Jonas, um homem de meia-idade com cabelos grisalhos e espetados, estava sentado à sua mesa quando Laura entrou. Ao vê-la, levantou-se rapidamente, os olhos brilhando de desejo e poder. Sem cerimônia, agarrou Laura pela cintura e a beijou calorosamente, como se quisesse marcar território.
Elijah permaneceu parado alguns passos atrás, o corpo rígido, observando a cena com um misto de medo e curiosidade. Cada gesto deles parecia uma prova silenciosa de quem realmente tinha o controle. A boate, com suas luzes pulsantes e a música alta, se transformara em um palco de tensão e vulnerabilidade, e Elijah sentiu o peso de sua própria impotência mais do que nunca.
Laura, ainda nos braços de Jonas, lançou um olhar frio para Elijah, como se lembrasse a ele sua posição e sua dependência completa. Ele engoliu em seco, consciente de que cada movimento seu seria observado e avaliado, e que qualquer erro poderia custar caro.
Laura afastou-se de Jonas, interrompendo o beijo antes que aquilo fosse adiante, e endireitou-se com uma postura fria e calculista.
— Jonas, este é Elijah — disse, empurrando-o levemente à frente dela. — O garoto de quem lhe falei.
Elijah permaneceu imóvel, os olhos fixos no chão por instinto, sentindo cada batida de seu coração como um tambor. Jonas ergueu o olhar, avaliando-o com atenção meticulosa. Passou as mãos pelos cabelos dourados, desceu o olhar pelo corpo delicado e musculoso do jovem, observando cada detalhe.
— Humm… — murmurou Jonas, inclinando-se para frente com interesse. — Exatamente o que o investidor pediu.
Laura sorriu, satisfeita, enquanto Elijah sentiu um frio percorrer a espinha. Ele percebeu, mais uma vez, que não era mais dono de si mesmo: estava completamente à mercê daquele homem, avaliado como se fosse um objeto. O silêncio pesado que se seguiu reforçou sua impotência, enquanto Jonas continuava a estudá-lo com olhos avaliadores.
Jonas se levantou lentamente, seus olhos nunca deixando Elijah. Cada passo que dava em direção ao jovem fazia o coração dele disparar ainda mais. O peso da situação era esmagador: ele estava sozinho, à mercê de um homem que avaliava cada detalhe do seu corpo e de seu comportamento.
— Aproxima-se — ordenou Laura, num tom que mais parecia um aviso do que uma sugestão.
Elijah avançou alguns passos, sentindo os olhos de Jonas queimarem em sua pele. Cada movimento era pesado, medido; qualquer hesitação seria interpretada como fraqueza.
Jonas parou a poucos metros dele, inclinando-se levemente para observá-lo mais de perto.
— Humm… — murmurou, avaliando cada marca, cada detalhe de seu corpo. — Você é exatamente como eu esperava.
Elijah sentiu a garganta seca e o estômago revirar. A voz de Jonas era firme, mas carregada de interesse, e cada palavra deixava claro que ele estava completamente exposto. Sentiu-se pequeno, vulnerável, e a sensação de impotência o esmagava.
— Levante o queixo — ordenou Jonas, e Elijah obedientemente ergueu o rosto, os olhos fixos nos dele. Jonas estudava cada traço, cada expressão, como se pudesse ler sua alma.
O silêncio que se seguiu foi pesado, quase doloroso. Elijah sentiu o corpo inteiro enrijecer, esperando qualquer gesto, qualquer palavra que pudesse selar seu destino. Laura observava de lado, satisfeita, enquanto Jonas continuava seu exame silencioso, avaliando o jovem com olhar frio e calculista, mas carregado de desejo e poder.
Elijah percebeu, mais uma vez, que não havia volta. Estava ali, vulnerável e à mercê daquele homem, e cada batida do coração lembrava-o de que seu corpo e sua vida agora pertenciam a outra pessoa.
Jonas desviou os olhos de Elijah por um instante para encarar Laura, um sorriso satisfeito se formando em seus lábios.
— Ele é perfeito, Laura… — disse, a voz firme, quase avaliativa. — O Sr. Dantas vai adorar.
Laura cruzou os braços, observando a reação de Jonas enquanto Elijah permanecia imóvel, sentindo cada palavra como se fosse um golpe.
