A semana se esticara com a lentidão de um cortejo fúnebre desde que a porta se fechara nas costas de meu pai. Ele levara as bagagens, mas deixara para trás o peso de uma esperança que nutríamos como um mecanismo delicado, prestes a funcionar ou a se partir em pedaços. Cada dia fora um exercício de unhas roídas e olhares fixos no telefone, como um náufrago que perscruta o horizonte vazio. Quando o aparelho finalmente vibrou na madeira da cabeceira, um zumbido agourento, meu coração deu um solavanco doloroso no peito. Atendi com a respiração suspensa.
“Pai? Deu certo? Como foi na feira?”, a voz saiu um fiapo, frágil como a esperança que se esvaía.
Do outro lado, o silêncio se estendeu por uma eternidade, denso e pesado. Então, sua voz, lixada pela derrota, respondeu: “Não deu, filho…”.
O chão pareceu ceder sob meus pés. “Como assim não deu?”, insisti, a negação já se fechando como um nó na garganta.
“Ninguém quis investir no tear. Acharam… complicado demais.”
Um calor subiu pela minha nuca, uma fúria impotente que me fez berrar no aparelho: “Eles são burros! Burros!”. Ouvi seu suspiro, o som exausto da rendição de um guerreiro. “Talvez, meu filho. Talvez.” A chamada terminou, mas o eco daquele fracasso reverberou dentro de mim, o som oco de engrenagens se partindo.
A promessa de seu retorno em dois dias já não soava como consolo, mas como a contagem regressiva para testemunhar o desastre. Eu o veria cruzar aquela porta não com o sorriso do visionário, mas com os ombros vergados pelo peso do sonho que esmagaram. A casa, antes um laboratório de futuros brilhantes, converteria-se no mausoléu de uma única grande ideia. A tristeza se tornara algo físico, uma densidade que me pressionava o peito e encurtava o ar. Eu acreditara naquela invenção com a fé cega de um devoto; via nela não apenas a genialidade do meu pai, mas a nossa redenção. Agora, essa certeza se desfazia em pó, e a perspectiva de encarar seus olhos decepcionados era uma tortura que já começara a me devorar por dentro.
Afundado no sofá, senti o peso do meu próprio corpo como um fardo, uma massa de carne e melancolia que parecia se expandir na penumbra. Pepe entrou na sala, movendo-se como se o espaço lhe pertencesse. Seu corpo, um monumento de músculos polidos, brilhava sob a luz fraca, um contraste obsceno com a minha desolação. Ele me fitou, flexionando um bíceps num gesto de autoapreciação.
“Que cara é essa, Tiaguinho?”, perguntou, o tom mais de constatação do que de interesse.
Murmurei, sem forças para encará-lo: “Meu pai… a invenção… não deu certo”.
Ele parou, processando a informação com a empatia de uma estátua. “Que peninha”, disse por fim, com uma revirada de olhos que desdenhava de todo o meu universo. “Espero que esse seu drama não atrapalhe nossa foda.”
Aquelas palavras não foram um balde de gelo; foram uma faísca num paiol de pólvora. A tristeza implodiu, e em seu lugar floresceu uma raiva fria e cristalina. Um pensamento perverso se formou: se era apenas meu desempenho que lhe importava, então ele teria o que merecia. Eu usaria cada grama da minha frustração, cada gota da minha dor, e a descarregaria nele. Ele seria o para-raios da minha tempestade.
Ergui-me do sofá, não mais um corpo flácido de melancolia, mas uma massa densa de propósito. Caminhei até ele, que me observava com um sorriso presunçoso, antecipando a submissão de sempre. Parei a milímetros de seu corpo, sentindo o calor que irradiava de sua pele.
“Você quer mesmo foder?”, minha voz soou como um rosnado vindo de um lugar desconhecido em mim.
O sorriso dele se alargou. “Sempre, sua vaca!”
Inclinei-me até seu ouvido, o hálito quente se misturando ao dele. “Então vem…”, sussurrei. “Mas hoje, as regras são minhas.”
Um brilho de excitação crua passou por seus olhos. “Não me faça se arrepender, gorducho.”
Agarrei a gola de sua regata sintética, o tecido barato esticando em meus dedos, e o puxei com uma força que o surpreendeu, arrastando-o sem gentileza na direção do quarto. Não haveria preliminares, não haveria carinho. Haveria apenas a colisão brutal de dois corpos e a transferência violenta de uma dor que não tinha para onde ir.
No aposento, a luz do abajur lançava sombras longas, dramatizando os contornos de nossos corpos enquanto nos despíamos com uma urgência predatória. Em segundos, estávamos ambos nus: ele, uma escultura de músculos definidos, a pele lisa e bronzeada um mapa de veias e tendões; e eu, com meu peito farto e a barriga oscilando com o movimento. Ele me olhou de cima a baixo, um brilho faminto nos olhos.
“Olhe para toda essa gordura…”, ele sibilou, as palavras que em outros dias seriam um veneno, hoje soavam como combustível. “Você parece maior a cada dia, vagabunda!”, continuou, aproximando-se. “Você é a minha putinha gorda!”
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, anulei a distância entre nós e tomei sua boca num beijo brutal — uma invasão de língua e dentes, não uma carícia, mas uma declaração de guerra. Minhas mãos apertaram sua nuca com força, cravando os dedos em sua pele enquanto eu o subjugava com a fúria do meu beijo.
