Parte 8.
Da série: Maha – esposa e atriz
Acordei no meio da manhã do domingo, apertado para um xixi, e com o meu telefone vibrando como um moribundo que estivesse tomando choques elétricos no coração, numa tentativa de reanimação, chegava a saltar e se mover sobre a mesinha. Peguei o aparelho e fui ao banheiro. A Shakira nem acordou.
Me sentei no vaso para descarregar aquela mijada aliviante, enquanto desbloqueava a tela. Eram 9h30. Vi sete mensagens, quatro mensagens da Maha, duas do Gênio, e uma do Melga. A última chamada de ligação já era a terceira da Maha, mas eu não atendi. Nem tinha ouvido pois ficou no silencioso. Primeiro fui ler as mensagens.
A primeira mensagem era do Gênio, à 1h30. Eu estava indo pegar a Shakira no hotel naquele momento. Nem vi.
“Desculpe, bro. Foi mal. Entendi tudo errado. Achei que tu estava de acordo”.
A segunda era da Maha, às 1h33.
“Amor, tu pode ficar tranquilo. Conseguiu detonar meu desejo. Obrigada”.
A terceira era da Maha, às 2h.
“Já estou em casa. Acabei de chegar. Gênio me trouxe e foi embora”.
A quarta era do Gênio, às 2h20.
“Deixei a Maha em casa. Nada rolou. Desculpe. Foi um erro mesmo. Fale com ela”.
A quinta era da Maha, às 3h.
“Amor, onde tu está? Vai voltar? Por favor.”
A sexta era da Maha, às 7h.
“Amor, por favor, nem leu as mensagens ainda. Estou preocupada.”
A seguir havia duas chamadas não atendidas da Maha. Uma às 7h03 e outra às 8h.
E às 8h30 uma mensagem do Melga.
“Maha me ligou, preocupada. Tu não voltou para casa, ainda. Nem atende o telefone. Ao acordar, dá um toque para ela saber que está bem. Eu disse que não sabia de ti. Vamos para a praia às 10h. Se quiser, avise”.
E finalmente, aquela última chamada da Maha, que eu não atendi ao acordar.
Resolvi responder por mensagem:
“Bom dia. Acordei agora. Dormi num hotel, apaguei e não ouvi nada. Estou bem. Vi suas mensagens. Lamento a noite não ter saído como tu queria. Vou tomar café aqui, e depois dou sinal.”
Nem mandei beijo, de propósito. Estava decidido a endurecer de uma vez. Ironicamente, quem tinha aproveitado mais fui eu mesmo. Na mesma hora em que enviei a mensagem eu desliguei o telefone, pois sabia que ela iria ligar. Entrei no chuveiro para uma boa ducha me despertar. Quando estava tomando o banho a Shakira entrou no chuveiro e me abraçou. Disse:
— Temos pouco tempo, logo acaba o café da manhã.
Eu falei:
— Pede para servirem no quarto. Podemos tomar aqui.
Ela concordou, saiu do chuveiro e pegou o telefone para ligar para o serviço de quartos. Eu me enxuguei e fui abraçá-la por trás. Falei:
— Vi uma mensagem do Melga, que vai sair para a praia às 10h. Você vai? Eu infelizmente, tenho que voltar e terminar o jogo de xadrez que comecei ontem. O programa da minha esposa com o amigo, micou. Ela foi para casa e ficou a noite toda me esperando. Acho sacanagem não ir lá, dar uma satisfação.
Shakira me abraçou, sorriu, me deu um beijo, e disse:
— Perdeu amiga… Mas… Sem problema. Você sabe e eu também, que ela tem prioridade. Mas agora, eu também quero. Quando puder, volte. Se ela é liberal, vai saber dividir.
— Tu é mesmo fantástica, baianinha. Cada vez gosto mais de ti. – Eu disse.
