O combinado era só um talvez. Um desejo sussurrado entre beijos e gozos, que ele vinha trazendo à tona havia semanas, sempre cercando o assunto com cuidado — e malícia. Na minha cabeça, tudo era excitante. Na cama, na fantasia, na ponta dos meus dedos quando eu me tocava sozinha, imaginando… tudo parecia belo, sujo e perfeito.
Mas na prática?
Eu hesitei. Pensei se aquilo era mesmo desejo dele ou só uma curiosidade besta. Um pau a mais, só pra ver como era. Uma experiência. Mas não — não era isso. Tinha fome no jeito que ele falava. Tinha algo mais denso, mais escuro. Tudo começou quando eu disse que gostava da ideia de uma dupla penetração. Aquelas vezes em que ele me comia com força e eu encaixava o vibrador junto, gemendo como uma louca, sentindo tudo ao mesmo tempo. Ele adorava ver isso. Adorava me ver aberta, rendida, completamente fodida.
Só que agora… agora não era só mais o brinquedo.
Tinha um homem de verdade sentado no meu sofá. De verdade mesmo. Pernas abertas, aquele ar de homem que sabe que vai comer alguém, os olhos cravados em mim com uma calma que, em vez de tranquilizar, me fazia estremecer. E ao lado dele, meu namorado. Tranquilo. Sorrindo. Os dois ali… querendo me comer.
E eu?
Eu tremia. O corpo, as mãos, até a respiração parecia errar o compasso. Não tinha dito “sim”. Não com todas as letras. A gente tinha combinado um vamos ver se rola, uma abertur para uma possibilidade.. Eu bebia pra relaxar, mas agora já estava quase bêbada — e ainda nervosa.
Sentei ao lado do meu namorado durante a tal “reuniãozinha”, tentando parecer natural. Ele me beijava na frente do outro, e os beijos eram diferentes. Mais longos. Mais molhados. Mais provocantes. Beijos com segundas intenções. Mas eu sempre cortava no meio, desviando o rosto com aquele sorriso envergonhado de quem ainda não sabe se está pronta. Aquilo tudo… ainda era estranho pra mim.
Aí veio a voz no meu ouvido.
Baixa, grave, quente:
— Você precisa relaxar um pouco… tá muito nervosa.
E eu estava. Por dentro, uma mistura explosiva de ansiedade e tesão. Eu conhecia o convidado. A gente tinha trocado uns beijinhos na faculdade, nada demais, uma noite perdida entre outras. Sempre achei ele bonito. Um daqueles caras que provocam um tesãozinho discreto, uma fantasia rápida na hora do banho… mas isso não queria dizer que eu ia dar pra ele.
Quer dizer… queria?
Ali, com os dois me olhando daquele jeito, com o álcool quente no sangue e a pele arrepiada até as coxas, eu não sabia mais o que queria dizer. Só sabia que meu corpo começava a ceder antes mesmo da minha boca abrir e minha cabeça dizia não.
E começou.
O beijo seguinte, eu não recusei. Fechei os olhos e deixei acontecer. Minha boca se abriu devagar, receptiva, entregue. Senti meu copo ser tirado da mão — não vi quem pegou, só percebi o vazio repentino e a agonia de perder o último resquício de distração. A boca dele roçava a minha com lentidão, quase preguiçosa, e tudo em mim começou a escorrer: a tensão, o medo, o autocontrole.
Meu corpo amolecia.
Esqueci por instantes que era observada, até sentir as mãos subirem, tocarem meus seios ainda por cima da blusa. Um arrepio me atravessou. Era suave, mas firme. Provocador. Meu namorado beijava meu pescoço e já puxava a própria blusa, revelando aquele torso definido que sempre me deixava louca — familiar, mas agora diferente. Mais excitante por estar exposto… pra outro.
