Com Você Descobri o Amor -13

Um conto erótico de AYOON
Categoria: Gay
Contém 1367 palavras
Data: 25/08/2025 21:09:10

Edgar terminou de recolher os livros, mas não se apressou em voltar para o banho. Ficou parado por um instante, os olhos acompanhando cada gesto de Elijah, que parecia perdido entre curiosidade e vergonha. Cada pequeno movimento do garoto — o jeito como segurava os livros, o modo como os pés descalços tocavam o chão — provocava uma reação involuntária em Edgar, e ele sabia que precisava controlar cada impulso.

— Você está bem mesmo? — perguntou, finalmente, mas sua voz carregava um tom que fazia Elijah sentir-se ainda mais vulnerável. — Parece… distraído.

Elijah corou profundamente, desviando o olhar e murmurando quase inaudível:

— É… é só que… eu não sei… — sua voz falhou, e ele apertou os livros contra o peito, tentando se recompor.

Edgar deu um passo mais próximo, o calor do corpo dele sendo quase palpável, e inclinou-se ligeiramente:

— Não precisa se envergonhar de mim, Elijah. Eu não vou… te machucar. — A pausa que se seguiu fez Elijah prender a respiração, cada palavra carregada de um subtexto que ele ainda não conseguia entender.

O garoto sentiu uma mistura confusa de medo, curiosidade e algo que o deixava desconfortavelmente excitado. Era a presença de Edgar, firme, protetora e ao mesmo tempo provocante, que o deixava vulnerável. Ele queria se afastar, mas não conseguia tirar os olhos de Edgar, que permaneceu ali, quieto, observando cada reação, estudando cada expressão do garoto.

O silêncio tornou-se quase pesado, cada segundo prolongando a tensão entre eles. Elijah, finalmente, sussurrou:

— Eu… eu não sei o que fazer…

Edgar inclinou-se mais um pouco, aproximando o rosto do de Elijah, mas mantendo a postura firme:

— Apenas esteja aqui. Sem medo. Sem pressa.

O efeito daquela frase foi imediato. Elijah sentiu um calor subir pelo peito, as mãos tremendo ligeiramente, enquanto Edgar se afastava lentamente, deixando o garoto sozinho com seus pensamentos e com o impacto da presença intensa do homem que agora dominava sua segurança e, de algum modo, seus sentimentos.

Elijah respirou fundo, tentando organizar os pensamentos antes de se levantar. Cada passo até a cozinha parecia pesar mais do que o normal, mas ele sentia que precisava fazer algo útil, algo que mostrasse que não era apenas um fardo.

Pegou os utensílios e começou a preparar algo simples: arroz, legumes e um pouco de carne que Dantas havia deixado no freezer. Enquanto mexia a comida, os sons da casa — o relógio, o chiado do fogão, o vento batendo nas janelas — pareciam ecoar na sua mente, lembrando-o de que, por mais seguro que estivesse, aquele era ainda um lugar de tensão e mistério.

Mesmo fazendo tarefas rotineiras, Elijah não conseguia afastar o pensamento de Edgar. A forma como ele se aproximara, o tom de voz, o silêncio carregado de intenções… tudo isso o deixava desconcertado. Ao mesmo tempo, preparar a comida e arrumar a casa parecia um jeito de colocar ordem em algo que ele ainda não entendia: a própria vida, que de repente se encontrava entre proteção, medo e sentimentos que ele não sabia nomear.

Quando terminou de arrumar a mesa e servir a comida, Elijah se sentou sozinho, olhando para o prato. Um misto de ansiedade e vergonha o impedia de comer com tranquilidade. Ele sabia que Dantas voltaria logo, e que, de algum modo, aquele gesto simples — preparar a refeição, cuidar da casa — era sua forma de tentar se tornar útil, de equilibrar a tensão entre eles, mesmo sem palavras.

O aroma da comida recém-preparada se espalhou pelo apartamento, chegando até Edgar, que havia terminado a ronda e retornava do quarto ainda sentindo o corpo cansado. O cheiro familiar despertou algo reconfortante, e ele não resistiu. Saiu do quarto apenas de calção e camiseta, os músculos ainda marcados pelo esforço da tarde, caminhando em direção à cozinha com passos firmes.

Ao entrar, percebeu Elijah sentado a mesa, cada gesto meticuloso, quase reverente, com um cuidado que Edgar não esperava. O garoto, ainda um pouco tímido, levantou os olhos e parou abruptamente ao notar a presença de Edgar, seu corpo recuando instintivamente diante da visão do homem parcialmente à mostra.

