No andar de cima, Elijah permanecia no quarto luxuoso, sentado no chão, os joelhos dobrados e as mãos tremendo. Cada som da boate chegava abafado, mas ainda assim cada batida de música e cada voz distante martelava seu coração acelerado. Ele não sabia o que esperar, mas tinha plena consciência de que sua vida estava prestes a ser decidida.
A cada instante, o medo aumentava. Cada sombra no quarto parecia avançar, cada silêncio pesava sobre ele. Elijah respirava com dificuldade, tentando acalmar a ansiedade, mas a certeza de sua vulnerabilidade só crescia: ele estava sozinho, sem controle sobre nada, e cada passo que viesse seria determinado por outros.
O som de passos firmes no corredor fez Elijah se encolher levemente. A porta se abriu e André apareceu, a expressão impassível.
— É hora — disse, sem emoção, estendendo a mão para guiar o jovem.
Elijah se levantou devagar, o corpo ainda tenso e as mãos trêmulas. Cada passo ecoava pelo corredor silencioso, lembrando-o de que estava completamente à mercê de alguém. André caminhava à frente, sem pressa, como se quisesse reforçar o medo do jovem.
Ao chegarem à porta da sala privada, André abriu-a, revelando um espaço luxuoso, mas com luzes vermelhas e azuis piscando suavemente, acompanhadas de música ambiente que preenchia o ar com um ritmo hipnotizante. A decoração combinava sofisticação e intimidade: móveis de couro escuro, tapetes elegantes e uma mesa baixa no centro, iluminada por pontos estratégicos de luz que realçavam cada detalhe do ambiente.
Elijah entrou, os olhos arregalados. Cada reflexo das luzes sobre os móveis parecia acentuar sua vulnerabilidade. Ele engoliu em seco, sentindo o coração disparar, consciente de que cada segundo que passasse ali era mais um lembrete de que não tinha controle sobre nada.
André fechou a porta atrás deles, deixando Elijah sozinho no espaço luxuoso, onde cada sombra parecia observá-lo. O silêncio momentâneo, apenas quebrado pelo ritmo da música, aumentava a tensão, preparando o terreno para a chegada do comprador.
Elijah respirou fundo, tentando reunir forças, mas a ansiedade apertava seu peito. Ele sabia que o momento decisivo estava próximo, e que cada gesto seu seria avaliado. Cada batida da música parecia marcar o tempo restante antes de seu destino ser selado.
No escritório de Jonas, a atmosfera era de poder e negociação concluída. Jonas ajustou a gravata e estendeu a mão com firmeza ao homem à sua frente.
— Sr. Dantas, foi um prazer fazer negócios com o senhor — disse Jonas, a voz firme e segura, carregada de confiança. — André irá levá-lo até Elijah.
O Sr. Dantas assentiu, os olhos percorrendo a sala com interesse, absorvendo cada detalhe do ambiente luxuoso, dos móveis de madeira escura e do ar de autoridade que Jonas exalava.
— Excelente. Estou curioso para conhecê-lo — respondeu Dantas, mantendo um tom calmo, mas carregado de expectativa.
Jonas sorriu, satisfeito, e acenou para André, que imediatamente se aproximou.
— Siga-me — disse André, abrindo a porta. — O garoto os espera na sala privada.
O Sr. Dantas seguiu André com passos medidos, cada movimento calculado, enquanto Jonas observava da porta, um sorriso de aprovação nos lábios. O clima era tenso, carregado de expectativa.
No andar de cima, Elijah permanecia na sala privada, iluminado pelas luzes vermelhas e azuis, os olhos fixos na porta. Cada som do corredor parecia ecoar em seu peito, lembrando-o de que seu destino estava prestes a ser decidido. O momento do encontro se aproximava, e a ansiedade e o medo misturavam-se em seu corpo frágil e tenso.
Enquanto André guiava o Sr. Dantas pelo corredor, ele observava cada detalhe com atenção meticulosa. Cada porta, cada corredor, cada sombra era avaliada. Nada podia sair fora do plano. Sua missão era clara: obter qualquer pista que vinculasse Jonas e seu cartel ao tráfico de pessoas.
— Tudo precisa acontecer conforme o planejado — murmurou consigo mesmo, ajustando discretamente o gravador escondido no bolso do paletó. Se Elijah desse qualquer confissão, qualquer menção sobre o tráfico, seria o suficiente para colocar Jonas e sua organização atrás das grades.