Ficamos ali de pé no quarto, trocando beijos, quando ouvimos bater na porta. Era o serviço de quarto. A Shakira se enrolou na toalha e jogou a outra para que eu me enrolasse. E foi abrir a porta. Uma mocinha de uniforme entrou com o carrinho com o café da manhã e deixou perto da mesinha da suíte que tinha duas cadeiras. Peguei uma nota de dez e dei de gorjeta. Ela saiu e nos sentamos à mesa para o desjejum.
Tomamos nossa primeira refeição em paz, conversando pouco, mas em clima de namoro. Shakira avisou a Sharon que iria na praia com eles e estava apenas tomando o café. Depois, veio se sentar no meu colo, e ficou me beijando dizendo que ainda queria se despedir direito. Aos poucos, fomos nos excitando mais, e logo ela me puxou para a cama e pediu:
— Você confia em mim? Eu tomo pílula, e confio em você. Podemos fazer tudo sem nada nos isolando? Quero sentir a sua gozada aqui dentro.
Só de ouvir aquilo eu já estava de pau rijo como um bastão de basebol. Ela começou lambendo, cheirando, chupando, e estava endiabrada. Colocou o pau entre os seios e me masturbou numa espanhola alucinante. Pouco depois, eu a virei sobre mim na cama e partimos para um 69 que durou mais de cinco minutos, até que senti que ela gozava com minhas chupadas no grelinho.
Alucinada, ela veio cavalgar minha rola e estava ainda mais tarada do que na noite anterior. Eu sentia que ali não tinha apenas tesão, tinha uma enorme satisfação afetiva. Aquilo me acendeu uma luzinha na maldita cabeça que nunca desligava. Decidi que não poderia arriscar, nem correr riscos que se tivessem desdobramentos, poderiam se refletir na Maha. Eu não perdi a batalha com a cabeça de baixo, a de cima me manteve alerta, e eu comecei a pensar como deveria fazer para não gozar dentro. Aquilo me deu muito mais resistência para reter o orgasmo e quando vi que a morena estava se descabelando, gemendo, os olhos perdidos no ar, e tremendo de prazer, eu disse:
— Goza, minha querida tesudinha! Eu aguento um pouco mais.
Ele se soltou e gozou muito forte, quase desfalecendo. Eu fiquei com ela abraçada no meu peito, acariciando sua bunda, e meu pau duro ainda dentro de sua bocetinha que havia escorrido muitos fluidos do prazer. Esperei que ela normalizasse a respiração e pedi:
— Quero gozar na sua boa! Sentir você engolir.
Ela não teve dúvida, colocou-se deitada ao meu lado e começou a lamber e chupar meu pau, enquanto sua mão me acariciava o saco. A safada era muito boa e eu disse sem maldade:
— Caralho, Sha, tu chupa muito gostoso, parece uma putinha.
Ela sorriu meio irônica e respondeu segurando meu pau com a pele toda esticada:
— Eu sou isso mesmo. Me prostituo desde novinha. Onde eu nasci, dei a sorte ou azar de ser bonita como minha irmã, e nós duas, muito cedo, caímos na vida. Era a única chance de ter alguma coisa. Só chegamos à condição de modelos, porque uma agente experiente identificou nosso potencial, e nos levou para a agência dela. Senão, estávamos no puteiro ou na rua até hoje. A vida não é fácil para a maioria.
Naquele momento, eu percebi que não estava tratando com uma gatinha sendo seduzida, estava tratando com uma mulher que embora muito novinha, já era amadurecida na escola da vida. Ela voltou a me chupar e eu falei:
— Para mim, você continua a ser a baianinha mais fantástica que eu conheci e que ganhou o meu coração. De verdade.
Ela não respondeu. Caprichou naquela mamada, e colocou um dedo embaixo do meu saco, pressionando a “terra de ninguém” entre o final do saco e o ânus.
