.
A convivência diária — refeições compartilhadas, conversas que iam de trivialidades a provocações sutis — criava entre eles uma intimidade perigosa, carregada de desejo não dito.
Enzo, por sua vez, não conseguia controlar o tesão que sentia pelo padrasto. Nas manhãs quentes, quando Marcos surgia na sala usando apenas um shorts fino, o tecido marcava o contorno de sua rola grande e preta. O jovem desviava o olhar, o coração disparado, enquanto o calor subia por seu corpo. À noite, ele se pegava fantasiando sentir o peso daquele corpo atlético sobre o seu, uma mistura de excitação e culpa que só crescia.
Marcos também estava preso em seus desejos. Desde a doença de Clara, ele não tinha relações, e a abstinência o deixava inquieto. A imagem de Enzo — esguio, com um brilho provocador nos olhos — alimentava fantasias intensas. Ele se imaginava dominando o jovem de quatro, metendo sua rola grossa no cuzinho apertado e arrancando gemidos submissos dele. Pensar nisso o fazia cerrar os punhos, tentando conter um desejo que crescia a cada dia.
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Paulo, o filho de Marcos, aparecia frequentemente, levando sua energia extrovertida para aliviar o peso da casa. Durante uma visita, enquanto tomavam cerveja na varanda, ele voltou com suas piadas provocadoras, mirando Enzo:
— E aí, irmãozinho, já achou alguém pra te fazer feliz? — perguntou Paulo, com um sorriso malicioso.
— Tô de boa, Paulo. Para com isso — respondeu Enzo, rindo, meio envergonhado.
— Para nada! Tu precisa de um cara que saiba o que faz, maninho — insistiu Paulo, piscando.
Marcos, que mexia na churrasqueira, franziu o cenho, sentindo um ciúme sutil apertar-lhe o peito.
— Deixa o garoto em paz, Paulo. Ele sabe se virar — disse, num tom mais seco do que pretendia.
Paulo riu, percebendo o desconforto do pai:
— Tá bom, pai, só tô zoando.
A conversa ficou no ar, mas Enzo percebeu o tom de Marcos. Parecia que o padrasto queria protegê-lo — ou talvez guardá-lo para si.
Dias antes, durante um café da manhã, Enzo havia tocado em um assunto que não saía de sua cabeça:
— Marcos, tudo bem se eu… tipo, trouxer um cara aqui pra casa algum dia? — perguntou, hesitante.
Marcos parou, a xícara de café a meio caminho da boca. Uma pontada de ciúme o atravessou, mas ele forçou um sorriso.
— Tá tudo certo, Enzo. A casa é tua também. Só me avisa pra eu não atrapalhar — disse, tentando soar leve, mas com um tom carregado de algo mais.
— Valeu, Marcos — respondeu Enzo, sorrindo, mas com um brilho maroto no olhar.
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Depois dessa conversa, o clima entre eles ficou ainda mais intenso. Cada olhar trocado, cada momento em que Marcos surgia sem camisa ou Enzo passava com um short curto que marcava o corpo, parecia acender uma faísca. A tensão sexual crescia a cada dia, palpável, mas nenhum dos dois cruzava a linha.
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Então, Enzo decidiu agir.
Ele havia trocado mensagens com Lucas, um estudante de 25 anos da faculdade — alto, com cabelo bagunçado e um jeito confiante.
Numa noite em que sabia que Marcos estaria no cursinho, convidou Lucas para casa.
No quarto, as coisas esquentaram rápido. Enzo, nu, cavalgava Lucas com movimentos intensos, os gemidos ecoando pelo cômodo. A porta, entreaberta por descuido, deixava escapar os sons de prazer.
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Marcos chegou mais cedo do cursinho, cansado, mas atento.
Ao entrar, ouviu os gemidos vindos do quarto de Enzo. Com o coração disparado, caminhou devagar até a porta entreaberta e congelou.
A cena o atingiu como um soco: Enzo, suado, cavalgando Lucas, o corpo esguio subindo e descendo com intensidade, os gemidos altos de prazer preenchendo o quarto.
Lucas segurava os quadris de Enzo, guiando o ritmo com firmeza.
Marcos sentiu uma onda de desejo misturada com ciúme. Ele queria estar ali. Queria ser o homem que fazia Enzo gemer daquele jeito.
Sua mente foi tomada pela imagem de si mesmo no lugar de Lucas, metendo sua rola preta e grossa no cuzinho apertado do enteado, dominando cada movimento.
Sem fazer barulho, ele se afastou, o corpo tenso e a mente em chamas, já pensando em como transformaria aquele desejo em realidade.
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Dois dias depois, Marcos chamou Enzo para o quarto que antes dividia com Clara. Estava organizando as coisas dela, uma tarefa dolorosa que vinha adiando.
Caixas de roupas estavam espalhadas pelo chão. Ele segurava uma blusa de Clara, o rosto carregado de emoção.
— Enzo, tô pensando em doar as roupas da tua mãe — disse Marcos, com a voz firme, mas suave. — Quero saber se tu quer ficar com alguma coisa.
Enzo olhou as caixas por um instante, respirou fundo e respondeu:
— Quero as lingeries dela. Os conjuntos sensuais, tipo camisola, fio-dental… essas coisas.
Marcos ergueu a sobrancelha, surpreso, e riu:
— Porra, seu safado, tu vai usar isso?
— Vou. Quer dizer, ainda não tenho com quem usar, mas… — disse Enzo, com um sorriso provocador.
Marcos riu de novo, os olhos brilhando com algo além da brincadeira:
— Ué, se tu gosta de usar, não precisa ser pra alguém específico, né?
Enzo sentiu o rosto esquentar, mas manteve o olhar firme:
— É, quem sabe…
Ele saiu do quarto com uma sacola cheia de lingeries e camisolas de Clara, o coração acelerado.
Aquela conversa, aparentemente banal, parecia carregar um subtexto que nenhum dos dois tinha coragem de nomear.
Marcos permaneceu no quarto, imaginando Enzo vestindo aquelas peças sensuais, o corpo esguio coberto de rendas, talvez até desfilando para ele.
A rotina da casa seguiu, mas cada olhar e cada palavra parecia empurrá-los cada vez mais para perto da linha que, em breve, um dos dois acabaria cruzando.