Ainda em pé, quebrei o beijo, ofegante, e desci minha boca por seu pescoço, ignorando seus lábios para focar em outra presa. Inclinei-me e abocanhei seu mamilo esquerdo com uma avidez selvagem, chupando e mordiscando o pequeno ponto de carne até ouvi-lo arfar, surpreso com minha agressividade. Minha língua traçou um caminho úmido e quente por seu peitoral, subindo até sua axila perfeitamente lisa. Lambi a cavidade, chupando o gosto salgado de sua pele, uma mistura de suor e do seu perfume caro, inalando seu cheiro como um animal.
Em resposta, as mãos dele, que antes estavam em minha nuca, desceram e agarraram meu peito direito. Ele se inclinou, a boca encontrando minha teta com a mesma ferocidade, chupando-a, mordiscando-a, os dentes arranhando minha pele sensível. Eram ondas de dor e prazer que se misturavam à raiva que fervia em minhas veias, criando um coquetel potente e perigoso.
Com um empurrão, fiz o deus grego cair de costas na cama e me posicionei sobre ele, nossos corpos se encaixando numa posição de devoração mútua. Naquele “69” delicioso, eu por cima, minha boca encontrou seu pau já duro e latejante, enquanto ele, por baixo, posicionou o rosto sobre a minha bunda. Enfiei seu membro inteiro na minha boca de uma só vez, a glande batendo no fundo da minha garganta, provocando um engasgo violento. Lutei por ar, lágrimas brotando nos cantos dos meus olhos, enquanto sentia a língua quente e hábil do deus grego invadindo meu cuzinho, lambendo e sondando com uma perícia profana. Meu mestre riu, a vibração de sua voz repercutindo em minha pélvis.
“Meu pau é muito grande para você, piranha?”, zombou ele. Afastei-me um pouco para me recuperar. “Não pare de mamar o seu macho, porra!”
Voltei a chupar seu pau, agora escorregadio e coberto pela minha baba, movendo minha cabeça para frente e para trás com um ritmo frenético, determinado a drená-lo, a tomá-lo por completo.
Mudei nossa posição com um movimento fluido, sentando-me em seu colo, de frente para ele. Suas mãos guiaram meu corpo para baixo, e senti seu cacete grosso e molhado me invadindo, um preenchimento quase doloroso, mas incrivelmente satisfatório. Comecei a cavalgar, e o peso do meu corpo era a força motriz, subindo e descendo sobre ele com uma energia selvagem. Nossos gemidos se misturaram, uma sinfonia profana no silêncio do quarto.
“Ah… porra… que delícia!”, eu gemia, jogando a cabeça para trás.
“Assim, piranha… rebola no meu pau… caralho!”, ele rosnava de volta, os olhos vidrados de prazer.
Suas mãos subiram e encontraram minhas tetas fartas, apertando-as com força, os polegares roçando meus mamilos já sensíveis, transformando cada centímetro do meu corpo em um condutor de eletricidade, onde a frustração se convertia em um prazer cru e avassalador.
No meio do ritmo alucinado da cavalgada, enquanto meu corpo subia e descia sobre o dele, senti meu membro, duro e esquecido, roçando contra seu tórax. Numa inspiração súbita de perversidade, inclinei-me para frente, posicionando-o bem no sulco entre seus músculos peitorais. O movimento da cavalgada ganhou um duplo propósito: a cada subida e descida que aprofundava a penetração em meu cu, meu membro era arrastado numa fricção lasciva contra sua pele lisa e dura. A sensação era alucinante.
“Seu filho da puta… oh… oh!”, Pepe gritou, arqueando as costas para aumentar o contato. “Isso é bom demais, Tiago!”
O atrito da minha glande contra o relevo de seus músculos era uma nova dimensão de prazer.
“Gosta assim, seu gostoso? Gosta do meu pau no seu peito?”, provoquei, minha voz rouca de excitação.
A resposta dele foi um grunhido afirmativo e desesperado: “Oh… sim… oh!”.
A combinação de sensações me empurrou para a beirada do abismo. A fricção alucinante no peitoral do predador, a sensação de seu comprimento me preenchendo, a dor e o prazer de suas mãos em minhas tetas, tudo convergiu para um ponto de ebulição. Com um grito gutural, meu corpo se contraiu violentamente e eu gozei, um jato grosso e quente que explodiu sobre seu rosto e torso, sujando a escultura perfeita de seu corpo com a minha descarga de frustração e êxtase.
No exato momento em que meu orgasmo me abalava, senti as mãos dele escorregarem de minhas tetas, descendo rápidas por minha cintura. Antes que eu pudesse processar, ele enfiou dois dedos em meu cu, abrindo-me ainda mais, esticando-me ao limite. Ele começou a me foder com os dedos e o cacete simultaneamente, um ataque duplo que me fez enlouquecer, gritando seu nome em uma mistura de agonia e prazer absoluto.
Senti seu corpo enrijecer sob o meu, e ele urrou, duas frases que selaram minha rendição: “Vaca safada do caralho! Vou encher seu rabo de leite!”.
Uma onda de calor inundou meu interior, o sêmen dele preenchendo cada espaço, e eu desabei sobre seu peitoral sujo, exausto, esvaziado, mas, por um instante, em paz com meus demônios.
Continua…