Suavemente, ela foi massageando ali, chegando pertinho das pregas, e meu pau parecia ter crescido ainda mais. Meu tesão era incontrolável. Quando olhei para ela chupando e engolindo meu pau até se alojar em sua garganta, vi que lágrimas escorriam de seus olhos, mas ela não parou de chupar até que eu explodi num gozo descontrolado, onde me debatia sobre a cama, a cabeça virava de um lado a outro, meu corpo se agitava com ondas de prazer, e os jatos de porra eram tragados por aquela garota que se manteve firme até que eu não conseguisse mais me mover. Fiquei estirado na cama, e ela veio se deitar em cima do meu peito e me beijou. Perguntei:
— Você chorou porque doeu? Incomodou?
— Doeu meu coração, com as suas palavras. Você é verdadeiro, não fala para agradar. Eu fiquei apaixonada, mesmo sem ter o direito.
Na hora, eu entendi que precisava ser verdadeiro por inteiro:
— Sha, eu também me senti e me sinto apaixonado por ti. Paixão é um encanto enorme, mas que pode ser passageiro. Durante vários anos eu fui apaixonado pela minha esposa, um encanto tremendo, e de repente, uma série de coisas me levaram a perceber que a paixão que havia antes deu lugar a um gostar muito grande. Eu ainda gosto mesmo muito dela, mas é diferente. Nunca utilizo a palavra amor. Amor eu acho que é um gostar tão profundo que apenas mãe sente pelo filho, ou um filho pode sentir por sua mãe, pois é incondicional. Gostar impondo condições, nunca pode ser chamado de amor.
Ela me olhava admirada, com um sorriso bobo na face. Não falou nada.
Respirei fundo e falei:
— Um dia, o Melga me disse uma coisa que eu não entendi na hora. Vou repetir. “Tu só gosta de quem tu admira, e tu só admira, a quem tu respeita. Se por algum motivo, tu perder o respeito, deixa de admirar, e deixa de gostar. Pode até querer bem, mas o gostar já não terá a mesma força”. Entende isso?
Ela ficou me olhando, pensando um pouco, e disse:
— Se você soubesse de onde eu vim, pelo que já passei, e o que já sofri sendo abusada e explorada, acreditando em falsos amores, saberia como eu estou feliz neste momento, ouvindo o que me disse, e sendo tratada com tanto carinho.
Ela deu uma ligeira parada. E recomeçou:
— Mesmo sabendo que eu fui uma puta de zona, que fiz programa na rua, desde novinha, você me trata desde ontem com o mesmo carinho e respeito. Isso é de apaixonar. Não estou acostumada, sempre fui tratada como objeto de uso, sem direito a nada. Usou, pagou, vaza. As pessoas não me veem como pessoa, por ser puta.
Fiquei olhando para ela, pensando na famosa frase do escritor Saint Exupéry na história do Pequeno Príncipe: “Tu tens a eterna responsabilidade por tudo que cativas”. Eu disse:
— Não é fazer sexo pago que é errado, errado é ser mau caráter. Eu não discrimino a pessoa pelo que ela faz para sobreviver, desde que não prejudique ninguém. Mas não suporto quem engana, trai, dissimula, e manipula, para alcançar benefícios.
Ela me abraçou forte e me deu um beijo. Depois falou:
— Antes de vir para o Rio de Janeiro, fui a uma mãe de santo, pedir para abrir os meus caminhos. E fui jogar umas oferendas para minha padroeira, Mãe Iemanjá. E parece que tudo está mesmo dando certo. Desde que cheguei e conhecemos o Melga na festa, está tudo sendo maravilhoso. Você é maravilhoso.
Resolvi perguntar:
— A agência que você trabalha faz book rosa?
Ela sorriu, e fez que sim. Eu disse:
— Acho que a tua sorte pode mudar muito. Vou ter que sair agora, pois tenho que me entender com a minha esposa, mas vou falar com o Melga e talvez possamos achar oportunidades melhores de trabalho para vocês. São lindas, e conheço outras agências. Minha mulher mesmo é modelo. Talvez vocês possam sair do book rosa, se desejarem.
Shakira me olhava, meio desconfiada:
— Não alimente esperança para me desiludir depois.