Quando olhei pro lado, o outro rapaz ainda me observava. Mas dessa vez, nossos olhos se encontraram. E a gente sorriu. Um sorriso curto, cúmplice, carregado de segredos que nem tinham sido feitos ainda. Acho que foi ali que começou minha rendição de verdade.
A mão do meu namorado desceu pelas minhas coxas, abrindo caminho, explorando minha pele por baixo da saia como quem já conhece o território — e ainda assim sabe como surpreender. Eu já estava molhada, tentando resistir à vontade de me escancarar de uma vez, lutando com o restinho de culpa que ainda sobrava.
Foi então que senti a presença do outro.
No outro lado do sofá, ele se aproximou. O corpo quente, agora colado ao meu. Não pediu permissão. Só encostou. A perna dele roçou na minha, a lateral do braço se alinhou ao meu corpo como se já houvesse intimidade entre nós. Como se aquele fosse o nosso lugar.
E pela primeira vez, eu não recuei.
Enquanto eu beijava meu namorado, senti outra boca. Não era a dele.
Era uma nova presença, faminta, ousada — que não pediu passagem. Beijou meu rosto com pressa, arranhou leve minha orelha com os dentes, e foi descendo pela curva do meu queixo até encontrar meu pescoço. Quando os lábios dele tocaram ali, meu corpo entrou em combustão.
Foi uma explosão silenciosa, interna, total.
Num impulso cego, puxei com força a mão do meu namorado e a enfiei entre minhas pernas, pressionando contra minha calcinha ensopada. Quase um pedido desesperado. Quase uma exigência. A fricção era tudo o que eu precisava naquele instante.
Minha pele se eriçou inteira, da nuca aos tornozelos.
Um “ai…” longo escapou da minha boca, carregado de alívio, de tesão puro, de rendição. O som veio emoldurado em um sorriso aberto, entorpecido, meio bobo, meio sujo — o tipo de sorriso que só o prazer bruto sabe esculpir no rosto de uma mulher.
Tão logo a mão me tocou com força, pesada e decidida, eu me virei — cega de tesão — em direção ao visitante. Procurei sua boca sem abrir os olhos. Ver seria como enxergar demais, como trazer de volta a parte de mim que ainda duvidava, que ainda se agarrava ao pudor. E eu não queria ela ali. Não agora.
Sua boca veio, quente, familiar. E, num instante, me lembrei de como era bom o seu beijo. Um beijo cheio de tesão, com gosto de passado e urgência de presente. Quando nossas línguas se tocaram, o mundo desfez as bordas.
Mãos — muitas mãos — percorriam meu corpo inteiro. Um revezamento de toques, carícias, apertos. Eu me recostava no sofá, abrindo as pernas sem resistência, como uma oferenda. Um sacrifício voluptuoso, entregue, impuro.
As roupas iam sumindo de mim como mágica. Eu nem via, nem pensava — só sentia. Cada peça tirada era mais um pedaço meu que se rendia.
Já não sabia mais quem era quem.
Perfumes misturados, cheiro de pele quente, de desejo cru, de sexo latejando no ar, ardendo nas narinas. Bocas corriam pelo meu corpo, subindo, descendo, se cruzando. Meus seios eram chupados com força, mordidos, lambidos. Mãos me abriam, dedos me exploravam, como se eu fosse terra nova, pronta pra ser conquistada.
E eu só gemia.
Fundo. Molhada. Escancarada.
O tremor que me atravessava já não era mais de nervoso, mas de puro êxtase. Estava entregue, desfeita, presa naquela espiral de prazer que fazia o corpo esquecer de si mesmo.
Mas então… pararam.
Todos os toques.
Ao mesmo tempo.
Meu corpo ficou suspenso no silêncio, vulnerável, com a pele latejando onde as bocas haviam passado. Ainda de olhos fechados, cega de propósito, ouvi um cochicho abafado e sons ao meu redor. Um farfalhar sútil do couro do sofá. Uma movimentação suave e sinistra, que me deixava ainda mais exposta.