Dantas analisava o ambiente luxuoso, percebendo os sinais sutis de riqueza e poder: móveis de couro escuro, iluminação cuidadosamente planejada, a música ambiente baixando suavemente conforme se aproximavam da sala privada. Cada detalhe reforçava o controle absoluto de Jonas sobre aquela operação, mas também poderia ser usado a seu favor.
Enquanto se aproximavam da porta da sala, Dantas respirou fundo, mantendo a postura calma e impenetrável. Por fora, era apenas mais um comprador interessado; por dentro, cada fibra de seu corpo estava alerta, cada olhar atento a qualquer gesto de medo, qualquer sinal de vulnerabilidade que pudesse revelar a verdade sobre o tráfico de pessoas.
Ele sabia que Elijah estava vulnerável, sozinho, e que o jovem poderia ser a chave para derrubar toda a rede criminosa de Jonas. A tensão aumentava a cada passo: o encontro que se aproximava não seria apenas sobre observação, mas sobre persuasão cuidadosa, estratégia e paciência.
André abriu a porta da sala privada, revelando Elijah encostado na parede, os olhos arregalados e tensos sob a luz vermelha e azul que piscava suavemente.
Atrás de André, entrou o Sr. Dantas. Alto, com ombros largos e postura firme, seu corpo forte indicava anos de academia e treinamento rigoroso. Cabelos curtos e negros, combinando com a barba cheia e bem aparada, davam-lhe um ar de autoridade quase intimidante. Cada passo seu exalava confiança e poder, e seu charme era quase inegável, lembrando mais um poderoso mafioso do que um agente da lei.
Ele parou à frente de Elijah, observando o jovem com um olhar calculista, avaliando cada detalhe: a postura tensa, as mãos trêmulas, os olhos que não ousavam encontrá-lo diretamente. Dantas respirou fundo, mantendo a expressão calma, mas por dentro cada fibra de seu corpo estava alerta.
— Boa noite — disse, a voz profunda e segura, carregada de autoridade, mas com um tom de cordialidade estudada. — Sou o Sr. Dantas.
Elijah engoliu em seco, o corpo ainda rígido. A presença de Dantas era imponente, e a sensação de vulnerabilidade aumentava a cada segundo. Ele sabia, instintivamente, que não poderia escapar, e que qualquer palavra ou gesto poderia ser decisivo.
Dantas, por sua vez, mantinha o controle absoluto da situação. Seu olhar perscrutava cada movimento do jovem, buscando qualquer sinal, qualquer confissão que pudesse ligar Jonas e seu cartel ao tráfico de pessoas. Cada detalhe da sala, cada sombra, cada reflexo das luzes vermelhas e azuis era observado e armazenado em sua mente treinada.
O silêncio entre os dois durou alguns segundos, pesado e tenso, como se o ar entre eles fosse capaz de pressionar Elijah ainda mais contra a parede.
Com um olhar firme e penetrante, Dantas encarou André por um instante.
— Pode se retirar — disse, a voz firme, mas sem agressividade. — Creio que já tenho tudo que preciso aqui.
André hesitou por um segundo, mas a autoridade de Dantas era inegável. Com um aceno curto, virou-se e deixou a sala, fechando a porta atrás de si. O clique do trinco fez o coração de Elijah disparar. Ele estava agora completamente sozinho com o homem que poderia decidir tudo sobre seu destino.
Dantas permaneceu imóvel por alguns segundos, estudando Elijah com cuidado. Cada gesto, cada respiração, cada olhar era avaliado, mas por fora ele mantinha a postura de comprador satisfeito. Precisava se manter no personagem, mostrar interesse, como se fosse apenas um homem disposto a investir em algo valioso.
— Então… você é Elijah — disse finalmente, caminhando lentamente ao redor do jovem, como um predador avaliando sua presa, mas mantendo a calma. — Muito bem.
Elijah sentiu o corpo enrijecer, os músculos tensos, e as mãos trêmulas. A aura de poder de Dantas preenchia a sala, e a fachada do homem “comprador” escondia a mente estratégica de um investigador prestigiado, treinado para detectar qualquer sinal de fraude, medo ou informação relevante.