— Não é isso. Estou apenas dizendo que vou tentar ajudar.
Eu me levantei e voltei ao banheiro para outra ducha. Ela veio junto e tomamos um banho rápido, nos lavando e nos enxugando, num clima de carinho. Eu me vesti e me despedi dela. Já passava das 10h40 quando peguei o carro e segui em direção a Botafogo e Flamengo. Por comodidade peguei de volta o contorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, para pegar Botafogo pelo Humaitá.
No carro, acionei novamente o som, e a seleção da Nana Caymmi ainda estava na lista do play. Na mesma hora, começou a canção: Só Louco.
Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis
Ó insensato coração,
Por que me fizeste sofrer?
Por que de amor para entender
É preciso amar? Por quê?...
Eu tinha feito tudo que eu fiz naquela noite, contando que a Maha e o Gênio estavam realizando a sua fantasia, atendendo aos seus desejos. Mas, tudo indicava que a realidade tinha sido outra. Eles, segundo disseram, desistiram.
Eu, da minha parte, não podia negar que tivera uma experiência incrível ao conhecer aquela baianinha, linda, deliciosa, e solta, descolada e experiente, me proporcionando uma parceria sexual como poucas, tão boa como a que sempre tive com minha esposa. E eu havia gostado muito dela, e até tinha um sentimento de carinho e ternura por ela.
Eu ainda gostava muito da Maha, isso eu tinha certeza, mas a lição que eu aprendi, na prática, no sábado e naquela noite, foi que é possível ter sexo maravilhoso fora do casamento, sem deixar de gostar da minha esposa. E, era também possível gostar de outra pessoa, com quem praticamos sexo, sem precisar deixar de gostar de quem gostamos. Ou seja, podemos ter outros parceiros, e ter nossa relação a dois, sem que isso nos destrua. A prática liberal estava ali me provando o possível. Naquele momento, eu até lamentava que a Maha e o Gênio não tivessem conseguido ir adiante. Talvez, tenha pesado a consciência deles, ou ficaram tão incomodados com minha postura, que perderam o tesão. Eu não sabia, mas eu tinha aprendido uma lição maravilhosa, e estava muito mais inteiro e seguro para entender a Maha e o Gênio, e até de não ficar magoado com eles.
A música continuava…
Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis
Ó insensato coração,
Por que me fizeste sofrer?
Por que de amor para entender
É preciso amar? Por quê?
Só louco… Só louco… Só louco… Só louco.
Ao chegar em casa, eu encontrei a Maha sentada no sofá, meio largada. Estava vestida com uma calcinha pequena cor de creme e uma camisetinha branca curta. Os cabelos soltos e desalinhados. Os olhos estavam vermelhos e umas olheiras bem visíveis. Eu senti que não poderia tripudiar com seu estado de tristeza e frustração, então, fui até ela e a suspendi, fiz com que me abraçasse, de pé, e dei um beijo de leve. Nada disse.
Maha no início tentou se desvencilhar do abraço, mas eu a retive, em silêncio, e falei com toda calma:
— Fique calma, querida. O que se passa?
Ela me olhou firme, mas não era um olhar de ternura, era um olhar de tristeza. Finalmente falou:
— Me desculpe. Acho que fiz tudo errado.
Achei interessante ela colocar a nossa relação em primeiro lugar, e nem tocar no que eu poderia ter feito com a tal baianinha que ela me viu na foto da praia. Eu disse:
— Não vem ao caso. Tu foi sincera, verdadeira, autêntica e não fez nada escondido. Não tem que se culpar de nada. - Falei, enquanto a abraçava.
Finalmente ela parou de se debater nos meus braços e relaxou. Exclamou:
— Ah… que ódio… eu entrei numa, e não deu nada…
— Calma, eu acho que o mundo não acabou. Vamos conversar? Quero saber o que houve.
Maha me olhava sem saber se eu estava ajudando ou acabando de pisotear. Insisti:
— Vem, senta-te comigo no sofá, e vamos conversar. Me conta, por que não deu certo?