— E você me disse que ele é virgem??? — Jonas continuou, inclinando-se levemente, estudando novamente o jovem com um olhar que misturava interesse e cálculo.
O coração de Elijah acelerou, e ele sentiu o frio percorrer a espinha. Cada sílaba era uma confirmação de que ele não tinha escolha, que sua vida e seu corpo estavam completamente à mercê de decisões alheias. Ele engoliu em seco, tentando manter a postura, mas a vulnerabilidade era inevitável.
Laura sorriu, satisfeita, observando o medo e a ansiedade estampados no rosto do garoto. Ela sabia que cada segundo que passava reforçava a posição de poder que Jonas — e ela própria — tinham sobre ele.
— ANDRÉ!!! — gritou Jonas, a voz ecoando pela boate.
Um homem corpulento, de expressão impassível, surgiu imediatamente.
— Leve nosso convidado lá pra cima — ordenou Jonas, os olhos ainda fixos em Elijah — e garanta que ele esteja na sala reservada às 20h.
Elijah engoliu em seco, cada músculo tenso. A ordem era clara: ele não tinha escolha, não havia espaço para hesitar. André se aproximou, impondo-se fisicamente, e Elijah sentiu o peso da autoridade sobre ele.
— Vamos — disse André, com voz firme, quase como um aviso. — Não tropece.
Elijah seguiu, cada passo mais pesado que o anterior, enquanto subiam uma escadaria lateral que levava aos corredores menos iluminados da boate. As luzes pulsantes e a música alta ficavam para trás, substituídas por sombras frias e silêncio opressor.
O jovem sentiu o coração disparar, a ansiedade e o medo se misturando em cada passo. Cada porta, cada corredor, parecia um lembrete de que ele não era dono de nada ali: nem de seu corpo, nem de seu destino.
André abriu uma porta discreta e empurrou Elijah para dentro de um quarto luxuoso, mas austero, destinado ao uso do “convidado”.
— Fique aqui até as 20h — disse André, antes de fechar a porta atrás de si.
Elijah ficou sozinho, encostado na parede, respirando com dificuldade. A tensão ainda pulsava pelo corpo, cada som da boate distante lembrando-o de que seu tempo de controle sobre a própria vida havia acabado.
Ele se deixou escorregar pelo chão, os joelhos dobrados, sentindo o peso do medo e da vulnerabilidade. Era apenas o início de uma noite que prometia testar tudo que restava de sua coragem.
No escritório de Jonas, Laura ajeitava a saia, respirando ainda levemente ofegante após o encontro com ele. O ambiente cheirava a álcool e móveis de madeira polida, e a luz baixa da sala refletia sobre o vidro da mesa.
— Aqui está o valor prometido — disse Jonas, depositando cuidadosamente uma pasta sobre a mesa. — Agora vá, que o comprador está chegando.
Laura pegou a pasta, abrindo-a rapidamente para conferir o conteúdo. Um sorriso satisfeito se formou em seu rosto enquanto avaliava as notas e documentos.
— Perfeito. — Ela fechou a pasta com um estalo seco. — O garoto vai impressionar.
Laura recostou-se na cadeira, cruzando as pernas, o olhar frio e calculista. Para ela, tudo era apenas mais uma negociação. Mas seus olhos, por um instante, se desviaram para a porta, como se antecipasse a chegada do próximo comprador.
Laura levantou-se, ajeitou a bolsa com a pasta e lançou um último olhar frio para Jonas.
— Não se preocupe, ele estará pronto — disse, a voz firme e calculista. Sem esperar resposta, virou-se e saiu do escritório, desaparecendo pelo corredor silencioso.
Jonas permaneceu encostado na mesa, observando a porta fechar-se atrás dela. O silêncio da sala era pesado, quase palpável, enquanto ele conferia mais uma vez os documentos de Elijah que havia recebido. Cada minuto que passava aumentava a expectativa.
Por fim, seu assistente entrou rapidamente, respirando com certa pressa:
— Senhor, o comprador de Elijah já está aqui, esperando para vê-lo.
Jonas ergueu uma sobrancelha e sorriu, satisfeito.
— Muito bem — disse, com voz firme. — Traga o garoto.