Senti mãos firmes se fechando em minhas coxas, me puxando pela cintura até a beirada do sofá. Fui arrastada, escorregando no couro quente, até ficar com o sexo aberto, à mercê. Não sabia quem era. Não abri os olhos. Só sentia.
Outro corpo, em pé, se posicionou sobre mim. Algo quente e levemente úmido roçou os meus lábios. O cheiro era forte, almiscarado. Um pau. Estava ali, na minha boca, exigindo entrada com o toque. Mas eu não sabia de quem era.
Meu corpo enrijeceu por um segundo — não de recusa, mas de tensão.
O instinto gritava. A dúvida também. Mas a boca se abriu.
E antes que eu pudesse pensar, uma língua — outra — me alcançou entre as pernas.
A primeira lambida foi lenta. De baixo até o topo, roçando cada dobra, cada centímetro da minha boceta já escorrendo. O choque foi imediato. Gemi com o pau encostando nos meus lábios e a língua me abrindo ao mesmo tempo, como se quisessem me partir em dois sentidos. A boca que me chupava não tinha pressa. Era firme, exigente, sabia onde pressionar, onde sugar. Cada vez que ele afundava a língua, minha coluna arqueava, e meu quadril subia, como se quisesse engolir o rosto dele de volta.
O contraste era insano.
Lá embaixo, o calor e o suor da boca dele me sugando como se quisesse tirar a alma pela buceta.
Lá em cima, o peso morno de um pau pressionando minha boca, insistente, pulsando, esperando que eu cedesse. Não havia mais quem, nem onde, nem como. Só sensações. Meus olhos fechados transformavam tudo em carne, toque, cheiro e gozo. Era luxúria em estado puro. Eu gemia com a boca cheia, gemia enquanto era lambida, gemia sem saber de quem eram aquelas bocas — só sabia que todas eram minhas.
Cedi. A boca se abriu, mas o corpo não respondia. Eu estava inútil, mole, dominada por aquele prazer que me atravessava de baixo pra cima como um choque. A cada lambida lá embaixo, meu corpo pulava, estremecia. E o homem que estava em pé sobre mim — meu namorado — vendo minha boca escancarada e passiva, começou a empurrar o pau contra meus lábios como se eu fosse uma cadela perdida na rua, uma qualquer pronta pra ser usada.
A cabeça do pau era grossa, pesada. Me engasgava, me sufocava, tirava o ar. Mas mesmo assim, eu queria. Queria servir, queria dar prazer, queria lamber e engolir. Segurei o pau com as duas mãos, tentando controlar o ritmo, tentando respirar. Quando senti o cheiro, o gosto e o peso, soube na hora: era ele. Meu namorado. Meu corpo reconhecia sem esforço. Nem precisava abrir os olhos.
Agarrei o saco dele com firmeza, puxei com os dedos, massageando com tesão. E ali, entre uma lambida recebida na minha buceta e uma chupada que eu dava com fome, me vi engolindo ele inteiro, até as bolas. Puxava com a mão enquanto o pau descia pela minha garganta, e eu gemia abafado, sentindo a baba escorrer pelo queixo, o rosto colado às coxas dele.
— Amor… — ele sussurrou, arfando — quero que você faça uma coisa.
— O quê? — respondi no automático, sem pensar, com o pau ainda roçando meus lábios.
Foi aí que abri os olhos.
Dois homens. Nus. Duros.
Ali.
Ao meu redor.
Os dois com paus em riste, latejando, querendo me foder. E pela primeira vez, o susto me tomou — não de medo, mas de perceber o quanto eu estava entregue. Ali eu temi por mim, pela segurança do meu corpo.
— Vem cá, cara — disse meu namorado, a voz firme.
O outro se aproximou. E quando vi a sombra dele se alinhar do outro lado, entendi. Entendi tudo. E aceitei.
Continua…
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