Maha se sentou e falou:
— Depois daquela tua cena cruel e massacrante, não tinha mais clima. Tu disse que liberava, e só faltou nos crucificar de traíras. Morri de vergonha.
Respirei fundo, e falei com o tom mais calmo e sincero que consegui:
— Maha, temos duas situações para analisar aqui. Primeiro, eu sentia que um dos dois, estava omitindo ou deixando de falar abertamente o que houve antes, que levasse ao ponto de querem dormir juntos. Não foi uma coisa que apareceu no ensaio de sábado. veio de antes… A segunda situação era que eu já estava decidido a liberar, só queria verificar o que estava acontecendo de verdade. E eu sinceramente, adoraria que você me falasse tudo. Não tenho raiva, não tenho mágoa, e acho que foi mesmo uma pena que vocês não tenham feito o que desejavam.
Maha me ouviu e ficou pálida. Percebi que ela tinha algo a dizer. Perguntei:
— O que foi que o Gênio falou depois? Me conta.
— Ele me olhou com uma cara de envergonhado, e disse que tinha falhado contigo. Que não estava em condições de continuar. – Ela disse, e escondeu o rosto entre as mãos.
Maha começou a chorar na minha frente e eu segurei em uma de suas mãos e puxei para o meu peito, e fiquei segurando. Ela sentada ao meu lado no sofá, chorava, limpava as lágrimas na camisetinha, e soluçando falou:
— Eu pensava que você ficou excitado com a ideia e estava cúmplice comigo.
— Maha, eu estava, claro, fiquei excitado contigo, mas, me diga. Foi tu que começou essa história, não foi? – Disse, olhando com expressão compreensiva.
Maha titubeou um instante, fez que sim, fungou e disse:
— Me deixa contar tudo. Eu fui ficando diferente com o curso de teatro. Minha cabeça se abrindo e me soltando. Aprendi a não ter vergonha do meu corpo, mudei, fiquei bem mais solta, liberada, e vi que tu gostava. Já estava me soltando mais ao fazer fotos.
— Isso eu já sabia – Falei.
Ela prosseguiu:
— Coincidiu com o início do curso de teatro, e toda a argumentação de preparo do ator nos ensina que é para nos distanciarmos da pessoa civil, do eu real, enquanto estamos representando, e mergulhar no personagem. Eu adorei aquilo.
— Isso eu também sei. – Comentei.
Ela estava falando e não parou:
— Uma vez, depois de umas fotos de produto, eu já estava nua, o fotógrafo me sugeriu fazer um ensaio de nu artístico. Eu gostei da ideia e resolvi aceitar. Achei que ia fazer uma surpresa e te dar de presente no teu aniversário. Fiquei no estúdio depois do trabalho e fizemos somente algumas fotos. No ensaio rápido, eu vivi uma fantasia, pensando em ti, e aquilo me estimulou. Adorei o resultado, e resolvemos fazer outro mais demorado. Eu queria te dar uma sequência de fotos muito ousada.
— Isso eu não sabia. – Falei.
Ela pediu:
— Me deixa contar. Então, como estava ensaiando junto com o Gênio, pedi para ele e outro colega do curso, participarem do ensaio de fotos e eles aceitaram. Eu e o Gênio já tínhamos nos exercitado sem roupa nos laboratórios, sem acontecer nada entre nós, então achei que não ia rolar coisa alguma. Fizemos o ensaio de fotos sensuais, e eu fiquei muito excitada. Não teve safadeza nem nada entre nós, mas a fantasia era que eu ficava nos braços de um, enquanto o outro, que aparecia nas fotos apenas de costas, assistindo, meio no escuro.
Ela suspirou e confessou:
— Eu e o Gênio simulávamos uma relação. Não era real. Mas, durante o ensaio, o fotógrafo botou pilha, fizemos fotos muito ousadas, ficamos muito excitados mesmo, e vimos que surgiu uma vontade nos dois, que não podia ser atendida sem o teu consentimento.