Edgar se acomodou à mesa, o olhar firme mas curioso, enquanto Elijah, ligeiramente nervoso, levantou-se rapidamente para servir um prato para ele. Mal havia se sentado, Elijah já se serviu, cada gesto calculado e cuidadoso, como se tivesse medo de errar.

Edgar observava discretamente, sem disfarçar totalmente o interesse, os movimentos suaves do garoto ao manusear os talheres, o modo como ele inclinava o corpo para pegar a comida, a delicadeza quase hipnótica de cada ação. Um conforto inesperado se misturava à tensão que ainda pairava no ar, tornando o momento íntimo e silenciosamente carregado de uma energia que nenhum dos dois entendia completamente.

O aroma da comida e o som leve dos talheres pareciam preencher o espaço entre eles, cada olhar furtivo de Edgar provocando um leve rubor no rosto de Elijah, que tentava focar apenas na refeição, mas não conseguia ignorar a sensação estranha que se formava em seu peito.

Após o jantar, Elijah, como se estivesse acostumado à rotina, levantou-se silenciosamente e começou a recolher a louça. Caminhou até a pia e começou a lavar os pratos, cada gesto meticuloso e cuidadoso. Edgar permaneceu sentado, imóvel, os olhos fixos nos movimentos do garoto.

A altura da pia, quase na linha do peito de Elijah, fazia com que ele se esforçasse um pouco mais, esticando os braços franzinos. O tilintar da louça batendo suavemente na pia não incomodava Edgar; pelo contrário, havia algo curioso e até engraçado naquela cena.

Era difícil não reparar na postura franzina de Elijah, tão pequeno, com cerca de 1,60m, mas ao mesmo tempo tão concentrado e diligente.

Cada movimento seu parecia carregado de uma inocência quase encantadora, e Edgar não conseguia desviar o olhar, observando atentamente cada gesto do garoto enquanto ele completava a tarefa com cuidado e delicadeza.

O silêncio que pairava entre os dois era confortável, mas carregado de uma tensão sutil, como se ambos estivessem cientes, de maneiras diferentes, da proximidade que aquele momento proporcionava.

Elijah terminou de lavar a louça e se virou lentamente para Edgar, que pela primeira vez se sentiu totalmente desconcentrado. A camisa azul céu do garoto, agora encharcada de água, colava-se ao peito e à barriga, delineando seu corpo esguio de forma que fez Edgar vacilar por um instante.

— Senhor… eu terminei. Vou me preparar para dormir… — disse Elijah, a voz tímida, quase esperando uma reação.

Edgar, ainda perdido nos próprios pensamentos, encarava o garoto sem conseguir desviar os olhos.

— Senhor? — Elijah chamou novamente, a voz carregada de hesitação.

O barulho trouxe Edgar de volta à realidade. Seu coração disparou, e ele sentiu um calor incômodo subir pelo corpo. Sabia que não podia se levantar; qualquer movimento repentino denunciaria sua excitação, e a situação era delicada demais para ser notada.

Ele precisou respirar fundo, buscando recobrar o controle, enquanto observava Elijah pegar uma toalha para se secar, inconsciente do efeito que causava. O silêncio entre os dois pesava, carregado de tensão, constrangimento e uma estranha proximidade que nenhum dos dois havia sentido antes.

Elijah, ainda tímido, dirigiu-se ao banheiro, fechando a porta com cuidado atrás de si. O som da água caindo misturava-se ao silêncio pesado da cabana, preenchendo os espaços que antes estavam carregados de tensão. O vapor começou a se espalhar, envolvendo o ambiente e aliviando, de certa forma, o nervosismo que pairava sobre ele.

Enquanto isso, Edgar permaneceu na sala, imóvel por alguns segundos, tentando organizar os pensamentos. Cada gesto de Elijah ainda queimava em sua mente, e o corpo reagia de forma involuntária. Com um suspiro contido, Edgar se aproximou do bar, pegando uma dose de whisky e servindo-se.

Levou o copo aos lábios, sentindo o líquido forte descer pela garganta, tentando apagar, ou pelo menos controlar, a chama de desejo que queimava dentro dele. Mas a mente continuava viva com cada imagem do garoto encharcado, cada movimento tímido e desajeitado, cada gesto que agora parecia carregado de uma sensualidade quase inocente.

Edgar encostou-se à poltrona, fechando os olhos por alguns segundos, lutando contra a própria vontade. A tensão não diminuía; pelo contrário, parecia se intensificar, tornando o ambiente pesado, quente e carregado de algo que ele mal podia admitir, até para si mesmo.

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