O silêncio tomou a sala, pesado e cheio de expectativa. Cada movimento de Dantas parecia calculado, cada palavra medida para manter Elijah vulnerável, ansioso e, acima de tudo, disposto a obedecer. A tensão psicológica atingia seu auge: o jogo de aparências estava apenas começando.
Dantas se acomodou lentamente na pequena poltrona da sala, a postura ainda impecável, os olhos fixos em Elijah. Cada movimento seu exalava confiança e controle absoluto, mas ainda mantinha a aparência de um comprador interessado.
— Aproxima-se — ordenou, a voz firme, quase um comando silencioso, mas sem perder a cordialidade estudada.
Elijah engoliu em seco, sentindo o peso das palavras como se fossem correntes. Cada passo em direção à poltrona era calculado, cada músculo tenso, o coração martelando no peito. Ele parou a poucos metros, hesitando, incapaz de encontrar forças para levantar o olhar.
Dantas permaneceu calmo, observando cada detalhe: a postura rígida do jovem, as mãos trêmulas, os olhos que refletiam medo e insegurança. Por fora, era apenas um comprador avaliando sua “mercadoria”; por dentro, cada gesto de Elijah era analisado, procurando qualquer informação que pudesse incriminar Jonas e seu cartel.
— Mais perto — ordenou Dantas, mantendo o tom firme. — Não tenha medo, apenas venha.
Elijah respirou fundo e deu mais alguns passos, sentindo o piso frio sob os pés e o peso da vulnerabilidade apertando o peito. Cada centímetro percorrido o aproximava de um destino incerto, enquanto Dantas permanecia imóvel, observando, paciente, mas pronto para agir no instante em que qualquer sinal de confissão surgisse.
Dantas inclinou-se levemente na poltrona, mantendo o olhar firme sobre Elijah.
— Me diga, Elijah… qual a sua idade?
— Tenho… 22, senhor — gaguejou o jovem, a voz trêmula, os olhos desviando para o chão.
Dantas permaneceu em silêncio por um instante, como se ponderasse cada detalhe, cada nuance da resposta. Em seguida, continuou, a voz calma mas carregada de autoridade:
— E há quanto tempo você está aqui?
— Fui… fui trazido hoje, senhor — respondeu Elijah, cada palavra difícil de articular, a tensão evidente em cada músculo do seu corpo.
O investigador observava atentamente, mantendo a postura de comprador interessado, mas registrando mentalmente cada hesitação, cada pequeno gesto de medo. Cada detalhe poderia ser crucial.
— Entendo — murmurou Dantas, inclinando-se levemente para frente, os olhos perscrutando cada reação do jovem. — Muito bem… isso é útil.
O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de tensão. Elijah sentia o coração acelerar, a vulnerabilidade crescer, enquanto Dantas permanecia calmo, no controle absoluto da situação. Cada palavra, cada gesto, cada respiração do jovem era observada, analisada, aguardando o momento certo para extrair informações decisivas.
Dantas percebeu, com clareza, que o jovem dizia a verdade sobre sua idade e chegada. Cada hesitação, cada respiração acelerada revelava o medo genuíno de Elijah, e o investigador anotava mentalmente cada detalhe, enquanto ainda mantinha a postura de comprador interessado.
Porém, algo no ambiente fez Dantas sentir-se observado. Num impulso rápido, levantou-se da poltrona e, com firmeza, agarrou o pulso de Elijah, puxando-o para perto de si.
Elijah, sem forças e completamente vulnerável, não conseguiu resistir. Caiu de forma desordenada no colo de Dantas, o corpo pequeno encostando-se ao do homem com um choque de frieza e autoridade.
— Shhh… — murmurou Dantas, a voz baixa e firme, quase um sussurro. — Não faça barulho algum. Estamos sendo observados.
O jovem engoliu em seco, o coração martelando no peito. Cada segundo naquele colo improvisado era um lembrete cruel de sua impotência e da situação de total vulnerabilidade em que se encontrava. Dantas, por sua vez, mantinha a calma absoluta, os olhos atentos e calculistas, controlando cada movimento de Elijah e a própria respiração, consciente do risco de qualquer gesto fora do lugar.
O silêncio na sala tornou-se quase sufocante. A tensão era palpável, o medo de Elijah misturado com a autoridade silenciosa e absoluta de Dantas, criando um instante carregado de expectativa e perigo.