— Ah, então, tu já estava a fim. – eu disse.
Ele concordou com um aceno de cabeça e disse:
— Eu estava. Foi quando eu comecei a falar contigo. Não queria estragar a surpresa, e nem queimar o Gênio, porque ele sempre avisou que não faria nada sem que tu permitisse. Ele é teu amigo mesmo. Acontece que o outro colega do grupo de teatro que participou do ensaio, contou para a professora do curso, o que havíamos feito, e ela então sugeriu que nós fossemos integrar o elenco de uma peça experimental que ela estava querendo encenar. Nós fomos fazer o teste, e encenamos a primeira vez só para ver como seria. E já nos primeiros ensaios, as cenas eram mesmo ousadas, e voltou um tesão louco.
Tu já estava ficando com ele? – Perguntei.
— Não, não fizemos nada. Na cena eu apenas simulava que o masturbava e fingia que o chupava. – Ela disse. Tomou fôlego e contou:
— Eu confesso, me bateu um tesão absurdo, aquele pau duro na minha mão e ele gemendo, e fiquei mesmo muito interessada em ficar com o Gênio. Queria dar para ele. Acho que foi um tesão recíproco, porque ele também estava louco. Foi quando eu te contei, em casa, sobre o teatro, e tu parece que morreu de tesão. Tivemos uma noite maravilhosa como fazia tempo que não acontecia. Então, depois, tu deu uma de inseguro e enciumado, e eu fiquei apavorada. Pensei até em jogar fora as fotos do ensaio e desistir. Aí, soube que tu almoçou com o Gênio e ele confirmou que achava que tu ia permitir, mas estava apenas um pouco sem jeito por ser ele, seu amigo. Eu falei que ia te pedir para dar para ele e pegar a tua autorização. De noite discutimos, e travei, tu me liberou para prosseguir no teatro e que não queria saber de nada. Fui para o ensaio, decidida a sair dali e ir para o motel, e o Gênio, com medo de tu não gostar, disse que sem a tua aceitação ele não faria. Na volta do ensaio, de noitinha, pensei em te encontrar em casa, contar tudo isso, e pedir tua permissão. Mas tu estava na praia com o Melga e as amigas. E tu só apareceu à noite, depois das dez, para a gente jantar. E eu passei o dia na vontade e na expectativa. Aí, tu já sabe. Tu enquadrou o Gênio e a mim, deu um show de frieza e controle, nos reduziu a dois safados, e nós perdemos totalmente a vontade. Melou tudo.
Fiquei olhando para ela, por um tempo, e fiz um carinho em seus cabelos, puxei-a para o meu peito, e disse:
— Querida, eu sofri um processo muito intenso de transformação. Foi violento e repentino. Tu teve um tempo para te soltar, e eu fui tropeçando nas coisas, e encontrando uma realidade que não dominava. Fiquei inseguro. Mas não duvidei de ti.
Respirei fundo, vi que ela estava atenta e continuei:
— O meu sábado foi completamente diferente de tudo, e a conversa com o Melga foi determinante. Mas, na hora do jantar, eu precisava saber se o Gênio era traíra ou não. Agora sei que ele também foi honesto.
Dei um beijo na testa da Maha e falei:
— Me desculpe ter sido tão duro. Estraguei a noite. Eu estava meio revoltado com ele. Agora sei que foi tu a safada capetinha que tentou o safado de todo jeito.
Maha me olhava, com as duas mãos no rosto, e espiando entre os dedos, pediu desculpa:
— Perdão. Fiz tudo errado, amor. Eu que não sobe contar tudo, não queria estragar a surpresa.
— O ensaio? – Perguntei.
— Isso. Não queria que tu soubesse antes de receber as fotos já tratadas pelo fotógrafo. Por isso fui mais dissimulada. É uma sequência erótica, como uma fotonovela.
Me deixa ver? - Perguntei.
Maha ficou hesitante, sem saber se entregava o telefone.
Continua na parte 9.
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